31 de outubro de 2013

Reação à derrota

Antes de escrever alguma coisa sobre o jogo, só umas palavrinhas sobre o que se passou fora das quatro linhas…

Repugna-me ver pessoal a dizer que o Sporting – e, principalmente, o seu presidente – teve o que “pediu”. Vamos lá a ver, “hostil” não significa “fora da lei” nem “violência”. Lá por Bruno de Carvalho ter dito que estava à espera de (e não que desejava…) um ambiente hostil, não quer dizer que adivinhava que os stewards do Porto iriam roubar tarjas e bandeiras da Juve Leo para depois as entregar aos Super Dragões, nem que atrasassem de propósito a revista aos adeptos do Sporting de modo a que apenas entrassem quase no intervalo. Os mesmos que apregoam “Estavas mesmo a pedi-las!”, são os mesmos que diziam à miúda que foi violada às 4h da manhã, à saída de uma discoteca qualquer no Algarve”, “Não usasses mini-saia!!".

E pior ainda, é quando são Sportinguistas a dizê-lo… que filha da putice.

Quanto aos tontos dos casuals, a verdade é que apenas vi tipos do Porto a pegar em pedras e garrafas e lançá-las aos bárbaros vindos do sul. E ainda a esmurrá-los à traição. Aliás, das notícias que saíram, leu-se que nem uma arma branca foi apreendida aos perigosos casuals, causadores da maior cena de violência desde a final da Taça do “very-light”. Foi o Querido Manha que o disse. Enfim, avaliando rigorosamente o infame vídeo, vemos umas dezenas de tontos a correr desnorteados e, quando começam a levar com pedras e garrafas, entram em pânico e arrombam uma entrada do estádio. Nada de mais.

Já assinaste pelo Jorge Mendes, já podes ir à Seleção.


Quanto ao jogo... Epah, só o facto de ter ficado lixado quando o Soares Dias apitou para o fim, pois senti que podíamos ter, pelo menos, empatado, deixa-me reconfortado.  Não marcávamos um golo no Dragão há 2 anos, pah! Ver os jogos no Dragão já começava a ser uma experiência tão enfadonha como assistir à fanfarra anual dos Bombeiros na minha rua. Cada vez menos bombeiros e com ainda menos vontade de bater o bombo.

Esta época, não. Neste fantástico início de época (obtivemos a pior classificação de sempre no ano passado!! Em 107 anos de clube!!), quem diria que íamos jogar cara-a-cara, com uma equipa recheada de putos (o Rojo tem 23 anos!), frente ao tri-campeão nacional, invencível em casa há 5 anos?? Ninguém!!

William é um senhor jogador, Montero é bom mas precisa de mais bolas, Patrício é incontestável e Piris, defesa-direito por natureza, é melhor defesa-esquerdo que Cortéz, Siqueira e Sílvio juntos.  

Esta época, só estou à espera do 3º lugar, o que vier acima disso é bónus e como tal, não fiquei (muito) desiludido com a derrota. Todos sabíamos que ela estava à espreita, a grande dúvida é saber como é que Jardim e C.ia irão reagir. Li hoje que, após o empate na Luz, o Sporting de Domingos ganhou o jogo seguinte em casa mas depois perdeu os 5 seguintes…

Agora sim, agora é que vem aí a verdadeira prova de fogo do Sporting. A reação à derrota.


Espero que estejam tão fodidos e confiantes como eu. 

28 de outubro de 2013

26 de outubro de 2013

BdC Vs Porto

Sobre o "bate-boca" entre Bruno de Carvalho vs Porto, eis a melhor opinião que já li, vinda dum jornalista d'A BOLA (e lampião...):


"O Sporting que abriu os olhos ao século XXI"

Ando a ler um livro sobre a história (das tácticas) do futebol chamado “Inverting the Pyramid”. Já li os capítulos dedicados ao WM do Arsenal de Chapman, ao catenaccio do Inter de Herrera, ao futebol-ballet dos húngaros/austríacos dos anos 20/30 e por aí fora. Um capítulo, um punhado de páginas dedicadas a uma equipa, a um clube, a uma táctica, a um momento em que se fez história no mundo de futebol.

Podemos perder amanhã no Dragão, podemos não ficar em 2º lugar no final do campeonato, podemos até ficar apenas em 3º lugar, mas tenho a sensação de que, quando o jornal A BOLA, por exemplo, resolver fizer um compêndio sobre a história do futebol português dos anos 2010-2020, esse capítulo será largamente dedicado - ou pelo menos iniciado -  ao Sporting (de Bruno de Carvalho).

Não tenho dúvidas que o Sporting é o clube mais invejado, mais escrutinado e mais imitado em Portugal. E isto já vem desde os inícios do futebol em Portugal. Um leigo conhecedor da história do futebol – como eu -, sabe muito bem que, por exemplo, o Benfica só nasceu do desejo de Cosme Damião em formar um clube que tivesse os mesmos atributos que tinha o Sporting na altura. O Sporting era um exemplo e Damião, que não era parvo, apenas quis assimilá-los, para não dizer imitá-los.

Como estava a dizer, o Sporting é o clube mais invejado, mais imitado, mais admirado por todos. É claro que nunca ouviremos um benfiquista ou portista a dizê-lo publicamente mas as suas acções comprovam-no, dia a dia. Basta ver, por exemplo, ou melhor dizendo, ouvir, os cânticos da maior claque do clube mais vencedor dos últimos 20 anos. Os Super-Dragões Copiões, do Futebol Clube do Porto. E não são só estes!! Basta estar um pouco atento nos jogos de clubes mais pequenos – seja da Primeira Liga ou Segunda Liga – e apercebem-se da homenagem semanal que estes adeptos prestam ao Sporting Clube de Portugal, ao enunciarem cânticos idênticos aos que são ouvidos nos jogos do Sporting.



A mais recente prova da forma como se olha para o Sporting como exemplo é o debate (interno) que se instalou no seio de Benfica (mais neste) e Porto, e também na comunicação social.  Bastou ver como o jornal Record, por exemplo, passou as últimas duas semanas a bater punhetas aos benfiquistas com a história do Ivan Cavaleiro e mais alguns (supostos) craques da “formação” lampiã. Seja por imposição dos media, seja por vontade inequívoca dos seus adeptos, a verdade é que a massa adepta lampiã já está um pouco farta de tantos sérvios e argentinos e quer ver mais portugueses a jogar na sua equipa. E basta o Porto não ganhar um campeonato para que também os adeptos portistas comecem a assobiar o brasileiro Danilo, o francês Mangala ou o belga Defour (ok, este já assobiam).

A verdade é que, mais uma vez, o Sporting foi o pioneiro (já temos museu e Academia há 10 anos…) das “modas” do futebol a que os outros depois aderem e os quais são elogiados em manchetes patéticas (Ivan, o novo Eusébio) e coisas do género.

Não importa.


Na espuma das lutas por audiências do telejornal do CMTV, da SIC, da A BOLA TV ou da Sporttv, nunca ouviremos elogios à coragem do Sporting, isso é certo, mas no dia em que se escrever uma enciclopédia sobre a história do futebol em Portugal, certamente haverá um capítulo intitulado "O Sporting que abriu os olhos ao século XXI". A não ser que seja escrito pelo João Querido Manha ou coisa que o valha.


21 de outubro de 2013

El Retorno de los Leones

Gosto, sempre gostei, de ouvir/ler opiniões de estrangeiros sobre o nosso futebol e, em particular, sobre o meu/nosso Sporting. Hoje encontrei no Twitter a edição #9 da revista espanhola "Football Underground", em que o destaque vai todo para o grande início de temporada que o Sporting está a fazer. Leiam-na, é de borla:



Não precisam agradecer, seus lampiões

                       

20 de outubro de 2013

17 de outubro de 2013

Benfica 1-4 Sporting (Peyroteo 4x)

Estava ler este post do Cacifo que reproduz uma notícia do site oficial do Sporting e que enaltece 3 efemérides ocorridas neste dia 17 de Outubro e que tem como protagonista o maior goleador do futebol português de sempre, Fernando Peyroteo. Num comentário ao post, leio o seguinte:

Do wiki: É difícil escolher a tarde de maior glória de Peyroteo, tantas foram elas com a camisola do Sporting. No entanto salientamos uma quando, em 24 de abril de 1948 o Sporting precisava de vencer o Benfica, fora de casa, por uma diferença de três golos para conquistar mais um campeonato nacional. Nessa tarde de glória, Peyroteo, apesar de ter passado a noite em estado febril, jogou e marcou os quatro golos que permitiram ao Sporting ganhar o campeonato nacional e, em simultâneo, a primeira Taça «O Século», um troféu verdadeiramente monumental.”

E lembrei-me que uma das revistas Stadium (o jornal A Bola da altura) que tenho é precisamente a do dia 28 de Abril de 1948 e cujo destaque principal é, claro, os 1-4 que o Sporting ganhou ao Benfica.

Sportinguistas, eis a (pobre) digitalização da Stadium do Benfica 1-4 Sporting:




12 de outubro de 2013

A Coca-Cola do Sporting

Slavoj Žižek, filósofo dos nossos tempos e um cinéfilo convicto (tal como o nosso presidente), disse isto durante o o seu mais recente documentário:

“Vou dar um gole de Coca-Cola. Está a ficar quente, já não a é a ‘verdadeira’ Coca-Cola e esse é o problema. Estão a ver, esta passagem da dimensão do sublime para excremento. Quando está fria, devidamente servida, tem uma certa atracção, e subitamente, isto pode-se alterar para pura merda. É a dialéctica elementar das comodidades”.


Tem pinta de ser Sportinguista. Vou propô-lo para sócio!


Ok, a última parte já é mindfuck demais para mim, mas o que interessa salientar é isto: a mesma coisa (Coca-Cola), sob circunstâncias diferentes (quente ou fria), provoca reacções diversas (prazer ou repúdio). Quando li esta semana o ex-presidente do Sporting, Soares Franco, a lamentar-se que agora os sócios estão a aprovar coisas que no seu tempo reprovaram, lembrei-me imediatamente desta metáfora do maluco do Žižek. Nós andamos durante estes últimos anos a beber Coca-Cola quente em Alvalade. O Sporting de Soares Franco, Bettencourt e Godinho era puro excremento

Não deixámos de gostar de Coca-Cola, apenas não a saboreávamos como devia ser.

Eles não conseguem perceber que a Coca-Cola deles não tinha sabor, por mais craques ex-Liverpool ou ex-Barcelona que adornassem o rótulo da garrafa ou por mais tinta verde que aplicassem no miserável relvado do estádio. (Relvado esse que, por coincidência, sem holofotes especiais e engenheiros, está como nunca esteve nestes últimos 10 anos)

Não conseguem perceber que nos fartámos de beber Coca-Cola quente. Não percebem que nós já percebemos que eles quiseram ficar com as Coca-Colas frescas para eles e deixaram as quentes para nós.


Custa-lhes a aceitar que se voltou a beber Coca-Cola fresca em Alvalade. Enjoy.

11 de outubro de 2013

Guerra Preventiva ou como o Benfica já mexia na "fruta" antes de Pinto da Costa

Os Estados Unidos, os senhores do mundo, já o fazem há algum tempo (Bush utilizou essa hipócrita desculpa até à exaustão durante a sua presidência para, por exemplo, invadir o Iraque) mas talvez não há tanto como o Benfica, o "maior clube do mundo" e arredores.

Os "maiores" do Mundo, dizem eles.


É que já em 1980, o Benfica, através do seu dirigente na altura, Gaspar Ramos, fazia “guerra preventiva” ou, traduzindo para “futebolês”, já mexia na “fruta” do futebol nacional.

 Então não é que ontem, num programa de entrevistas da lampiã Leonor Pinhão, n’A BOLA TV, o ex-dirigente Gaspar Ramos, para mostrar aos actuais dirigentes benfiquistas que no seu tempo não se reagia a supostos erros de arbitragem mas antes, “prevenia-se” supostos ataques vindo do norte, confessou que se reunia com o então presidente dos árbitros e que dessas reuniões resultaram alterações (d)e nomeações de árbitros?

Confidenciou até que, por “alguém” lhe ter contado que, uma semana antes da final da Taça de Portugal de 1979/1980, o árbitro nomeado iria beneficiar o adversário, o Porto, almoçou com o presidente dos árbitros dias antes e dessa confraternização resultou a troca do árbitro e, por coincidência, o Benfica até ganhou depois essa final?

                           

 Sabia que Pinto da Costa tinha de ter aprendido com alguém como se mexer no “sistema”, só nunca pensei que fosse com um ex-dirigente do "maior clube do mundo".

6 de outubro de 2013

El furtivo

Tanto p’ra falar, tão pouco jeito (e vontade) para o fazer. Mas vamos lá a isto:


Como se diz "pechincha" em castelhano?


Montero. Desta vez não podem dizer que o colombiano estava fora de jogo, pois quem fez o passe “mortal” foi um tipo do Setúbal.  Ou melhor, pode se dizer que Montero aparenta sempre estar “fora do jogo”, excepto no momento em que aparece à frente da vítima, a baliza adversária, e lhe desfere o golpe vital, o golo. Para mim, a alcunha perfeita  para o Fredy, não é nem “El Avioncito” nem o “Mortero”  nem “Matador” mas sim “O Violador” pois o que ele anda a fazer aos defesas portugueses não é aconselhável a menores de 18.  Ou então, como (cada vez mais) temos muitas crianças em Alvalade, talvez o melhor nick fosse mesmo o “El Furtivo”. (créditos ao Mindo)

Isto anda de tal forma alterado que até o Duarte Gomes marca penalties a favor do Sporting. Ok, já estava 3-0 quando isso aconteceu e até ficou outro penalty por assinalar, mas convém lembrar que, há 2 épocas por esta altura, os árbitros tinham feito greve(!) aos jogos do Sporting. Ah, como é bom ser o rei!

A ver se nos entendemos: o Carrillo é o nosso Cristiano, o nosso Messi, o nosso… err… Markovic, essa estrela (de)cadente da Sérvia. Bom ou mau, é o que temos. Acho que o golo – e sobretudo, a jogada – de ontem já dissipou quaisquer dúvidas que haviam em relação à qualidade de peruano. Portanto, vamos lá acabar com os assobios, se faz favor.

Ivan Piris. Epah, que dizer de um jogador que é defesa direito e que ontem jogou a defesa esquerdo e que nunca preteriria a favor de um tal Emerson, Cortez ou Siqueira? ‘Tá tudo dito.

William Carvalho. Eu, que sempre fui um grande defensor de "Deus" Rinaudo, tenho de me render às evidências. Carvalho não se limita a fazer cortes de carrinho (até porque raramente tem necessidade de os fazer) nem a fazer faltas desnecessárias (mas já começa a fazer as necessárias, isto é, as faltas à frente do nosso meio-campo); Carvalho, além de recuperar bolas, é o primeiro construtor de jogo (atacante) do Sporting. É um "dois em um". É, como li há umas semanas um cronista do Record dizer, um "médio do futuro". Perceberei perfeitamente se o Sporting libertar Rinaudo em Janeiro para rumar um qualquer clube que lhe assegure a titularidade, pois não é em todas as gerações que aparece um Mundial no Brasil na vida de um argentino.

Agora a sério, acho que já é tempo de se fazer algo em relação ao fosso. Não digo fazer o que aquele maluco romeno quis fazer ao fosso dele, mas tipo fazer os que os gajos do Ajax fizeram no fosso deles (que é bem semelhante ao nosso). Cobri-lo, não tapá-lo completamente, e acaba-se com estas tristes notícias.

Sobre o grande Leo Jardim, não tenho muito a dizer… Apenas que há muito tempo que tinha saudades de ver um treinador “a sério” em Alvalade.

Entretanto, lá lançámos outro puto vindo da formação, um tal de Carlos Mané. Uns gabam-se de baterem recordes de presenças de jovens da formação nas várias seleções nacionais, nós metemos mesmo os gajos a jogar à bola. Com a eterna listada verde e branca vestida. Que orgulho, foda-se!

Que o diga o Cédric.


Conseguem imaginar 30 anos de fruta, porrada e café?


"A influência de Sir Alex Ferguson já não afecta os árbitros quando apitam o Manchester United mas isso costumava acontecer e não podemos deixar de nos questionar se isso não teve um pequeno papel na forma como os campeões iniciaram a época.

Lembro-me claramente quando visitei Old Trafford pela primeira vez e estava bastante ciente de que a minha vida seria infernizada pelo treinador da casa se as coisas não corressem bem para a sua equipa.
Sempre que os resultados não eram os que Ferguson esperava que fossem, ele mostrava a sua irritação – e nunca em alturas incertas.

Seja por não ter assinalado um penalty a favor do United, não ter expulsado um jogador contrário ou não ter adicionado tempo de descontos suficiente, recebíamos um tratamento do infame “secador de cabelo” – e sim, ele entrou mesmo no meu balneário e lamentou o pouco tempo de descontos a seguir a um empate com o Everton.

Isso nunca me vez beneficiar o United deliberadamente mas quem sabe o efeito que tais injúrias provocaram no meu subconsciente. (...)"

Graham Poll, ex-árbitro internacional inglês, hoje, na sua crónica habitual no Daily Mail.





2 de outubro de 2013

in loco

“Leonardo Jardim, o técnico do Sporting, esteve em Setúbal a observar o próximo adversário dos leões”… numa chuvosa segunda-feira à noite e um dia depois de ter ido jogar a Braga , acrescentaria eu, à peça do jornalista da RTP sobre o Vitória de Setúbal 2-2 Gil Vicente, a contar para 6ª jornada da Liga Zon Sagres, que passou ontem no Jornal da Tarde.

Avisa aí o pessoal que se ganharmos ao Setúbal, segunda-feira há folga.

 Este pequeno pormenor diz muito do sucesso (até ao momento) da equipa do Sporting neste campeonato. É óbvio que a nova direção implementou uma nova dinâmica e mentalidade no clube mas o Leonardo Jardim é um treinador a sério, como há muito não tínhamos em Alvalade. Um treinador que prefere ir ver in loco o próximo adversário em vez de ficar em casa e observá-lo através da tv (e já o tinha feito antes) é porque é um treinador especial, que aporta aquele “extra” que faz diferenciar os melhores dos medianos.

 Quem não se lembra da bizarra visita do Vítor Pereira, o treinador bicampeão do Porto, na época passada, a Alvalade para observar o Sporting-Benfica e onde correu o risco de ser agredido? Não teria sido muito mais confortável ter ficado na sua casa a ver a partida pela tv e ter enviado um dos seus adjuntos para observar o jogo? E não era só os jogos do Sporting ou Benfica. Lembro-me, tal como Jardim, ver VP em muitas bancadas a observar os próximos adversários.

Ben Shave, um jornalista inglês radicado em Portugal e especialista no nosso futebol, dizia num dos seus tweets, há uns meses , durante um jogo qualquer da nossa Liga: “Porto coach Vítor Pereira in the house. I see him at matches more then any other Liga coach. Well I don't, the cameras do, but you know...” Muito do mérito dos títulos de VP passaram por este tipo de tarefas pouco importantes, se observadas individualmente, mas que juntas no seu todo, valem muito no final de um campeonato. Tal como ter uma relva como deve ser, por exemplo.

 Lembro-me de Sá Pinto, ainda quando era treinador do Sporting, ter sido notícia por ter sido campeão de futebol... do campeonato do Inatel. A equipa chamava-se “Biqueiras D’Aço” e, vendo o histórico dos jogos e a sua veia noctívaga, compreendo que Sá Pinto não tenha tido muito tempo para ir ver jogos do Setúbal ou do Gil Vicente. Eu, pelo menos, não me recordo de o ver nas bancadas do Bonfim. Como também não me lembro de ter visto Domingos Paciência. Aliás, a crer no que se dizia na altura em que foi despedido, o então treinador do Sporting passaria mais o seu tempo livre na A1 a  fazer o trajecto Lisboa-Porto-Lisboa do que na própria Academia.

 Talvez Paulo Bento tenha sido o último “mouro" de trabalho que tivemos mas pecou por ter sido pouco exigente e demasiado conivente com a direção de Soares Franco e Bettencourt. Jardim, tendo em conta o seu historial nos clubes por onde passou, parece não ser tão flexível mas parece ser tão ou mais trabalhador do que Paulo Bento.

O que, em última análise, é bom para ele e para o clube.