18 de março de 2019

República da COFINA

Há muito tempo que o digo e a página 32 da edição de hoje do Correio da Manhã vem, mais uma vez, confirmá-lo: a COFINA é a instituição mais poderosa deste país, logo de seguida do Benfica. É mais poderosa do que o Ministério Público, PJ ou qualquer loja maçónica. Tem um poder imensurável. Se quiserem, derrubam um Governo num estalar de dedos. Ou um presidente de clube.

 Há dias assisti a uma discussão curiosa no Twitter sobre a perda de influência dos meios de comunicação tradicionais (jornais, TVs) em desfavor das novas tecnologias e redes sociais (Twitter, Facebook, Instagram). É verdade que há mais pessoas em Portugal a utilizar o Facebook do que ver televisão (na sala) ou a comprar jornais, mas o que é que essas pessoas partilham no Facebook, mesmo? Pois é, partilham notícias do CM. Ou vídeos da CMTV.





Na página 32 da edição de hoje do CM, escondido num canto, sem qualquer fotografia alusiva ao texto, vem lá escrito o seguinte:

"PEDRO TRIGUEIRA, TEXTO DE DESAGRAVO

“No dia 19 de maio de 2018, foi publicada na edição impressa e online do Jornal “Correio da Manhã”, uma notícia, acompanhada de uma fotografia de Pedro Trigueira, à data guarda-redes do Vitória de Setúbal, com o título “Guarda-redes oferece taça da liga”, com chamada de primeira página. Na referida notícia é mencionado que Pedro Trigueira terá sido subornado pelo Sporting Clube de Portugal para ajudar na Taça da Liga. Informação, essa, que foi fornecida aos jornalistas do Jornal “Correio da Manhã” por fontes que estes consideraram como fidedignas. Contudo, os factos não correspondem à verdade e o Jornal “Correio da Manhã” deseja reconhecer essa situação publicamente, pois ao contrário do referido, Pedro Trigueira nunca foi subornado nem terá combinado com o Sporting ajudar na Taça da Liga, não tendo qualquer envolvimento no Processo denominado “Cashball””




O dito "texto de desagravo" refere-se uma capa do CM de 19 Maio 2018, quatro dias após o ataque a Alcochete e onde o Sporting Clube de Portugal e a sua direção se viu alvo, diariamente, de tiros disparados indiscriminadamente por jornaleiros e oposição. Uma histeria colectiva, se bem se lembram, e que culminou na destituição de Bruno de Carvalho, umas semanas depois. Uma capa e "notícia" escrita pelo monte de merda da Tânia Laranjo e pelo lampião Henrique Machado e que foi hoje desmentida categoricamente pelo próprio CM: "os factos não correspondem à realidade (...) jogador nunca foi subornado pelo Sporting". 





A "pièce de résistance" da malvadez, da maquiavelice, da manha do CM, do verdadeiro #EstadoLampiânico em que vivemos, é a posição do "texto de desagravo" na tal página 32... Ora, onde é que o editor do jornal resolveu colocar o texto? Precisamente por cima de uma pequena caixa com apenas 70 palavras e que dá conta de um relato de um jogador de futebol que confirma, publicamente, que foi, ele sim, aliciado para perder um jogo de futebol. Isto é gozar no prato. É o cúmulo da impunidade.

A suspeita sobre um jogador comprado pelo Sporting valeu uma capa de jornal mas o testemunho, objectivo, de um jogador que afirma que foi comprado por alguém ligado ao Benfica valeu apenas um texto de 70 palavras, enfiado na página 32 do jornal. Nojo deste país, deste 'jornalismo', deste futebol.



"Cássio, ex-guarda-redes do Rio Ave, denunciou uma tentativa de aliciamento feita pelo empresário César Boaventura, no sentido de facilitar a vitória do Benfica em Vila do Conde, em abril de 2016, a troco de 250 mil euros. Jogo que os encarnados venceram por 1-0 (golo de Jiménez). A denúncia surge após um outro ex-jogador do Rio Ave, Lionn, ter feito denúncia semelhante. O empresário nega e ameaçou Cássio: “Vais pagar.”"

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