2 de agosto de 2013

Com rodinhas

Lembro-me de, nas (pré) épocas de Soares Franco, Bettencourt e Godinho, ouvir o discurso "oficial", tanto dos próprios presidentes como também dos jogadores, treinadores e papagaios (Carlos Barbosa!), em que um optimismo falso e exacerbado tentava-nos convencer e iludir-nos que, basicamente, tínhamos uma equipa do caralho e que íamos ganhar tudo. Os jogos em campo tratavam (sempre) de os desmentir.

Esta época, sinto o contrário. O discurso de BdC, Jardim e jogadores (não escrevo papagaios, porque, sinceramente, ninguém liga ao Marta Soares) não tenta iludir nem nos fazer crer que temos uma equipa do caralho. Mas estas exibições estão a desmenti-los, jogo após jogo.

É verdade, estou entusiasmado!

Sinto que estamos a caminho de ter, não uma grande equipa, mas uma verdadeira equipa. E que desde os tempos de Paulo Bento que não via isso. Sim, achava a equipa de Paulo Bento, vá lá, “suficiente mais” apenas, mas era uma verdadeira equipa. Notava-se isso em campo. E vejo isso com Jardim. É, como disse há uns dias, uma versão 2.0 da equipa de Paulo Bento, com mais qualidade e mais técnica e um pouco mais rápida.

Não percebo nada de basculações, linhas interiores, transições e essas merdas mas consigo ver que há ali uma ideia, um objectivo comum entre os jogadores. Não os vejo “perdidos” e desesperados, como me habituei a ver nos últimos tempos. E, até ver, não fico desesperado ao vê-os "perdidos"...

Uma palavra para os brasileiros recém-chegados à equipa. Muitos Sportinguistas olham para os brasileiros como árvores mas não conseguem (ou não querem…) vislumbrar a floresta. A nossa “cantera”. 


A bicicleta do papá Jardim


Ao contrário de Montero, que considero um verdadeiro reforço, os brasileiros fazem-me lembrar aquelas rodinhas que os papás metem na bicicleta do filho quando este está a aprender a pedalar. Os brasileiros são as rodinhas, preparadas para aguentar a “porrada” que aí vem quando jogarmos na Choupana, Mata Real, Barcelos, etc, e preparadas para aguentar a “porrada” que há-de vir da bancada central quando algum jogo correr menos bem em Alvalade. Ao mesmo tempo, renova-se com Betinho, Chaby, Ponde, Wilson Eduardo, Esgaio, Mica e João Mário, o que prova que a intenção da direção (do papá) é dar confiança aos putos da Academia e apetrechar a “bicicleta” para que, daqui a uns 2/3 anos, já consigam pedalar sozinhos e sem as “rodinhas” brasileiras.

Anseio pelo dia que os putos comecem a andar de mota...




Há uma regra moral nos intelectuais que habitam nas nossas tv’s, jornais e restantes meios de comunicação que dita que, jamais se poderá usar o exemplo de Hitler ou do nazismo para argumentar e usá-lo como metáfora em discussões, qualquer que seja o assunto (excepto sobre a própria 2ª Guerra Mundial e/ou o Holocausto). Ora, eu não sou intelectual, por isso vou usar aqui o nazismo para comparar a situação que vivem os adeptos do Porto.

No final da 2ª Guerra Mundial, quando os americanos libertaram os prisioneiros que ainda restavam vivos nos infames campos de concentração alemães e se depararam com o horror da morte, espelhada pelos milhares de corpos em decomposição, os aliados obrigaram as populações civis das vilas alemãs em redor dos ditos campos a visitá-los, para que vissem com os próprios olhos aquilo que se negaram ver e assumir que existia durante os anos que durou III Reich.

Quando um gajo lê os testemunhos dos pobres coitados adeptos galegos do Celta de Vigo que tiveram a triste ideia de ir ver um jogo amigável ao Dragão em plena época de veraneio, começo a pensar que os portistas são como os civis alemães do III Reich, neste caso do I Reich do Pinto da Costa. Não se ouve uma palavra de contestação, de recriminação, o mínimo apontar de dedos à selvajaria que corre pelos corredores do Dragão, nada. Tudo impávido e sereno. Aliás, tal como aconteceu após a final de hóquei e  aquele jogo do campeonato de juvenis da época passada. No pasa nada.

Quando Pinto da Costa desaparecer, que “castigo” deveriam ter os adeptos portistas? Serem obrigados a visitar o café malaguenho ou de alguns adeptos do Celta de Vigo? Serem obrigados a ouvirem as escutas do ApitoDourado,  “Laranja Mecânicastyle? Ou ouvirem uma palestra de Paulo Assunção, Co Adriaanse ou Adriano, intitulada “Lutei contra Pinto da Costa e consegui sobreviver aos Super-Dragões”?

Está para breve o “inverno russo” do Pinto da Costa… Será Yzmaylov um sinal? Perestroika!

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