13 de fevereiro de 2014

A nova árvore do Sporting

No documentário “Is the Man Who Is Tall Happy?”, Noam Chomsky, reconhecido filósofo dos nossos tempos e reputado professor de Linguística, às tantas, no meio da conversa com o autor do filme, para ilustrar melhor a sua ideia sobre diferenças entre percepção, realidade e noção de “continuidade” e merdas do tipo, utiliza um exemplo simples mas interessante:

Plantamos uma árvore, ela cresce, e a dada altura cortamos um ramo e plantamos esse mesmo ramo. Imaginemos que esse ramo cresce até se tornar numa outra árvore, idêntica à original. Imaginemos depois que cortamos e deitamos abaixo a árvore original. Ambas têm as mesmas propriedades genéticas mas sabemos que não se trata da mesma árvore, de per si.

Se chegasse alguém de fora e apenas visse a nova árvore, diria que aquela é a árvore genuína mas nós, que vimos a árvore original ser cortada, sabemos que isso não é verdade.



Olha a árvore do Godinho a ser mandada abaixo.


Qualquer alienígena que tivesse chegado a Portugal na terça-feira e visto o derby e lhe perguntassem depois do jogo, quantos Sporting’s existem, ele responderia certamente apenas “um”, o Sporting que ele viu ser atropelado na Luz. Ele não conhece nenhum outro. 

Chomsky terminou o exemplo da árvore dizendo que, quando a árvore é cortada, existe uma "continuidade abstracta" e que é apenas perceptível a quem viu a árvore ser cortada e a nova a ser plantada. Nós assistimos ao derrube da “árvore” de Godinho Lopes e plantámos o ramo do qual nasceu este novo Sporting de BdC, Jardim e William Carvalho

O Sporting de hoje (ainda) é muito mais do que os noventa minutos que durou o jogo de terça-feira, não nos esqueçamos disso.

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