Não sei bem quando foi que senti o primeiro sintoma. Se foi no empate com o Tondela, com o Vitória de Guimarães ou até mesmo em Dezembro, na derrota na Madeira. Sei é que quando perdemos com os lampiões, sabia, definitivamente, que algo estava mal e que esta época não ia terminar bem. Feeling de hipocondríaco sportinguista.
Ah, acrescentava ainda o Dr. Smith reconhecendo que isto é "uma visão romântica de morrer, mas é alcançável com amor, morfina, e uísque" - foi mais ou menos assim que eu fui suportando estas jornadas finais do campeonato.
Apesar do tom um bocado mórbido do post até agora, devo dizer que a ideia geral que quero deixar no final é bastante optimista.
Lembrei-me deste médico e da sua teoria depois de me ter lembrado de outra coisa: daquele épico final de temporada do terceiro ou quarto ano do Benfica de JJ, quando perderam título, Liga Europa e Taça de Portugal em três semanas. Aquilo foi um acidente automóvel-ferroviário-aviação, tudo junto. Um choque tremendo. O maior desastre futebolístico de um clube português, que eu me lembre.
E no entanto, mesmo após tamanho cataclismo e sem muito tempo para pensar, Luís Filipe Vieira tomou a opção menos provável de todas e a que se provou mais acertada: manteve Jorge Jesus como treinador e venceu os dois campeonatos seguintes. Chapeau para o Orelhas.
E no entanto, mesmo após tamanho cataclismo e sem muito tempo para pensar, Luís Filipe Vieira tomou a opção menos provável de todas e a que se provou mais acertada: manteve Jorge Jesus como treinador e venceu os dois campeonatos seguintes. Chapeau para o Orelhas.
Gosto do tipo no canto superior esquerdo. "Filho da puta" três vezes seguidas. :) |
Ora, se há coisa maravilhosa no futebol é que este, ao contrário da nossa mundana existência na terra, nunca acaba. Mal um campeonato "morre", nasce outro logo a seguir. O Benfica que o diga, pois depois dessa "tripla morte", é agora o actual "tricampeão" português. O futebol é mesmo do caralho... E no Sporting, malgrado esta época ter terminado da forma mais miserável possível - ser o primeiro dos últimos -, a "morte" desta época teve ao menos o condão de nos ter dado tempo para "reflectir sobre a nossa vida", "deixar últimas mensagens" e "preparar o encontro com o nosso criador ou desfrutar o esquecimento eterno". E avaliando pelas decisões tomadas imediatamente após a conclusão do campeonato, não tenho dúvidas de que este Sporting acredita na reencarnação e que, na próxima época, estaremos vivos novamente e a lutar pelo campeonato outra vez. Ah, e pró ano não há Vítor Pereira no Conselho de Arbitragem. Só posso estar optimista.
Entretanto está lá um tipo falecido, justamente por cancro.
ResponderEliminarNão alinho naquela de que na morte todos os homens são santos. Enquanto árbtiro, Paraty prejudicou o Sporting inúmeras vezes, por incúria, vontade ou incapacidade, e beneficiou muitas vezes o Benfica. Não me esqueço. Não fiz minuto de silêncio porque um homem, como diz Ortega y Gasset, é o homem e as suas circunstâncias. Do Paraty casado e pai de filhos não se pode dissociar o Paraty árbitro ladrão.