28 de maio de 2016

Fade to black

Foi hoje lançado o "hino" oficial da seleção de Portugal para o Euro 2016, em França. É uma adaptação de uma conhecida música do Pedro Abrunhosa e cantada por ele mesmo. Há duas formas de se fazer um vídeo de um "hino" de futebol: ou é sobre o futebol em si mesmo, com imagens de jogos, de jogadores, treinadores, etc, ou é sobre os adeptos e sua paixão pelo futebol (ou então, uma mistura de adeptos e jogadores). A Federação Portuguesa de Futebol escolheu os adeptos. Onze milhões de nós, tal como diz o título do vídeo "Não Somos 11, Somos 11 Milhões. #1de11milhões"



O vídeo começa num bar-café, estilo pub inglês, situado, aparentemente, em Lisboa ou arredores. No balcão, uma jovem lê o jornal enquanto bebé o café e ao seu lado, temos um típico cidadão urbano, culto, cool. Talvez sejam namorados. Assim que se ouve Fernando Santos na televisão, o barman passa-lhes dois cachecóis de Portugal e o tipo tem a ideia de de lhes dar um . Entram no bar mais um punhado de homens e mulheres, todos a rondar os 30 anos e, provavelmente, amigos do casal. Mais uns nós nos cachecóis e o namorado pega neles e sai de mota com a coleção de cachecóis ao vento. Vemos o Marquês de Pombal. Passa por uma escola e vemos crianças à janela e com o cachecol de Portugal ao pescoço. O tipo da mota dá mais uns nós em cachecóis e segue caminho. Uma ponte. A Catedral de Santa María de Ciudad Rodrigo, em Salamanca, Espanha. Vemos 3 cheerleaders, boas, equipadas "à Portugal". Espera... Em Espanha? Ok, siga. Mais cachecóis. Vemos uma aldeia, dois putos a jogar à bola na rua. Fade para uma sala de estar, um gaja (apenas) com a camisola de Portugal vestida, a olhar para o infinito através da janela do apartamento e o companheiro (marido, namorado?) na mesa da sala, à frente de um computador. De seguida, aparentemente, temos um professor de Paleontologia(?), sozinho numa sala de aulas, com o cachecol de Portugal em cima de uma mesa. Mais estradas, um comboio, uma sala de aulas da escola primária, uma jovem e bonita professora e alunos a darem nós em cachecóis. Num café, pai e filho ou irmão e irmão, dão mais um nó. No bar do início do vídeo, continuam a dar nós a cachecóis. Finalmente, percebemos. O tipo foi de mota até França ter com o selecionador Fernando Santos para lhe oferecer os tais cachecóis amarrados dos portugueses. Onze milhões de nós. Todos classe média. Todos caucasianos. A Federação da seleção de William, Éder, João Mário, Renato Sanches, Bruno Alves, Eliseu, Nani e Danilo, não encontrou nem um português preto nos 11 milhões e que coubesse no "hino" oficial da seleção de Portugal para o Euro 2016. Nem pretos nem pobres. Vergonha do caralho.














Sem mais comentários, o hino da seleção sueca.
















BÓNUS: enquanto pesquisava alguns hinos, encontrei o semi-oficial da seleção da Polónia... medo, muito medo! :D


3 comentários:

  1. Preto? Sou negro, mas nao preto. A minha raça é Negra.

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    1. Se preferes negro tudo bem.

      Pessoalmente acho o tempo o negro depreciativo. Descriminação positiva se quiseres.
      Branco preto. Claro escuro (negro).

      Mas, obviamente se a tua percepção é diferente, tens esse direito de preferir negro.

      But, don't take it from me...

      http://kilombagem.org/preto-e-cor-negro-e-raca-sera-mesmo/

      http://www.quilombhoje.com.br/afropretonegro.html

      Mas, importante independentemente da palavra preferida, o seu interessa é como ela é dita. . Intenção do falador.

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