27 de dezembro de 2016

Há um novo Leão na cidade

Ouvi hoje Pedro Madeira Rodrigues apresentar a sua candidatura à presidência do Sporting, às 19h na TVI e depois, mais tarde, numa entrevista à CMTV e admito, fiquei desiludido. Honestamente, estava à espera de muito mais. Julgava que iria ouvir ser apresentado um projecto minimamente estruturado, especificando algumas "traves-mestra" (desportivas e financeiras) pelas quais o candidato se iria reger, assim que se tornasse presidente do Sporting Clube de Portugal. Atendendo ao currículo profissional de PMR e, particularmente, o seu alegado historial blogueiro, julgava mesmo que ia ouvir muito mais do que meras constatações de diferenças de perfil entre ele próprio e BdC. Às tantas, pareceu que aquilo que o move nesta candidatura é mesmo o anti-BdC, mais do que o pró-Sporting, tal a quantidade de vezes que disse que faria o contrário daquilo que BdC actualmente faz. Pelo meio, mostrou alguma demagogia barata, como quando disse que "Bruno de Carvalho tem sido sinónimo de títulos para o nosso rival", soundbytes que costumamos ouvir vindos de bocas lampiãs... apeteceu imediatamente perguntar "E antes de BdC, costumávamos ganhar títulos, é? O sétimo lugar aconteceu em que época, mesmo?". Muito mau.

Além do evidente anti-BdC, achei o discurso demasiado oco, vazio, cheio de lugares comuns, assustou-me a sua aparente bonomia perante o nosso futebol de competição, a Liga Voucher onde o Sporting participa, a forma como desvalorizou o evidente #NacionalBenfiquismo presente na arbitragem, FPF, LPFP e media. Disse que os "Sportinguistas se queixam muito [dos árbitros]" e que temos é de "trabalhar", blá, blá, blá. Este tipo não deve ver jogos de futebol da nossa Liga e não tem mesmo noção da podridão que é o "Tugão". Se tem noção, está a ser desonesto, com intuito de atingir BdC, e isso demonstra que lhe falta uma das qualidades que definiu como essenciais para um presidente do Sporting: integridade. Um Sportinguista íntegro denuncia, sempre, as merdas que fazem ao Sporting, ainda mais um candidato a presidente.

Creio que, para ganhar as eleições novamente, basta a BdC não fazer nada e esperar (rezar...) que a bola entre. Ele já não consegue conquistar mais apoiantes do aqueles que já conquistou e, a partir daqui, já só pode perdê-los. Se eu fosse BdC, não responderia a PMR e evitaria mesmo participar em debates. Pelo menos, na SIC, CMTV, etc - na Sporting TV talvez seja "obrigatório" (moralmente) participar num debate com o(s) candidato(s).

A última pergunta do tipo da CMTV foi "Se fosse eleito presidente do Sporting, qual seria a primeira coisa que faria? O que acha urgente fazer no primeiro dia?". PMR respondeu dizendo que a primeira coisa que faria seria deixar de ir  para o banco do Sporting durante os jogos. A sério, foi isto que ele respondeu.

Neste momento, só vejo um perfil de pessoa que possa achar, honestamente, que é possível fazer melhor do que BdC: um multimilionário. Mas mesmo que um multimilionário qualquer concorresse para presidente do Sporting, votaria sempre em BdC, mais que não fosse para demonstrar gratidão. Merece um segundo mandato.



Como disse, fiquei desiludido com este candidato e, como se costuma dizer, não há segundas oportunidades para causar boas primeiras impressões...

17 de dezembro de 2016

O vídeo-árbitro nos jornais

O vídeo-árbitro está ser testado no Mundial de Clubes, a decorrer no Japão. Foram notícia os dois lances "polémicos" em que o VA foi utilizado. Desde aí, começou uma avalanche de opinião sobre o (futuro do) VA. Não estou por dentro do assunto "tecnicamente" mas tentei - e tento - estar atento ao aspecto "político" da coisa...

Basicamente, o grande impulsionador "político" do VA tem sido o actual presidente da FIFA, o suíço-italiano Gianni Infantini. Na vertente técnica, estão dois ex-árbitros, os reputados David Elleray, no âmbito do International Football Association Board e Massimo Bussaca, chefe dos árbitros da FIFA e que está no Japão a coordenar o VA. Infantini e Bussaca são suíços no papel mas quase italianos na prática. Há uns tempos li um livro sobre a história do futebol em Itália e percebi a importância da "moviola" na sociedade "futebolística" de Itália. A "moviola", basicamente, são as repetições de lances polémicos de jogos de futebol e que eram discutidos no domingo à noite na tv, a seguir a mais uma jornada. A "moviola" é uma instituição em Itália. Jogadores, treinadores e jornalistas "respeitam" as repetições, o vídeo e debatem os lances polémicos até à exaustão. "Prolongamento"? CMTV? "Dia Seguinte?" Já há disso em Itália há décadas. 

Os italianos, em geral, e também devido aos constantes casos de corrupção de árbitros e jogadores, são pró-VA. Querem, genuinamente, melhorar a arbitragem. Já têm árbitros de baliza desde há duas épocas, creio. O "vídeo-golo" foi introduzido esta época. Julgava que Collina, o famoso ex-árbitro e actual chefe dos árbitros da UEFA também era pró-VA mas, pelos vistos, não é. Daí que não surpreenda as palavras do actual presidente da UEFA, o esloveno Aleksander Ceferin, que disse ontem "Não estamos a pensar utilizar o VA nos próximos tempos".


UEFA anti-VA?

Li alguns jornais nestes últimos dois dias para tentar perceber qual o "ambiente" em torno do VA... eis alguns exemplos.


Em Espanha, as opiniões, desde ex-árbitros, passando por diretores de jornal e jornalistas, vão desde a desconfiança ao optimismo, mas não apanhei um jornalista que não creia que o não VA venha para ficar (seja limitando-se ao "vídeo-golo" ou abrangendo outras acções "subjectivas" dentro do campo, como penalties ou foras de jogo).

No Mundo Deportivo, de Barcelona, a opinião geral é "positiva".


Este diz que "a injustiça faz parte do futebol". Anti-VA 

"Os árbitros devem ter apoio logístico" - Pró-VA

"Como se pode duvidar de uma ferramenta que fará do futebol um desporto mais justo?" Pró-VA



Diretor adjunto do Mundo Deportivo, Miguel Rico "Trata-se de ajudar o árbitro. (...) cremos que o remédio é melhor do que a doença." "Pró-VA




Nos jornais de Madrid, há mais divisões. Desde o conservadorismo do director do AS, Alfredo Relaño, passando pelos ex-árbitros Rafa Guerrero, colaborador da MARCA e Iturralde Gonzaléz do AS, até ao pragmatismo do sub-diretor da Marca, colocam-se dúvidas sobre o VA, são até contra o VA mas todos crêem que é uma inevitabilidade.

Alfredo Relaño, diretor do AS, aprecia o VA mas quer esperar para ver. Pró-VA

Iturralde González, infame ex-árbitro espanhol e cronista do AS, é contra o VA - nota-se - mas sabe que é uma inevitabilidade. Não percebe porque foi testado numa competição importante como é o Mundial de Clubes. Pró-VA?

Rafa Guerrero, ex-árbitro e colunista da MARCA, gosta de tecnologia mas na arbitragem, não. Diz que "tem de se avançar [com a tecnologia]" mas "dando passos mais curtos e firmes". É contra mas não é. Anti-Pró-VA?
Carlos Carpio, sub-diretor da MARCA é a favor do VA "Perguntem à Irlanda sobre o assunto. Ficaram de fora do Mundial de 2010 por uma clamorosa mão de Henry." Pró-VA










Em Itália, como escrevi anteriormente, os jornalistas locais são claramente pró-VA. Na Gazzetta dello Sport, de Milão, não há dúvidas. E até lançam "farpas" a quem não quer o VA, neste caso, o Real Madrid, que, após o jogo de ontem, viu os seus jogadores (Modric e Benzema, principalmente) e treinador (Zidane) lançarem várias críticas ao modo de funcionamento do VA.


O ex-árbitro Mauro Bergonzi, critica alguns aspectos técnicos do VA mas é a favor da sua implementação. Pró-VA

"O futuro está já aqui. E é um futuro positivo: porque o penalty assinalado (...) é a prova provada de como a 'moviola' pode dar uma grande ajuda aos árbitros.", Francesco Ceniti, jornalista. Pró-VA


Pró-VA

O texto do jornalista da Gazzetta dello Sport, Luigi Garlando, é tão interessante que me dei ao trabalho de o traduzir (com imperfeições, pois não domino o italiano):



"O Real Madrid contra o VA: É sinal de que os grandes o temem

Um golo de Cristiano Ronaldo contra o Club America na meia final do Campeonato Mundial de Clubes foi validado pelo árbitro, em seguida, cancelado a partir do campo através da 'moviola' e em seguida revalidado pelo VA. O que, claro, colocou sob os holofotes da polémica algo que ainda nem sequer tinha nascido. Funciona mesmo? É realmente o dissipador de dúvida que o futebol há tanto tempo esperava? Podemos responder qualquer coisa. Aqui fazemos uma simples pergunta: por que o clube politicamente mais forte do mundo, que não foi prejudicado neste caso, lançou-se tão ferozmente contra os defeitos do VA? Bradaram Zidane (que desde 2006 tem contas a fazer com a 'moviola') e o pequeno Modric. Sem querer ser preconceituoso. Mas devia-se considerar mais um sistema de justiça que retira, o mais possível, a arbitrariedade de um individuo e que, ancorado na objectividade científica de uma imagem, protege sobretudo os mais débeis. Há uma vasta compilação de erros arbitrais, naturalmente inconscientes, que, pese embora o exagero, protegeram os grandes clubes e as grandes equipas. Com o advento do VA, é muito mais provável que começaremos a ver mais os Osasunas do mundo do que os Real Madrids do mundo. Tenhamos cuidado. O primeiro voo dos irmãos Wright durou apenas uns segundos mas hoje mais ninguém viaja no transatlântico para ir à América. Denunciemos os defeitos da 'moviola', sugiramos correções, mas dêmos-lhe tempo para experimentar e melhorar. Ter paciência é um dever, talvez mesmo um contributo para a democracia do futebol e uma justiça igual para todos."


No Tuttosport, não encontrei (ainda) muita opinião, excepto a tal informação de que o Collina não é adepto de que o árbitro de campo tenha um "árbitro étereo" a soprar-lhe no ouvido e a natural desconfiança do jornalista de Turim, Stefano Salandin, em relação ao VA...

"Em suma, é preciso cautela e diálogo senão, o futebol, em vez de unir e divertir, corre o risco de dividir" ANTI-VA?







Em França, o vídeo-árbitro ainda não "existe". Não encontrei opiniões, nem pró nem contra o VA no L'Équipe, por exemplo. Não pesquisei muito nos jornais e sites ingleses mas é de conhecimento geral que os ingleses apreciam as novas tecnologias - afinal, foram eles os grandes impulsionadores do "vídeo-golo", que já utilizam na Premier League - e este exemplo que apanhei hoje no jornal I é prova disso.


"A FIFA acertou com o vídeo-árbitro", Martin Lipton, jornalista do The Sun - pró-VA









Em Portugal, n'A BOLA ainda ninguém ainda se pronunciou a "sério" o VA, excepto Duarte Gomes. Um dos jornalistas "séniores", João Bonzinho, teve o seguinte a dizer sobre o VA:


"É incrível, não é?!" Anti-Pró-VA?



Duarte Gomes, ex-árbitro e colaborador d'A BOLA, é pró-VA








No O JOGO, o diretor José Manuel Ribeiro, é a favor do VA e Anti-BdC.


Pró-VA e Anti-BdC








Recapitulando, em Espanha e Itália, maioritariamente, a opinião é pró-vídeo-árbitro, tal como Portugal (Duarte Gomes, diretor do O JOGO...) e Inglaterra. Existem opiniões anti-VA mas nenhuma diz que ele, o vídeo-árbitro, não se acabará por impor no futebol mundial. E no Record? Sem mais comentários, Nuno Farinha, vice-diretor do jornal da COFINA.


:D





P.S. Sobre o vídeo-árbitro: quando se começou a falar disso, eu era contra. Tinha uma visão romântica da coisa (como Platini...) e, num mundo ideal, seria sempre contra o VA. Porém, nos últimos anos mudei de opinião. Acredito que o VA pode ter lugar no futebol, mediante regras e condições específicas, e que pode ajudar a melhorar as arbitragens. Agora, se até há bem pouco tempo, acreditava que o VA seria uma inevitabilidade, temo que quem mais manda no jogo - os clubes e os jogadores/treinadores - se virem contra o VA e esta experiência tenha um final desagradável. Os sinais estão aí, a começar pelo facto de a FIFA ter escolhido uma competição de visibilidade mundial para testar um sistema completamente novo e onde, probabilisticamente falando, iriam acontecer, de certeza, erros embaraçosos. O ex-árbitro espanhol Iturralde González diz que não percebe como testam o VA numa competição oficial. Seria tão absurdo como se a Ferrari testasse pneus novos num Grande Prémio, conclui. É, realmente, absurdo. 

Pior, só quando decidiram apresentar ao público o novo "Robocop", Cain, na parte final do "Robocop 2". :P






15 de dezembro de 2016

Meet @CantonasChip, sócia e adepta britânica do Sporting Clube de Portugal!

A @CantonasChip é uma jovem e simpática adepta britânica do Man Utd e do Sporting e já a sigo no Twitter há já algum tempo. Fico sempre fascinado quando vejo tanta devoção ao Sporting vinda de pessoas de outros países. Tinha de lhe fazer algumas perguntas sobre si, Sporting e futebol! Felizmente, ela aceitou respondê-las.




O perfil da @CantonasChip no Twitter. Portuguese, much? :)




Com Quem Joga o Sporting? - Primeiro, o teu “handle” no Twitter, “CantonasChip”… isso é algum tipo de homenagem a um certo golo que o Cantona marcou ao Sunderland, em 1996? :P







@CantonasChip – Haha, sim, é. Quando criei a minha conta no Twitter, o meu “handle” original era “WelbeckChip”, em referência ao golo de “chapéu” (= chip) que o Danny Welbeck marcou ao Swansea em 2013. E, obviamente, quando ele saiu para o Arsenal e contratámos o Angel Di Maria, que ele próprio fez um golo de “chapéu” contra o Leicester em 2013, mudei-o para “DiMariasChip”. Ambos os jogadores que tinha como o meu “handle” no Twitter saíram, por isso pensei num jogador que não me pudesse desapontar, e lembrei-me de “CantonasChip”. No entanto, é um dos melhores golos jamais marcados na Premier League e não serão marcados muitos melhores do que este.




CQJS? – Nos últimos meses, descobrimos que o Cantona vive em Lisboa, viu alguns jogos do Sporting em Alvalade com o seu filho e até se tornou no sócio 150.000 do clube. Acredito que isto tenha sido uma emoção e uma coincidência dos diabos, não?

CC – Saber que o Cantona tinha-se tornado sócio causou-me uma sensação especial, ainda mais porque é o sócio 150.000, torna-se ainda mais especial. Além disso, saber que um ex-jogador como ele aprecia o Sporting e que é um clube que pelo qual tem carinho, é fantástico. É excelente tê-lo como sócio e fazer parte deste clube maravilhoso.




CQJS? – Como começou o teu amor – podemos chamar-lhe assim? – pelo Sporting? Acredito que o Cristiano Ronaldo ou o Nani tenham tido alguma coisa a ver com isso…

CC – Eu adoro muito o Sporting. É um clube que irá ter um lugar muito especial no meu coração para sempre. Claro que Ronaldo e o Nani tiveram muito a ver com isso, mas creio que o Figo também, já que ele é o meu jogador favorito de sempre. Parece que tenho um fraquinho maior por jogadores portugueses e portanto, é sempre bom ir saber qual o clube onde eles cresceram. Esses três jogadores, além de muitos outros, são produtos da nossa Academia mundialmente famosa e que continua a produzir jogadores fantásticos. Acho que o jogo do United contra o Sporting no jogo de inauguração do estádio Alvalade em 2003 teve um grande papel no meu amor pelo Sporting, criou uma ligação entre nós e, claro, Ronaldo é um jogador que tanto os Sportinguistas como os adeptos do United sempre adorarão. Claro que era bastante nova quando o Ronaldo veio para o United, mas era óbvio que o clube do qual o tínhamos contratado era especial e à medida que cresci, comecei a criar uma ainda maior afeição ao Sporting, que ainda continua a crescer e vejo o Sporting sempre que posso.




CQJS? – Como é que alimentas esse amor pelo Sporting? Começaste a seguir sites portugueses de notícias, notícias do Sporting durante a semana ou apenas vais saber os resultados do jogo ao fim de semana?

CC- Costumo consultar os resultados se não consigo ver o jogo ou encontrar um stream e claro, sigo os jogos pelo Twitter, por isso sei quando marcamos golo. Gosto de me manter informar com o que se passa no clube e tenho sorte em seguir pessoas no Twitter que me mantém informada regularmente sobre o que se passa no clube. E claro, consulto sites portugueses para ver se há algo que não tenha lido nas redes sociais.




CQJS? – Olhando para o teu perfil no Twitter, é óbvio o teu “vício Português”. Começaste a gostar de Portugal depois de gostares do Sporting ou foi ao contrário?

CC- O amor por Portugal veio depois. São como a minha equipa nacional adoptiva, portanto sigo cada jogo com muito muita atenção e orgulho. Algumas pessoas julgam mesmo que sou Portuguesa por falar tanto sobre a “Seleção” e por tweetar frequentemente em Português. Mas tenho de dizer que, com o tempo, o meu Português tem vindo a melhorar.




CQJS? – Já agora, como é que celebraste o título europeu de Portugal? :)

CC- Fiquei muito feliz. Durante muito tempo, Portugal tinha chegado perto, mas esteve longe de ganhar títulos, e eu sempre disse que em algum momento desta era moderna nós iríamos ver Portugal ganhar um título importante. Especialmente, dado o quanto gosto de Ronaldo e Nani, eu queria mesmo que eles ganhassem o Europeu. Senti que, como equipa, a “Seleção” parecia ter muita mais fé com Fernando Santos do que com Paulo Bento. Competitivamente falando, o trajecto de Fernando Santos à frente dos destinos de Portugal tem sido fenomenal. Tinha um grande “feeling” que este iria ser o ano de Portugal e quando o Éder marcou celebrei loucamente. Infelizmente, ia trabalhar no dia seguinte portanto não pude celebrar tanto como queria. Com o golo de Éder ganhou 28 libras numa aposta e assim ainda fiquei mais feliz.

Uma coisa que quero dizer é “Parabéns à Seleção” pelo feito. Oxalá isto tenha sido apenas o começo, especialmente para a nova geração de jogadores que estão a aparecer e os quais tenho a certeza de que também ganharão um título.




CQJS? – Também és adepta do Man Utd. Como tudo começou? Influência familiar?

CC- Sim, o meu avô era adepto do United e à medida que fui crescendo, asseguraram-se de que também seria mais uma adepta. Vi todos os jogos com ele, deu-me a minha primeira camisola do United. Ele instilou o United na minha vida, garantiu que tinha amor pelo clube e assim tenho continuado desde que ele partiu, em 2011.




CQJS? – Tens muitas saudades de Alex Ferguson? E irá Mourinho ter sucesso em Manchester?

CC – 100% de saudades de Sir Alex, ele é, na minha opinião, o melhor treinador de sempre. As três primeiras temporadas após a sua retirada foram muito duras para nós e tivemos muitas dificuldades para manter o nível ao qual estávamos habituados desde há anos. Contudo, com Mourinho como treinador, creio que vamos passar este obstáculo e tornar-nos-emos dominantes novamente. Tenho bastante fé no José em que ele nos guie até à glória muitas vezes e que voltemos a ser aquilo que eramos com Sir Alex.




CQJS? – A tua família e amigos sabem da tua devoção fanática ao Sporting? Quem dizem eles sobre isso?

CC – Toda a minha família está ao corrente do meu amor pelo Sporting. Eles sabem que sempre que tenho possibilidade, falarei sobre o Sporting e irei ver o Sporting jogar. Não dizem muito porque sabem o quanto gosto de futebol.




CQJS? – Qual a tua reação quando ouves alguém dizer “Sporting Lisbon” em vez de Sporting Clube de Portugal?  Bem sei que é mais comum ouvi-lo em Inglaterra mas ficas irritada com isso ou nem sequer pensas em tal?

CC – Fico realmente aborrecida quando ouço isso – não é o nome correcto do clube. Dizer simplesmente “Sporting” seria aceitável. Apesar de em Inglaterra ser bastante comum dizer-se “Sporting Lisbon” creio que tal se deve ao facto das pessoas não conhecerem muito bem o futebol português em geral.




CQJS? – Creio que li em alguns tweets teus a dizer que virias ou já tinhas estado em Lisboa para ver um jogo do Sporting em Alvalade… Já viste algum jogo do Sporting ao vivo? Se sim, conta como foi. Quão fantástico foi? :)

CC – Irei a Lisboa em maio de 2017 durante uma semana, mesmo a tempo para o último jogo da Liga contra o Chaves e espero ir assisti-lo ao vivo. Nunca vi um jogo do Sporting ao vivo, portanto o jogo com o Chaves será o meu primeiro em Alvalade. Estou bastante ansiosa para ir ao jogo e passar uma semana na minha cidade favorita.




CQJS? – Também me lembro de teres dito que eras sócia do Sporting! Quando e como decidiste “Vou-me tornar sócia do Sporting”?

CC – Bem, já tinha vindo a pensar nisso há algum tempo e não sei porque demorei tanto tanto a fazê-lo. Tornei-me sócia em agosto de 2016 e é um privilégio fazer parte do clube. Ter algum tipo de ligação ao clube que amo faz-me sentir orgulhosa.




CQJS?  - Sobre o Sporting… no fim de semana passado, perdemos 2-1 contra o Benfica. Viste o jogo? Que achaste?

CC – Infelizmente, não tive oportunidade de ver o jogo, pois ando a trabalhar bastante mas gravei-o e espero ir vê-lo em breve. Mas a julgar pelos tweets que vi, parece que mais uma vez o trabalho dos árbitros deixou algo a desejar e que fomos negados de uma grande penalidade após Pizzi ter tocado a bola com a mão. Para ser honesta, já não fico surpreendida com os árbitros em Portugal pois parecem sempre tomar decisões prejudiciais ao Sporting em bastantes jogos. Seria bastante vergonhoso se os erros dos árbitros nos impedissem de sermos campeões.




CQJS? – Sabes pronunciar “lampiões”? :D E sabes algum dos cânticos do Sporting? Tens algum favorito?

CC – Haha, claro que sei. E os cânticos que temos são soberbos. A atmosfera criada na Curva Sul é fantástica. Os ultras não param de cantar durante todo o jogo. São tão barulhentos. Costumo dizer muitas vezes que os adeptos do Sporting são os melhores do mundo. É difícil dizer que tenho um cântico favorito já que gosto de todos eles. Mas se tivesse de escolher, diria que o “Só Eu Sei” e “E o Sporting vai Jogar” são os meus favoritos.




CQJS? – Old Trafford ou Alvalade? :P

CC – Haha, tenho de dizer Alvalade. Ambos os estádios são lindos à sua maneira.




CQJS? – Qual o teu jogador favorito do Sporting?

CC – Actualmente, o Gelson é meu jogador favorito. Era o João Mário mas, infelizmente, ele saiu para o Inter. Penso que é um jovem jogador espantoso e mais uma pérola vinda de Alcochete. Ele tem sido um dos nossos melhores jogadores desde que se estreou na época passada e tem vindo a tornar-se um dos nossos jogadores mais importantes.




CQJS? – Bem, estamos fora da Europa, a 5 pontos do Benfica… que achas? Ainda conseguiremos? Vamos ser campeões?

CC – Ainda creio que há uma grande possibilidade de sermos campeões. O Benfica não é assim tão forte como os 5 pontos de diferença sugerem. Tem sido mais o Sporting que tem cometido erros noutros jogos e perdido pontos em que jogos que deveríamos ter ganho. Também acho que beneficiaremos de não jogarmos na Europa, manterá os nossos jogadores frescos sem jogos a meio da semana e colocará o nosso foco no campeonato. Há muito tempo que não somos campeões e temos um bom grupo de jogadores e o melhor treinador em Portugal, portanto somos mais do que capazes de ganhar e sermos campeões.




CQJS? – Como o irás celebrar? :D

CC – Se fôssemos campeões nem sei bem como iria reagir, creio que seria um momento bastante emocional tendo em conta há quanto tempo ambicionamos este título. Mas claro que iria celebrar com todos os Sportinguistas em Lisboa, no Marquês, imagino. Seria algo memorável e para ser lembrado durante muito, muito tempo.



~




Bem, é tudo, acho eu. Estou a pensar que, provavelmente, esqueci-me de fazer AQUELA pergunta que queria mesmo fazer mas acho que, no geral, está tudo. Quero apenas agradecer à @CantonasChip e que vemo-nos no Twitter. Obrigado, mais uma vez e Força Sporting! :)

12 de dezembro de 2016

'ganas'

Num texto escrito no The Guardian há uns dias, a propósito da crescente média de golos marcados em jogos da Premier League desde há anos, Jonathan Wilson falou, mais uma vez, sobre o "novo" futebol que se está a espalhar pela por essa Europa fora. "Pressing, high lines, percussive, vertical footbal are in vogue, from Dortmund to Liverpool, from Sevilla to Hoffenheim."

"Pressão, linhas altas e futebol vertical". E ainda acrescentou que "defender à moda antiga deixou de estar na moda". O Sporting, com JJ, joga à "moda antiga" e é delicioso de se ver. Bola nos pés, jogo controlado, tabelinhas, até chegar à grande área e... centrar para o Bas Dost. Quando funciona, é perfeito, tão perfeito como um relógio suíço. O problema é que há jogos em que o adversário está a jogar o tal futebol de 2016: pressão, linhas altas e futebol vertical e o Sporting não tem pedalada para isso. Na Europa, então, é por demais evidente. Apesar do Benfica se ter remetido à defesa após o 2º golo, a verdade é que jogam um futebol mais parecido com aquele que Jonathan Wilson referia: mais vertical, mais pressão, mais remates...

 Há dias em que jogar "perfeito" não chega. Há jogos em que a vitória tem de ser "inventada". Contrariar o destino. Lembro-me de jogos do melhor Mourinho (mais no Inter, mas também no Real e Chelsea) que, a meio do jogo, pareciam perdidos. E conseguiu-os vencer, não graças à qualidade em si mesmo (dos jogadores) mas à vontade (de Mourinho e dos jogadores). Ganharam porque quiseram ganhar, não porque estavam a jogar melhor.


No Sporting de JJ, na maior parte das vezes, ganhamos porque jogamos melhor, porque somos melhores do que o adversário. Mas costumamos perder - jogos e pontos - porque o adversário "quis" mais do que nós. Desde Sá Pinto, que não vejo ninguém que sinta a camisola listada como ela deve ser sempre sentida. Fico sempre com a sensação de que os jogadores do Sporting, principalmente os que sabem o que é o Sporting, podiam ter dado mais, aquele "extra", aquelas 'ganas' de quererem mais do que os outros... Os outros "comem a relva", atiram-se para o chão, fingem lesões, pressionam o árbitro; tudo e mais alguma coisa para ganhar. Os nossos jogam bom futebol. Pois bem, isso às vezes não chega.

Neste fim de semana, o Real Madrid ganhou nos últimos 10 minutos da partida, um jogo que estava perdido. Lembro-me que mandei um tweet a dizer algo do tipo "Ganharam graças à vontade de ganhar". É uma maravilha ver as 'ganas' com que todos os jogadores do Real Madrid se lançaram à procura da vitória, sem terem "vergonha" de se mandarem para o chão a pedir penalties ou  "medo" de empurrar adversários... Aquele sururu antes do 3º golo, junto do guarda-redes contrário é importante, porque pressiona o adversário, influencia o destino, contraria-o. Às vezes, tem de se ganhar "feio". Como o Benfica costuma fazer contra o Sporting.







É por isso que fiquei mais fodido com o banana do William (e outros, excepto o Coates) não ter levantado a merda dos braços a reclamar penalty do que com o árbitro por não ter o ter marcado. O Porto dos anos 90/00, além da "fruta" e bons jogadores, tinha aquela coisa de "comer a relva" e que era o tal "plus", aqueles centímentros ou segundos "extra" que os jogadores do Porto davam à equipa, naquela obsessão de ganhar. Ganhar. Ganhar. E que este Benfica dos anos 2010's começa a ter... O Sporting, que eu me lembre, nunca teve.




Só o Coates é que se lembrou de protestar... 




P.S. Sobre a arbitragem de Jorge Sousa... qual é o espanto?

10 de dezembro de 2016

Vouchers

O Sporting nunca perderá nada com a cena dos vouchers. Os vouchers é como se alguém encontrasse uma raspadinha na caixa do correio. Se raspar e encontrar prémio: duplo jackpot. Não gastou nada e ainda ganha prémio. O sonho improvável de qualquer um. A notícia de arquivamento da UEFA/LPFP/FPF da cena dos vouchers é(ra) o desfecho mais provável. Uma raspadinha sem prémio. Mas a emoção, a excitação durante aqueles segundos enquanto se raspa... nunca serão "arquivados".



Raspadinha verde... vou comprar uma destas!




A denúncia pública dos vouchers será sempre uma "vitória" para o Sporting, quanto mais não seja porque, de certeza, terá colocado os árbitros num estado de alerta, com todos os holofotes dos media apontados à classe, reduzindo a probabilidade de haver erros "grosseiros" nos jogos envolvendo Sporting e Benfica. Não tenho problemas em afirmar que a época passada, comparando com outras anteriores, até não foi muito problemática para as cores do Sporting, no que à arbitragem diz respeito.  Sim, continuamos a levar amarelos à primeira ou segunda falta cometida ou golos anulados/concedidos devido a "faltas" mínimas mas aqueles erros "grosseiros", tipo vermelhos aos cinco minutos de jogo ou penalties por mão na bola, enquanto o jogador está no chão, têm diminuído. E sim, é verdade que os lampiões não têm um erro "grosseiro" contra eles desde o golo em fora de jogo do Maicon (em 2012!!) mas também não podemos pedir tudo de uma vez, não é verdade?


Agora, podia ter sido tão melhor ... Antes de se vir a público denunciar a cena dos vouchers, tinha-se de ir à UEFA, FIFA, FPF, LFPF, etc, e enviar uma série de perguntas - sem nunca mencionar os vouchers! - tipo, "Qual o limite monetário de ofertas a árbitros?" ou "Vouchers de refeições em restaurantes, sem limite de preço, estão incluídos nas ofertas de carácter simbólico?". Ir ter com o Collina (a Sporting TV, por ex), e fazer uma entrevista "generalista" (sobre o vídeo-árbitro, novas regras, wtv) e no meio, lançar, inocentemente, a pergunta "E refeições em restaurantes para árbitros? Acha bem um clube oferecê-las?". Tanta coisa que se podia - e devia - ter feito, ANTES de BdC vir lançar a bomba...

Agora é tarde demais e depois desta notícia da UEFA ter arquivado o caso, a FPF, LPFP e PJ encontraram o alibi perfeito para também o arquivarem. Era o que eu esperava, na pior das hipóteses. Na melhor, uma multazinha qualquer mas nunca um castigo desportivo.

De referir, finalmente, que só hoje é que as televisões acharam espaço para falar sobre o caso dos vouchers nos seus jornais (a fazer lembrar a maior parte dos jornais espanhóis que só falam no #FootballLeaks quando mencionam os comunicados da Gestifute) e que, mais uma vez, a comunicação do Sporting vai a reboque de alguém. Aparentemente, esta decisão da UEFA já era conhecida (por Sporting e Benfica) desde há duas semanas mas ninguém se tinha pronunciado até que... ontem, ante-véspera do derby, o Benfica terá vazado a info para as redações do Correio da Manhã e C.ia, culminando no seu twitter oficial, com a rejubilação de uma vitória (ou "não-derrota"), dois dias antes do derby.




É confrangedor ver Nuno Saraiva, no telejornal do Sporting, a tentar rebater a info que o Benfica tinha passado para as redações dos jornais, três horas antes... tal como foi confrangedor ver Nuno Saraiva, em pleno auditório Artur Agostinho, em Alvalade, rebater as acusações de um diretor qualquer do Arouca (!), precisamente pronunciadas no mesmo local (!), minutos antes...

O Sporting que aprendi a conhecer, ataca sempre primeiro, não defende. Os outros é que se defendem.