"O futebol é o primeiro tema de conversa no mundo. Tem uma coisa interessante: aquele que ganha não tem de ser necessariamente aquele que era o favorito. Eis a razão porque o futebol se enraízou de forma tão forte nos sectores mais populares da sociedade. Para mim, o adepto é insubstítuivel, ele transmite mensagens emotivas muito fortes. A vitória ou a derrota deixam uma marca emocional nele. Na segunda feira, o adepto tem sinais daquilo que aconteceu no domingo. Conheci um basco no México que estava exilado. O exílio distancia-te das tuas raízes e é deveras doloroso, e portanto ele era um especialista do sofrimento. Um dia, perguntei-lhe o que era mais importante para um homem, ele respondeu-me "amar sem condições". Cá está, o adepto é assim: ele ama em troca de nada. Li uma frase em Sevilha que tive dificuldades de perceber ao início: Amo-te mesmo que ganhes. É como recusar a recompensa (a vitória) para aumentar a ligação afetiva. É dizer que a vitória não interessa, eu amo-te em troca de nada. A indústria do futebol moderno esqueceu-se do adepto. As verbas transacionadas hoje em dia deviam fazer corar-nos de vergonha. A solução? A emoção. Aquela que sente o adepto. Tentarei sempre suscitar emoções fortes nos meus jogadores. Porque se os jogadores têm a responsabilidade de emocionar outros, então eles próprios terão de experimentar sensações fortes. É um paradoxo, mas é assim: para serem óptimos profissionais têm de de viver com o espírito de amadores, têm de saber emocionar-se outra vez."
Marcelo Bielsa, hoje, no suplemento "Extratime", da Gazzetta dello Sport
Dá para afixar isto lá no balneário de Alvalade...???!!!
ResponderEliminarSAUDAÇÕES LEONINAS