Ver um jogo do Sporting é uma experiência muito física, intensa, visceral - além de uma experiência completamente e, naturalmente, emocional, quase religiosa. O estádio é o templo, o jogo é a missa e os jogadores, os profetas. Para mim, pessoalmente, ver um jogo do Sporting é um suplício. Uma descida aos infernos. Quando me sento para ver um jogo do Sporting, o primeiro pensamento vai para o objetivo daquela experiência: a vitória, aquele extâse final de felicidade suprema, o sentimento de dever cumprido, a noção de uma semana descansada. Passar quase a totalidade dos 90 minutos nervoso, transtornado, irrequieto e a vociferar contra tudo e todos é, no entanto, a experiência normal de um adepto do Sporting. É, pelo menos, a minha. Comparo-a com uma
bad trip, quando tomamos algo cujo propósito é ajudar-nos a atingir o
nirvana, aqueles minutos de felicidade estúpida em estado puro e que, quando corre mal, se transforma no completo oposto, num inferno. E quando temos as autoridades atrás de nós quando estamos a ter uma experiência com drogas, aí então, acaba-se a felicidade. Foi o que estava a sentir hoje quando vi aquele golo anulado ao Doumbia pelo vídeo-árbitro. Já não bastava estar-me a sentir mal pelo jogo em si (apesar de termos entrado bem, a eficácia junto à baliza põe-me doido), tinha de vir um "polícia" ajudar à festa e tornar a viagem numa descida aos infernos da
#LigaMickeyMouse portuguesa. Por um ou dois momentos, após mais uma defesa do guarda redes do Feirense ("pronto, já engatou"), julguei mesmo que estava tudo perdido e que o golo, em contra-ataque, dos gajos não tardaria para sentenciar o jogo e a nossa posição na tabela. Felizmente, William viu a luz ao fundo do túnel, ie, conseguiu meter a bola na baliza, e tudo foi diferente... Aqueles segundos depois do segundo golo, a natural confirmação da vitória, são magníficos,
nirvana puro. A razão porque aceitamos sofrer tanto.
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bliss |
👌🇦🇺🇵🇹💚⚽️🏆Sempre!
ResponderEliminarSomos 2. É duro ser do Sporting. Mas somos e sempre seremos.
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