9 de setembro de 2015

E é isto.

Não foi há muito tempo - raios, nem há um mês foi! - que assistimos a mais uma mini-polémica no futebol português. Coincidência, certamente, ocorreu durante um jogo do Sporting.

Os fotojornalistas destacados para o Tondela-Sporting, disputado no estádio de Aveiro, resolveram fazer um boicote aos coletes que a Liga lhes distribui antes dos jogos. Porquê? Porque parece que continham publicidade a um qualquer parceiro/marca patrocinadora da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e que isso violaria o "Código Deontológico e o Estatuto do Jornalista". Não usamos, não usamos e não usamos e pronto, parece que não usaram mesmo os coletes ou, os que usaram, taparam com fita adesiva a tal publicidade. Depois veio o Sindicato dos Jornalistas, reuniões com a (nova) Liga liderada por Pedro Proença e parece que ficou tudo resolvido. Não há coletes (com publicidade) para ninguém.





As equipas de jornalistas, no estádio da Luz, equipados integralmente pela Adidas.


Oito de setembro de 2015, ou seja, ontem. A marca que equipa o Benfica, a Adidas, resolveu fazer no estádio da Luz uma ação de marketing e publicidade ou, como lhe chama o jornal A Bola e o jornal Record, uma "iniciativa", e que consistiu em que dois jogadores do Benfica, Jonas e Jardel, assumissem o papel de treinadores adversários num jogo entre duas equipas de... jornalistas. Não meros fotojornalistas mas jornalistas a sério: Gonçalo Guimarães e Nuno Paralvas, dois dos editores da secção "Benfica" no jornal A Bola; Miguel Belo (creio) e Nuno Farinha, as mesmas funções mas no jornal Record; uns quantos jornalistas de televisão conhecidos do grande público mas cujo nome agora não me lembro e mais alguns, certamente de outros meios de comunicação (MaisFutebol, Sapo Desporto, O Jogo, etc).


Tudo equipado à Benfi... perdão, à Adidas. Até as caneleiras.




Notícia da "iniciativa" da Adidas, no Record de hoje.



Esta parte final do texto seria onde eu escreveria a minha opinião sobre estes dois factos distintos em profissionais da mesma classe e o que tudo isto implica na dinâmica entre o jornalismo e clubes mas não o vou fazer. Não me apetece.


9 comentários:

  1. muito bem apanhado. Assim se apanham os contorcionismos do futebolzinho Português

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  2. Uma corja será sempre uma corja.
    Acho que houve luta da grossa porque todos queriam equipar de vermelho. No entanto, a Adidas arranjou uma solução conciliadora, fazendo 2 equipamentos à imagem de 2 "irmãos", Eusébio e António Simões, o que foi uma bonita homenagem.

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  3. Toda a narrativa é comovente:

    http://desporto.sapo.pt/futebol/artigo/2015/09/09/a-luz-que-ilumina-os-sonhos

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  4. Por acaso, acho as situações completamente distintas.

    Uma, no jogo do SCP, estavam oficialmente eles (e a representar "a classe ", logo a responsabilidade é outra ).
    A imagem iniciativa da Adidas é umas minis e uns tremoços depois dum treino.
    Não são comparáveis.


    Há, obviamente, na atitude dos jornalistas uma filhaputice mas não deixa de ser que, para mim, moralmente, assiste-lhes razão na situação do Tondela -SCP é que são situações completamente diferentes...

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Acho que o Lourenço explicou as diferenças.

    Eu também acho que no primeiro caso houve excesso de zelo.

    Mas também não sei, até que ponto existe diferença entre vestir uma marca, e ter publicidade numa camisola, ou colete, por exemplo a uma NOS. Digo isto porque, independentemente de ser uma iniciativa organizada pela adidas, eles iriam usar roupas desportivas, logo, caso não usassem aqueles equipamentos, iriam usar outros com outras marcas.

    Uma coisa é publicitar uma marca, outra diferente é vestir uma marca. Em ambos os casos acabas por fazer publicidade, mas não estou a ver um jornalista de uma flashinterview a tapar o simbolo lacoste da sua camisa com uma fita adesiva.

    Não estou com isto a tentar desculpar, estou a dizer que são coisas diferentes, que numa pequena iniciativa como essa em Tondela, não custava nada ignorar a dita publicidade.

    Abraço

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  7. Para mim, são situações semelhantes e não sei dizer qual a pior. Nada contra a Adidas e o Benfica, o problema é ver jornalistas a serem usados como meio de divulgação (publicidade!!) de uma marca desportiva. Usassem modelos, actores, palhaços, adeptos, wtv, na "iniciativa" e eu estaria ma'cagar. Agora, jornalistas?! E depois ainda escrevem merdas como esta (obrigado, @tonicasubtonica), onde fazem publicidade às chuteiras (4º parágrafo).

    Se alguém mais não consegue ver a promiscuidade e incompatibilidade entre a profissão de jornalista e este tipo de "iniciativas" então, pronto, assumo, o erro é meu.


    Obrigado a todos pelos vossos comentários.

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  8. *merdas como esta = http://visao.sapo.pt/o-dia-em-que-joguei-na-luz=f830073

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  9. Por acaso reparei logo no Nuno Farinha. Não foi a primeira vez que o gajo faz algo do género. Esta coisas ficam sempre para 'memória futura'.

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