Em 1967, Giorgio Bertotto, ex-árbitro e um "designatore arbitrale" (alguém que escolhe árbitros para os jogos), disse que a maioria dos árbitros italianos vivia sob uma "escravatura psicológica", isto é, que a pressão dos clubes grandes, como a Juventus (cujos donos também possuíam a fábrica de automóveis FIAT), os fazia quase sempre favorecer as equipas mais fortes em detrimento das mais fracas. Esse sentimento de que existe um "preconceito institucionalizado" é de tal forma generalizado que os adeptos olham com cinismo para os vencedores dos campeonatos ("campeonato da fruta", "campeonato do túnel", "campeonato do Estoril no Algarve", etc) e resulta em frases do género "Talvez este ano eles nos deixem ganhar" ou "Este ano vai ser do clube X".
Portugal é a mesma merda. E foi por isso que percebi - e percebo - a preocupação e insistência de manter o Sporting como favorito ao título, O grande favorito deste ano. Era necessário que todos os que estão ligados ao fenómeno do futebol em Portugal, direta (árbitros, adversários, dirigentes) ou indiretamente (adeptos, jornalistas) olhassem para esta época e dissessem "Este ano é do Sporting".
O que resultou nestes últimos anos em ser o underdog e usar a táctica "jogo-a-jogo", esperando que ninguém note em nós e nunca assumindo a candidatura ao título? Pois.
Este ano tinha(tem) de ser "o ano do Sporting" e como tal, não se pode dar abébias. O Inter, líder do campeonato italiano, perdeu ontem em casa com a Lazio. A segunda pergunta que o jornalista fez ao treinador do Inter na flash interview foi se ele não achava que "tantas festas nestes últimos dias pudessem ter afectado os jogadores e o ambiente". Óbvio que Mancini respondeu que não, que as festas não tinham afectado nada. (Pesquisei, o Inter organizou, pelo menos, uma festa de Natal na noite de quarta feira passada. A mulher do Icardi foi a estrela da noite.)
A pergunta que eu faria ao Jorge Jesus na flash interview de ontem seria mais ou menos isto: "Não acha que organizar uma festa, que incluía ida a um espectáculo teatral, jantar com patrocinadores e uma entrega de prémios, incluindo a maior estupidez da época, que é entregar o prémio de "treinador do ano" a alguém que só está há seis meses no clube, a dois(!) dias de um jogo importante do campeonato, é uma burrice do caralho?"
Era isto que perguntaria a JJ e a BdC. É que parecia que os jogadores entraram no relvado da Choupana ainda de fato e gravata vestidos e só se lembraram que tinham mesmo de ganhar o jogo já na segunda parte.
Candeia que vai à frente alumia duas vezes e era importantíssimo receber o Porto como líderes do campeonato. Pela confiança que daria, pelos dois pontos a mais, pela pressão que colocaria ao Porto, etc, mas acima de tudo, pela "escravatura psicológica" que aplicaria no árbitro... É que, subitamente, "Este ano é do Sporting" passou para "Queres ver que vai ser o ano do Lopetegui..?"
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Sim, não escrevi nada durante as semanas que andámos a ganhar e no topo do campeonato e agora perdemos dois jogos e já estou a escrever no blog. É verdade. Para já, sou preguiçoso e depois, não sei lidar com o sucesso. Quando tal acontece, a única coisa que penso fazer é mesmo não fazer nada, para não agoirar e dar cabo da sorte. No início desta época, passadas 5 jornadas, o Torino tinha 4 vitórias e um empate. Ia ser "o ano do Torino". Um jornalista falou com vários adeptos entusiasmados do Toro mas houve um deles que não exibia qualquer espécie de felicidade. "Porque não festeja este início de época brilhante?", perguntou o jornalista, ao que o adepto respondeu "Porque já sei como é o Torino. Alguma coisa má está para acontecer."
George, após temporadas e temporadas "agarrado ao pau", conseguiu, finalmente, encontrar uma namorada e, pasme-se, ficar noivo dela. Aconteceu na sexta ou na sétima temporada. E não era uma noiva qualquer. Não, a noiva de George, Susan, loira e ex-funcionária da NBC era, como dizem os americanos, "a real catch", um verdadeiro achado. Tinha saído, finalmente, o jackpot ao azarado George... Mas quando lhe disseram que podia conhecer a actriz, vencedora de um Oscar, Marisa Tomei, George vacilou.
Marisa Tomei, o ano passado no Jimmy Kimmel Live. Nice milf.
Falo do episódio 14 da sétima temporada de Seinfeld, intitulado "The Cadillac". Uma amiga da Elaine acha piada a George e diz-lhe que a sua amiga Marisa Tomei, a conhecida actriz, "loves quirky, funny bald guys" e que facilmente conseguiria arranjar um encontro entre os dois. George, noivo de Susan, nem quer acreditar e quando conversa com Seinfeld sobre isto, este diz-lhe "Pena estares comprometido". George responde com uma pergunta "E se for beber um café com ela?", ao que Seinfeld responde com "Então e a Susan?". George, irado, pergunta "Não posso beber café com outra pessoa? Não tenho permissão para beber café?!". Seinfeld, calmamente, pergunta-lhe:
"Contarias à Susan?"
George respondeu, obviamente, "Não, necessariamente". Ao que Seinfeld concluiu "Se não podes contar à Susan, é porque algo está errado nisso."
Seinfeld. #vénia
Quando BdC mostrou na TVI24 a caixa "Eusébio" com que o Benfica costuma presentear os árbitros e delegados que visitam a Luz e o Seixal, a primeira reação dos árbitros, oficial ou oficiosamente, foi mais ou menos isto "Sim, ofereceram a caixa mas nós não usámos os vouchers!".
Que pena Seinfeld não ser um árbitro da Liga Nos. Parece que estou a ver o diálogo:
Funcionário do Benfica - "Está aqui uma caixa com uma camisola do Eusébio, convites para o Museu do Benfica e uns vouchers para ir jantar - quando quiser, tem é de fazer reserva primeiro - ao Museu da Cerveja, no Terreiro do Paço."
Seinfeld - "Pena eu ser árbitro de uma Liga profissional de futebol e o senhor ser funcionário de um clube dessa Liga."
Funcionário do Benfica - "Mas não pode ir comer qualquer coisinha e beber uma cerveja?"
Seinfeld - "Então e a Liga?"
Funcionário do Benfica - "Não posso oferecer jantares a quem eu quiser?? Não tenho permissão para oferecer jantares??!
Seinfeld - " Contaria à Liga que os oferece?"
Funcionário do Benfica - "Não, necessariamente."
Seinfeld - "Se não contaria à Liga, é porque algo está errado nisso."
Querem melhor exemplo da hipocrisia lampiã do que este?
O fórum "oficial" de adeptos do Sporting, forumscp, tem uma duas secções dedicadas aos rivais, designadamente o "Lampionices", com 1831 páginas, e o "Frutaria", com 1151. É ali que se fala (e se goza) sobre os rivais do Sporting. Sem complexos ou hipocrisias.
O fórum "oficial" dos lampiões, o serbenfiquista, tem uma secção pomposamente designada como "Competições Nacionais 2015/2016", com 6528 páginas. Pois bem, e do que se goza fala nessa secção? Do Sporting e do Porto. Hipocrita e complexadamente. :)
Jorge Jesus, flash-interview após o jogo da Supertaça (Sporting 1-0 Benfica)
O medo é uma merda.
Agora, que já passaram alguns anos, posso dizê-lo: alguns dos meus piores momentos como Sportinguista foram quando Jorge Jesus era treinador do Benfica. Lembro-me que nunca tive tanto medo de um Sporting-Benfica como na aquela época em que começámos com Paulo Bento e acabámos com Carvalhal e menos 28 pontos em relação ao Benfica. Vinte e oito. Recordo-me perfeitamente de um Sporting-Benfica para a Taça da Liga e de ter temido uma goleada histórica (ficou "apenas" 1-4). A partir daí, foi sempre assim que encarei os derbies e clássicos: com medo. Um medo que nunca tinha sentido antes. É que o medo não era de perder o jogo - isso já estava assegurado -, era de sofrer goleadas. Assustador.
Com Leonardo Jardim, o medo começou a desvanecer. Com Marco Silva já não o sentia. E eis que chegamos a... Jorge Jesus.
Faltam poucos dias para o derby na Luz e não tenho medo nenhum. Aliás, estou até com confiança que vamos ganhar. Ora, isto é impagável. É um sentimento que vale 14 milhões. Há muito tempo que não me sentia assim antes de um derby. Claro que podemos perder o jogo - claro! -, mas tenho a certeza que não será um vexame nem que colocará em risco o resto da época.
Comecei a meter vídeos no Youtube porque achava que haviam momentos televisivos que mereciam permanecer "imortais" na nossa memória colectiva. Como eu, houve outros que pensaram o mesmo. Quase todos os "tesourinhos deprimentes" acabaram por ir parar ao Youtube, contudo, alguns permaneceram apenas na nossa memória, correndo o risco se perderem na sua própria mortalidade temporal.
Hoje, apareceu no Youtube o "meu" Santo Graal. O vídeo que mais "procurei" na net e jamais tinha encontrado. Já tinha perdido as esperanças, apesar de achar que um vídeo de 2004 teria de estar gravado numa cassete VHS algures e que seria uma questão de tempo até que aparecesse no Youtube.
Hoje, finalmente, apareceu esse momento de epicidade pura, um episódio que perdurará para sempre nos anais do futebol português: o dia em que Luís Filipe Vieira invadiu o estúdio do Dia Seguinte! Obrigado, @OArtistaDoDia!
Sobre a temática BdC, paineleiros, Prolongamento, Dia Seguinte, etc, o @OArtistaDoDia já disse tudo no seu blog.
O especial "Football Leaks", que a CMTV transmitiu no sábado passado, começou com esta pergunta do entrevistador ao "especialista em futebol", Carlos Janela:
"Acredita, pela experiência que tem do futebol português, para além disso, é também um especialista, um conhecedor profundo de toda esta dinâmica dos fundos, acredita que por detrás deste 'Football Leaks' possa estar um empresário com ligações ao futebol português?"
Estava dado o mote para o dito especial. Mais do que ir ao conteúdo dos documentos revelados pelo "Football Leaks", o que interessava ao apresentador e, enfim, ao programa em si, era discutir a origem e, se possível, a identidade de quem colocou os documentos no tal blog russo. Foi por isso que convidaram, além de Carlos Janela, o "especialista em informática" e jornalista do CM, Reginaldo Rodrigues de Almeida, o doutorado em Direito, André Ventura e o ex-inspector-chefe da Polícia Judiciária, Carlos Anjos. A estes, juntou-se ainda, noutro estúdio, o jornalista "desportivo" do CM, Octávio Lopes.
A resposta de Carlos Janela à primeira pergunta do apresentador foi elucidativa quanto ao propósito de Janela no programa. Após uma breve introdução com "Essa pergunta é muito interessante para abrir" e de mais umas banalidades, comparando o blog russo com o caso "Wikileaks" e enaltecendo o anonimato que o autor do "Football Leaks" beneficia, Janela sentencia:
"(...) Não há hipótese nenhuma de estarmos aqui - dado o suporte documental que está a debitar na opinião pública - não há qualquer hipótese aqui de dizermos que está uma figura... err... err... construiu uma teoria da conspiração contra algo porque os factos que constam ou o conteúdo dos documentos desmentem ou retiram qualquer dúvida ou qualquer teoria da controvérsia." (23h05m)
Para Carlos Janela, o facto de alguém ter colocado num blog russo documentos sobre futebol é a prova que NÃO se trata de alguém (empresário) com ligações ao futebol (português). Esclarecedor, de facto.
Depois, Janela esquece a pergunta inicial e centra-se no conteúdo dos documentos e aproveitando para mandar abaixo Bruno de Carvalho e o Sporting. Notou-se que Janela veio ali para debater os documentos, os fundos, Sporting, etc, e não queria saber minimamente quem era o autor do blog russo.
O debate continua com os outros convidados: perfil do autor do blog, leis portuguesas e russas relativas a crime informático, quadro penal numa eventual condenação, facilidade de se criar um blog russo a partir de Portugal, queixa do Sporting à PJ, enfim, o tema central do programa: a origem do blog.
Octávio Lopes entra no debate, recorda-nos do passado recente de BdC e do Sporting perante os fundos, fala em Pedro Guerra e o tal 'draf' do Mitroglou, FIFA, Liga Inglesa, etc. Nada de particular interesse.
Voltamos ao tema central do debate com André Ventura, um "doutorado em Direito" com boa dicção mas que não me parece ser muito brilhante. Pelo meio das suas teorias e ideias sobre a origem dos documentos, leis russas e molduras penais, tem ainda tempo para criticar Bruno de Carvalho e a sua gestão desportiva/comunicacional(!). Um Rui Pedro Braz da justiça, portanto. (23h47m)
Entretanto, drama em direto: o apresentador anuncia um "alerta CM", comunicando que o ip que foi utilizado no tal blog russo está registado em Portugal!
Carlos Janela com sede.
Debate-se então durante mais uns minutos sobre ips, anonimato, impressoras, quando entra Carlos Janela na discussão, dizendo "(...) tinha sido obrigatório, o Sporting ter feito e deliberado, ao mesmo tempo que apresentou queixa à Polícia Judiciária - era ter anunciado um inquérito interno (...)". André Ventura respondeu que o Sporting não o fez "e muito bem", diz ele, porque tal significaria assumir responsabilidades na fuga/divulgação dos documentos. Entretanto, Carlos Anjos concorda com a teoria de que haja um "Snowden", interno ou externo, na origem dos documentos e que visa atacar a atual direção do Sporting.
Janela aproveita, mais uma vez para atacar BdC e ainda fala num castigo já aplicado pela FIFA a dois clubes, um suíço e outro turco, por irregularidades a nível de fundos e TPO. Confesso que não sei que clubes são nem se tais castigos aconteceram realmente.
Chegamos ao fim e ao momento mais interessante do programa. Reginaldo remata com a conclusão - óbvia - de que o tal "site russo é tão russo como eu" e "[o autor do blog] tenta dar aqui algum lado romântico e de espionagem a isto, quando isto é uma coisa feita aqui em casa", isto é, criado por alguém residente em Portugal. Diz ainda que, na opinião dele, tendo em conta o conteúdo e a forma do que foi escrito nos posts do tal blog, o perfil-robot do seu autorencaixa-se... numa autora, uma mulher, entre os 30 e 40 anos, como sendo a autora material do "Football Leaks", ainda que tenha outra pessoa, eventualmente um empresário de futebol ou alguém ligado ao fenómeno, por trás a mexer os cordelinhos. (23h51m)
Eis então que, finalmente, Carlos Janela demonstra interesse pelo assunto principal do programa - quem será o autor do "Football Leaks"- e vai mesmo um pouco mais além, colocando-se mesmo pele do prevaricador, colocando a seguinte questão:
"Apanham essa pessoa e essa pessoa diz assim 'Não. Eu limitei-me... err... err... Tenho direito a informar, tenho direito à informação, a Carta dos Direitos Humanos prevê que as coisas têm o direito a ser informadas e partilhar... e... e... O que é que acontece a essa pessoa?" (23h53m)
Ventura diz, claramente, - e dá o caso do "Tuga Leaks" como exemplo -, que essa pessoa, em Portugal, vai presa.
Porque é que eu me interessei tanto por este especial "Football Leaks" ao ponto de o ver e depois escrever sobre ele? Porque sabia que Carlos Janela iria participar e porque me lembrava de ter lido isto há umas semanas...
Comentário feito pelo excelso @OArtistaDoDia no seu blog
Hoje vou-me armar em Freitas Lobo. Não sou nenhum expert mas percebo o mínimo de rugby e de futebol, portanto, não farei pior figura do que muitos que andam por aí a escrever e a dizer merda.
Ontem, uma das coisas que me fartei de ouvir após o jogo em Vila do Conde foi que ambos os golos do Sporting tinham sido "oferecidos" pelo Rio Ave e as primeiras páginas dos jornais de hoje confirmam essa ideia. Se quanto ao primeiro não tenho opinião formada (até porque nem fui rever o lance todo), já quanto ao segundo golo, afirmo peremptoriamente que todos os créditos vão para a forma como a equipa do Sporting estava "montada" e como pressionou a equipa do Rio Ave, de tal forma, que obrigaram-na a cometer o tal erro e "oferecer" o golo ao Slimani. Foi um erro mas só surgiu porque os jogadores do Sporting forçaram o erro!
No rubgy, quando uma equipa inicia o ataque e tenta furar a linha contrária para obter o ensaio ou espaço para rematar aos postes, hão-de reparar que o nome dado a esse primeiro ataque é "1st phase", em inglês. Não sei a designação em português, tentei pesquisar antes de escrever o post mas não encontrei nada e não perdi mais tempo com isso. Só vi isto mas em inglês (procurar a palavra "Phase") Continuando. Se a equipa atacante tentar "perfurar" a linha defensiva e esse jogador ofensivo for placado mas continuar com a posse de bola, a linha atacante reorganiza-se e volta a iniciar outro ataque, o "2nd phase". E por aí fora. Há ataques que duram 20 "phases".
Ensaio ao "20th phase"...
Ora, uma das principais diferenças que eu vislumbro no Sporting de JJ com o Sporting de Marco Silva (e Leonardo Jardim...) é precisamente a duração e quantidade das "fases" de ataque do Sporting. Com Marco Silva, a equipa iniciava o ataque na defesa/meio-campo, com trocas de bola rápidas mas não muito intensas e esta, normalmente ia até a um dos extremos para ser cruzada para área, à procura de Slimani. E quando o cruzamento era mal feito ou a bola ia para fora, o ataque morria aí, apenas com uma "fase". Foram muitas, demasiadas vezes que a equipa foi apanhada em contra-pé pelo adversário sempre que a parte final do ataque era mal concretizado e o adversário recuperava a bola. Não havia "pressão alta". O exemplo-mor disto que disse são os dois golos do Braga na final da Taça do Jamor.
Golo do Slimani na "3ª fase" do ataque do Sporting.
O golo de ontem do Slimani surge após a "3ª fase" do ataque do Sporting e, precisamente, devido a essa "pressão alta" que toda a equipa fez enquanto houve pernas. Vi o Sporting jogar ontem à "Sporting", como equipa grande. 4-4-2 e a pressionar o Rio Ave na sua própria casa. É isto que JJ trouxe ao Sporting, trouxe-nos a identidade de equipa "grande" de volta.
Há muito tempo que penso nisto mas foi preciso um jogo de um campeonato espanhol para me fazer escrever sobre isto: muita da "iliteracia futebolística" dos adeptos portugueses é culpa dos narradores/comentadores de futebol. A estes exige-se que conheçam, de frente para trás, os regulamentos e leis do futebol. É naqueles cinco segundos imediatos ao lance duvidoso que o juízo "final" é feito pelo narrador/comentador de serviço: "Penalty que o árbitro não assinalou" ou "Penalty mal assinalado". São eles, para o bem e para o mal, que definem que tipo de debate iremos ter na próxima semana nos mais variados debates futebolísticos, seja no trabalho, esplanada ou estúdios de televisão.
Os narradores/comentadores portugueses são como os árbitros portugueses ou como os adeptos portugueses: uma merda. Por exemplo, lembro-me de ouvir montes de vezes o Pedro Henriques, ex-jogador do Benfica e actual comentador da Sporttv, quando ele comentava jogos da Liga Inglesa, a defender que certo lance num Chelsea-Leicester, por exemplo, não era "nada" e que o árbitro fez muito bem em não assinalar falta ou dar amarelo. Mas quando o ouvimos a comentar um Paços de Ferreira-Benfica, subitamente, esse lance que não era "nada" em Stanford Bridge, passa a ser merecedor de "falta e cartão e amarelo" na Mata Real. As regras e leis do futebol não mudaram, o comentador não mudou, mas o critério mudou. Porquê? Porque o futebol da #LigaMickeyMouse portuguesa tem as suas idiossincrasias e que modifica a "psique" de todos os seus agentes: jogadores, árbitros, jornalistas, adeptos e por aí fora. É por isso que os jogadores portugueses caem menos quando jogam lá fora, que os árbitros são menos condescendentes quando apitam jogos da UEFA e porque os jornais desportivos escrevem na primeira página "ROUBO" quando o Sporting é prejudicado contra o Schalke e escrevem "HINO AO FUTEBOL" quando o Sporting é roubado na Luz.
Ontem, quando via a segunda parte do Atlético de Madrid-Barcelona (não vi quase da primeira parte), ocorreram dois lances de "mão na bola", segundo os narradores/comentadores da Sporttv. Vi um com muita atenção, o lance do remate do Neymar ao braço do Godin. Repito, remate do Neymar ao braço do Godin, não mão na bola após remate do Neymar. Para os narradores/comentadores da Sporttv, era penalty claríssimo e, possivelmente, vermelho para o Godin. Isto a juntar aos outros 3 penalties ou livres não assinalados anteriores por "mão na bola". É então que os ouço a catalogar a arbitragem de Mateu Lahoz como sendo "péssima" e outros adjectivos semelhantes. Bom, deve estar a ser uma arbitragem de merda, pensei eu. Mas hoje leio esta crónica sobre a arbitragem de ontem no jornal AS, suponho que escrita por um ex-árbitro espanhol ou alguém especializado no meio.
"Houve quatro 'mãos', mas acertou em não assinalá-las como penalty"
Os narradores/comentadores portugueses são, geralmente, uma merda. Não sabem as regras detalhadamente, são arrogantes e aborrecidos. Contudo, são muito, muito perigosos. Fazem lembrar os fiscais de linha que conseguem passar entre os pingos da chuva ao mesmo tempo que cometem as piores atrocidades vistas em campos de futebol. Cuidado, muito cuidado com eles.
Das coisas mais patéticas que o típico lampião tem incluído no seu discurso de pacotilha é a já célebre carta do "anti-Benfica". Como se o clube deles fosse algo tão magnânimo e tão celestial que não houvesse possibilidades algumas de haver quem - Oh, heresia! - não goste deles e, pasme-se, querer que percam sempre. Pfff, esses Sportinguistas, os únicos adeptos do mundo que odeiam o clube rival. Mas como??
Para a mente tacanha do típico lampião, isto é um conceito inconcebível, algo extraordinário, não conseguem perceber. É como tentar explicar que, se é verdade que existem 6 milhões de benfiquistas em 10 milhões de portugueses, então a probabilidade de haver mais árbitros benfiquistas a apitar os jogos do Benfica, consequentemente, sentir os benefícios de tal facto, é muito maior do que, por exemplo, haver sportinguistas que queiram subscrever a BTV.
A rivalidade existiu, existe e continuará a existir. Aqui, em Espanha, em Itália, em todo o lado. Em cada um de nós há um "anti". A diferença entre o Sportinguista e o lampião típico é que um sabe o que "hipocrisia" significa e o outro não.
1. Fingimento de bondade de .ideias ou de opiniões apreciáveis.
2. Devoção fingida.)
Piqué, ontem.
É por isso que é uma delícia ouvir a conferência de imprensa de ontem do Gerard Piqué. Se querem ouvir da boca de um jogador de futebol como é que funciona isto da rivalidade, é ouvir a partir dos 6m57s. Revigorante.
Por feliz coincidência, ontem aconteceu outro episódio curioso. Durante a apresentação da nova sede do AC Milan ("Casa Milan") e do plantel aos sócios e adeptos, o speaker de serviço fazia umas perguntas ao novo treinador, Mihajlovic (um ex-jogador do Inter...), quando se ouviram os adeptos a cantar "Chi non salta nerazzurro è!". Que fez o treinador do Milan? Saltou, o"anti"!
Sou "anti-hipócrita" e odeio o Benfica (e o Porto)!
Não foi há muito tempo - raios, nem há um mês foi! - que assistimos a mais uma mini-polémica no futebol português. Coincidência, certamente, ocorreu durante um jogo do Sporting.
Os fotojornalistas destacados para o Tondela-Sporting, disputado no estádio de Aveiro, resolveram fazer um boicote aos coletes que a Liga lhes distribui antes dos jogos. Porquê? Porque parece que continham publicidade a um qualquer parceiro/marca patrocinadora da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e que isso violaria o "Código Deontológico e o Estatuto do Jornalista". Não usamos, não usamos e não usamos e pronto, parece que não usaram mesmo os coletes ou, os que usaram, taparam com fita adesiva a tal publicidade. Depois veio o Sindicato dos Jornalistas, reuniões com a (nova) Liga liderada por Pedro Proença e parece que ficou tudo resolvido. Não há coletes (com publicidade) para ninguém.
As equipas de jornalistas, no estádio da Luz, equipados integralmente pela Adidas.
Oito de setembro de 2015, ou seja, ontem. A marca que equipa o Benfica, a Adidas, resolveu fazer no estádio da Luz uma ação de marketing e publicidade ou, como lhe chama o jornal A Bola e o jornal Record, uma "iniciativa", e que consistiu em que dois jogadores do Benfica, Jonas e Jardel, assumissem o papel de treinadores adversários num jogo entre duas equipas de... jornalistas. Não meros fotojornalistas mas jornalistas a sério: Gonçalo Guimarães e Nuno Paralvas, dois dos editores da secção "Benfica" no jornal A Bola; Miguel Belo (creio) e Nuno Farinha, as mesmas funções mas no jornal Record; uns quantos jornalistas de televisão conhecidos do grande público mas cujo nome agora não me lembro e mais alguns, certamente de outros meios de comunicação (MaisFutebol, Sapo Desporto, O Jogo, etc).
Tudo equipado à Benfi... perdão, à Adidas. Até as caneleiras.
Notícia da "iniciativa" da Adidas, no Record de hoje.
Esta parte final do texto seria onde eu escreveria a minha opinião sobre estes dois factos distintos em profissionais da mesma classe e o que tudo isto implica na dinâmica entre o jornalismo e clubes mas não o vou fazer. Não me apetece.
E pronto. O jogo já foi ontem e ainda estou com uma sensação de déjà vu que tarda em terminar. Em 2011, no primeiro ano de Godinho Lopes e consequente desfile de "estrelas" contratadas a toque de um cheque e vassoura e colocadas nas mãos do treinador da moda de então, Domingos Paciência, o choque com a realidade aconteceu logo na 1ª jornada, quando empatámos em casa com o Olhanense e com algumas razões de queixa da arbitragem de Xistra. Juntando algum lamúrio de Domingos relativo à prestação de Xistra à apresentação pública por parte de Godinho Lopes de um documento com melhorias para a arbitragem na semana antes, tivemos a infame greve de árbitros aos jogos do Sporting.
Avançamos para 2015 e temos, à 2ª jornada (!), um empate em casa com o Paços, queixas dos sportinguistas à arbitragem do árbitro do encontro, o portuense Manuel Oliveira e ainda umas pedras atiradas à viatura do sujeito no final do encontro. Um déjà vuinterminável. Um loop atormentador.
Existem agora duas linhas de pensamento dominantes (uma mais que outra) após mais um empate caseiro do Sporting na história da Liga "Mickey Mouse" Portuguesa. Uma, mais radical, que diz que o Sporting se "pôs a jeito" e que já sabia com o que contar, que devíamos estar avisados e que jogámos pouco para podermos justificar o empate com a (má) arbitragem. A outra, mais mainstream, é que fomos, mais uma vez, "roubados". Li no Twitter uma boa justificação para quem pensa assim e que diz mais ou menos o seguinte "Aqueles que dizem que por o Sporting ter jogado mal, mereceu ser roubado pelo árbitro, são aqueles que dizem que a culpa das mulheres serem violadas é por vestirem mini-saias". Algo nesta linha. Mas, digo eu, se fosse mulher e tivesse sido violada 27 vezes na rua X e continuasse por lá a passear à noite de mini-saia, provavelmente todos me chamariam de estúpida ou ninfomaníaca.
Ora, neste caso, eu alinho-me mais com os radicais. Em janeiro, chove muito e faz frio. É por isso que não saímos para rua de calções nem de t-shirt. Na Luz o Luisão faz penalties e não é expulso e em Alvalade o Tobias (e João Pereira...) faz e é expulso. É a regra não-escrita da Liga "Mickey Mouse" Portuguesa. Eu sei disso, tu sabes disso, nós sabemos disso, todos deveriam saber disso! Inclusive Jorge Jesus. Se não sabe ou não queria saber, espero que o jogo de ontem, finalmente, o tenha feito perceber que não há #colinho em Alvalade. Nunca houve.
Como combater as más arbitragens?
Quando saio para rua em janeiro, além de não vestir t-shirt nem calções, calço umas botas ou algo bem impermeável. É inadmissível colocarmos ao dispor de 80% das equipas que nos visitam um relvado de merda, propício ao jogo de luta, de combate corpo-a-corpo, onde a bola não rola e onde, sempre que um jogador do Sporting tem de parar para a receber, logo recebe uma "faltinha" de um jogador adversário e que, além de matar logo ali a jogada, é apenas uma "faltinha" e nunca uma falta merecedora de cartão amarelo, como provavelmente seria caso tivesse sido feita sobre um jogador do Sporting em velocidade.
Corrijam-me se estou errado, mas creio que a última mudança de relvado em Alvalade foi ainda no tempo do Paulo Bento ("Não sou eu que trato da relva") e desde então temos tido sempre relvados de merda. Cem mil euros o custo de mudança de um relvado?? Foda-se, eu prefiro 10 relvados novos em 10 anos do que 1 Sarr por uma época!! É inacreditável!! Enquanto se olhar para a merda do relvado como uma despesa e não como um investimento, nunca, repito, nunca seremos reais candidatos ao título de campeão nacional. O "relvado" de Alvalade é uma vergonha, uma merda. Imaginem uma passagem de modelos feita num passeio de calçada portuguesa em Lisboa.
A Sara Sampaio de saltos altos cairia mais neste passeio ou no relvado de Alvalade?
É óbvio que "isto" não se resolverá tudo apenas com uma mudança de relvado mas não tenho dúvidas que ajudaria imenso... Os relvados de merda estão para as equipas de merda como o doping está para os batoteiros.
Ontem, no programa "A Quinta da Bola", apresentado pelo diretor e sub-diretor do jornal A Bola, Vítor Serpa e José Manuel Delgado respectivamente, e com os convidados Fernando Seara, Pedro Marques Lopes e José Couceiro, falou-se a certa altura do caso "João Gabriel vs Jorge Jesus/Bruno de Carvalho". E, sem exagero, os vinte minutos dedicados a esta temática foram gastos a debater e a criticar a "forma" como o presidente do Sporting resolveu defender o clube e o seu treinador, Jorge Jesus, e nunca, ou quase nunca, o "conteúdo" da temática. "BdC não deveria ter respondido a um diretor de comunicação", "BdC não resiste a um microfone", "as redes sociais estão impestadas de cretinos" (ao mesmo tempo que se gabam os 400 comentários que a notícia online d'A Bola teve na notícia João Gabriel vs JJ/Bdc), etc, etc, etc.
Por exemplo, não houve um único comentário ao timing do anúncio do processo apresentado ao Benfica contra Jorge Jesus, que, para mim, é o mais importante disto tudo. Ok, tenho quase a certeza de que se o Jorge Jesus tivesse assinado pelo Al Ahli ou pelo Paris Saint Germain, nunca o Benfica teria iniciado este processo de indemnização mas o timing é, por si só, a prova de que importa mais ao Benfica danificar o presente e futuro de Jorge Jesus (e por inerência, do Sporting) do que realmente ressarcir o passado.
Os anglo-saxónicos têm uma expressão excelente: "honor among thieves". Basicamente, quer dizer que, mesmo entre facções de criminosos em guerra, há alturas em que outros valores falam mais alto do que a mera quezília. Por exemplo, lembro-me da célebre história dos soldados ingleses e alemães terem parado de lutar num dia de natal durante a 1ª Guerra Mundial e terem trocado presentes entre si e, inclusive, terem jogado uma partida de futebol. Os jogos europeus - Liga dos Campeões e Liga Europa - são os "dias de Natal" dos clubes de futebol. Atacar um rival nessa altura é (ou deveria ser) considerado um sacrilégio. Atacar antes de um Tondela-Sporting ou de um Benfica-Estoril é normal, é "guerra". Atacar antes de um jogo europeu é um vil e sabujo ataque, digno de um Mr. Burns, como muito bem o presidente do Sporting ilustrou de uma forma digital e que deixou a restante plateia analógica à nora. É caso para dizer que, afinal, não há "honor among thieves" no futebol português. Curiosamente, os únicos casos recentes que me lembro de ataques em "dias de Natal" foram ambos protagonizados pelo Benfica: este recente ao Sporting e outro, via proxy Vitória de Guimarães, quando tentaram que o Porto ficasse impedido de disputar as provas europeias no rescaldo do caso "Apito Dourado".
Nunca esquecerei esta filha da putice do Benfica na véspera de um Sporting - CSKA. Baixo, demasiado baixo.
Há um episódio magnífico dos Simpsonsonde o Mr. Burns é a personagem central. Ainda com a "voz" definitiva por encontrar (era apenas o 4º episódio da 2ª série...) mas já com o perfil idealizado, Mr. Burns vê-se numa embrulhada quando se descobre um peixe com três olhos no lago situado perto da central nuclear onde trabalha Homer Simpson. Os jornais pegam na história do peixe mutante e deixam Burns em maus lençóis. Depois de ter falhado a tentativa de corromper os fiscais que se deslocaram à central para verificar as infrações existentes, restam duas opções a Burns para resolver o problema: dispender - e muito - em reparações na central nuclear, de modo a evitar mais contaminações; ou concorrer para o lugar de Governador, para assim evitar novas leis que possam punir o seu negócio. Uma opção mais barata, no final de contas. Burns escolhe, obviamente, a 2ª opção e não olha a meios para descredibilizar a sua concorrente, a actual Governadora, Mary Bailey.
Mary Bailey = Jorge Jesus
Não consigo deixar de imaginar esta cena com o encarnado (ou encornado) Mr. Burns do Benfica, tendo ao redor da mesa figuras como: Rui Pedro Braz (o primeiro a anunciar o processo do Benfica a Jorge Jesus na passada terça-feira), Octávio Ribeiro (diretor do CM), José Manuel Delgado (sub-diretor d'A Bola), Pedro Guerra (diretor de conteúdos da Benfica TV e comentador residente no programa Prolongamento, da TVI24), Rui Gomes da Silva (vice presidente do Benfica e comentador residente n'A Bola e do programa O Dia Seguinte, da Sic Notícias), António Simões (ex-jogador do Benfica, familiar de Luís Filipe Vieira e comentador do programa Play-Off, da Sic Notícias) ou José Eduardo Moniz (vice presidente do Benfica e consultor da TVI).
Resta dizer que no final do episódio, Mr. Burns tenta engolir, literalmente, um pedaço do peixe mutante que o colocou nesta embrulhada mas não consegue... nem engolir, nem ser eleito. Mary Bailey vence.
Primeiro, diz que acha deselegante JJ ameaçar mostrar SMS privadas; depois conta em público o teor de conversas privadas entre JJ e um técnico (Rifa) da anterior equipa técnica do Sporting. Lol, que hipócrita! #MaisTabaco
1 de agosto 2015, dia do jogo Sporting - Roma, de apresentação aos sócios e adeptos. Durante a tarde e antes do jogo, todos os canais enviaram um repórter para as imediações do estádio Alvalade para fazerem aquelas reportagens típicas pré-jogo e para perguntarem aos adeptos por quantos golos iria o Sporting ganhar. Bem, todos os canais, não. Houve um que não o fez, a RTP Informação. E muito bem, pensei eu na altura. Tais reportagens são frívolas demais para serem alvo de interesse por parte da televisão pública. Mas esperei para ver...
8 de agosto 2015, dia do jogo Porto - Nápoles, de apresentação aos sócios e adeptos. Durante a transmissão da RTP Informação, antes da hora de início do jogo Porto - Nápoles...
22h30m de ontem, começa mais uma edição de "MaisTransferências" (doravante, "MaisTabaco"), com o comentador residente, Rui Pedro Braz (doravante, "Brazado"), a anunciar uma "bomba". Ei-la, na íntegra:
"Jornalistas mexicanos que estiveram à conversa com Rui Costa antes do jogo da última madrugada revelaram que, em "off", Rui Costa terá proferido a seguinte frase 'Quem é que não estaria interessado num avançado que pode marcar 35 golos por temporada?'. Os jornalistas mexicanos não conseguiram guardar esta informação para si e acabaram por partilhá-la. A informação está disponível numa plataforma de streaming mexicana chamada Arenavision e foi agora divulgada pelo jovem, mas competente projeto, de informação de futebol online, ratingfootball.com."
23h16m, ou seja, quarenta e cinco depois do anúncio "bombástico" de Brazado sobre o interesse de Rui Costa em Chicharito, surge um desmentido "oficioso-oficial" do Benfica.
"Há novas informações que...que nos avançam que as declarações avançadas pelos jornalistas mexicanos nessa plataforma de streaming Arenavision são falsas. Rui Costa não se terá referido ao jogador, ou seja, fica aqui a versão oficial do Sport Lisboa e Benfica de que Rui Costa não se referiu a Chicharito Hernandéz perante os jornalistas mexicanos e como tal, essas declarações serão falsas."
O nome "Arenavision" despertou-me a atenção, já tinha ouvido falar naquilo em algum lado... Googlei "Arenavision Chicharito" e o primeiro resultado é a página "oficial" do jogador Chicharito Hernandéz no forum de adeptos do Benfica, o serbenfiquista.com. Lemos isto:
Os posts escritos depois da divulgação da "bomba" do Brazado também são engraçados :)
Acho que é não preciso explicar de onde é que surgiu a notícia escrita pelo "ratingfootball.com" e depois aproveitada pelo Brazado no MaisTabaco, pois não...? :)
Resta-me acrescentar que a "plataforma de streaming mexicana Arenavision" é apenas um site de streamings (ilegais) de jogos de futebol e resume-se apenas a isso: streaming de jogos. Não dá notícias, não tem opinião, não nada, só streams. E, tanto quanto sei, é um projeto espanhol ou sul-americano, nunca mexicano.
António Simões, jornalista d'A BOLA (TV) desvendou que Douglas, defesa central pretendido pelo Sporting e Jorge Jesus, só não veio para Alvalade por uma "manobra de bastidores muito estranha". De notar que, quando António Simões conta isto, olha para Fernando Guerra, como que dizendo que este sabe bem o que se passou...
Em Itália, os direitos de transmissão dos jogos da Serie A pertencem à internacional Sky, do multi-milionário australiano Rupert Murdoch. Não sei há quanto os detém mas seguramente há uns dois, três anos, a partir do momento em que se centralizaram os direitos tv na Liga. Este ano, a Mediaset, grupo privado de televisão liderado pelo filho de Sílvio Berlusconi, fez um forte ofensiva: compraram os direitos de transmissão da Liga dos Campeões para os próximos 3 anos por 700 milhões de euros e, mais surpreendente, compraram os direitos de entrevistas pré-match, intervalo e pós-match (e ainda imagens dos balneários e conferências de imprensa) dos jogos da Liga Italiana por 10 milhões de euros. Imaginem o absurdo: ver um Sporting-Benfica na Sporttv e ouvir as flash-interviews de Jorge Jesus e Rui Vitória na BTV. Pois é isto que vai acontecer em Itália: há uma guerra aberta entre a Sky e a Mediaset. E guerra é guerra: a Mediaset, agora detentora de todos os momentos televisivos antes e pós-jogo, baniu todas as televisões do estágio de pré-época da Lazio e delimitou uma área "off-limits" a todos, excepto os jornalistas da Mediaset. Nos estágios de Inter e Fiorentina passa-se o mesmo: Sky out, Mediaset in. Li que nos estágios de Roma e Juventus, no entanto, é a Sky quem tem acesso e a Mediaset, não. Não consegui perceber porquê.
Em Espanha, os direitos de tv foram apenas centralizados esta época e, como seria de esperar, com alguma polémica à mistura. Também não sei muitos pormenores, mas além de vários reparos feitos pela "Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia" à forma como o concurso da venda dos direitos foi feita pelo controverso presidente da Liga Espanhola, o ex-advogado ligado a vários clubes espanhóis, Javier Tebas, temos uma guerra entre a Telefónica, ainda detentora de direitos de tv de jogos de alguns clubes, como Barcelona, e a Mediapro, empresa historicamente ligada ao Real Madrid (produz, por exemplo, o canal de televisão oficial do Real Madrid) e que é actual parceira da ex-Al Jazeera, actual BeINSports e que, creio, venceu o concurso internacional dos direitos de tv da Liga espanhola. Como disse, não sei pormenores, mas sei que houve, há e continuará a haver polémica e uma "guerra" entre os principais operadores de televisão "desportivos" em Itália e Espanha. E isto é algo que não me surpreende nada.
O que me surpreende é que em Portugal, os "presidentes" das duas televisões compareçam, juntos e sorridentes (ok, quase) num evento público, quando, supostamente, também deveriam estar em "guerra", depois da BTV ter anunciado que garantiu os direitos da Liga Francesa e Italiana, "produtos" ex-Sport TV...
É muito difícil ser campeão, especialmente para clubes com menos dinheiro que os outros. Para se ser campeão, tem tudo de correr bem. TUDO. O Sporting que o diga. Quando temos um grupo de bons jogadores e um treinador razoável, falta uma direção forte e algum dinheiro (Paulo Bento-Soares Franco) e quando temos um bom grupo de bons jogadores e dinheiro, falta um treinador e uma direção fortes (Domingos-Godinho Lopes). Nos últimos dois anos tivemos um bom grupo de jogadores, bons treinadores, boa direção mas mesmo assim faltou qualquer coisa. (Leonardo-Marco Silva-Bruno de Carvalho). Na primeira época faltou dinheiro (não havia substituto de William, lembram-se?) e melhores árbitros (golo anulado ao Slimani contra o Nacional...). Na segunda, faltou confiança. Faltou confiança aos jogadores, ao treinador, e confiança entre treinador e direção. Ninguém confiou em ninguém. Assim é difícil.
Diego Simeone, treinador campeão pelo Atlético Madrid há duas épocas, disse ontem numa entrevista ao jornal argentino El Clarín, respondendo à pergunta "Porque é que a Argentina não ganha nada há 22 anos?", que "Porque não é fácil ganhar. Tens de ter todos os planetas alinhados. O que corre, o que ataca, o que marca os golos... Tens de os ter a todos. Lembra-te daquele jogo em Barcelona na última jornada do campeonato, em Nou Camp. Temos de beijar aquele fiscal de linha, porque assinala o que tem de assinalar, mas era um fora de jogo ao limite... e ao Messi! E se ele faz aquele golo, perdíamos a Liga!"
O Ewerton é o segundo planeta, a contar da direita!
É muito, muito difícil o Sporting ser campeão. É preciso um alinhamento cósmico, daquele que apenas ocorre de dez em dez anos, para que tal suceda. Pelo menos, para clubes que têm menos dinheiro (como nós!) do que os principais rivais. Parecia que os planetas se estavam a alinhar nesta nova época: sorteio de árbitros (a última vez que houve sorteio, fomos campeões), treinador bi-campeão, sportinguista de gema e vindo do eterno rival, um excelente grupo de jogadores consolidado desde há dois anos, alguma margem negocial (leia-se, dinheiro) para contratar jogadores experientes (Bryan Ruiz e Gutiérrez, aparentemente) e uma direção, apesar de tudo, estável e forte... O problema é que os planetas têm de se manter alinhados durante uns nove meses. Nove. E nem quinze dias passados, Ewerton lesiona-se. E é operado. Vai ficar de fora durante três meses, pelo menos. Um planeta desalinhado. É muito difícil ser campeão.
"Hoje há reunião para resolver Teo Gutiérrez. Empresário do jogador reúne-se com dirigentes do River Plate para acertar acordo. Definidos os prémios, o contrato será de três épocas. Terminada a Copa América, que centrou todas as atenções dos dirigentes dos clubes argentinos no sábado, os dirigentes do River Plate estão hoje de volta ao activo e, segundo informação recolhida por A BOLA, reúnem-se com os representantes de Teo Gutiérrez. E desse encontro, ao que tudo indica, sairá o acordo que permitirá ao avançado de 30 anos acertar depois os pormenores que faltam para assinar pelo Sporting. (...) Os valores pedidos pelo jogador e aqueles que administração leonina reservou para lhe oferecer [a Teo Gutiérrez] estão muito próximos - isso mesmo já nos garantiu o empresário Efraín Pachon.(...)
Hoje é então um dia importante e decisivo para o futuro de Teo que, uma vez acertados todos os pormenores do contrato, estará pronto para viajar para Portugal para realizar os exames médicos e assinar."
Jornal OLÉ de hoje:
"A interminável novela de Teo Gutiérrez tem um capítulo novo todos os dias e nunca chega o ansiado final. (...) O Corinthians já apresentou uma oferta por 50% do passe do avançado que pertence ao River (a outra metade é propriedade de um grupo de empresários), ainda que esses dois milhões de dólares estejam longe dos três milhões pretendidos pelo clube. (...) A negociação não é simples mas as conversas entre os dirigentes do River e o empresário que representa actualmente Teo Gutiérrez (não é o representante Efraín Pachón) estão muito bem encaminhadas. Por isso, a reunião desta tarde poderá ser decisiva. Se bem que o goleador já não faz parte do plantel, continua a ocupar o lugar de extrangeiro até que se dê baixa do seu contrato. Então, terá de se concluir a transferência para o Corinthians rapidamente de modo a que Viudez integre a lista para a Copa Libertadores."