No documentário “The Gatekeepers”, às tantas, um dos
ex-chefes da “inteligência” israelita diz uma frase tão forte sobre o conflito Israelo-árabe,
que acaba por se tornar o título de um dos capítulos do documentário. “No
Strategy, Just Tactics”, é esta a frase que Avraham Shalom usa para descrever a escabrosa governação de Israel perante a Palestina, desde os primeiros anos da sua fundação.
lol. A primeira imagem que me aparece quando googlo por "tactics". À medida. :) |
Durante anos e anos, o Sporting não teve estratégia alguma para o seu futebol.
Foi sempre óbvio que nunca houve um “grande” plano no Sporting, até mesmo o
infame “Projecto Roquette” nunca passou disso mesmo: um projecto. A partir daí,
o que assistiu em Alvalade foi um desfilar de tácticas, conduzidas por quem
geria o futebol na altura – Freitas, Peseiro, Bento, Soares Franco, JEB,
Costinha, Couceiro, GL, Jesualdo – e nunca se vislumbrou uma verdadeira
estratégia no clube, nem nada que se pareça. Todas as decisões tomadas por
dirigentes do Sporting sempre pareceram mais reações a algo do que ações em si
mesmo.
Sempre que se apontava a Lua aos dirigentes do Sporting,
estes não olhavam para o corpo celeste mas sim para o dedo de quem a apontava.
A grande dúvida que tinha era saber se Bruno de
Carvalho foi apanhado desprevenido - ou não, com a arbitragem do Manuel Mota. Por
momentos, após ter visto a já célebre “descasca” que BdC deu no final do jogo e
ouvido e lido as mais diversas opiniões sobre o assunto, temi que ele se
tivesse passado apenas e que tivesse dado parte “fraca” com aquelas declarações. Como
os nossos detractores gostam de nos chamar, que nos tivéssemos armado em “calimeros”.
(É óbvio, para qualquer tipo intelectualmente honesto, que o Sporting tinha razões de queixa neste jogo com o Nacional, fazendo ou não, as declarações de BdC parte de uma eventual estratégia. Basta recordar os golos de Jackson, esta época, contra o Paços de Ferreira e Braga, ambos de cabeça. Se fosse o Slimani... melhor, se fosse o Jackson jogador do Sporting, e ambos teriam sido anulados por falta sobre o defesa.)
Mas depois leio o Jornal do Sporting, onde se escalpeliza a
estrutura da arbitragem em três páginas como nunca antes nenhum jornal
desportivo o tinha feito em milhares e milhares de páginas e lembro-me que o seu
director se chama José Quintela, de quem um seu aluno escreveu algures na net
(blog, facebook?) que era um “génio da comunicação”. Ouço atentamente Fernando
Seara – que também compra e lê o Jornal do Sporting, btw – a elogiar a “estratégiacomunicacional” do Sporting e as dúvidas começam a dissipar-se.
Quando finalmente ouço o José Eduardo, ex-jogador do
Sporting e um apoiante de BdC desde o início, a dizer n’A BOLA TV, desvendando que “"Um elemento da estrutura do Sporting disse-me, antes do jogo, que
tinham ido receber o árbitro e ele fora muito agressivo, com grande rigidez,
demonstrando mau estar”, as dúvidas terminam. Bruno de Carvalho, no final do
jogo do Nacional, não falou devido aos 15 minutos finais do jogo.
Bruno de Carvalho, antes do jogo, já sabia que o Sporting ia ser “gamado” naquele jogo. A conferência de imprensa no final do jogo fez parte da táctica de expor as vergonhas dos jogos terminados de forma a preparar o(s) jogo(s) seguinte(s).
Bruno de Carvalho, antes do jogo, já sabia que o Sporting ia ser “gamado” naquele jogo. A conferência de imprensa no final do jogo fez parte da táctica de expor as vergonhas dos jogos terminados de forma a preparar o(s) jogo(s) seguinte(s).
Se quero comprar um telemóvel na Feira da Ladra por cem euros, começo por oferecer primeiro cinquenta, não dou logo os cem, porque senão acabava por o comprar por cento e cinquenta euros... Se não quero ser
ainda mais roubado na 2ª volta da Liga, começo logo a queixar-me ( e com razão)
na 1ª. A isto chama-se estratégia.
Sejamos claros: em trinta jogos de Liga, seremos roubados
escandalosamente em quatro ou cinco. Até eu sabia disto, quanto mais BdC. Já
passarem catorze jogos, fomos roubados em dois (Rio Ave e Nacional) e ainda
continuamos em primeiro.
Eu vejo isto como um copo cheio. De champanhe, de
preferência.
Um Bom Ano a Todo/as!