14 de julho de 2013

Moneyball

“Okay. People who run ball clubs, they think in terms of buying players. Your goal shouldn't be to buy players. Your goal should be to buy wins. And in order to buy wins, you need to buy runs.”

Peter Brand, "Moneyball" (2011)



Onde se lê “runs”, leia-se “golos”. Estava indeciso entre esta quote do Moneyball ou outra em que os olheiros do clube dizem que jogador X deve ser bom porque está casado com uma mulher podre de boa. Deve ser confiante, dizem eles.

Este foi o principal erro de Godinho Lopes e, por acréscimo, de Carlos Freitas.

Estava a ler o CM de hoje – e não é que dê demasiado crédito no que lá vem escrito, mas...  – e houve uma notícia que me despertou os sentidos. Era uma que dizia que, nesta pré-época, Porto e Benfica já tinham gasto 50 milhões de euros em contratações e o Sporting teria gasto… um milhão de euros em três jogadores, Cissé, Maurício e Jefferson.

Epah, nós somos o Oakland Athletics do filme Moneyball (que foi baseado numa história verídica, by the way). Tentamos com um orçamento de merda competir com os tubarões da nossa Liga. E já o somos desde há algumas épocas mas apenas nesta o assumimos com frontalidade e honestidade. Há dois anos, foi um rodopiar de apresentações de jogadores com mais perfil de serem capas da Men’s Health do que propriamente aquele tipo de jogador indicado para jogar um Paços de Ferreira – Sporting, numa qualquer noite de segunda-feira chuvosa de Janeiro. A sério, eu cheguei a ler que, ou o Carlos Freitas era um homossexual enclausurado com jeito para o FM ou então, a razão para o que Sporting tivesse contratado tanto jogador com cara de modelo há dois anos, foi apenas para aumentar o número de bilhetes vendidos às Sportinguistas. E a alguns Sportinguistas também, suponho.


Ai, Nikoleta, Nikoleta, há dois anos vieram todos de camioneta.


 Este ano, não. Este ano temos o zarolho do Jefferson (é o tipo do filme que "throws funny"), o  “Zagueiro tem que ser firme, senão atropela” Maurício e ainda um refugiado de guerra guineense e cujo passatempo de criança não era, certamente, jogar Playstation. Acabaram-se os jogadores babyface, capazes das melhores façanhas fora do relvado (Ai, Nikoleta…) mas que lá dentro tinham performances dignas dum puto virgem saído da Academia.


Aliás, deve ter sido por isso – para agradar à percentagem feminina da massa associativa do Sporting – que a direção resolveu atribuir à camisola secundária do Sporting a cor laranja. Não ganhámos um único jogo com essa camisola vestida a época passada. 

Ok, a deste ano é roxa, mas sempre é menos abichanada. Estamos no bom caminho.


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