Olhamos para Coentrão, Acuña e Rúben Ribeiro e poderíamos imaginá-los como pescadores de caranguejos num barco qualquer do famoso programa da Discovery Channel, "Pesca Radical". São feios, "porcos" e maus. O campeonato de Português é um Mar de Bering, cheio de ondas traiçoeiras e Rúben Ribeiro sabe navegá-lo como ninguém e, além disso, sabe onde anda o caranguejo, isto é, o golo. Em 2007, quando empatámos 0-0 com Aves em Alvalade, os nossos pescadores eram, por exemplo, Miguel Veloso, Moutinho e Farnerud. Nem uma ruga na cara. Pescadores de água doce.
O Capitão Wild Bill Wichrowski tem a mesma pinta de JJ. |
Acabou por ser um jogo fácil porque, tal como aconteceu em Setúbal, contra o Cova da Piedade, voltámos a ter sorte quando levámos com uma bola na barra, perto do intervalo, o que iria, certamente, dar confiança ao Aves. Se temos sofrido golo contra uma equipa que jogava com 5 defesas, aposto que começariam a segunda parte com 6. Seria mais um daqueles jogos a sofrer, cheio de ondas...
Mas o mar estava calmo e com alguma pescaria. Vitória por 3-0, um jogo sempre controlado e onde, ao contrário do que se costumamos pensar quando estamos a vencer 2-0 - "Resultado perigoso... um golo deles, abanamos e o jogo fica em aberto" - foi o Sporting quem esteve sempre mais perto de matar o jogo com o 3-0 do que o Aves de reduzir. E claro, quem tem Bas Dost, o "holandês voador", está sempre mais perto de marcar. Mais um hattrick, mais um pesadelo para os adversários. Reza a lenda de que quem avistasse o fluyt "Holandês Voador" em mar alto, isso lhe traria azar e naufrágio certo. Será isso, certamente, que pensam os adversários do Sporting quando sabem que têm de defrontar o Bas Dost: golos e derrotas. Azar deles, sorte a nossa (roubámos mesmo vaca da Luz?).
Também é verdade de que, na lenda marítima, o "Holandês Voador" está condenado "a vagar pelos mares até ao fim dos tempos sem poder aportar". Esperemos que esta parte da lenda seja quebrada pelo nosso holandês e que o Sporting consiga aportar no Marquês em maio...
1 comentário:
Absolutamente fantástica esta analogia.
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