3 de setembro de 2013

Nicknames

Engraçado, esta merda:

"A utilização dos pseudónimos era uma das formas mais comuns para combater a «vaidade» que alegadamente grassava entre a classe dos jornalistas desportivos. Nas páginas de O Sport Lisboa, tal como era hábito nos jornais desportivos, abundavam os pseudónimos (Z.Z. e A.R. (cronistas), V.P. e Backs (secção de futebol), Mik Silv. (boxe), Ignotus (ciclismo), Krup. (poesia desportiva), entre outros), que na maioria dos casos correspondiam a nomes conhecidos do meio desportivo. Na edição de 7 de Fevereiro de 1914, o periódico dirigido por Alberto Lima explicava que o pseudónimo não era «nem nunca foi uma fórmula aviltante e baixa de um indivíduo se esquivar às responsabilidades de um escrito», nem «nunca significou anonimato, nem nunca se pôde traduzir por covardia.» Era, acima de tudo, «uma maneira hábil e muito antiga de quem escreve se esquivar às cores berrantes e espalhafatosas do reclame e à vaidade estulta e insignificante da vulgaridade», adoptando assim uma fórmula (o pseudónimo) também muito usada «nas artes, nas letras, na política e no teatro». Mas a informação sobre quem estava por detrás de um determinado pseudónimo não era nenhum segredo, com O Sport Lisboa a revelá-lo sempre que necessário, escondendo-o apenas quando o «perguntador» trazia consigo «a dignidade de rogo e a calúnia erguida».

Pág. 144, HISTÓRIA DA IMPRENSA PERIÓDICA DESPORTIVA PORTUGUESA (1875-2000), de Francisco Pinheiro





Quer dizer que desde o início desta merda de se escrever sobre bola, o pessoal já usava nicks.

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