28 de janeiro de 2018

#TaçaVAR





Estive em Alvalade na final da taça UEFA em 2005. Não estive no estádio do Braga ontem à noite. Durante a manhã, creio, na SportingTV, estavam a entrevistar adeptos nortenhos do Sporting ou adeptos do Sporting nortenhos, como queiram, e bateu cá dentro ouvir um dizer qualquer coisa do tipo "Os Sportinguistas deixaram de ter vergonha de ser do Sporting [com a chegada de BdC à presidência]". A 15m do final do jogo de ontem, só pensava nos milhares de adeptos Sportinguistas que quase encheram o estádio do Braga, onde muitos deles, certamente, seria a primeira vez que voltavam a um estádio para ver o Sporting desde há muito tempo. Tinham perdido a vergonha e estavam a 15m de sofrer a humilhação de ver o Sporting perder outra #TaçaLucílio para o Vitória de Setúbal. Só pensava "Foda-se, coitados", vão ser duros os próximos dias, depois de termos ganho ao Porto, da forma épica que foi, e agora perder a Taça para o Vitória de Setúbal do Edinho - foda-se.

Não se foi karma, se foi apenas o que tinha de ser, mas houve qualquer coisa de poético ontem à noite. Termos vencido a #TaçaLucílio com a ajuda do VAR, quase 10 anos depois de termos perdido - perdão, termos sido roubados, pelo Lucílio Baptista e pelos fiscais de linha "Ferrari" de Setúbal e o infame Cardinal. Um penalty de Podstawski que eu não vislumbrei em jogo corrido e que só na repetição consegui ver que era mesmo mão do luso-polaco e não uma defesa do guarda-redes. O VAR ser tão preponderante no desenrolar do jogo da equipa cujo presidente foi o mais acérrimo defensor da sua implementação no futebol profissional. O árbitro de campo ser o mesmo que há uns meses, após recomendação do VAR, não assinalou uma grande penalidade evidente ao Sporting. O Vitória de Setúbal do Edinho que nos "fodeu" na #TaçaLucílio, na época passada. O Vitória de Setúbal que nos fez a vida negra há uma semana e pouco. O William - o William! - a bater o penalty decisivo. Receber a taça na bancada presidencial do estádio do Sporting de Braga e com o António Salvador a ver. A #TaçaLucílio mudou de nome: #TaçaVAR


O jogo. Foi assustador verificar quão importante é o Gelson nesta equipa. E mais ainda verificar a falta de velocidade, energia e poder físico da equipa. Qualquer equipa top pode dar-se ao luxo, já o escrevi aqui antes, creio, de jogar com um, no máximo, dois, jogadores que não defendem, isto é, que não façam bem pressão no adversário, assim que há perda da bola. Por exemplo, no Real Madrid, Ronaldo defende pouco e mal. Os restantes 9 jogadores têm de fazer pressão a "dobrar". O Sporting começou ontem o jogo com cinco (5) jogadores que não faziam pressão. Houve momentos na primeira parte em que parecíamos que estávamos a jogar com duas equipas, uma a atacar e outra a defender. Bruno Fernandes, Bryan Ruiz, Ruben Ribeiro (este, menos), Montero e Bas Dost são lentos e inofensivos a defender. Felizmente, não sofremos um segundo golo ainda na primeira parte, caso contrário, creio que a Taça teria ido mesmo à vida. JJ viu o mesmo, alterou a equipa ao intervalo e deu para alterar o rumo das coisas.


É também assustador verificar que este plantel foi mal construído. Não temos extremos a sério, daqueles que fintam, correm (com velocidade), cruzam e marcam golos, exceptuando Gelson. Com Gelson e Podence lesionados, não temos magia. E sem magia não há coelhos sacados da cartola.

Oxalá o karma seja mais forte que a magia.


25 de janeiro de 2018

5-0

Acabou o jogo e ainda estou indeciso se jogámos bem ou mal. Após a outra meia final da #TaçaLucílio, o avançado do Setúbal, Gonçalo Paciência, disse que dedicava a vitória aos adeptos e exibição, de tão má que foi, não a dedicava a ninguém. Se tivéssemos jogado contra a Oliveirense, aceitava que um nosso jogador dissesse o mesmo que o Gonçalo mas como foi contra o Porto, o invicto Porto, acho que a exibição foi positiva. Tendo em conta que estamos a falar de um onze que inclui um defesa central de 34 anos, um lateral esquerdo que tinha feito 30 jogos nos últimos 3 anos, um médio esquerdo que não teve férias e um Bruno Fernandes AWOL, estou até tentado a dizer que fizemos uma exibição muito positiva. Estamos na final e agora vamos ganhar 5-0 ao Setúbal. Depois pensaremos no resto.

P.S. Mesmo menosprezando a #TaçaLucílio, é muito mau que a última vez que tínhamos chegado à final tenha sido há quase 10 anos...

22 de janeiro de 2018

"Objectivo" 7. Aquilo que se pretende alcançar, conseguir ou atingir. = ALVO, FIM, PROPÓSITO




Bruno de Carvalho tem um objectivo, tal como todos nós, Sportinguistas: ser campeão nacional. Para concretizar esse objectivo, tem um plano. Esse plano, basicamente, foi contratar o melhor treinador a treinar em Portugal, Jorge Jesus, e (tentar) apetrechar a equipa às necessidades e desejos de JJ. Estamos a meio da terceira época de JJ no Sporting e o objectivo ainda não foi conquistado. Por muito que BdC esteja a tentar parar a maré com as mãos, é impossível conter a insatisfação dos Sportinguistas face a um péssimo, inaceitável, resultado em Setúbal.

Quando BdC chegou ao Sporting, num contexto tenebroso e num estado de pré-falência, a primeira grande medida que tomou foi implementar uma série de cortes, desde o jornal do Sporting, departamentos, futebol profissional, salários, tudo foi objecto da "austeridade" pós-Croquetismo. Lembro-me de uma história que li algures, num blog ou fórum leonino, que a obsessão de BdC com o despesismo ia ao ponto de fazer contas ao dinheiro gasto em parafusos numa pequena reparação no estádio. E nós, Sportinguistas, estávamos nessa altura mais cientes do estado do nosso clube do que alguma vez estivemos na história centenária leonina. Aceitámos perfeitamente que o caminho que íamos ter nos próximos anos iria ser um caminho muito duro, com pouco dinheiro, aposta na formação e sempre na sombra dos nossos rivais, na esperança de uma época má de ambos e uma excelente época nossa. Repito, a noção coletiva dos adeptos Sportinguistas era a que, de facto, BdC era o homem certo no local certo e que a recuperação do clube, rumo ao objectivo principal, iria ser doloroso e demorado. Tínhamos aceitado essa realidade.

Pois bem, logo na primeira época completa de BdC à frente do clube, na época de Leonardo Jardim, fomos todos surpreendidos quando estivemos, até bem perto do final da época, a discutir o título com o Benfica de JJ. Uma equipa low-cost, repleta de putos da formação (ainda que com o calendário mais alivido pela não presença nas competições europeias desse ano, é verdade), vindos da pior época de sempre do clube e, mesmo assim, estivemos na luta. Epah, isto se calhar não vai demorar assim tanto tempo. Se calhar, é possível sermos campeões com BdC mais cedo do que julgávamos, foi o pensamento geral dos Sportinguistas e, admito, até do próprio BdC, que deve ter ficado surpreendido com tão rápida colocação do Sporting na dianteira da corrida ao título.

Veio Marco Silva, o empréstimo de Nani e, julgo eu, BdC julgava mesmo que era possível ser já campeão na sua 2ª época como presidente. Creio que até foi nessa pré-época que Inácio disse que íamos partir na pole-position. Não fui ao Google confirmar mas, se não disse nessa pré-época, disse na seguinte, na primeira de JJ como treinador. Pouco importa, o que quero relevar é que as expectativas, tanto do presidente e restante direção, como dos adeptos, na sua grande maioria, era a de que íamos mesmo lutar pelo título. Lutar a sério, não aquela banalidade de se dizer que o Sporting, como clube grande que é, é sempre candidato ao título.

Aconteceu o que aconteceu com Marco Silva, mesmo assim ainda ganhámos a Taça de Portugal e no final da época, toda a gente ficou surpreendida - toda - com o anúncio de JJ como treinador principal do Sporting. É uma mudança de paradigma brutal. Passáramos do Sporting austero e com Naby Sarr no centro da defesa para o Sporting pujante e com Coates como patrão da defesa. JJ nunca o afirmou perentoriamente, como, por exemplo, Mourinho disse, logo na sua primeira época no Porto, e batendo, literalmente, na mesa, "Vamos ser campeões!", mas todos nós acreditávamos que íamos mesmo ser campeões. E quando iniciámos aquela época de forma tão impressionante e imponente, vencendo a Supertaça ao Benfica, vencendo na Luz para o campeonato e eliminando-os da Taça de Portugal em Alvalade, todos já nos víamos no Marquês, jogadores e dirigentes incluídos. Só isso explica a soberba e desleixo demonstrados, logo em dezembro, quando perdemos de forma surpreendente em casa do União da Madeira. O resto é a história que todos nós sabemos e que o pontapé falhado de Bryan Ruiz fará questão de perpetuar para sempre na memória de todos nós. Veio a 2ª época de JJ, onde todos julgaram (incluindo adeptos) que era apenas uma questão de retocar a equipa, de modo a evitar os erros cometidos, e continuar o trabalho deixado "a meio" na época passada. Foi a desilusão que se sabe.

Estamos na 3ª época de JJ, começamos de forma imperial, ainda que demonstrando uma incapacidade preocupante de vencer equipas do nosso quilate (empates com Porto, Braga e Benfica) e de penetrar confortavelmente em equipas defensivamente bem montadas (vitórias sofridas contra Setúbal e Feirense na primeira volta, empates comprometedores com Moreirense e agora com o Setúbal). É isso que BdC demonstra, pelos constantes posts e respostas que tem feito no Facebook, ainda não ter conseguido perceber: os adeptos do Sporting estão desiludidos porque a isso foram levados. Por esta altura, já pensávamos ter sido campeões, pelo menos uma vez, e, no entanto, estamos em 2º lugar, a potenciais 4 pontos do Porto e com o Benfica tetra-campeão à perna.

As expetativas do adepto comum Sportinguista são aquelas construídas a partir da 1ª época de JJ, e que treina um plantel que inclui Bas Dost, vindo da Bundesliga, e Wendel, craque brasileiro também pretendido pelo Paris Saint-Germain. Não são as expectativas de 2013, quando vínhamos de um 7º lugar e tínhamos uma dupla de centrais constítuida por Sarr e Maurício. As críticas são inevitáveis e, mais importante, legítimas. Sempre foram e sempre serão. Claro que não me refiro a insultos ou coisas desse tipo. Se um adepto não puder gritar e aplaudir quando ganha e gritar e "assobiar" quando perde, então, nessa altura, isto deixa de ser futebol e passa a ser outra coisa qualquer. Não peçam ao adepto de futebol racionalidade, memória, gratidão ou justiça, porque isso nunca irá acontecer, salvo em raras excepções. Já ninguém se lembra do PER, luta com a banca ou o relvado aos buracos. Ninguém quer saber dos 12 anos sem pavilhão, só importam os 16 anos sem ser campeão. É uma pena mas é assim.

A única forma de calarem os adeptos é com vitórias. Acho que já era tempo de terem percebido isso.

21 de janeiro de 2018

killer instict

Interessante, a crónica de opinião do António Tadeia, hoje no DN e no seu site pessoal, sobre o momento do Sporting. Concordo com tudo e é engraçado ver que partilhei algumas das ideias dele no meu post, há uns dias atrás. Até a falta de "killer instict" desta equipa do Sporting mencionei.





"Coentrão e o ADN do Sporting


A forma como Fábio Coentrão descarregou a sua frustração no banco de suplentes do Estádio do Bonfim, depois de perceber que o Sporting ia ali deitar à rua dois pontos, com um golo sofrido em tempo de compensação, mostra acima de tudo uma coisa: o lateral vila-condense está habituado a ganhar e não a perder pontos desta forma. Pode até ser "feito de Sporting", como disse no momento em que assinou pelo que sempre foi o seu clube do coração, mas não é daquela parte do ADN do Sporting que cresceu exponencialmente com a conquista de apenas dois títulos nacionais nos últimos 35 anos: a parte fatalista e muitas vezes até sobranceira que já esteve à mostra, por exemplo, há dois anos.

Jorge Jesus já disse uma série de vezes que não compreende como perdeu esse campeonato de há dois anos, tendo feito 86 pontos. A resposta mordaz é sempre a mesma: porque o Benfica fez 88. Mas essa é a resposta para memes de Facebook. A razão mais profunda fala-nos de outras coisas, como a sobranceria, a falta daquilo a que, em tempos, Bobby Robson chamou killing instinct [instinto assassino]. Porque é disso que se fazem os campeões. Há dois anos, na jornada anterior à do desafio decisivo contra o Benfica, o Sporting foi a Guimarães com quatro pontos de avanço, teve ocasiões para ganhar, mas perdoou: empatou a zero. Ainda assim, jogou o dérbi, em casa, com um ponto de avanço. E voltou a perdoar, perdendo por 1-0. Tal como perdoou na sexta-feira em Setúbal, quando o adiamento da segunda parte do Estoril-FC Porto, mais a mais com os dragões em desvantagem, o deixou na frente da classificação. Era facilidade a mais.

Tal como disse Sérgio Conceição depois do FC Porto-CD Tondela, há pressão que é boa: a pressão de ganhar para ficar à frente. Difícil é jogar sem ela, sem essa pressão. Há dois anos, depois de se ter deixado ultrapassar pelo Benfica, em relação ao qual chegou a ter uma vantagem bastante confortável, o Sporting não voltou a perdoar. Ao contrário do que sucedera antes, já tinha pressão. Simplesmente, o Benfica também respondeu à pressão, ganhando os seus jogos e conduzindo o campeonato a uma longa corrida entre duas equipas que o acabaram com uma pontuação irreal: 88-86. Nessa altura, os jogadores do Benfica - que, continuo a achar, jogava menos do que o Sporting, nessa Liga - mostraram uma coisa: espírito de campeões. E como se tem esse espírito de campeão, esse instinto assassino? Ganhando, habituando-se sempre a ganhar.

Parece a história do ovo e da galinha: não se ganha sem espírito de campeão e não se adquire espírito de campeão sem ganhar. Mas não é preciso sequer pensar muito para se perceber que nem os jogadores que compõem o atual plantel do Sporting nem o futebol do clube têm um passado recente de muitas vitórias. As exceções serão Coentrão e, até certo ponto, Mathieu. Os outros, mesmo que a política desportiva do clube tenha mudado com Bruno de Carvalho, podem mesmo ter desenvolvido um determinado nível de resignação próprio daqueles para quem não ganhar é o mais normal e, por isso, aceitável. Rui Patrício é um guarda-redes de classe Mundial, já é o segundo jogador que mais vezes representou o Sporting - e em breve será o primeiro -, mas não sabe o que é ser campeão nacional. Como não o soube Luís Figo, como o não souberam Cristiano Ronaldo ou Nani.

Como se muda isto? Com todos os defeitos que tem, sobretudo na comunicação obsessiva e muitas vezes incorreta acerca dos adversários, Bruno de Carvalho tem feito por isso. Passou a recusar a saída dos jogadores antes de atingirem um determinado nível de serviços prestados. Está a reforçar a equipa de uma forma massiva, apetrechando-a de soluções que, em termos futebolísticos, lhe adivinham melhorias. Se é uma aposta consciente ou uma fuga para a frente, capaz de levar o clube a grandes dificuldades, o futuro o dirá - e este texto nem é acerca disso. Mas tomara o Sporting que mais jogadores tivessem sentido os índices de revolta de Coentrão depois do empate em Setúbal, ainda que sem partir nada. E tomaram os sportinguistas que ser "feito de Sporting" fosse aquilo e não as promessas tantas vezes repetidas de "levantar a cabeça" e esperar com resignação por dias melhores."

19 de janeiro de 2018

ni


#jáfomos

Não há maneira de tentar ser irónico ou subtil ao escrever sobre o que se passou hoje em Setúbal. Para ser claro, é isto:

Temos um treinador velho, com boas ideias de treino mas que se acobarda mais a cada jogo que se passa. Ele já não age, apenas reage. Aos 60m de jogo, saltava à vista que Rúben Ribeiro estava a mais (ou a menos) e que tinha de sair, para entrar Podence. Para irmos à procura do 2-0. JJ tirou RR aos 80m. Para entrar Battaglia. Foi a sentença final no resultado. Antes do jogo começar, estávamos a ver a Sporting TV e estava lá um velhote, ex-jogador do Sporting, cujo nome não me recordo agora, e estava a contar que, quando era treinador, parece-me, tinha uma frase que costumava dizer e que era mais ou menos isto "Vamos a eles antes que venham eles a nós" ou coisa que o valha. O Sporting não foi a "eles", não teve vontade de os comer, de os massacrar. Mais uma vez, falta "killer instict" a esta equipa, vontade de comer a relva. Não percebo porquê, não sei se é falta de vontade ou falta de cafeína, o que sei é que, sistematicamente, isto repete-se. Às vezes, parece que o objetivo da equipa em campo não é marcar golos mas sim jogar à rabia no meio campo adversário. Tanta puta de toque de bola e passes para aqui e passes para acolá e não saímos disto. A falta de tesão da equipa é tanta que conseguem meter o nosso avançado a fazer passes para o colega em vez de rematar à baliza. Se as equipas não sairem lá de trás e não derem espaço, é sempre a mesma merda, os mesmos 70% de posse de bola e 1 ou 2 remates perigosos à baliza. Noutros clubes, essa falta de tesão é resolvida internamente pelo treinador (quem nunca ouviu falar nos discursos "secador de cabelo" de Alex Ferguson?) ou pelo presidente (as célebres descidas ao balneário) ou é resolvida externamente (as "esperas" das claques ao autocarro da equipa). Infelizmente, não vejo nem JJ com genica suficiente para tal nem BdC com autoridade suficiente para que algo mude no balneário. E, da forma como as claques do Sporting estão actualmente "domesticadas", esse "viagra" externo também não acontecerá. 

Eu não tenho ilusões: já fomos. Neste campeonato de merda, onde os pontos valem ouro, qualquer deslize é fatal. Estamos no início da 2ª volta e já temos 5 empates. Olho para o calendário do Benfica (16 jogos, 9 na Luz e 7 fora) e vejo que já não têm de ir ao Dragão, Alvalade e Braga. Nem têm de jogar mais nenhuma competição além da #LigaMickeyMouse. Vejo o Porto com uma vontade de ganhar que até faz inveja.

Ainda temos de ir ao Dragão, Braga, Marítimo... alguém acredita que vamos ganhar mais jogos do que Benfica ou Porto? Alguém está a ver Benfica ou Porto perderem pontos como nós perdemos em Moreira de Cónegos ou Setúbal? A reação de Coentrão no final do jogo é de alguém que sabe muito bem o que acabou de se passar esta noite. #jáfomos








Como desejo estar errado...

14 de janeiro de 2018

Mar de Bering

Um bom exemplo que demonstra como o Sporting é mais respeitado pelos árbitros e adversários é notar como o árbitro espera que os adeptos terminem de entoar o #OMundoSabeQue para poder dar início ao jogo. Outro, um pouco mais evidente, é quando a equipa adversária vem jogar em Alvalade num 5-4-1. E assim continuam, mesmo a perder por 1-0. Outro exemplo de quão nos respeitam é a ausência de passes desleixados de defesas junto à sua área ou de tentativas de dar início ao ataque com passes curtos arriscados envolvendo guarda-redes e defesas-centrais. Contra o Sporting é cerrar o dente e bola na frente. Respeitinho.










Olhamos para Coentrão, Acuña e Rúben Ribeiro e poderíamos imaginá-los como pescadores de caranguejos num barco qualquer do famoso programa da Discovery Channel, "Pesca Radical". São feios, "porcos" e maus. O campeonato de Português é um Mar de Bering, cheio de ondas traiçoeiras e Rúben Ribeiro sabe navegá-lo como ninguém e, além disso, sabe onde anda o caranguejo, isto é, o golo. Em 2007, quando empatámos 0-0 com Aves em Alvalade, os nossos pescadores eram, por exemplo, Miguel Veloso, Moutinho e Farnerud. Nem uma ruga na cara. Pescadores de água doce.



O Capitão Wild Bill Wichrowski tem a mesma pinta de JJ.


Acabou por ser um jogo fácil porque, tal como aconteceu em Setúbal, contra o Cova da Piedade, voltámos a ter sorte quando levámos com uma bola na barra, perto do intervalo, o que iria, certamente, dar confiança ao Aves. Se temos sofrido golo contra uma equipa que jogava com 5 defesas, aposto que começariam a segunda parte com 6. Seria mais um daqueles jogos a sofrer, cheio de ondas...

Mas o mar estava calmo e com alguma pescaria. Vitória por 3-0, um jogo sempre controlado e onde, ao contrário do que se costumamos pensar quando estamos a vencer 2-0 - "Resultado perigoso... um golo deles, abanamos e o jogo fica em aberto" - foi o Sporting quem esteve sempre mais perto de matar o jogo com o 3-0 do que o Aves de reduzir. E claro, quem tem Bas Dost, o "holandês voador", está sempre mais perto de marcar. Mais um hattrick, mais um pesadelo para os adversários. Reza a lenda de que quem avistasse o fluyt "Holandês Voador" em mar alto, isso lhe traria azar e naufrágio certo. Será isso, certamente, que pensam os adversários do Sporting quando sabem que têm de defrontar o Bas Dost: golos e derrotas. Azar deles, sorte a nossa (roubámos mesmo vaca da Luz?).

Também é verdade de que, na lenda marítima, o "Holandês Voador" está condenado "a vagar pelos mares até ao fim dos tempos sem poder aportar". Esperemos que esta parte da lenda seja quebrada pelo nosso holandês e que o Sporting consiga aportar no Marquês em maio...




12 de janeiro de 2018

A origem da expressão "golo olímpico"

A origem da expressão "golo olímpico", após um golo de canto direto (Salvé, grande Morais)? O @jonawils explica. [contexto: Uruguai era medalha ouro Jogos Olímpicos 1924 e Argentina desafiou Uruguai para um tira-teimas a 2 mãos, para ver quem era a melhor equipa, afinal]


11 de janeiro de 2018

Yah

JJ quis ser justo e então começou com Bruno César e Bryan Ruiz ao mesmo tempo contra o Cova da Piedade, clube da 2ª Liga. Bruno César é aquele jogador que marca golos ao Real Madrid e à Juventus e não consegue passar pelo Evaldo. Bryan Ruiz é aquele jogador que parece sempre que vai arrancar uma grande jogada mas que raramente o faz. Jogar com ambos ao mesmo tempo no meio campo e apenas com um Battaglia-com-ligaduras-Kinésio-no-joelho mais atrás não augurava nada de bom. Levámos duas bolas nos postes na primeira parte. Acho que além do ponto que trouxemos da Luz, também lhe trouxemos a vaca. Coentrão e Acuña juntos não combinam muito bem mas sempre conseguem sacar uns bons cruzamentos. Esqueceram-se era que não havia Bas Dost na área e só lá estava Podence, o homem que era suposto fazer-nos esquecer do Gelson ontem. Pois bem, não fez. O que já não é propriamente uma novidade.

Na segunda parte entraram Bruno Fernandes e Bas Dost e voltámos a jogar com onze jogadores. Deixou de ser um jogo de pré-época e passou a ser um jogos dos quartos de final da Taça de Portugal. Bruno Fernandes marcou um grande golo, embora com uma ajuda precisosa do Evaldo (2 épocas no Sporting...) e quando parecia que estava tudo bem encaminhado, ainda conseguimos tornar a coisa um pouco mais embaraçosa, ao sofrermos um golo do Cova da Piedade e adiar a passagem às meias até perto dos 80 minutos, quando o inevitável Bas Dost fez um passe para dentro da baliza e com isso, selou o encontro com um 2-1 para o Sporting. Sim, foi um jogo mau, noventa minutos penosos mas mau mesmo é estar já estar eliminado da(s) Taça(s) e ficar a ver os rivais a jogar na tv. Isso sim, é que é mau. Venha de lá o Porto.



7 de janeiro de 2018

Game, set and match

Antes do jogo começar, lembrei.-me algumas vezes do jogo seguinte ao derby na Luz da época passada. Foi contra o Braga, um jogo parvo, atabalhoado e onde parecíamos estar ainda atordoados com o desenlace do jogo anterior. Perdemos, com um golo do Wilson Eduardo, se bem se lembram. Estava a temer o pior para o jogo de hoje. Quer dizer, quando joga o Sporting, temo sempre o pior mas depois do derby de há dias, estava particularmente temeroso e ainda mais quando marcámos um golo tão cedo no jogo. Estava à vista um empate e com um golo nos últimos minutos. O Marítimo, aliás, mostrou bem cedo que era essa a táctica. Defender com onze jogadores atrás da bola e esperar por um golo após um canto, livre ou contra-ataque.

Enganei-me. Foi um passeio. Não é por acaso que, minutos antes do jogo começar, o capitão de equipa do Sporting escolhe quase sempre iniciar o jogo atacando da bancada sul para a norte: é que assim está assegurado que a equipa jogará a segunda parte atacando de norte para sul, direito à baliza "grande", como JJ costuma dizer, direito à baliza "Vítor Damas", a baliza onde estão as claques do Sporting. Foram 4 golos em 40 minutos naquela baliza e um hattrick do Bas Dost. Gostei particularmente do golo do Bryan Ruiz. Bryan é um senhor, dentro e fora do campo, e merecia esta reabilitação junto da massa adepta do Sporting. Não está reabilitado totalmente mas este golo já servirá como salvo-conduto para mais umas quantas jornadas sem ser assobiado. Bas Dost é letal dentro da área mas o que gosto mais nos seus golos é depois as comemorações, quando se vira imediatamente para agradecer ao jogador que lhe passou a bola. Foi engraçado vê-lo um pouco confuso quando marcou o 4º golo, após uma bola vinda do guarda-redes do Marítimo, após remate de Bruno Fernandes.

Que mais há a dizer? Boa vitória - melhor ainda por não termos sofrido golos -, boa reação ao empate e exibição na Luz e, aparentemente, ninguém se lesionou. Mostrámos ter um bom plantel, preparado para as contingências e para o que resta do campeonato (e taças). Ristovski é um excelente jogador e André Pinto também. Estamos na luta.


O pormenor do Acunã que fez o apanha-bolas a levar as mãos à cabeça :) (dica: @diogomlbernardo )

4 de janeiro de 2018

Lei de Sporting

Aos 80 e tal minutos do jogo estava a pensar em dar o título a este post "Lei de Murphy vs Lei de Darwin", teorizando sobre a forma como tudo corria mal ao Benfica (as eliminações da Champions, Taças nacionais, o "azar" no derby...) e como o Sporting de JJ evoluiu para um Sporting mais adulto, cerebral, sem perdas de concentração (o passe atrasado do Mathieu, pareceu-me, para o Patrício, dentro da área e rodeado de jogadores benfiquistas, aos 60 e tal minutos, é o exemplo máximo dessa "coolness" sob pressão), até que, aos 90m de jogo, o Battaglia teve uma paragem, de mão e de cérebro. Ainda não decidi que título vou dar agora.

O Benfica não jogou bem mas jogou muito, correu muito. O nosso meio campo andou perdido o jogo todo, sem que qualquer um dos três jogadores - William, Battaglia e B. Fernandes - soubesse bem quem e onde deveriam marcar. Um susto permanente. O golo do Benfica adivinhava-se assim que marcámos o nosso através do Gelson. Era uma questão de minutos, só não imaginei que fossem tantos. Salta à vista o desiquílibrio deste plantel. Só temos 2 desiquilibradores: o Gelson e o, err, Piccini. Parece mentira mas é verdade. Bas Dost sem munições, é, excepto as bolas bombeadas para o meio campo onde ele consegue desviá-las para os companheiros, inofensivo. O Porto, só em avançados, tem 2 panzers e um sniper. Aboubakar, Marega e Soares. E depois tem Brahimi. Benfica tem um batalhão de jogadores de ataque: Jonas, Jimenez, Seferovic, Salvio, Zivkovic, Rafa, Cervi... até o André Almeida sabe atacar. Creio que esta nossa falta de poder ofensivo é evidente quando jogamos contra equipas mais fortes.

Certo, da forma como correu o jogo, é legítimo dizer que ganhámos um ponto mas... perante o Benfica mais fraco das últimas quatro épocas, eliminados humilhantemente da Champions, eliminados da Taça de Portugal e Taça da Liga, encurralados há meses com a questão dos emails e, na última semana, com a questão dos jogos comprados na época 14/15, o "melhor Sporting dos últimos anos" tinha obrigação, se queria afirmar-se definitivamente nesta época, de dar a estocada (quase) final neste Benfica moribundo. Mas não, tínhamos de falhar no momento errado. Típico Sporting. A Lei de Sporting. A certa altura, e não foi a primeira vez o que senti nos últimos anos, senti inveja da raça e da vontade (de ganhar) dos jogadores do Benfica. Podemos até ter melhores jogadores, tecnicamente falando, do que eles, mas aquela vontade de ganhar a bola, de roubar a bola, de discutir qualquer decisão do árbitro, aí, eles dão-nos uma abada. E eu não consigo entender porquê. Cá fora, desde o presidente até aos adeptos, a vontade é enorme. Começam os jogos a sério e... puff.


É, para aí, a 20ª foto que encontrei depois de googlar "típico Sporting"


Como disse, é legítimo dizer que ganhámos um ponto mas também podemos dizer que perdemos dois para o Porto. E enquanto vejo Porto e Benfica a ganhar "aqueles" jogos contra equipas pequenas onde basta ter uma equipa relativamente bem montada defensivamente e onde o golo surgirá, mais cedo ou mais tarde, ao 327º remate que façam, já o Sporting, quase de certeza, irá ter um daqueles jogos que não conseguirá marcar golos e, inevitavelmente, perderá "aqueles" pontos que todos nós nos lamentaremos depois da época acabar. Se fosse presidente do Sporting, neste momento estaria a pensar se valerá a pena oferecer as "prendas" ao treinador ou não.


PS. A mesma Sporttv do Freitas "falem mas é de bola" Lobo e que oferece prendas com palavras cândidas aos treinadores nas flash-interviews, é a mesma Sporttv que tem jornaleiros a lançar suspeitas acerca da integridade dos árbitros. (dica graças ao @d20fernandes )







*Antes que alguém pense "este gajo só escreve quando o Sporting perde", devo dizer que tinha pensado, há uns dias, "Epah, vou escrever um post/crónica do jogo, no que resta deste campeonato." Também devo dizer que estava a èspera de ter escrito hoje sobre uma vitória do Sporting... mas o mais certo é que me aborreça entretanto e não cumpra o meu desiderato. :P