31 de dezembro de 2014

25 de dezembro de 2014

Sporting, e que tal chamar arrolar a Lazio como testemunha contra a Doyen?

"In June 2013, Tare splashed out €8 million on Felipe Anderson, a youngster billed as one of Brazil’s hottest young talents in years. At Santos he had established himself as an explosive attacking midfielder, who had the ability to glide past opponents with ease.

The deal was regarded as complicated, to say the least. Anderson had been part owned by a third party named Doyen Sports, and the company’s irrational approach meant that negotiations went on for more than six months before an agreement was finally reached. It says a lot about Tare’s faith in Anderson that he persisted with negotiations when many would have backed out much earlier.

It will remain in history as the most paradoxical and shocking negotiations I have ever been a part of. These third party owners changed their minds continually. When we had everything decided, they would start from scratch two hours later”, remarked Tare regarding the Anderson deal.


http://forzaitalianfootball.com/2014/12/felipe-anderson-finally-starting-to-repay-show-of-faith-at-lazio/

15 de dezembro de 2014

Desespero

Não sei por onde começar o post... talvez comece pelo Juventus - Sampdória, disputado ontem de manhã e transmitido pela Sporttv. O futebol italiano é muito parecido com o português, dentro e fora do campo. Bom, mas neste caso, pouco importa que campeonato era ou que clubes eram. A Juventus começa o jogo a ganhar, com golo de Evra aos 12m e tudo parecia encaminhar-se para (mais) uma vitória da velha senhora. Porém, a Sampdória entra bem no jogo após o intervalo e, fazendo jus ao bom campeonato que está a realizar, marca o golo do empate através de um bom remate de Manolo Gabbiadini (e ia marcando o golo da vitória nos instantes finais) e a Juventus, como é lógico, lançou-se num desesperado ataque continuado à baliza da Samp, à procura do golo da vitória. A Juventus era líder do campeonato, com 3 pontos de vantagem. Líder e actual campeão.




Eu, durante o dia de hoje.



Como estava a dizer, os jogadores da Juventus lançaram-se, todos, a começar pelo Buffon, em busca do golo da vitória. Uma corrida desenfreada, por vezes não muito bem jogada, mas via-se, saltava à vista!, a ânsia dos jogadores à procura do golo. A bola sai pela linha lateral, o Vidal não espera pelo Lichtsteiner para marcar o lançamento, marca logo ele. O árbitro marca falta atacante ao jovem Kingsley Coman (18 anos), chegado esta época a Turim, e ele não pára para discutir com o árbitro, com o adversário ou com os deuses. Não, corre a buscar a bola e coloca-a no local da falta. Vejo o Massimiliano Allegri, treinador da Juve, a discutir com o árbitro, com o 4º árbitro, com os apanha-bolas, com os suplentes, obcecado com apenas uma coisa: o golo da vitória. Vejo o Pavel Nedved, velha glória da Juventus e actual diretor (técnico, desportivo, institucional da Juventus? Não sei exatamente, sei apenas que é o gajo que responde nos media a quem ataca o clube. Ainda no último "bate boca" entre a Roma e a Juventus, foi o checo quem mais respondeu ao presidente romano. Nedved é muito respeitado em Itália, tanto pelos adeptos bianconeri como pelos adeptos de outros clubes, ex-jogadores, dirigentes, presidentes, jornalistas. Todos o ouvem.) aos saltos e a despejar calão em italiano quando algum jogador falha um remate ou quando o árbitro não assinala uma alegada mão de um jogador da Samp dentro da área. E quando era o Conte o treinador... era isto tudo a triplicar.

Dei o exemplo da Juventus mas podia dar o exemplo do Benfica, de Jorge Jesus, do "fair-play é uma treta", de Rui Costa...

Adiante. A Juventus não conseguiu marcar o segundo golo mas ninguém no estádio assobiou no final do jogo. Nem durante.


Sporting - Moreirense. Primeira parte de merda. O golo há-de chegar, como haveria de chegar contra o Belenenses, o Paços... desta vez nem chegou como ainda levámos um do Moreirense, em mais um golo de bola parada. A propósito, um dia destes vamos ter de falar, muito a sério, do elefante que temos em Alvalade e que ganhou um pavor tal a bolas pelo alto que agora já quase nem sai dos postes nos cantos e livres...

Segunda parte, começa o frenesim mas não vejo o desespero que quero ver nos jogadores do Sporting por estarem a perder em casa com o Moreirense, aquele desespero que vi na cara dos jogadores da Juventus por não estarem a ganhar ao 4º classificado da Liga italiana. Setenta e quatro minutos, a prova de que os jogadores do Sporting que estão no jogo, não estão realmente "no jogo". O árbitro marca mão a um jogador do Moreirense à entrada da sua área, e que já tinha um amarelo. Seria o segundo. Se aqueles jogadores estivessem "conectados" com o jogo, com o Sporting, com a Liga, com tudo, tinham corrido direito ao árbitro a exigir o segundo amarelo. Não vi nem um jogador do Sporting a fazê-lo. Provavelmente, nem se lembravam ou sabiam que o Cardozo já tinha amarelo. Imperdoável.

Noventa e um minutos e trinta e oito segundos. Montero remata a bola para dentro da baliza, após um toque de Tanaka, vira-se, ergue os braços, segue o ritual habitual de comemoração pós-golo e é abraçado por Tanaka e Slimani e não sei se mais alguém. Não vi nenhum jogador do Sporting correr direito à baliza para ir buscar a bola e colocá-la no centro do terreno, de modo a que o jogo reiniciasse o mais rapidamente possível. Se calhar, estavam satisfeitos com o empate. Bola ao centro, o jogador do Moreirense toca a bola para o companheiro mas o árbitro interrompe o jogo porque o Slimani ainda vinha a caminhar dentro do meio campo adversário...

Noventa e dois minutos e quarenta e seis segundos, um minuto e oito segundos depois do golo, recomeça o jogo. Um minuto e oito segundos. Já vi muita coisa acontecer em um minuto e oito segundos.

Haveria muito para discutir - as opções de Marco Silva, Capel, Miguel Lopes, Heldon, Cédric, equipa B, Gauld, Sacko, o plantel, Bruno de Carvalho, a merda do relvado, o futuro, a Liga Europa, os dez pontos de atraso, a Taça da Liga, etc, etc,  - mas fico-me só por estes pormenores que, para mim, dizem-me muito do estado de alienação que alguns jogadores do Sporting vivem... o Sporting e a nossa Liga.

Certo, é uma Liga "Mickey Mouse" mas é a que temos. Para se ganhar ao Moreirense ou ao Paços, não basta jogar bem ou melhor, há que lutar, suar, correr, desesperar. Isto não é a Champions.

14 de dezembro de 2014

A Liga já mandou ouvir o Fernando Guerra?





José Manuel Freitas (jornalista de A Bola): "Quem sabe, quem sabe, se o presidente do Benfica não ligou para Rui Pedro Soares a dizer 'Não se esqueça do acordo verbal que nós temos!"

Fernando Guerra (subdiretor de A Bola): "Se calhar, sim."

JMF: "Pronto!"

FG: "Se calhar, sim."

JMF: "É só isso."

FG: "Há uma outra versão, uma outra variante... (...) que também - e vale o que vale -, que teria sido proposto ao Belenenses a antecipação do jogo para... em um dia, por causa da participação do Benfica - neste altura, ainda estava... -

JMF: "Foi o Benfica é que decidiu depois que já não valia a pena porque já estava afastado das competições europeias."

FG: "Ora, exactamente! E que desse ponto de vista, terá havido da parte do Belenenses a dizer 'Bom, então a gente antecipa ou altera-se, mas os jogadores [Miguel Rosa e Deyverson] podem... vão alinhar."

Alexandre Évora (pivot): "Contrapartida. [risos]"

FG: "Pronto. Depois, isso tudo ficou em águas de bacalhau e voltou à primeira forma. Isto são tudo conversas...

JMF: "Isso já é... já é conversa de bastidor muito profunda, que eu desconheço completamente.

FG: "... São tudo conversas de bastidores."


11 de dezembro de 2014

Estreia abençoada

Estava aqui a fazer uns .gifs, nomeadamente um .gif da estreia do Rui Patrício em jogos oficiais pelo Sporting, naquela famosa defesa de um penalty na Madeira e que nos garantiu o triunfo por 0-1, e reparei na falta que deu origem ao penalty assinalado por... Bruno Paixão.


Sem comentários:








Já agora, o .gif da estreia do Rui Patrício com a camisola do Sporting, o primeiro dos 301 já efetuados:

http://gfycat.com/GlossyGenerousAuklet (não sei "embed" esta merda no blog)


7 de dezembro de 2014

Ainda sobre os direitos televisivos...

... escrevi isto hoje no forumscp e coloco aqui para memória futura:





"Em Espanha (a outra "grande" Liga europeia cujos direitos televisivos não eram centralizados) prepara-se uma mudança para algo semelhante ao que se vem discutindo aqui. Não me admiraria muito se os moldes da centralização pretendida por Duque e sus muchachos forem idênticos aos elegidos pela La Liga... (quem quiser ler, escrevi sobre isso aqui)

Se tal mudança for avante, com Benfica e Porto a quererem aumentar as "fatias" do "bolo" à custa do Sporting, e se for impossível impedi-lo de forma negociada, não vejo outra opção que seja a da "força". Aquando das negociações entre BdC e os BES, dias antes daquela célebre conferência de imprensa onde BdC desafiou os bancos, pairava a hipótese desses "parceiros" do Sporting puderem tramar BdC e negar a concretização da reestruturação financeira. Além de deixar no ar a hipótese de se demitir, caso a negociação com os bancos não avançasse, lembro-me que também se falava bastante (e falou-se mesmo, lembro-me agora!) de um boicote ao BES e de outras medidas contra os bancos onde se apelaria o espírito de luta leonino.

Isto tudo para dizer que se o tal projecto de "regionalização" dos direitos televisivos (ou qualquer outro que prejudique o Sporting), na minha opinião, só há uma hipótese: construir uma "narrativa" no seio do Sporting contra a Sporttv (ou qualquer canal de televisão que venha a ser o titular dos direitos televisivos) e apelar aos Sportinguistas a um boicote de 9 meses (o período de uma época desportiva) ao canal. Teria de ser uma "narrativa" muito bem construída, delineada, planeada, de modo a abranger o maior número de Sportinguistas possível e onde se explicasse muito bem o que está em causa, para que o "sacrifício" de ficar sem ver os jogos do Sporting (e restantes modalidades, NBA, F1, etc) fosse bem aceite e compreendido pelos Sportinguistas e, igualmente importante, fazer mostrar aos rivais e entidades afectadas (Sporttv, Olivedesportos, Liga, etc) que estaríamos a falar mesmo, MESMO, a sério.


Gostaria de ver se uma Sporttv sem assinantes Sportinguistas se se aguentaria em pé durante muito tempo..."


Clube grande, atitudes de pequeno

A grande maioria dos adeptos de futebol, incluindo os próprios adeptos/sócios do Futebol Clube Os Belenenses, apontam o dedo à SAD que gere o futebol profissional do clube de Belém em relação ao que aconteceu ontem no estádio da Luz, quando os dois melhores jogadores do clube (e são mesmo do clube, não são emprestados!) ficaram de fora dos eleitos de Lito Vidigal para o jogo com o campeão em título, o Sport Lisboa e Benfica.






Eu não tenho dúvidas nenhumas: quem tem se de envergonhar são os próprios adeptos benfiquistas e seus dirigentes.


O clube de Belém, como todos aqueles que o Porto de Pinto da Costa corrompeu ao longo destas últimas décadas, vive com a "corda ao pescoço" e de bom grado aceitou os quinhentos mil euros (acho que foi este o valor), vindos do nada, que Luís Filipe Vieira ofereceu em troca dos direitos de transferência de cinco jogadores do clube do Restelo. Matt Jones, Sturgeon e outros que agora não me recordo. Além destes, há, obviamente, o facto de o Benfica ainda manter uma percentagem ou direitos desportivos - ou uma merda dessas qualquer - de Deyverson e Miguel Rosa, apesar de estes serem, efectivamente, jogadores do Belenenses. E ainda aí vem o Carlos Martins, cujo salário duvido que seja pago na totalidade pela SAD de Os Belenenses.

Adiante. O que o Belenenses fez foi um pacto com o diabo, simples. E ontem foi o dia de cobrança. Pobre coitado. Em situações em que o "grande" se aproveita das debilidades do mais "fraco", eu não tenho dúvidas em quem é o "mau da fita" neste filme.


Eu perdi a conta aos golos que o Wilson Eduardo marcou ao Sporting quando jogava em outras equipas emprestado pelo Sporting. Eu perdi uma Taça de Portugal contra uma equipa que tinha no seu onze titular dois jogadores emprestados pelo Sporting: Adrien e Cédric. Ainda ontem, enquanto me agoniava durante mais uma jornada desta Liga "Mickey Mouse", vi o Sporting perder em futsal contra o Fundão e cujo terceiro golo foi marcado por um jogador emprestado pelo Sporting (André Galvão). O Sevilha, quando foi jogar a Nou Camp no mês passado, utilizou dois jogadores emprestados pelo BarcelonaDelofeu e Denis Suárez (obrigado @furaredes). Sem medos. E no final, o Barça ganhou 5-1. Magnanimamente.

O Sport Lisboa e Benfica, apesar de ser um clube "grande", não é um clube magnânimo e tem várias atitudes que o fazem ser pequeno (vide o Aroucagate, Estoril/Algarvegate, etc), pelo menos aos olhos de quem não é benfiquista, porque quem é benfiquista - pelo menos, a maior parte - vem sempre com a velha desculpa "e quando outros faziam o mesmo, também se queixavam?".

Sim, queixávamos, inclusive o próprio Sport Lisboa e Benfica:


"O Benfica vai apresentar queixa à Comissão Disciplinar (CD) da Liga de Clubes pelo facto de Maciel não ter alinhado pela União de Leiria no jogo contra o FC Porto de sábado passado (1-3). A notícia surge na imprensa desportiva desta segunda-feira e tem como fundamento o facto de o treinador leiriense, Jorge Jesus, ter vindo a público notar que não poderia contar com o avançado brasileiro para o encontro fruto do acordo de empréstimo assinado entre a União e os portistas no âmbito da cedência deste atleta. Perante estes dados, e tendo por base os regulamentos da Liga que impedem os clubes de interditarem a utilização dos jogadores emprestados nos confrontos contra as suas equipas de origem, o Benfica deverá apresentar uma queixa à CD no sentido de promover a
instauração de um inquérito ao caso."

http://relvado.sapo.pt/arquivo/primeira-pagina/benfica-queixa-se-liga-pela-nao-utilizacao-maciel



Ganhem vergonha!





30 de novembro de 2014

"Amigos, amigos, negócios à parte"

24 de julho de 2014:

"O clube axadrezado anunciou esta quinta-feira que o Sporting será o adversário no jogo de apresentação.

A apresentação do Boavista 2014/15, que marca o regresso do cube portuense à I Liga, terá o Sporting como adversário e terá lugar a 2 de agosto.

O anúncio foi feito esta quinta-feira e o Boavista explicou a escolha com as "excelentes relações institucionais existentes" entre os dois clubes."





29 de Novembro de 2014:





"O preço dos bilhetes não é, ou não deveria ser, um método de extorsão, mas infelizmente é. O Boavista é só o freguês mais recente nesta prática de lucrar indecentemente com a paixão de adeptos. Pedir 4 vezes mais aos adeptos visitantes não é "negócio", nem encaixa em nenhum modelo de bilheteira, é simplesmente anunciar que não os quer a não ser que paguem uma taxa de luxo. 

Isto corrompe a utilidade e encanto do futebol como espetáculo ao vivo, assim como prova cabalmente a pequenez do clube em questão. Talvez mais umas épocas em divisões inferiores tivessem sido úteis para amadurecer a consciência desportiva no Bessa
#MovimentoBasta"

28 de novembro de 2014

O Polvo

Comentário num post da Tasca do Cherba:


"Pedrodn
28 Novembro, 2014 at 13:24

Off Topic

Peço desculpa por colocar este assunto aqui, mas como leitor assíduo da Tasca e sabendo que este é um meio eficaz de alertar a nação sportinguista (e na esperança que a informação chegue à Direção do Sporting), quero expor o que ontem para meu grande espanto ouvi na Assembleia Geral do Sporting de Espinho.

Foi lá um advogado, Miguel Azevedo Brandão, apresentar uma proposta de SAD para o Sp. de Espinho. Quem fizer uma pequena pesquisa, fica a saber que este advogado apoiou a entrada de um desconhecido iraniano no futebol português, que colocou o Beira-mar num processo de insolvência e criou uma empresa na sua morada fiscal para fazer uma operação financeira no clube de Aveiro, ou seja, é um verdadeiro artista das negociatas.

Para meu grande pasmo, o Azevedo Brandão abriu o jogo todo do novo esquema do futebol português. Ele queria constituir uma SAD no Espinho porque:

- Como os Fundos iam terminar, então os investidores iam comprar clubes.
- Disse que estava a trabalhar com o F. C. Porto, com muito orgulho dele.
- Que o F. C. Porto tinha-lhe apresentado dois argentinos investidores.
- Que o F. C. Porto lhe pediu que arranjasse clubes que pudessem ser comprados.

- Então segundo ele, o Feirense, Freamunde, Oriental e o Espinho, estariam neste processo de ter investidores, indicados pelo F. C. Porto, interessados em comprar os respectivos clubes.
Ou seja, foi revelada em plena Assembleia Geral um esquema de desvirtuação completa da competição portuguesa com o F. C. Porto nos bastidores. Este advogado ainda quis assegurar aos sócios que tudo era feito da forma mais correcta, uma vez que as SAD são fiscalizadas, 4 vezes ao ano, pela Liga Portuguesa de Futebol (Olhem que Duqes!!)

O desenho do que se pode esperar do futebol português, com todos todos os esquemas dos fins Fundos, SADs e da Liga Portuguesa de Futebol, foi revelada ontem num deslumbramento de vaidade deste Azevedo Brandão.

Alertem a quem de direito e que o Jornal Sporting faça das suas investigações!"




20 de novembro de 2014

Derechos de televisión

No último post, coloquei as duas frases que considerei mais interessantes de Bruno de Carvalho na já infame entrevista na Sporting TV, diante dos diretores dos 3 jornais desportivos portugueses. Eram frases relativas a Duque, Liga, Benfica, Porto e direitos desportivos. Fiquei, como todos, à nora.

Mas hoje, ao ler alguns jornais espanhóis, a coisa já se começa mais a compor...

A Liga espanhola e a Liga portuguesa são as únicas dos grandes campeonatos europeus de futebol que (ainda) não têm os direitos de transmissão televisiva centralizados mas parece que isso vai terminar em breve. Tanto lá como cá. Ontem houve uma reunião em Vigo que envolveu os presidentes (quase) todos dos clubes da 1ª e 2ª divisão espanholas, presidente da Liga, governo e parece que só faltou o presidente da Federação, pois tem um conflito qualquer com alguém. lol.

E o que decidiram? Basicamente, 50% das receitas televisivas (que aumentarão devido a uma mudança de horários dos jogos, para as 14h e 15h, de modo a alcançar os mercados asiáticos) serão divididos equitativamente entre todos os clubes, 25% serão divididos tendo em conta os resultados desportivos dos últimos anos (cinco, creio) e os restantes 25% tendo em consideração "audiências e implantação social". Ora, estes últimos 25%+25% já se está a ver para onde vão parar: Real Madrid e Barcelona (Atlético receberá mais um pouquinho devido ao título da época passada).


"Precisamente sobre el reparto de los derechos de televisión se ha referido Javier Tebas, presidente de la Liga de Fútbol Profesional (LFP) tras la asamblea extraordinaria celebrada en Vigo donde jugó su partido la selección española. “La idea es que un 50% sea lineal y se reparta a partes iguales entre los clubes, un 25% por resultados deportivos históricos y de la última temporada y otro 25% por implantación social o generación de recursos de los derechos audiovisuales”. Asimismo añadió que “esos son los grandes criterios que se van a tener” y aseguró que “llevo desde 2003 hablando de un reparto más equitativo, siempre con el mismo discurso, y hacia lo que vamos es a un modelo inglés. Es un acuerdo casi unánime de los clubes y el secretario de Estado nos ha anticipado los criterios”."

http://www.gipuzkoasport.com/2014/11/el-decreto-que-regula-un-reparto-mas-equitativo-de-los-ingresos-de-television-cerca-de-aprobarse/


Ora, e por cá? P'ra mim, 'tá na cara o que vai acontecer: vamos seguir o modelo espanhol. E lendo agora as tais frases de BdC e depois de ler estas notícias da Liga espanhola, creio que é mesmo isso que Duque e C.ia vão tentar implementar na Liga portuguesa.

Agora, há um problema: se quanto aos primeiros 25% não há grandes dúvidas a quem vão calhar (Benfica e Porto), já quanto aos outros... vale a pena lembrar aqui as dúvidas de BdC:

"Quais vão ser os critérios? Será possível, que na cabeça de dois clubes, o critério seja um critério do género “de região e o clube mais representativo da região”? Será?.. E para isso qual é o clube que incomoda? Se calhar é o Sporting."


Se Benfica tem "resultados desportivos" e "audiências e implantação social", já o Porto tem "resultados desportivos" (por enquanto...) mas terá mais "audiências e implantação social" do que o Sporting, o clube que mais adeptos levou a jogos fora durante a época anterior, por exemplo? Quanto às audiências, lembro-me de ter lido algures (blog? fórum? site?) e há algum tempo, um colaborador de então da Sporttv, divulgar, não-oficialmente, que p'raí perto de metade dos assinantes do canal de então seriam Sportinguistas. Seria aceitável, então que o canal, ou canais, vencedor do concurso da transmissão televisiva dos jogos da Liga oferecesse mais dinheiro pelas partidas do Porto do que das do Sporting?

E isto leva à outra questão: quem transmitirá os jogos da "nova" Liga? Sporttv (BTV deixa o premium e passa a Benfica TV)? BTV (A mudança camaleónica de nome, editorial, programação, design, etc, indica uma concorrência clara à Sporttv)? Ou... Sporttv e BTV, "juntas"?

Divisão. Ou melhor, a terceira hipótese. É o que acho que vai acontecer.

Imaginemos que a decisão final da Liga relacionado com os direitos de transmissão das Ligas profissionais será então a tal centralização e que os concorrentes aos jogos serão Sporttv e BTV e que os jogos seriam vendidos mais ou menos assim: BTV ficaria com os jogos do Benfica em casa, metade dos do Porto fora e todos os jogos do Sporting fora; Sporttv ficaria com os jogos do Porto em casa, metade dos do Porto fora, todos do Benfica fora e todos do Sporting em casa. (Os jogos das outras equipas seriam divididos entre ambos os canais). Os jogos da 2ª Liga seriam distribuídos mais ou menos da mesma maneira.


Hoje em dia, um adepto do Benfica que queira ver os jogos todos do clube tem de pagar uns 35/40 euros em duas subscrições (Sportt e BTV). Insustentável para o adepto de "bolsa média", a médio e longo prazo, digo eu. Os do Sporting estão mais "desafogados" pois a maioria não subscreve a BTV. Nem os do Porto.

Imaginemos agora que a BTV garante os direitos de transmissão de mais uma grande Liga (francesa, alemã ou italiana), jogos da Liga Europa, NBA e mais uma outra modalidade nacional (andebol, basquetebol, etc), ao ponto de necessitar de uma BTV2. E a Sporttv, perdendo tais conteúdos, manteria ainda Liga espanhola, outra grande europeia, brasileira, F1, rugby, mas teria necessariamente de reduzir os seus canais para 3 ou 4, devido à redução de conteúdos.

Conclusão óbvia? Redução de preço na Sporttv e aumento da BTV. Portanto, 15 euros para a BTV e 15 euros para a Sporttv e aumento do espectro de subscritores (Mais Sportinguistas e Portistas rumo à BTV e mais Benfiquistas rumo à Sporttv).

Não sei, mas já vi coisas mais estranhas acontecerem no futebol português.


Quanto ao Sporting, que fazer perante esta divisão do "bolo" e ficar sem fatia na hora de comer? Ou aceita, pragmaticamente, o dinheiro que lhe calhar ou, perante esta facada na honra Sportinguista de poder ver os seus jogos serem transmitidos na BTV, sai da mesa e não aceita vender os seus jogos. O Panathinaikos, aparentemente, fez isso há dias mas não sei mais pormenores nem consequências.

Sem dinheiro mas com honra ou..?



13 de novembro de 2014

BdC e a centralização dos direitos televisivos

Para mim, a parte mais importante da entrevista/debate/wtv de ontem na Sporting TV:


"Jornalista: Neste processo todo criou-se muito a ideia que há uma aliança Benfica-Porto contra o Sporting. Sente isso? Acha que ela existe? Com que objectivos?

Bruno de Carvalho: Não, não… Não, sinceramente eu não acho. Escolheram uma pessoa que o Sporting tem um processo em tribunal mas acho que não há aliança nenhuma.

J: Com que objectivos?

BdC: Quer um possível? Quer um possível ou não? Então, vamos aqui fazer futurologia. Eu às vezes gosto disto… Nunca acerto! Mas vamos aqui fazer futurologia. Chegamos a 2018 e há a centralização dos direitos televisivos. Quais vão ser os critérios? Será possível, que na cabeça de dois clubes, o critério seja um critério do género “de região e o clube mais representativo da região”? Será?.. E para isso qual é o clube que incomoda? Se calhar é o Sporting. Vamos ver os próximos capítulos da novela.

J: No futebol português não é muito normal pensar daqui a tanto tempo. Se fosse para os próximos quatro meses… agora para os próximos quatro anos acho um bocadinho mais difícil. 

BdC: A decisão vai ser nos próximos quatro meses. A decisão vai ser nos próximos quatro meses, cuidado!

11 de novembro de 2014

Nani "Estou no Sporting de alma e coração" ou "Só falo da seleção"*

*Eram as duas únicas respostas que queria ouvir de Nani, esta manhã, na conferência de imprensa da Seleção Nacional, às perguntas feitas pelos jornalistas sobre questões relacionadas com o Sporting. Ao invés, tivemos isto:


Paulo Sérgio (RDP/RTP) - Hoje, um dos diários portugueses diz que o Nani pode vir a ser castigado pelo Sporting porque respondeu ao presidente (...) sente-se preocupado com isso?

- Boa tarde, em primeiro lugar. Não, não me sinto preocupado com nada, porque não fiz mal a ninguém, não falei sobre ninguém e gostaria de dizer que, neste momento, estou focalizado só na nossa seleção.

Rui Baioneta (A Bola) - O que é que sente pelo facto de os adeptos do Manchester pedirem o seu regresso? E gostava que esclarecesse se tem alguma cláusula que permite ficar no Sporting toda a época ou se pode sair em janeiro.

- Não, eu... é sempre bom sentir o carinho dos adeptos e se eles pedem o meu regresso é porque reconhecem que estou num momento bom e que podia ser uma mais-valia para o clube, neste momento, mas o futebol é assim, um dia somos elogiados por aquilo que fazemos, outras vezes somos criticados. Como já disse, não quero desviar do meu foco, que é continuar a trabalhar, continuar a jogar cada vez melhor e depois logo se vê.

Tiago Belo (Record) - Queria perguntar também, há pouco não ficou esclarecido, se existe alguma cláusula que lhe permita voltar ao Manchester em janeiro ou se terá de ficar no Sporting até ao final da época. 

- Em relação à cláusula, penso que não existe nenhuma cláusula mas isso deixo para outras pessoas resolverem.






10 de novembro de 2014

Meterologia

Pós-jogo e pré-jogo

Ouvir e ler Sportinguistas a lamentarem-se do roubo de ontem na Choupana e em Alvalade é tão penoso e fastidioso quanto ouvir aquelas pessoas que se queixam do frio em Novembro e saem de casa de t-shirt vestida.

Ver árbitros a prejudicar o Sporting é tão normal como haver incêndios no verão. Quando era puto, dos meus sete ou oito amigos mais chegados, apenas um era Sportinguista, o resto era tudo benfiquista. Não havia nenhum portista, até porque moro cá p'ra baixo, em "Marrocos". Em oito árbitros nacionais, cinco são do Benfica, dois do Porto e um do Sporting. É a realidade.

Parece que agora, depois do jogo, descobriram a página pessoal do fiscal de linha que marcou fora de jogo ontem ao Slimani/Montero e que tem um "like" numa página chamada "Carrega Benfica" ou algo do tipo. E então, qual é a surpresa? Se ele tivesse um "like" na página da Juve Leo, aí sim, é que eu ficaria espantado. Hoje eu não quero saber nada sobre isso. Eu queria sabê-lo era antes do jogo, isso sim. Queria estar prevenido e agasalhar-me bem para a tempestade de Alvalade. Queria que o Inácio (não pode ser sempre o Presidente a dar o peito às balas) viesse falar, logo após a vitória sobre o Schalke ou num evento qualquer uns dias depois, caso ainda não se soubesse das nomeações, e dissesse aos Sportinguistas e quem mais o ouvisse "Meus amigos, vem aí tempestade no domingo. Vai começar logo na Madeira, com o nosso velho amigo anti-clicone Bruno Paixão e que promete devastar tudo o que apareça à frente do Benfica e terminará em Alvalade com um fiscal de linha que parece que tem "likes" em páginas do Benfica e de quem poderemos esperar tudo menos um sol acolhedor. Preparem-se!"

É a única forma de prevenção (lícita!) que conheço contra a praga de maus árbitros que temos em Portugal: condicionamento. Falar antes dos jogos, não depois.


O fiscal de linha é lampião. Supresa do caralho.


O relvado

Temos um relvado de candidato à manutenção na Liga, nunca de um candidato ao título. Não era espetador atento mas creio que Marco Silva nunca teve um relvado tão mau ao seu dispor durante os três anos que esteve no Estoril. O futebol rendilhado do Sporting, de pé-para-pé, exige um tapete liso, com relva mesmo e, acima de tudo, sem irregularidades. Nem o Ronnie O'Sullivan conseguiria ganhar um jogo de snooker se tivesse de o fazer numa mesa descaída, desalinhada e com um tapete gasto e rasgado e cheio de buracos produzidos pelas cinzas de cigarros...

Sim, o problema do relvado de Alvalade é um problema de anos, crónico e todos nós perguntamos "como é que se resolve"? Não sei mas sei que o relvado de San Ciro também tinha problemas crónicos e resolveu-se, mantendo duas equipas a jogar lá semanalmente e sem recurso a relvados artificiais. E não creio que em Milão haja mais horas de sol do que há em Lisboa. Sei apenas que no dia em que se colocar um relvado artificial em Alvalade será o dia em que deixarei de ir ver jogos do Sporting ao estádio.


A equipa

Não sou expert, não percebo nada de tácticas, o que eu vejo é uma equipa, sobretudo no meio-campo, cansada e sem saber muito bem se há-de pressionar lá à frente a ou vir defender cá atrás. Com Jardim, William não tinha de se preocupar muito. Podia passar a linha de meio campo mas só um passo ou dois. Mais do que isso, não. Com Marco Silva, vemos o William mais perto da área adversária, a combinar com Adrien e J. Mário, é bonito e tal, mas quando perdemos a bola, é aflitivo vê-lo correr atrás dos adversários até à nossa área e constatar que não é capaz de os ultrapassar em corrida. Já no ataque, aquilo que parecia ser uma benção pode, de um momento para o outro, transformar-se num pesadelo. Falo da "dependência" de Nani na construção ofensiva da equipa (eia, parecia agora o Freitas Lobo!). Há momentos do jogo em que o futebol do Sporting parece uma partida de basquetebol da NBA, quando os 24 (ainda são 24?) segundos de ataque começam a terminar e os jogadores começam a passar a bola apressadamente uns para os outros, à procura do melhor jogador da equipa, esperando que seja este a resolver o assunto, seja com um triplo ou uma arrancada direito ao cesto.

Convenhamos, a distância da linha dos três pontos para o cesto é bem mais curta do que ir de fora da grande área até à baliza...


O Futuro imediato

Eu vi o jogo Arouca 1-2 Guimarães na sexta feira. Vi a falta sobre o guarda redes do Arouca no 1-1 e vi as faltinhas que Jorge Sousa ia marcando. Vi as faltas que deram os amarelos ao jogador do Gil Vicente que foi expulso na primeira parte do Braga 2-0 Gil Vicente. Vi a segunda parte do Nacional 1-2 Benfica. Vi o jogo do Sporting ontem.

Esqueçam o título. Está entregue ao Benfica. O nosso "campeonato" será, até ver, com o Porto, na luta para o 2º lugar (e acesso direto à Champions). Porém, se dermos mais abébias como demos ontem com o Paços ou com o Belenenses, esqueçam isso também e preocupem-se com Braga e Guimarães. Peço desculpa a todos os bloggers e outros Sportinguistas que ainda "acreditam" e mantém um discurso positivo - aliás, respeito-os por isso - mas eu não acredito no título esta época. Não com este relvado, não com estas equipas que-não-vão-jogar-com-o-autocarro-lá-atrás-mas-depois-é-só-vê-las-com-os-pneus-furados-durante-o-jogo-todo, não com estas arbitragens, não com estes rivais. Não. Mais depressa acredito num Sporting campeão europeu do que num Sporting campeão nacional.

O futuro depois do imediato

Para terminar, eis o meu desejo para a próxima época:

Espero que o pânico não se instale na cabeça dos nossos dirigentes, jogadores e treinadores e que mantenham o sangue frio. Concentrem-se em ganhar um título esta época (a Taça de Portugal, caralho!) e os Sportinguistas perceberão. Vamos perder Nani para o ano e, possivelmente, o Slimani. Não é preocupante. Se não sair mais ninguém e se reforçarmos a defesa e o ataque, então sim, acredito num Sporting verdadeiramente candidato. Mas com Marco Silva no banco, caso contrário... será um regresso ao passado.

24 de outubro de 2014

Entrevista ao Pontus Farnerud, ex-jogador do Sporting

Farnerud e o mister Paulo Bento



Viva, Pontus e sê bem vindo a este humilde e pequeno espaço Sportinguista cujo principal objectivo é apenas “enjoy Sporting”.
Apesar de teres passado apenas um par de épocas pelo estádio de Alvalade, serás sempre lembrado como fazendo parte da, hoje em dia, mais ou menos famosa equipa do Paulo Bento, onde ganhámos alguns troféus mas não conseguimos alcançar o maior deles todos, o título de campeão.

Com quem é que joga o Sporting: A minha primeira questão é, como era o sentimento geral da equipa no final dessas épocas? Mais contentes por ter atingido o segundo lugar (e entrar na Liga dos Campeões) ou desapontados por não terminar em primeiro?
 Pontus Farnerud: Penso que ficámos bastante desapontados, nós sabíamos que tínhamos feito uma boa época e por um momento erámos campeões. Penso que é por isso que ficámos mais desapontados do que contentes… e depois ganhámos a Taça de Portugal e afinal de contas, acabou por ser uma boa época!

CQJS: Qual foi a primeira palavra portuguesa que os teus colegas te ensinaram? Se foi uma que termina em “…alho”, conta-nos qual foi a segunda.
PF: Creio que foi “obrigado” e no campo “joga”.

CQJS: Qual a tua história mais divertida com o Paulinho?
PF: Ah, bem, penso que foi num dos nossos jantares de equipa quando ele ficou um bocadinho “tocado”…

CQJS: E quem era o jogador mais “maluco” do balneário na altura?
PF: Nós tínhamos um bom ambiente no meu tempo, o mais maluco talvez fosse o Liedson.

CQJS: Aquele jogo que nunca esquecerás no Sporting?
PF: O meu primeiro jogo em Alvalade depois da minha lesão no início. Contra um muito bom Braga, creio que ganhámos 3-0. Depois, também alguns dos jogos da Liga dos Campeões.

CQJS: De que grupo fazias parte? Do grupo de jogadores que o Paulo Bento gostava de embirrar ou do grupo dos seus jogadores favoritos?
PF: Penso que o Paulo Bento e eu tínhamos uma boa e honesta relação, eu sei que ele apreciava algumas das minhas qualidades mas a competição no meio-campo era bastante forte a certa altura. Tenho grande respeito pelo Paulo Bento e durante o meu tempo tivemos sempre um bom ambiente no Sporting e bons resultados graças a ele.

CQJS: Manténs-te atento à situação do Sporting? Vês alguns jogos, verificas os resultados, esse tipo de coisas?
PF: Sim, claro, eu sigo o Sporting, penso que foi uma pena que algum tempo depois da minha passagem pelo Sporting os resultados não têm sido muito bons. Estou muito contente por ver de novo o Sporting na Liga dos Campeões este ano e estou muito contente pelo meu amigo Adrien que está a jogar muito bem.

CQJS: Se estás a par do Sporting actual, quais são os teus jogadores favoritos de momento?
PF: Sempre fui um grande fã do Nani desde que jogámos juntos, não tem sido sempre fácil para ele mas ele tem imensas qualidades.

CQJS: Jogaste com o Nani em 2006/07 e no final dessa época ele saiu para o Manchester United. Foi uma surpresa para vocês e para a equipa? E o que pensas sobre o seu regresso ao Sporting nesta época?
PF: Foi mais surpreendente ele ter regressado ao Sporting do que ter saído para o Man Utd. É muito bom e importante para o clube manter contacto com os jogadores sportinguistas em outros clubes para que quando quiserem sair eles possam escolher o Sporting e não outro clube.

CQJS: Conseguirias ter adivinhado que o Moutinho acabaria por ir parar ao Porto?
PF: Não e que ele agora jogue no meu antigo clube AS Mónaco também foi uma grande surpresa. Grande jogador.

CQJS: Estavas no banco contra o Porto na final da Taça de Portugal (e também contra os Belenenses, na época anterior) no estádio do Jamor, lembras-te? A alegria de termos vencido a Taça superou a tristeza por não a ter jogado?
PF: Queres sempre jogar, participar, estava muito contente pela equipa mas claro, um pouco desapontado por não jogar…

CQJS: A história mais divertida em Portugal, fora do campo?
PF: Algumas vezes perdi-me na cidade… e uma vez cheguei atrasado quando íamos jogar uma jogo da Liga dos Campeões. Eu vivia na zona da Expo e demorei uma hora e meia a chegar a Alvalade por causa do trânsito e de um acidente.

CQJS: Como era a vida em Portugal? Gostaste do país? E continuas a visitar-nos?
PF: Comecei a gostar de Portugal desde que aí estive durante o Euro 2004. Não é fácil para um jogador escandinavo pois a língua e a cultura é bastante diferente mas se tivesse jogado mais teria ficado mais contente e satisfeito. Já voltei uma vez e espero regressar para visitar o estádio e a Academia.

CQJS: Alguma comida favorita portuguesa que sintas saudades?
PF: Não, nem por isso.

CQJS: Ainda te lembras do que “lampião” quer dizer?
PF: Claro, no outro dia estava a ver AS Mónaco - Benfica e claro que estava a torcer por uma vitória do Mónaco.

CQJS: Cristiano, Ronaldo, Messi ou Ibrahimovic?
PF: Messi mas gosto dos três.

CQJS: Quem é o melhor jogador, tu ou o teu irmão, Alexander?
PF: Alex é muito bom jogador.

CQJS: Podes nos contar o que estás a fazer agora? Ainda estás ligado ao futebol? Pensas tornar-te algum dia treinador?
PF: Tive de terminar a minha carreira no ano passado devido a uma lesão e agora vivo em França, nos arredores de Mónaco. Comecei a minha carreira de agente de jogadores e com sorte um dia destes eu visita Portugal e também o Sporting!



Bem, já terminou! Espero que tenhas gostado e quero agradecer-te e dizer muito obrigado por ter aceitado em responder a estas simples (e palermas) perguntas. Os cinco ou seis leitores do blog também vão gostar. eheh

Boa sorte para a tua vida pessoal e profissional, Pontus Farnerud!


Saudações Leoninas!

21 de outubro de 2014

União sportinguista

Agostinho Abade, ex-presidente Conselho Fiscal do Sporting



"Manobra do FC Porto e o Benfica foi atrás"

"Nas duas vezes em que esteve na SAD do Sporting, os estragos que fez, na última das quais ia levando o Sporting à quase insolvência"

"O Sporting tentou mexer nalguns destes pontos. Ninguém quis discutir. Só se discute pessoas e é a melhor forma de, através dessas pessoas, de se controlar o futebol português"



Rogério Alves, ex-presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Sporting



"Foi designado para presidente da Liga uma pessoa com o qual o Sporting está em conflito (...) isso é convidar o Sporting a sair, não é convidar o Sporting a entrar [na Liga]"

"E quem convidou o senhor Luís Duque sabia que isto era exactamente assim"

"Se a SAD do FC Porto ou a SAD do SL Benfica tivessem uma acção [judicial] movida contra um seu recém-dirigente e se fosse indicado esse dirigente para presidente da Liga, qual seria a reação?"

"Esta é uma escolha que, obviamente, afronta o Sporting. Esta escolha afronta diretamente a direção do Sporting. (...) É uma escolha que exclui o Sporting, é uma escolha que castiga o Sporting"

"Luís Duque está a "combater" contra o Sporting no tribunal e, portanto, eu, numa circunstância dessas, eu não aceitaria [ser presidente da Liga]"



Eduardo Barroso, ex-presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Sporting



"Isto é um escândalo. Isto é um escândalo mas prova que o Sporting e o presidente estão num bom caminho"

"Toda a gente sabe que quem manda nesta escolha é o Benfica e o Porto"

"Já tinha havido consenso em relação a Filipe Soares Franco, foram convidar também o Godinho Lopes (...) e agora o Luís Duque. Ainda tínhamos Carlos Freitas, caso o Duque não aceitar"

"É uma provocação miserável ao Sporting"

"Isto é, de facto, uma guerra aberta contra o Sporting, contra o Bruno de Carvalho"

"Eu acho que ele não devia aceitar este convite. Ele tem de perceber que isto é uma provocação ao Sporting"



Dias Ferreira, ex-dirigente do Sporting



"O futebol português, mais uma vez, bate fundo. A situação é uma vergonha. Resolvem-se assuntos sérios na base de alguma vingança e provocação"

"Compreendo que ele esteja magoado, mas não me parece que aceitar um lugar destes, sabendo que é algo contra o Sporting, seja uma coisa que passe pela cabeça de um sportinguista"

"Já há muito tempo que [Benfica e FC Porto] andam unidos. Dizem que querem um Sporting forte, mas não querem. É tudo conversa fiada. Quando as pessoas têm uma determinada dimensão, que assumam. É algo de baixo nível para dirigentes",




Youtube e Dailymotion "out", Sapo vídeos "in"! (o vídeo do Casemiro)

19 de outubro de 2014

os indomáveis


Caça-fantasmas

Isto em verde e com o Pinto da Costa, Nélio Lucas e o Proença no lugar do fantasma, tinha mais piada.



Tenho de agradecer ao Godinho Lopes pela entrevista que deu há dias. É que sem ele, não me teria dado a ideia para este post. É claro que a vitória (histórica, infelizmente) no Dragão, em si mesma, já seria motivo suficiente para escrever este post mas houve uma frase do Godinho que me ficou na memória e a qual utilizarei para construir o texto.

Às tantas, na dita entrevista, superiormente bem conduzida pelo Alexandre Santos, Godinho Lopes diz que Bruno de Carvalho anda "à procura de fantasmas" ou qualquer coisa do género sobrenatural.

Eu concordo. Este "novo" Sporting anda à procura de fantasmas e quer caçá-los.

Vejamos:

- O fantasma de não marcar na Luz
- O fantasma de não ganhar no Dragão.
- O fantasma do Rui Patrício não vencer no Dragão (in Record d'hoje: "Finalmente! Rui Patrício conseguiu exorcizar o seu fantasma e venceu, pela primeira vez..."
- O fantasma de que é impossível ganhar aos árbitros.
- O fantasma do Sporting ser subalterno ao Porto.
- O fantasma dos bancos mandarem no Sporting.
- O fantasma dos fundos-papões.
- O fantasma do Sporting TV nunca mais iniciar as transmissões.
- O fantasma do pavilhão nunca mais sair do papel.
- E mais alguns que não me lembro agora.


Se, como fazem para as seleções de Portugal que participam em fases finais de grandes competições, fosse pedido para sugerir um cognome para esta "nova" equipa do Sporting, eu responderia, sem hesitar, os "Caça-Fantasmas".


Sabemos onde estão e vamos atrás deles, sem medo e sem desculpas.


Primeira cena do filme "Caça-Fantasmas", juro. Vão lá ver.

17 de outubro de 2014

Mais fortes

Era p'ra fazer também do jornal Record mas dava muito trabalho.


O Sporting ser roubado no Dragão é tão banal como um turista francês ser roubado no eléctrico 28.


O Sporting, quando ia jogar ao Dragão, ia mesmo como se fosse um turista qualquer, rumo ao desconhecido, como se fosse lá jogar pela primeira vez. "Ah, tão bonito, deixa cá virar costas enquanto o steward me espanca as costas" e... tau! Penalty contra o Sporting. Porquê? Porque sim. 1-0. "Ah, mas o Porto é tão bonito! Tão tradicional e moderno ao mesmo tempo!"... Pimba! 2-0! Como? De penalty. Porquê? Porque o Jorge Sousa, um árbitro que conhece bem a casa, viu um jogador do Sporting a cair e a bola bater-lhe no braço.

Ahh... Fui "bandarilhado" (pelo Pinto da Costa), chorava o Godinho Lopes no final desse Porto 2-0 Sporting de 2011/12.


Não tenho ilusões. Vai ser muito difícil ir jogar amanhã ao Dragão e sair de lá com a carteira ainda no bolso, quanto mais com a máquina fotográfica, carregada de fotos dos fruteiros a vociferar contra o árbitro da casa que não conseguiu impedir que o Sporting saísse de lá com os três pontos. Muito, muito difícil.

Vai ser difícil ganhar no Dragão mas tenho a certeza de uma coisa. É que, no final do jogo, o nosso presidente não sairá de lá "bandarilhado" coisa alguma. Bruno de Carvalho, das duas, uma, ou vai sair do Dragão em ombros ou com uma espada enfiado no cachaço, sendo que ambas as opções são mais dignas do que a anterior.

A imagem que coloquei acima diz respeito apenas às edições de 5 a 16 de Outubro do jornal A Bola, ou seja, uma semana e meia, sensivelmente. Durante esses dias apenas se falou sobre duas coisas: seleção e Bruno de Carvalho.

Não se falou de tácticas, do Sarr, do Mané, do Maurício, do Montero, do Slimani, do Marco Silva, do João Mário, do André Martins, do Jonathan, do Jefferson, do William, do Arsenal, do Shikabala, nada. Só Bruno. Ok, talvez se tenha falado um pouco do Shikabala mas, por exemplo, se compararmos com a polémica que foi como quando o Bojinov falhou aquele penalty (e que implicou a sua saída do Sporting...), apercebemos-nos bem da capacidade de "encaixe" do actual presidente do Sporting.

Bruno de Carvalho já "encaixou" mais neste ano e meio de presidência do que os presidentes "croquettistas" todos juntos. E aquilo que não nos mata, torna-nos mais fortes.

Qualquer que seja o resultado de amanhã, não tenho dúvidas: o Sporting sairá mais forte do Dragão.

Como eu ouvi o Bruno Prata a comentar o Portugal-Holanda

11 de outubro de 2014

Okilly-dokilly!

Nós apreciamos o conforto da continuidade, é inerente ao ser humano. "O homem é um animal de hábitos", sempre ouvi dizer.

É por isso que gostamos de chegar a casa às sete da tarde, ligar a televisão e começar a jantar ao mesmo tempo que ouvimos o Fernando Mendes a dizer "Expetáculoooo" e inclinamos a cabeça quando aparece a Lenka, sempre na esperança que seja hoje que a blusa caia e mostre mais do que apenas o preço certo da fritadeira elétrica.

A nova temporada começava sempre da mesma forma. "Este ano é que é!". Novo presidente, novo treinador, novos jogadores, "vamos ganhar", jogo no Dragão, presidente, sorridente, ao lado de Pinto da Costa, acabava o jogo, nova derrota, "Fomos roubados", vociferava o treinador. E fomos nos habituando a isto. Era normal.

O Ned Flanders é(ra) a personagem mais sportinguista dos Simpsons. O Homer enfia o carro pelo jardim adentro da casa dele e o mais áspero que ouvimos da boca do Ned é um "Okilly-dokilly!". O Homer pede emprestado o berbequim durante dez anos e quando Homer se nega a devolvê-lo, sai apenas um singelo "Hey-Diddly-Ho!" como resposta. E sorrimos sempre que tal acontece. E sentimos simpatia e pena. Estamos habituados.

Não é por nada que Os Simpsons já cá andam há vinte e tal anos.

Mas se me perguntarem qual o episódio mais marcante do Ned Flanders na série, o episódio que nunca esquecerei, vou responder aquele em que ele um dia se chateou com tanta benevolência e tanta patifaria e, finalmente, deu um murro na mesa. O episódio chama-se "Hurricane Neddy" (O furacão Neddy) e, como o título indica, foi o episódio em que o Ned se passou dos carretos, farto de ser enganado, ultrajado e enganado pelo mundo e os seus vizinhos.



eheh Ned Flanders e Breaking Bad, que combinação!


Percebo que quem estava habituado a ver o Flanders a ser humilhado constantemente pelo Homer, episódio após episódio, se sinta defraudado e não tenha gostado do episódio em que a posição quadrúpede do Flanders tenha dado lugar a uma posição mais bípede da personagem mais católica da série. Percebo perfeitamente.

Mas, se algures na oitava temporada, os produtores de Os Simpsons não têm decidido dar voz à personagem de Ned Flanders, provavelmente ele faria agora parte das personagens que já não têm voz.


De que episódio se querem lembrar daqui a vinte anos? Aquele em que morremos ou aquele em que demos um murro na mesa?


Eu sei bem qual é a minha resposta.







4 de outubro de 2014

Reabilitação

Lembro-me de uma "grande reportagem" transmitida na SIC há uns anos (2001, parece), onde um jornalista acompanhou, in loco, os cerca de quinze dias que Pedro, toxicodependente há dez anos, passou fechado num quarto a curar a "ressaca", naquele que seria o primeiro - e mais importante - passo rumo à sua desintoxicação e consequente reabilitação.

O que o Sporting fez no último ano e meio foi uma cura de "ressaca". 

Com a eleição de Godinho, julgou-se que a forma mais fácil de atingir a felicidade, o "nirvana", isto é, ser campeão nacional (ou pelo menos, chegar à Champions), seria através da "injeção" de capital dos fundos na aquisição de substâncias fortes (leia-se, jogadores "consagrados") que permitissem, de imediato, ficar com uma moca descomunal e ir celebrar para o Marquês. Ora, o que aconteceu logo nesse primeiro ano foi, precisamente, a segunda coisa que se mais teme quando se tomam drogas: uma bad trip. A primeira é uma overdose.


Se, na primeira época, aquela viagem que passou por Bilbao e terminou no Jamor com uma derrota coincidente com a primeira vitória de sempre da Académica na final da Taça de Portugal (e com Adrien e Cédric no lado dos estudantes ainda por cima...), pareceu uma bad trip, já a segunda época do Sporting de Godinho, Duque e Freitas, foi mesmo uma overdose quase fatal. Iniciou-se a época com o ecstasy de Sá Pinto, passámos para o Xanax do Oceano e Vercauteren e terminámos com o Viagra do Jesualdo Ferreira, com um Sporting ligado à máquina e colocado num sétimo lugar da lista de espera da UEFA, condenado ao esquecimento.







Felizmente, apareceu esta nova direção e que, pelo punho de Bruno de Carvalho, cravou uma seringa carregada de adrenalina bem no meio do coração do leão e injectou a necessária força vital para que o Sporting se reerguesse e rugisse de novo. 

O primeiro ano foi tão ou mais duro do que a tal reportagem do Pedro. Cortou-se metade do orçamento anual, despediu-se funcionários, jogadores e dirigentes. Pedro, durante a tal cura "de ressaca" continuou a fumar cigarros. O Sporting nem cafés bebeu na última época. Pão e água, apenas. E mesmo assim, conseguimos chegar à Liga dos Campeões.

Esta época, falta dar o passo seguinte, sair de casa e arranjar um emprego, isto é, ganhar um título. E é por isso que me faz muita confusão ler e ouvir certos Sportinguistas subscreverem e receitarem novos-velhos métodos de "cura" para este Sporting. Para esses, a cura passava por comprar dois ou três "craques" com os tais quinze milhões que o Sporting gastou esta época para comprar nove ou dez jogadores. E os ordenados? Os vícios? Quem os pagava? A mãe e o pai do Pedro que já não têm mais anéis nos dedos para vender? O clube que já não tem estádio nem terrenos para vender?

Continuando a reabilitação, candidatámos-nos a um lugar numa grande multinacional estrangeira, liderada pelo melhor executivo português do ramo. Na passada terça-feira fomos à entrevista de emprego, bem preparados, bem vestidos e muito, muito confiantes. Poderiam ocorrer duas situações:

- À medida que o tal executivo disparasse as perguntas pertinentes sobre a nossa real capacidade de corresponder às suas expectativas, entrarmos em pânico, começássemos a transpirar e bloqueássemos completamente, com a única fuga possível sendo o quarto onde iniciámos a "cura".

- À medida que o tal executivo disparasse as perguntas pertinentes sobre a nossa real capacidade de corresponder às suas expectativas, sentirmos-nos mais confiantes, começando a entrar em diálogo com o executivo, ao ponto de terminarmos a entrevista com mútuos sorrisos e cumprimentos.


Desta vez, não aconteceu nem uma nem outra. Aconteceu uma terceira hipótese, menos provável na vida de um ex-toxicodependente. O executivo deixou o seu cartão e disse: "Liga-me um dia destes." 


Dia 10 de dezembro vou-te ligar, José. Conta comigo.



26 de setembro de 2014

Porta-aviões ao fundo

"Fifa is expected to make a "significant" announcement on third party ownership (TPO) on Friday, with a ban on investment companies taking a stake in the economic rights of players believed to be under consideration.

Already banned under Premier League rules, TPO is common in Europe and South America, with investors seeking to make profits on their stake.

Manchester City's £32m purchase of Eliaquim Mangala from Porto is just one of four major deals that went through in England this summer involving TPO.

English clubs who wish to buy players co-owned by an investor and a team are already required to buy out the contract rights from all parties retaining a financial interest.

BBC Sport understands Fifa discussed the issue on Thursday, the first day of its autumn executive committee meeting in Zurich, Switzerland.

Earlier this week the Fifa players' status committee - which oversees issues around transfers - is believed to have voted in favour of recommending a ban on TPO."

Mais aqui: http://www.bbc.com/sport/0/football/29373456




24 de setembro de 2014

A importância das leoas

Das poucas coisas boas que retenho do tempo do José Eduardo Bettencourt é um punhado de frases dele, aquando de uma cerimónia qualquer, relativas ao papel das mulheres sportinguistas e quão importante são elas no presente e futuro do Sporting. Dizia ele:




"O líder do clube “verde-e-branco” deixou ainda um apelo às mulheres sportinguistas. Sublinhando o seu «papel decisivo na orientação da vida das crianças», Bettencourt disse que «quando alguma sportinguista tiver a infelicidade de casar com um benfiquista, tem o dever de fazer com que o filho continue a ser sportinguista».

«Este trabalho de sapa nas famílias é fundamental», sublinhou." in A Bola."





Apesar de o dom da eloquência não ter abençoado JEB, percebi bem o que ele quis dizer. Há anos que o penso. Há muitas mulheres sportinguistas, muitas mesmo, talvez mais do que homens, pelo menos percentualmente em relação a lampiãs/tripeiras. É um bem nosso que temos de saber preservar e fazer prosperar. Sinceramente, até creio que se pode fazer muito mais (por exemplo, cadê o futebol feminino no Sporting?) mas esse é outro assunto.

O que quero realçar são estes dois exemplos práticos do quão importante é não menosprezar a importância das mulheres no futebol em geral e no Sporting em particular. A importância das leoas:




D. Dolores Aveiro, mãe do Cristiano Ronaldo.





D. Lídia Costa, mãe do João Mário e do Wilson Eduardo




23 de setembro de 2014

Tiro no porta-aviões (da Doyen)

Coincidência ou não, duas semanas depois da presença de Bruno de Carvalho na Soccerex, em Manchester, vários jornais europeus conceituados lançaram grandes reportagens sobre aquilo que nós, portugueses e principalmente, os sportinguistas, já conhecemos de cor e salteado: o poder (desregulado e desmedido) que os fundos têm nos negócios do futebol, a influência de Jorge Mendes, as estranhas compras-vendas-compras de Mangala e Brahimi e, claro, a luta que Bruno de Carvalho encetou contra este poder, com o infame imbróglio Sporting/Rojo/Doyen.

Depois de há dois dias, o The Guardian ter publicado uma grande reportagem intitulada "Jorge Mendes: the most powerful man in football?", hoje foi a vez da notabilíssima France Football trazer-nos uma grande reportagem chamada "TPO (Third-Party Ownership) - O novo dopping das transferências" e da ExtraTime (revista semanal da italiana Gazzetta dello Sport) escrever outra "Reportagem - a nova forma de investimento - Ao fundo com os Fundos". 

"Bruno de Carvalho, le Don Quichotte du football portugais"

Tudo o que lá vem - os negócios entre clubes portugueses e fundos, Jorge Mendes, etc, etc - já é por nós sobejamente conhecido, porém, ambas as reportagens contêm alguns pormenores curiosos como aos nomes dos milionários investidores na Doyen e claro, duas entrevistas ao presidente do Sporting, Bruno de Carvalho. Ainda não li tudo pormenorizadamente mas é provável que contenham mais material inédito. A entrevista da France Football foi efectuada durante a Soccerex e da ExtraTime é uma entrevista exclusiva para a revista italiana, realizada por um jornalista português, André Viana. Realçar também uma entrevista ao presidente da SAD do Estoril e diretor da Traffic, o brasileiro Thiago Ribeiro.

P.S. Parece que esta jornada de reportagens sobre a TPO e os fundos culminou com esta outra do The Guardian que inclui declarações fortes de um porta-voz da UEFA contra a forma como os fundos de investimento estão a proliferar, desreguladamente, por essa Europa fora e prometendo medidas para a combater.








P'ra quem quiser sacar os pdf's completos de ambas as revistas, aqui têm:

- France Football
- ExtraTime


20 de setembro de 2014

Entrevista ao Miguel Prates

Caros sete leitores do blog, é com muito prazer que vos apresento uma entrevista exclusiva com o melhor narrador de futebol português, Miguel Prates! Ou, pelo menos, o meu narrador de jogos de futebol favorito. E porque é que é o meu narrador de futebol favorito? Simples. Além da forma clara e esclarecedora como consegue nos fazer perceber aquilo que estamos a ver, é alguém que, mesmo após estes anos todos a ouvi-lo a narrar jogos, nunca consegui “descobrir” de que clube é ele simpatizante! 

Se, numa semana, fico com ideia que o Miguel é adepto do clube X, quando o ouço na semana seguinte a narrar outro jogo, mudo de opinião e julgo que, afinal, torce pelo clube Y! E tem sido assim desde sempre. Ao contrário de quase todos os outros, acerca dos quais já cheguei a uma conclusão, seja ela correcta ou errada, sobre o clube com que simpatizam, no caso do Miguel Prates, até hoje, ainda não consegui chegar a conclusão nenhuma! Acho que é o maior elogio que posso fazer a um narrador de jogos de futebol, especialmente em Portugal.

É verdade, já há algum tempo tinha pensado em perguntar ao Miguel Prates se aceitaria responder a algumas perguntinhas sobre a sua profissão e sobre futebol em geral e esta semana decidi-me e perguntei. Confirmando a boa imagem que tinha dele, o Miguel Prates aceitou (quase de pronto)! 

Agradeço a disponibilidade ao grande Miguel Prates em perder tempo com esta patetice. Queria fazer perguntas inteligentes e com piada mas, infelizmente, saíram estas:



Com quem é que joga o Sporting: Apesar de ter memória do Miguel Prates na RTP, só me lembro verdadeiramente de si e da sua voz já na Sporttv. Para quem não o conhece bem, podia-nos contar o seu trajecto profissional e da forma como surgiu a narração de futebol na sua vida? É uma paixão de criança ou foi algo que surgiu por acaso?
Miguel Prates: O desporto e principalmente o futebol são uma paixão de criança até porque pratiquei federado 5 anos no Estrela da Amadora. A narração foi uma consequência da entrada para o desporto na RTP. Não foi fácil porque existiam grandes nomes mas acreditaram em mim e aconteceu.

CQJS: Sendo jornalista, qual a vertente da sua profissão que mais gosta de praticar: a entrevista, opinião, comentário, reportagem ou é mesmo a narração?
MP: Narração, reportagem e entrevista.

CQJS: Quais foram as suas inspirações para a narração de jogos, se é que teve algumas? 
MP: A minha inspiração é apenas o gosto pelo jogo.

CQJS: Não sente que houve muitas mudanças no jargão utilizado pelos treinadores da nova “geração” e que foram sendo importadas pelos narradores e comentadores de futebol, tornando-o mais “técnico” e mais “táctico”? Isso beneficiou ou prejudicou a relação dos adeptos/telespectadores com o jogo, na sua opinião? 
MP: A utilização de expressões técnicas não pode de maneira nenhuma selecionar os telespectadores. É para eles que trabalhamos e eles devem perceber tudo o que dizemos . Sou partidário de uma linguagem mais simples e entendível .

CQJS: Acompanha o que vai sendo dito nas redes sociais? Pondera alguma vez ter conta no Twitter, por exemplo?
MP: Não acompanho muito. Twitter, não.

CQJS: Ainda em relação à pergunta acima, costuma ler blogs “desportivos” ou outro tipo de sites que não os dos três jornais desportivos?
MP: Blogues, não muito por simples opção. Outros sites, sim, nomeadamente estrangeiros .

CQJS: Qual aquele jogo que jamais se esquecerá de ter narrado?
 MP: FC Porto-Bayern '87, Leverkusen 4-4 Benfica, Nápoles de Maradona-Sporting e Portugal-Irlanda.

CQJS: A maior gaffe que deu em direto?
MP: Gaffes, houve de certeza mas agora não me lembro de... nenhuma.

CQJS: Lembra-se se, durante a narração de um jogo, alguma vez se tenha “descaído” e desvendado a sua cor clubística inadvertidamente, por exemplo, quando comemorou um golo de uma forma mais “apaixonada” ou algo parecido?
MP: Não narro sempre de forma apaixonada, por isso dizem sempre que sou dos clubes que marcam golos.

CQJS: Maradona ou Messi?
MP: Maradona.

CQJS: Mourinho ou Guardiola?
MP: Mourinho.

CQJS: Os nomes de três jogadores que mais gostou de ver nos relvados portugueses nos últimos 30 anos?
MP: Futre, Falcão, Jardel.

CQJS: Acredita que algum dia o futebol português deixará de viver neste estado de “guerrilha” permanente em que estão envolvidos Benfica, Sporting e Porto?
MP: Não me parece. Difícil quando 90 por cento dos conteúdos dos programas desportivos versam o tema arbitragem.

CQJS: Como se diz: Pirlo ou Pilro?
MP: Pirlo.

CQJS: Como é que se ganha motivação para narrar um Cesena – Sassuolo, às duas da tarde de um domingo de agosto? 
MP: Fácil. Bola a rolar e entusiasmo na narração, não perdendo nunca a máxima que se tem de fazer bem, quer seja para um ou para um milhão.

CQJS: Qual a sua opinião sobre os canais de clubes? Vê-os como uma inevitabilidade, um sinal dos tempos, ou como algo positivo e com espaço de evolução? Seria capaz de trabalhar num?
MP: Canais de clubes, para mim não tem retrocesso. Entras num e não podes voltar aos generalistas .

CQJS: Gosta de ver jogos de futebol além daqueles que narra ou quando sai do trabalho e chega a casa, nem quer saber mais de bola?
MP: Há sempre tempo para ver um bom jogo mas geralmente prefiro um bom... jantar.

CQJS: A Sporttv “contratou”, e muito bem, diria eu, a treinadora de futebol, Helena Costa, para a sua equipa de comentadores de jogos de futebol. Crê que o futuro do futebol passa também pelas mulheres, seja como jornalistas, treinadores, jogadoras, adeptas ou mesmo dirigentes? Por exemplo, consegue imaginar uma mulher tornar-se presidente de um dos três grandes clubes num futuro próximo?
MP: A questão não é o sexo, é a qualidade e a competência.


Não posso deixar passar esta oportunidade para fazer algumas questões sobre os nossos principais clubes.


CQJS: Terá Lopetegui capacidade para criar uma forte equipa com o plantel que tem à disposição?
MP: Acho que já está a formar.

CQJS: O Benfica continua a ser o mais sério candidato ao título?
MP: Neste momento é difícil lançar dados com muita certeza... as equipas ainda estão em formação.

CQJS: Este Sporting de Marco Silva tem mais espaço para crescer ou nem por isso?
MP: O Sporting de Marco Silva tem margem de crescimento mas não com o cutelo do título por cima do pescoço.


CQJS: Nunca mais me esqueci de uma frase sua, no fim do jogo Itália 1-1 (5-3, a.g.p.) França, final do Mundial 2006, quando o Fabio Grosso marca o penalty vitorioso, a câmara foca o banco italiano e vemos o Marcello Lippi, de manga curta, levantando-se do banco efusivamente sem antes pegar no casaco, ao mesmo tempo que o Miguel dizia “Marcello Lippi, campeão do Mundo mas não se esquece do casaco”. Ahahah Genial! Lembra-se disso? 
MP: Não me lembro mas obrigado pela recordação. É sempre interessante recordar momentos divertidos porque a narração também é divertimento.


CQJS: Finalmente, a última pergunta: qual o seu clube… estrangeiro favorito??
MP: Os meus dois clubes estrangeiros são o Manchester United e o Real Madrid.


Pronto, já acabou! 

Volto a agradecer a gentileza em ter perdido um pouco do seu tempo em responder a umas perguntas de um blog qualquer que ninguém conhece, excepto os sete leitores habituais que têm o blog nos favoritos. É, de facto, incrível. (tanto o blog ter tantos leitores como o Miguel ter aceitado responder a algumas perguntas!)

Muitas felicidades para a sua carreira e espero que esteja p’ra breve o dia em que tenha o prazer de o ouvir dizer “Acabou o jogo! Portugal é o novo campeão europeu!” :)

MP: Espero que Portugal seja o próximo campeão europeu. Difícil, difícil...