12 de fevereiro de 2015

Pós-derby (dentro de campo)

Ontem pus-me ver os últimos minutos do Chelsea – Everton, porque sabia que estava 0-0 e haveria de ser um final de jogo electrizante, como acabou por ser. Um jogador do Everton leva o segundo amarelo aos 87m e no livre subsequente, o Chelsea marca golo. Aos 88m. Comemorações dos jogadores, loucura nas bancadas e a realização mostra-nos o banco do Chelsea: Mourinho comemora o golo durante 3 segundos e, de imediato, aponta para o local onde estavam os suplentes a aquecer e chama um jogador para (não permitir) jogar os últimos 5/6 minutos de jogos. O jogador chama-se Cahill, é defesa central, e entrou para substituir o marcador do golo, Willian, juntando-se aos outros 2 defesas centrais para combater o previsível chuveirinho do Everton. O Chelsea ganhou o jogo 1-0.




Sobre o derby, que dizer? Lembro-me que, instantes antes do golo de Jefferson, estavam preparados para entrar o Capel e o Tanaka e julguei que Marco Silva, depois do golo, iria, obviamente, mudar de ideias e fazer entrar alguém para ajudar a defender o resultado (Rosell ou Sarr). Mas não. Primeiro entrou o Tanaka e depois o Capel. Metade da equipa julgou que era para atacar o 2-0 e a outra metade ficou a defender o 1-0. Resultado? 1-1. A seguir aos “olés”, essa decisão de Marco Silva foi a coisa que me mais chateou. O empate não foi azar, foi aselhice, o que é diferente. Enough said.

De realçar também o Benfica mais "benfiquinha" em Alvalade dos últimos dez anos. Isto de jogar contra equipas grandes e sem colinho é mais difícil... como se pode provar pela brilhante carreira deles na Liga dos Campeões nos últimos cinco anos. Sempre a levar na pá.


Temos, finalmente, uma dupla de centrais de equipa “grande”, isto é, ambos altos, ágeis e suficientemente rápidos para permitir que possamos jogar no meio-campo adversário sem termos de nos preocupar muito com contra-ataques rápidos e bolas lançadas nas costas da defesa. Qualquer equipa de “top” e ganhadora tem de ter, pelo menos, um defesa central alto, ágil e rápido. Se tiver dois então, perfeito. Mas tem de os ter durante 5, 6 anos. Só assim dá resultados.

 Chiellini e Bonucci, “zaga” da Juventus (prestes a ser) tetra-campeã em Itália, Puyol e Piquet, eternos campeões no Barcelona, Pepe e Ramos, em pico de forma, foram campeões no Real, Miranda e Godín no campeão espanhol, o intratável Atlético de Madrid, Thiago Silva (no Milan que ainda ganhava algo e agora no campeão PSG), Kompany no Man. City, Hummels no Dortmund ou mesmo o Luisão do Benfica. Veja-se, por exemplo, a decadência do Man Utd pós Ferdinand-Vidic.

Tobias e/ou Oliveira têm de ficar no Sporting, pelo menos, mais 3 épocas. Acreditava e ainda continuo a acreditar que Ilori tem tudo p’ra ser um central de “top” mas começo a perceber que lhe falta algo a nível mental, competitivo. Dier, ainda tenho dúvidas se para a próxima época ele irá contar ou não como “home grown player” na Liga Inglesa… Se contar, ficará explicado, definitivamente, a sua vontade em sair do Sporting tão bruscamente. De qualquer forma, entre Tobias e Dier, prefiro Tobias – é mais rápido e mais agressivo, mas Dier passa melhor a bola. Maurício nunca seria um defesa central de “top”.

Portanto, a decisão mais importante relacionada com o plantel do Sporting a ser tomada durante os próximos anos terá de ser, sempre, manter e não vender Tobias e Oliveira. Um destes 2 terá de ser o “nosso” Puyol. Não sou arquitecto nem treinador mas sei que é por baixo que se constrói uma casa ou uma equipa.

Depois, vamos perder Nani e, de certeza, um destes dois: William ou João Mário. Basta ver a primeira-fila durante a apresentação do livro do Jorge Mendes para perceber que eles (Adrien também mas menos) serão os “próximos na lista”. Com o dinheiro resultante da venda, acredito que encontraremos um substituto à altura.

Quantos golos tem o Adrien marcados esta época? Dois? Três? E mesmo assistências? Um punhado delas, talvez? É muito, muito pouco para um médio que joga naquela posição. A equipa do Sporting está a subir, ano após ano, de rendimento e estatuto e aquilo que Adrien oferece começa a ser além do exigível… Gosto imenso do Adrien, do facto de ser da formação e do Sporting mas… Onde está o Wally(son)?

Também deve ter sido prometido ao Slimani que poderia sair no final da próxima época mas começo a duvidar que apareça pretendentes oferecendo um valor mínimo aceitável pelo Sporting.

Resumindo, se “apenas” perdermos William (mas contratarmos um substituto à altura) e Nani e mantivermos o resto do plantel e treinador, tendo em conta os trintões do Benfica e incorporação de (muita) gente nova, presumível saída de JJ, a saída anunciada de Jackson Martínez e Brahimi (e Danilo?) do Porto e dos regressos de alguns emprestados aos clubes de origem, creio que sim, será na 3ª época que seremos, realisticamente, candidatos ao título.

Apesar das palavras de incentivo e dos estúpidos pontos perdidos em casa, nunca acreditei verdadeiramente que seríamos campeões esta época. Mesmo que não tivéssemos empatado esses jogos, haveria algo mais a empatar-nos. Mas não deixa de ser uma pena que não tenhamos aproveitado melhor o impacto de Nani esta época… seria épico se ele saísse daqui campeão.

(a ver se também escrevo algo sobre o derby fora do campo)

2 comentários:

Lourenço disse...

Subscrevo

RP disse...

É isso.

Já agora aproveito este teu espaço, para dizer que fiquei fodido com os olés, quem é verdadeiro Sportinguista não deve dizer olé, se quiserem gritar, gritem quando o jogo tiver acabado.
Nós nascemos para sofrer e são tantos os exemplos que já perdi a conta, gritarmos olés é estarmos a dar um tiro nos pés.