Com ambas as frentes, aliada e a dos "Impérios Centrais", literalmente bloqueadas num emaranhado de trincheiras, arame farpado e lama, a guerra parecia eternizar-se e os limites humanos testados como nunca até aí então. Basta referir que foi na 1ª Guerra Mundial que foi testado, pela primeira vez em grande escala, o uso de armas químicas em combate e os efeitos foram de tal forma horrorosos, que, apesar de já na altura tais armas se encontrarem banidas, chegou-se à conclusão, perante uma crescente opinião pública contra o seu uso, que se devia ainda apertar mais nas medidas para impedir o seu uso.
Os soldados estavam fartos da guerra, o povo estava farto da guerra e, ainda que por efeito de uma primeira ofensiva alemã, o exército aliado ergueu-se das trincheiras e avançou em direção ao inimigo. Na docu-série da BBC "100 Days to Victory", percebemos que tal apenas foi possível após as várias facções que constituíam o exército aliado, os clássicos ingleses e franceses e os novatos enérgicos canadianos, australianos e norte-americanos, se terem reunido e chegado a um acordo, onde puseram de lado as suas pretensões nacionais e tiveram em conta o bem comum, a libertação da Europa. Nas reuniões preparativas para a grande ofensiva, o general inglês dizia que "I want new ideas - smart, bold, aggressive." Foram os canadianos e australianos, e mais tarde os norte-americanos, que trouxeram essa "esperteza, agressividade e engenho" que os generais ingleses e franceses, habituados a guerras a cavalo do séc. XIX, não tinham.
O Sporting esteve uns 10 anos metido numa guerra de trincheiras, logo ali nos anos a seguir ao título de 2002 até finais do mandato de Godinho Lopes, em 2013. Com poucos avanços no "terreno", com generais antiquados nos gabinetes a reunirem com o inimigo, assinando pactos não-assinados de não-agressão, passe a expressão, e tratando os soldados (sócios) como mera carne para canhão (clientes). Generais que nunca visitaram as trincheiras e que nunca tinham apertado a mão a um soldado enlameado. BdC, em 2013, lançou a "Grande Ofensiva" do Sporting e que fez com que milhares de Sportinguistas emergissem das trincheiras e invadissem o inimigo, isto é, os cafés, as ruas e os estádios deste país. O Sporting registou as melhores assistências durante o seu mandato e nunca, desde os títulos 2000-02, os Sportinguistas tiveram tanto orgulho em dizer que eram, precisamente, Sportinguistas, como então. Até que chegou maio de 2018.
(imagem encontrada no Twitter, créditos para o seu autor, não sei quem é) |
Com alguma, muita, wtv, culpa própria, o que é certo é que os os velhos generais destituíram o novo general "esperto, agressivo e engenhoso" que comandava a ofensiva contra o #EstadoLampiânico e voltou o Sporting das trincheiras, dos pactos não-escritos de não-agressão (apesar de continuarem, semana após semana). Chamam-lhe agora "gestão silenciosa". A nova direção do Sporting quer que os Sportinguistas recuem, que bebam cerveja no estádio. Os Sportinguistas mais bélicos são mal-vistos e incomodativos. Acabou-se a denúncia pública dos vouchers, dos emails, da merda que é o futebol português e tudo o que envolve, para passarmos a uma ofensiva, de tal modo inofensiva que, a arma mais contundente que o Sporting tratou de arranjar até ao momento para atacar a merda do futebol português, foi... um contador de "tempo de jogo útil" durante as transmissões de jogos da equipa na SportingTV.
Por mim falo: eu não quero regressar às trincheiras. Não quero que a minha única opção de sobrevivência seja rezar para que o obuz não caia em cima de mim. Quero um Sporting combativo, dentro e fora de campo.
5 comentários:
Apoiado, camarada!
O Sporting neste momento mete dó, porque os sócios permitem que esta direcção de imbecis continue em funções só porque tem um “mandato”. O Bruno de Carvalho também tinha, ou só vale para alguns? Vamos deixar que uma cambada de incompetentes e aldrabões atirem com o clube para o fundo? Somos a anedota do futebol português, até pela vergonha de outros pedirem a insolvência da SAD passamos! Imagine-se se fosse com o outro. No Sábado senti-me GOZADO com aquele “penalty”, porque aquilo foi o Estado Lampiânico literalmente a gozar o Sporting. ACORDEEEEM!!!!!
Grande posta capt.
Enviar um comentário