Viva. A M.EO CLOUD alterou as suas condições e passou a oferecer apenas 5gb gratuitos a quem não é cliente M.EO e deu um prazo de 30 dias para que se "registe, nos próximos 30 dias, um produto M.EO na Área de Cliente". Não sei se tal se aplica a todos os que já tinham contas criadas com as condições anteriores ou apenas a quem criar novas contas. De qualquer forma, nas épocas 2013/14, 14/15 e 15/16, eu andei a sacar e até gravar jogos do Sporting (e mais um outro de andebol, hóquei, final Torneio Pontinha, etc) e coloquei os jogos em contas que ia criando na M.EO CLOUD. Se se confirmar estas novas condições, todos estes vídeos desaparecerão, pois não tenho cópias no pc (nem tenho espaço para tal). Vou deixar aqui os links dos jogos para quem quiser sacar e guardar. Lembrem-se, têm 30 dias para o fazer!
Caso haja algum erro com algum dos links, avisem, sff. SL
Braga 1-2 Sporting (2013)
Académica 0-4 Sporting (2013)
Sporting 1-1 Benfica (2013)
Sporting 1-1 Rio Ave
Sporting 2-0 Real Sociedad
Sporting 3-0 Fiorentina (Troféu 5 Violinos)
https://meocloud.pt/link/d99a3c9a-de0e-44d4-9177-d0e6dc4bf2d6/JOGOS/
Porto 3-1 Sporting (2013)
Sporting 4-0 Vitória Setúbal (2013)
Olhanense 0-2 Sporting (2013)
Braga 1-2 Sporting (2013)
https://meocloud.pt/link/c1cb4234-38d5-407c-8529-d8e007930d89/JOGOS/
Porto 3-1 Sporting HD (2013)
Sporting 3-2 Marítimo HD (2013)
Benfica - Sporting (2013) (Taça PT)
https://meocloud.pt/link/5f580466-61fc-43d6-8906-c248bcb181db/JOGOS/
Gil Vicente 0-2 Sporting
Sporting 4-0 Paços Ferreira
Vitória Guimarães 0-1 Sporting
Sporting 3-0 Belenenses
https://meocloud.pt/link/1f3472aa-eb45-4cc9-a4c8-27831a081699/JOGOS/
Sporting 3-0 Belenenses HD
Sporting 0-0 Nacional
Sporting - Porto (Taça da Liga)
https://meocloud.pt/link/08999120-e679-41b9-93ff-b6814555383a/JOGOS/
Arouca 1-2 Sporting
Estoril - Sporting
Penafiel 1-3 Sporting (Taça Liga)
Sporting 0-0 Porto (Taça Liga)
Sporting 3-0 Marítimo (Taça Liga)
https://meocloud.pt/link/ed901c87-dff4-4c37-9ea1-2a87b18c4415/JOGOS/
Benfica - Sporting (2013)
Penafiel 1-3 Sporting (Taça Liga)
Rio Ave 1-2 Sporting
Sporting 0-0 Académica
Sporting 1-0 Olhanense
Sporting 2-1 Braga
https://meocloud.pt/link/75904d8d-6ba9-4be3-aa4b-91f5c4df92d5/JOGOS/
Vitória Setúbal 2-2 Sporting
Sporting 1-0 Porto
https://meocloud.pt/link/c8e5f09b-7f4b-467c-99d6-8697c707df3f/JOGOS/
Real Madrid - Sporting (1994/95)
Sporting 1-0 Porto
Marítimo 1-3 Sporting
https://meocloud.pt/link/8dbe861c-4ab5-45dc-b566-b2a5a882b835/JOGOS/
Paços Ferreira 1-3 Sporting
Sporting 1-0 Vitória Guimarães
Sporting 2-0 Gil Vicente
https://meocloud.pt/link/b6dae270-fbfa-43ca-801f-c0919d28723d/JOGOS/
Balakov All Star Game 2003 Sttugart
Belenenses 0-1 Sporting
Sporting 3-2 Benfica (2009)
Nacional 1-1 Sporting
Paços Ferreira - Sportinng
Pick Szeged 28-22 Sporting (2a mão Quartos-final EHF)
Sporting 3-1 Málaga (Final Torneio Pontinha 2013)
https://meocloud.pt/link/b29e4111-9c86-4440-8bbb-7384a248b6e8/JOGOS/
Sporting 0-1 Estoril (2013)
Sporting 5-2 Achilles (pré-época 2014/15)
Twente 2-0 Sporting (pré-época 2014/15)
Utrecht 0-3 Sporting (pré-época 2014/15)
https://meocloud.pt/link/4c760f56-0b90-4ae2-816e-85cc9a294823/JOGOS/
Benfica - Sporting (Taça de Honra)
Académica 1-1 Sporting (2014)
Al Itthiad 2-2 Sporting (pré-época 2014)
Sporting 0-2 Gijon (pré-época 2014)
Sporting 2-0 Nacional Montevideo (pré-época 2014)
Sporting 2-2 Lazio (Troféu 5 Violinos)
https://meocloud.pt/link/7198abf1-a28d-4fc5-b933-2e4226c5ec99/JOGOS/
Académica 1-1 Sporting
Benfica 1-1 Sporting
Sporting 1-0 Arouca
Sporting 1-1 Belenenses (1a parte)
https://meocloud.pt/link/b22dcbe0-262c-43df-85a9-19b1e044bcaa/JOGOS/
Sporting 1-1 Belenenses (2a parte)
Gil Vicente 0-4 Sporting (1a parte)
Maribor 1-1 Sporting
https://meocloud.pt/link/245c7845-28c4-4b8d-80a8-7583eded3ad4/JOGOS/
Gil Vicente 0-4 Sporting (2a parte)
Penafiel 0-4 Sporting
Sporting 1-1 Porto
https://meocloud.pt/link/c08547c0-e0bb-4fd0-839b-130672d34c55/JOGOS/
Sporting 0-1 Chelsea
https://meocloud.pt/link/093f225e-b106-4758-9b51-a529be325775/JOGOS/
Porto 1-3 Sporting (Taça PT)
https://meocloud.pt/link/39a267ce-97d8-49c7-8935-33e41a30bf70/JOGOS/
Schalke 4-3 Sporting
Sporting 4-2 Marítimo
https://meocloud.pt/link/d12e1848-158c-4f95-9b69-a74b0bb4a809/JOGOS/
Vitória Guimarães 3-0 Sporting
Sporting 1-1 Paços Ferreira
Sporting 4-2 Schalke
https://meocloud.pt/link/014e71f5-1da0-4b7c-8a34-098f6352e32c/JOGOS/
Boavista 1-3 Sporting
Espinho 0-5 Sporting (Taça PT)
Sporting 3-0 Vitória Setúbal
Sporting 3-1 Maribor
https://meocloud.pt/link/84bbcc86-c5b2-4524-a7c8-0fa753aa4875/JOGOS/
Chelsea 3-1 Sporting
Vitória Guimarães 0-2 Sporting (Taça Liga)
Nacional 0-1 Sporting
Sporting 3-0 Estoril
Vizela 2-3 Sporting (Taça PT)
https://meocloud.pt/link/39eb1272-4af3-487e-9f66-89a38bb4f488/JOGOS/
Belenenses 2-3 Sporting
Braga 0-1 Sporting
Sporting 1-0 Académica
Sporting 1-0 Boavista (Taça Liga)
Sporting 1-1 Vitória Setúbal (Taça Liga)
Sporting 4-0 Famalicão (Taça PT)
Sporting 4-2 Rio Ave
https://meocloud.pt/link/e8585047-f315-4f8d-a81a-98877092dc41/JOGOS/
Arouca 1-3 Sporting
Belenenses 1-1 Sporting
Sporting 1-1 Benfica
https://meocloud.pt/link/20f9e732-6fb0-4046-a569-3a2072aa298c/JOGOS/
Freamunde 0-0 Sporting B
Porto 3-0 Sporting
Sporting 0-0 Wolfsburg
Sporting 2-0 Gil Vicente
Wolfsburg 2-0 Sporting
https://meocloud.pt/link/526e0aa5-de5c-4b12-b413-8b682bcf3d1d/JOGOS/
Marítimo 0-1 Sporting
Nacional 2-2 Sporting (Taça PT)
Sporting 3-2 Penafiel
https://meocloud.pt/link/9b5ce6fd-ba14-425e-9b4a-d8e371a3d2ed/JOGOS/
Paços Ferreira 1-1 Sporting
Sporting 1-0 Nacional
Sporting 2-1 Benfica (Final Torneio Pontinha 2014)
Sporting 4-1 Vitória Guimarães
Vitória Setúbal 1-2 Sporting
https://meocloud.pt/link/82203935-7caa-4b51-8990-12c54703436b/JOGOS/
Moreirense 1-4 Sporting
Sporting 2-0 Nacional
Sporting 2-1 Boavista
Sporting 3-4 Barcelona (futsal)
Sporting 2-2 Reus (hóquei)
https://meocloud.pt/link/e313f79e-caa4-4d2a-bf2e-e63038162a9e/JOGOS/
Estoril 1-1 Sporting
Sporting 4-1 Braga
Rio Ave 0-1 Sporting
Sporting 2-2 Braga (Final Taça PT) (Sporttv) (vídeos pré-jogo)
https://meocloud.pt/link/3df6b486-8809-43b8-98a8-c6591584a260/JOGOS/
Sporting 2-2 Braga (Final Taça PT) (RTP com som Sporttv) (HD)
Sporting 4-1 Braga (HD)
https://meocloud.pt/link/57c04508-e470-4a53-ba35-74214fc739ba/JOGOS/
Sporting 2-2 Braga (Final Taça PT) (L'Équipe TV, RTP, reportagem Sporting TV)
https://meocloud.pt/link/e7ad7557-b8fb-423e-aae0-d0fa142935f2/JOGOS/
Sporting 2-2 Braga (Final Taça PT) (Sporttv, relato Sporting TV, festa pós-jogo RTP)
https://meocloud.pt/link/d1e2c2f8-fc35-4cbf-8dd0-7eb20ac0cfda/JOGOS/
Sporting 2-2 Braga (Final Taça PT) (pré jogo manhã Sporttv, RTP, TVI) (prolongamento GOL TV)
https://meocloud.pt/link/e56f3d5b-b36a-43aa-884e-664b14423b80/JOGOS/
Benfica 0-3 Sporting (BTV, BTSport)
Sporting 1-0 Estoril
https://meocloud.pt/link/7f602024-166c-4c93-8550-e25392a0c37f/JOGOS/
Arouca 0-1 Sporting
Sporting 1-0 Estoril
Sporting 1-1 Benfica (Taça PT) (Sporttv, L'Équipe)
https://meocloud.pt/link/0991663d-4972-402f-b573-2ab0ccc4db3b/JOGOS/
Lokomotiv 2-4 Sporting
Marítimo 0-1 Sporting (2015)
Sporting 1-0 Belenenses
Sporting 3-1 Besiktas
Sporting 3-1 Moreirense
União Madeira 1-0 Sporting
https://meocloud.pt/link/3190394f-a2f4-4781-bb11-764c97d66263/JOGOS/
Sporting 1-1 Tondela
Sporting 2-0 Porto
Sporting 3-1 Paços Ferreira (Taça Liga)
Sporting 3-2 Braga
Vitória Setúbal 0-6 Sporting
https://meocloud.pt/link/dea274ad-919f-4bb7-a7c8-3c2f1041c818/JOGOS/
Arouca 0-1 Sporting (Taça Liga)
Paços Ferreira 1-3 Sporting
Portimonense 2-0 Sporting (Taça Liga)
Sporting 2-0 Porto
Sporting 3-2 Académica
https://meocloud.pt/link/5f299f03-3ce2-4224-b6d8-ae2b6e1773d5/JOGOS/
Bayer Levekusen 3-1 Sporting
Estoril 1-2 Sporting
Nacional Madeira 0-4 Sporting
Sporting 2-0 Boavista
Sporting 3-2 Académica
Vitória Guimarães 0-0 Sporting
https://meocloud.pt/link/deee9771-9e1a-434f-b9ba-ab0cb06debed/JOGOS/
Belenenses 2-5 Sporting
Moreirense 0-1 Sporting
Sporting 3-1 Marítimo
Sporting 5-1 Arouca
https://meocloud.pt/link/ec32fbe5-c512-41ae-8c4a-2d723ceb2636/JOGOS/
Porto 1-3 Sporting
Sporting 2-0 União Madeira
Sporting 5-0 Vitória Setúbal
https://meocloud.pt/link/d9fb4e50-e4e9-4f4d-a813-3bae7ed41e69/JOGOS/
Braga 0-4
https://meocloud.pt/link/84b4eac1-ee53-4d65-a606-b6d067cc9281/JOGOS/
12 de maio de 2017
11 de maio de 2017
O Poder
Não tenho Sporting TV. Sou Vodafone e só em junho o canal estará na grelha. Há meses, desde o final da época passada que deixei de ver programas "desportivos". Não só porque não quero ver mas também porque, por qualquer razão fisiológica, o meu corpo e mente deixaram de conseguir aguentar mais de 1 minuto a ver o Dia Seguinte, Prolongamento ou, ainda menos, qualquer um daqueles da CMTV.
O único programa que faço questão de ver, nos últimos tempos e quase na íntegra, é um programa semanal do Porto Canal, onde participa o dir. com. do Porto, Francisco Marques, um ex-jornalista da RTP, cujo nome ainda não decorei, e o Bernardino Barros, jornalista ex-isento e actual "paineleiro" portista. Comecei a ver desde aquele programa, de há um mês e tal, em que o dir. com. do Porto denunciou a existência de uma, já infame, 'cartilha' lampiã. Li no Twitter sobre o programa, fiz rewind na tv box, vi-o e gostei.
Comecei a apreciar as constantes e cirúrgicas denúncias de personagens e actos do #EstadoLampiânico (no Porto, tratam-no por "O Polvo") no dito programa, pois é constatar na tv aquilo que muitos dos bloggers e "militantes" Sportinguistas já denunciavam ao tempo, nos seus blogs, Facebook ou em foruns. Imagino que o sentimento seja semelhante ao do escritor que vê a sua obra ser escolhida por Hollywood para ser reproduzida nos écrãs de cinema. Além disso, gosto da forma pautada, sintética e informativa como o fazem. Nada de alarmismos, de gritos, "números de circo", como é normal ver neste tipo de programas. Nada disso, é expor de forma serena o que é o #EstadoLâmpianico, desde as claques ilegais do Benfica, passando pelos árbitros que correm com a camisola da Casa do Benfica do Seixal, até à 'cartilha' escrita pelo escroque do Carlos Janela e que comentadores 'isentos' como Rui Pedro Braz e José Nunes recebem na sua caixa de email, tal e qual como recebem os "paineleiros" benfiquistas, como Pedro Guerra e André Ventura.
No último programa do Porto Canal, o dir. com. do Porto fez questão de repetir uma parte de uma mensagem da 'cartilha', escrita por Carlos Janela em finais de agosto, dias após um empate inesperado do Benfica em casa do Vitória de Setúbal. Trata-se até, à primeira audição, de uma passagem um pouco inócua, sem muito sumo, comparando com outras expressões e frases mais animalescas utilizadas por Carlos Janela nessa e noutras 'cartilhas' já tornadas públicas. Contudo, após as recentes notícias e confirmadas por um duplo-comunicado publicado em ambos os sites de Sporting e Porto, compreendo ainda melhor a importância que o dir. com. do Porto atribui aquela parte da 'cartilha' de agosto, em que Carlos Janela escreveu o seguinte:
"Não podemos reagir ao empate contra o Setúbal dando a impressão de que o Benfica está a perder poder. Isso nunca."
É isto, de facto, que dá o poder em Portugal: a percepção [do poder]. Ao contrário de alguns Sportinguistas e Portistas, eu não creio que o Benfica corrompa, financeira ou materialmente, os árbitros, dirigentes ou jogadores. Quer dizer, pelo menos, não da forma típica da corrupção, em que em benefício de alguém [Benfica], se prejudica propositadamente outrém [Sporting]. Acho que o Benfica montou um "sistema"moralmente corrupto, sim, mas que assenta, tecnicamente, numa legalidade. É legal comprar bancadas inteiras no estádio do Rio Ave e depois vender os bilhetes mais baratos aos seus próprios adeptos. É legal comprar jogadores e depois emprestá-los a outros clubes, cedendo-lhes até parte dos passes, tornando esses clubes mais fortes contra os outros e mais fraco contra o clube-mãe. É legal oferecer as suas instalações para que clubes lá treinem gratuitamente. É legal um clube transmitir os seus próprios jogos no canal do clube e marcar o horário para o que mais lhe convir. É legal, até porque não houve sanções, oferecer vouchers para refeições, a árbitros e delegados os jogos efetuados em casa. É legal a Fundação do clube patrocinar a formação de jovens árbitros. E o "poder" legalizado do Benfica é mais poderoso, passe o pleonasmo, do que o poder "ilegal" do Porto dos anos 90.
Se, além disto, o #EstadoLampiânico também obtiver poder através de formas ilegais, então aí, é o poder total, inexpugnável, hegemónico. No momento da decisão, seja do árbitro a apitar dentro do campo, do legislador a castigar fora dele ou do jornalista a escrever uma crítica, o "poderoso" vai ser sempre, sempre, protegido.
O Sporting assumiu a luta contra o poder do Benfica desde que BdC tomou posse como presidente do Sporting e fê-lo, constantemente, sozinho. Todos nós nos lembramos do "almoço do leitão", no auge da afirmação de BdC enquanto presidente do Sporting, quando este era o único que defendia a continuidade do então presidente da Liga, Mário Figueiredo.. O Porto, e já ouvi várias teorias sobre isto, tem assumido ultimamente sempre um papel defensivo e de resguarda nesta luta pelo "poder" do futebol português. Além de umas bocas pontuais, o Porto dos últimos anos não tem participado activamente nessa luta. Até há poucos meses...
Na minha ideia, o Porto percebeu que "isto" mudou. O pouco poder que lhes restava esvaiu-se-lhe por entre os dedos. Basta ver a forma como até os próprios árbitros da cidade do Porto já não têm daqueles 'erros' inacreditáveis a favor deles e, pior, cometem até erros contra a equipa do Porto.
O encontro público de ontem entre os diretores de comunicação do Sporting e Porto é, antes de mais nada, uma exibição pública de "poder". Cuidado, a partir de agora, nada vai ser como dantes. Já não vai ser apenas o louco BdC a vociferar contra os moinhos de vento do #EstadoLampiânico, nós, Porto, também vamos começar a gritar. Contra árbitros, jornalistas, dirigentes de clubes, Federação, Liga... é ler os pontos do comunicado. Tudo spot on. Concordo com todas.
Uma das maiores críticas que se fazia a BdC e à sua estratégia era, precisamente, de se ter isolado e combatido demasiadas batalhas sozinho. Que melhor adversário poderia ter senão o clube mais vitorioso (e poderoso) dos últimos 30 anos?
Agora, é verdade - tenho de o admitir - que me custa muito, demasiado, ver esta união de forças. Não a tinha percebido, tal como me parece que estou a entende-la hoje, quando ouvi falar sobre isto ontem à noite e fiquei pior que fodido. Eu li o livro do Marinho Neves "Golpe de Estádio", lembro-me ainda do Porto dos finais dos anos 90 e não esquecerei os roubos protagonizados por personagens do "Apito Dourado" ao Sporting. Mas ao ler as propostas do dito comunicado de hoje, esqueço-me. E, de certeza, vou me lembrar deles, dos roubos do "Apito Dourado", outra vez daqui a alguns dias. E depois esquecer-me-ei novamente quando sair o castigo do Samaris após o campeonato terminar. E vai ser assim durante os próximos tempos, com a consciência a balançar entre o "sistema" do passado e o "sistema" do presente. Odeio ambos com a mesma revolta mas o facto de ter sido o dir. comunicação do Porto a deslocar-se a Lisboa e não o contrário, dá-me alguma vontade de esquecer o passado. Até ver.
O único programa que faço questão de ver, nos últimos tempos e quase na íntegra, é um programa semanal do Porto Canal, onde participa o dir. com. do Porto, Francisco Marques, um ex-jornalista da RTP, cujo nome ainda não decorei, e o Bernardino Barros, jornalista ex-isento e actual "paineleiro" portista. Comecei a ver desde aquele programa, de há um mês e tal, em que o dir. com. do Porto denunciou a existência de uma, já infame, 'cartilha' lampiã. Li no Twitter sobre o programa, fiz rewind na tv box, vi-o e gostei.
Comecei a apreciar as constantes e cirúrgicas denúncias de personagens e actos do #EstadoLampiânico (no Porto, tratam-no por "O Polvo") no dito programa, pois é constatar na tv aquilo que muitos dos bloggers e "militantes" Sportinguistas já denunciavam ao tempo, nos seus blogs, Facebook ou em foruns. Imagino que o sentimento seja semelhante ao do escritor que vê a sua obra ser escolhida por Hollywood para ser reproduzida nos écrãs de cinema. Além disso, gosto da forma pautada, sintética e informativa como o fazem. Nada de alarmismos, de gritos, "números de circo", como é normal ver neste tipo de programas. Nada disso, é expor de forma serena o que é o #EstadoLâmpianico, desde as claques ilegais do Benfica, passando pelos árbitros que correm com a camisola da Casa do Benfica do Seixal, até à 'cartilha' escrita pelo escroque do Carlos Janela e que comentadores 'isentos' como Rui Pedro Braz e José Nunes recebem na sua caixa de email, tal e qual como recebem os "paineleiros" benfiquistas, como Pedro Guerra e André Ventura.
No último programa do Porto Canal, o dir. com. do Porto fez questão de repetir uma parte de uma mensagem da 'cartilha', escrita por Carlos Janela em finais de agosto, dias após um empate inesperado do Benfica em casa do Vitória de Setúbal. Trata-se até, à primeira audição, de uma passagem um pouco inócua, sem muito sumo, comparando com outras expressões e frases mais animalescas utilizadas por Carlos Janela nessa e noutras 'cartilhas' já tornadas públicas. Contudo, após as recentes notícias e confirmadas por um duplo-comunicado publicado em ambos os sites de Sporting e Porto, compreendo ainda melhor a importância que o dir. com. do Porto atribui aquela parte da 'cartilha' de agosto, em que Carlos Janela escreveu o seguinte:
"Não podemos reagir ao empate contra o Setúbal dando a impressão de que o Benfica está a perder poder. Isso nunca."
É isto, de facto, que dá o poder em Portugal: a percepção [do poder]. Ao contrário de alguns Sportinguistas e Portistas, eu não creio que o Benfica corrompa, financeira ou materialmente, os árbitros, dirigentes ou jogadores. Quer dizer, pelo menos, não da forma típica da corrupção, em que em benefício de alguém [Benfica], se prejudica propositadamente outrém [Sporting]. Acho que o Benfica montou um "sistema"moralmente corrupto, sim, mas que assenta, tecnicamente, numa legalidade. É legal comprar bancadas inteiras no estádio do Rio Ave e depois vender os bilhetes mais baratos aos seus próprios adeptos. É legal comprar jogadores e depois emprestá-los a outros clubes, cedendo-lhes até parte dos passes, tornando esses clubes mais fortes contra os outros e mais fraco contra o clube-mãe. É legal oferecer as suas instalações para que clubes lá treinem gratuitamente. É legal um clube transmitir os seus próprios jogos no canal do clube e marcar o horário para o que mais lhe convir. É legal, até porque não houve sanções, oferecer vouchers para refeições, a árbitros e delegados os jogos efetuados em casa. É legal a Fundação do clube patrocinar a formação de jovens árbitros. E o "poder" legalizado do Benfica é mais poderoso, passe o pleonasmo, do que o poder "ilegal" do Porto dos anos 90.
Se, além disto, o #EstadoLampiânico também obtiver poder através de formas ilegais, então aí, é o poder total, inexpugnável, hegemónico. No momento da decisão, seja do árbitro a apitar dentro do campo, do legislador a castigar fora dele ou do jornalista a escrever uma crítica, o "poderoso" vai ser sempre, sempre, protegido.
O Sporting assumiu a luta contra o poder do Benfica desde que BdC tomou posse como presidente do Sporting e fê-lo, constantemente, sozinho. Todos nós nos lembramos do "almoço do leitão", no auge da afirmação de BdC enquanto presidente do Sporting, quando este era o único que defendia a continuidade do então presidente da Liga, Mário Figueiredo.. O Porto, e já ouvi várias teorias sobre isto, tem assumido ultimamente sempre um papel defensivo e de resguarda nesta luta pelo "poder" do futebol português. Além de umas bocas pontuais, o Porto dos últimos anos não tem participado activamente nessa luta. Até há poucos meses...
Na minha ideia, o Porto percebeu que "isto" mudou. O pouco poder que lhes restava esvaiu-se-lhe por entre os dedos. Basta ver a forma como até os próprios árbitros da cidade do Porto já não têm daqueles 'erros' inacreditáveis a favor deles e, pior, cometem até erros contra a equipa do Porto.
O encontro público de ontem entre os diretores de comunicação do Sporting e Porto é, antes de mais nada, uma exibição pública de "poder". Cuidado, a partir de agora, nada vai ser como dantes. Já não vai ser apenas o louco BdC a vociferar contra os moinhos de vento do #EstadoLampiânico, nós, Porto, também vamos começar a gritar. Contra árbitros, jornalistas, dirigentes de clubes, Federação, Liga... é ler os pontos do comunicado. Tudo spot on. Concordo com todas.
Uma das maiores críticas que se fazia a BdC e à sua estratégia era, precisamente, de se ter isolado e combatido demasiadas batalhas sozinho. Que melhor adversário poderia ter senão o clube mais vitorioso (e poderoso) dos últimos 30 anos?
Agora, é verdade - tenho de o admitir - que me custa muito, demasiado, ver esta união de forças. Não a tinha percebido, tal como me parece que estou a entende-la hoje, quando ouvi falar sobre isto ontem à noite e fiquei pior que fodido. Eu li o livro do Marinho Neves "Golpe de Estádio", lembro-me ainda do Porto dos finais dos anos 90 e não esquecerei os roubos protagonizados por personagens do "Apito Dourado" ao Sporting. Mas ao ler as propostas do dito comunicado de hoje, esqueço-me. E, de certeza, vou me lembrar deles, dos roubos do "Apito Dourado", outra vez daqui a alguns dias. E depois esquecer-me-ei novamente quando sair o castigo do Samaris após o campeonato terminar. E vai ser assim durante os próximos tempos, com a consciência a balançar entre o "sistema" do passado e o "sistema" do presente. Odeio ambos com a mesma revolta mas o facto de ter sido o dir. comunicação do Porto a deslocar-se a Lisboa e não o contrário, dá-me alguma vontade de esquecer o passado. Até ver.
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Do Porto a Lisboa são 319 km de distância |
8 de maio de 2017
#EstamosFodidosSporting
Comecei a escrever sobre o Sporting e o futebol da nossa #LigaMickeyMouse devido a um convite do Vito Vendetta, do blog Cabelo do Aimar. No convite que me fez, ele mencionou uns vídeos meus que eu tinha metido no Youtube. Nessa altura, a minha militância anti-Estado Lampiânico era mínima, residual mas já qualquer coisa dentro de mim pressentia que algo estava errado no nosso jornalismo desportivo, na forma em como o Sporting era (e é) completamente menosprezado e, por vezes, até amesquinhado nas reportagens, crónicas ou reportagens. Queria denunciar esses pequenos "truques" e a forma que encontrei para fazê-lo foi fazer vídeos, expondo os truques, sob forma de paródia. Hoje em dia, felizmente e a quem muito agradeço, há muitos e bons Sportinguistas a fazê-lo muito melhor do que eu (Artista do Dia, Mister do Café, Tu Vais Vencer, Sporting Com Filtro, etc).
Aliás, a primeira vez que utilizei um vídeo para parodiar/denunciar algo, até nem foi o #EstadoLampiânico nem o #jornalixo, foi mesmo o Sporting. Naqueles meses horríveis que envolveu a saída de Paulo Bento, a contratação de Carvalhal, a vinda de Costinha, etc, etc, senti necessidade de "avisar" os Sportinguistas que algo tinha de mudar senão o Sporting corria o risco de explodir. Não havia Twitter. Lembro-me do vídeo ser partilhado no IRC e em foruns, inclusive o forum do Sporting. Diziam que eu era benfiquista ou que o vídeo tinha sido feito por benfiquistas. Isto foi em 2010, 2011. Em 2013, o ano em que acabámos em 7º lugar, o Sporting quase que implodiu. Odeio ser o gajo que diz "Eu tinha razão..." mas, nessa altura, eu tinha razão. Aquele Sporting (retirei o vídeo do Youtube há uns anos, pois contém cenas ridículas e que podiam ser usadas por sites como Hugo Gil e semelhantes) de então, tem coisas que, infelizmente, começo a vislumbrar neste Sporting... Desde as selfies está-tudo-bem dos jogadores, às escolhas irracionais de jogadores (manter Castaignos durante uma época inteira a tirar lugar a outros jogadores é um crime), até à, mais que evidente, falta de Raça, colhões, sangue, suor, lágrimas, porrada! Aquilo que é necessário para se vencer neste mundo-cão. Não há nada disto no Sporting. Só vejo é palmadinhas, amor, vídeozinhos, #likes, desculpas "está-tudo-bem-para-a-próxima-sai-melhor", só vejo é merda! Expliquem-me como é que o nosso presidente, após 4 anos a ser trucidado pelos jornaleiros todos, vem dar uma entrevista "exclusiva" à CMTV sobre o seu casamento?? Mas que caralho me interessa o casamento dele?? Se querem mesmo demonstrar que querem ganhar a merda de um campeonato que seja, por favor, juntem-se todos (BdC, JJ, Saraiva, Geraldes, Vieira, TODOS!) numa quinta qualquer no Alentejo, sem distrações à vista, e debatem sobre como fazer deste clube, um clube campeão! Conversem, discutam, façam o que quiserem, mas por favor, demonstrem que têm uma estratégia. Parem de dar entrevistas de merda, de comunicadozinhos de merda, de posts Facebook de merda, de contratar jogadores de merda (e que TODA a gente percebia que eram merda), por favor, parem. Isto que se passou esta época não é nada.
É por esta época de merda, fracassada a todos os níveis (sim, relativamente à época passada, foi um fracasso total), que vou deixar a minha militância anti-#EstadoLampiânico de lado. Se sinto que o Sporting não está a fazer todos os possíveis para lutar contra "eles" e, pior, que está a cometer demasiados erros, então terei de voltar as minhas atenções para o interior e preocupar-me com a minha equipa. Espero que no Sporting façam o mesmo.
Aliás, a primeira vez que utilizei um vídeo para parodiar/denunciar algo, até nem foi o #EstadoLampiânico nem o #jornalixo, foi mesmo o Sporting. Naqueles meses horríveis que envolveu a saída de Paulo Bento, a contratação de Carvalhal, a vinda de Costinha, etc, etc, senti necessidade de "avisar" os Sportinguistas que algo tinha de mudar senão o Sporting corria o risco de explodir. Não havia Twitter. Lembro-me do vídeo ser partilhado no IRC e em foruns, inclusive o forum do Sporting. Diziam que eu era benfiquista ou que o vídeo tinha sido feito por benfiquistas. Isto foi em 2010, 2011. Em 2013, o ano em que acabámos em 7º lugar, o Sporting quase que implodiu. Odeio ser o gajo que diz "Eu tinha razão..." mas, nessa altura, eu tinha razão. Aquele Sporting (retirei o vídeo do Youtube há uns anos, pois contém cenas ridículas e que podiam ser usadas por sites como Hugo Gil e semelhantes) de então, tem coisas que, infelizmente, começo a vislumbrar neste Sporting... Desde as selfies está-tudo-bem dos jogadores, às escolhas irracionais de jogadores (manter Castaignos durante uma época inteira a tirar lugar a outros jogadores é um crime), até à, mais que evidente, falta de Raça, colhões, sangue, suor, lágrimas, porrada! Aquilo que é necessário para se vencer neste mundo-cão. Não há nada disto no Sporting. Só vejo é palmadinhas, amor, vídeozinhos, #likes, desculpas "está-tudo-bem-para-a-próxima-sai-melhor", só vejo é merda! Expliquem-me como é que o nosso presidente, após 4 anos a ser trucidado pelos jornaleiros todos, vem dar uma entrevista "exclusiva" à CMTV sobre o seu casamento?? Mas que caralho me interessa o casamento dele?? Se querem mesmo demonstrar que querem ganhar a merda de um campeonato que seja, por favor, juntem-se todos (BdC, JJ, Saraiva, Geraldes, Vieira, TODOS!) numa quinta qualquer no Alentejo, sem distrações à vista, e debatem sobre como fazer deste clube, um clube campeão! Conversem, discutam, façam o que quiserem, mas por favor, demonstrem que têm uma estratégia. Parem de dar entrevistas de merda, de comunicadozinhos de merda, de posts Facebook de merda, de contratar jogadores de merda (e que TODA a gente percebia que eram merda), por favor, parem. Isto que se passou esta época não é nada.
É por esta época de merda, fracassada a todos os níveis (sim, relativamente à época passada, foi um fracasso total), que vou deixar a minha militância anti-#EstadoLampiânico de lado. Se sinto que o Sporting não está a fazer todos os possíveis para lutar contra "eles" e, pior, que está a cometer demasiados erros, então terei de voltar as minhas atenções para o interior e preocupar-me com a minha equipa. Espero que no Sporting façam o mesmo.
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Foda-se... |
4 de maio de 2017
A visionária "Liga Portugueza de Foot-Ball", em 1910
Com a notícia de hoje sobre o anúncio do vídeo-árbitro para a próxima época de 2017-2018, lembrei-me deste apontamento do jornal "Diário Illustrado", de 23 de fevereiro de 1910. A utilização "ilegal" de "árbitros de baliza" nos jogos da, então denominada, "Liga Portugueza de Foot-Ball". :)
29 de abril de 2017
#EstamosFodidosSporting
Carl von Clausewitz (Burg, 1 de junho de 1780 — Breslau, 16 de novembro de 1831) foi um militar do Reino da Prússia que ocupou o posto de general e é considerado um grande estrategista militar e teórico da guerra por sua obra Da Guerra. (...) É considerado um grande mestre da arte da guerra. (in Wikipedia)
Não sou expert na matéria, nem nada que se pareça, mas parece que este Clausewitz tinha umas ideias interessantes no que toca a fazer a "guerra". Uma das suas ideias-base era a de que, para um país vencer uma guerra, havia três factores que tinham de actuar em conjugação, que tinham de estar alinhados, mentalmente e fisicamente: o povo, o exército e o Governo.
Pesquisei alguma coisa, não muito, sobre Clausewitz antes de começar a escrever o post, e, aparentemente, essa "trindade" de factores, essencial para que um país saia vitorioso de um conflito, consiste nisto:
1- "violência, do ódio e da inimizade primordiais, que devem ser vistos como uma força natural cega" (o povo)
2- "O acaso e probabilidade dentro do qual o espírito criativo é livre para vaguear" (o exército)
3- "O elemento de subordinação, como instrumento de política, que o torna sujeito apenas à razão" (o Governo)
Leio esta frase de De Rossi (tks, @claragcatarino!) e lembro-me de Schmeichel, Acosta, Babb, Paulo Bento, João Pinto, Beto, Sá Pinto e das últimas vezes em que fomos campeões. Coincidências, certamente.
Não sou expert na matéria, nem nada que se pareça, mas parece que este Clausewitz tinha umas ideias interessantes no que toca a fazer a "guerra". Uma das suas ideias-base era a de que, para um país vencer uma guerra, havia três factores que tinham de actuar em conjugação, que tinham de estar alinhados, mentalmente e fisicamente: o povo, o exército e o Governo.
Pesquisei alguma coisa, não muito, sobre Clausewitz antes de começar a escrever o post, e, aparentemente, essa "trindade" de factores, essencial para que um país saia vitorioso de um conflito, consiste nisto:
1- "violência, do ódio e da inimizade primordiais, que devem ser vistos como uma força natural cega" (o povo)
2- "O acaso e probabilidade dentro do qual o espírito criativo é livre para vaguear" (o exército)
3- "O elemento de subordinação, como instrumento de política, que o torna sujeito apenas à razão" (o Governo)
Se quisermos transportar isto para a realidade do Sporting, diria que o "povo" são os adeptos do Sporting. Pergunto: haverá maior prova de que os adeptos estão dispostos a ir à luta quando, numa época desastrosa, para não dizer fracassada, a #OndaVerde continua acima dos 40 mil em Alvalade e com um punhado de milhares nos jogos fora? Quando Jorge Jesus entoa o #OMundoSabeQue e inicia cada flash-interview a elogiar os adeptos do Sporting, fá-lo porque, mais do que ninguém, ele sabe da importância da "pressão" que as bancadas inferem no decurso do jogo, principalmente, no raio de decisão do(s) árbitro(s). É por isso que ele continua a apelar, constantemente, pela #OndaVerde. É muito diferente jogarmos em Arouca com a bancada central local a uivar a cada lance polémico se houver uma bancada oposta repleta de Sportinguistas que "camuflem" os gritos dos locais. Os árbitros, apesar de tudo, são humanos e ouvem muito bem...
Quanto a isto, não creio que o Sporting se possa queixar muito. A nação leonina está aí para a luta, dentro do campo, como nunca esteve. É verdade que, fora do campo, há quem batalhe muito mais do que os Sportinguistas. As ameaças aos árbitros, os telefonemas para os programas diários sobre arbitragem futebol, mas... Já alguma vez viram alguém, ao domingo de manhã, no centro comercial mais próximo, vestido com o fato treino do Sporting? E do Benfica? Pois. Não peçam mais aos Sportinguistas aquilo que eles estão dispostos a dar.
No que toca ao Governo, nunca vi um Estado-Maior Leonino que defendesse tanto o Sporting com o actual liderado por Bruno de Carvalho. Há muito a melhorar (a comunicação, meu Deus...) mas não consigo dizer que tenha havido uma direção tão preparada para a "guerra" como esta.
Agora o "exército"... muitas vezes me questiono se eles, os soldados (jogadores) sabem sequer que estão em guerra. É que, pelos sinais que vão dando, dia após dia, semana após semana, ano após ano, eu diria que não. Eles não percebem nada. É ver um qualquer clássico Real Madrid-Barcelona. É ler os tweets do Piqué e ouvir as flash-interviews do Sérgio Ramos e percebemos que são "inimigos".Depois de verem o "el clássico", é ver um soporífero derby Sporting-Benfica e perceberão o quero dizer.
No derby que ditou, com toda a certeza, que o nosso maior rival irá alcançar aquilo que apenas os 5 Violinos e o Porto de Pinto da Costa conseguiram, ou seja, o tetra-campeonato, conseguimos acabá-lo com apenas um cartão amarelo mostrado! Há jogos de curling mais disputados! Pergunto-me se, sequer, haveria algum jogador do Sporting consciente deste "pormenor" da história do futebol português? Não consigo acreditar que havia. Mas pior do que isso é, depois de acabar o jogo com um empate sensaborão, verificar que para os "soldados", parece que o empate foi uma coisa quase normal, quase como algo positivo. Nem passadas 48 horas, vejo no Facebook o capitão (o capitão!!) do Sporting a dedicar o golo do empate contra o benfica-tetra-campeão à mulher. Dedicar o golo do empate... Na minha concepção de Sporting, do Sporting que aprendi a gostar e devotar, sempre concebi ver o capitão do Sporting a dedicar vitórias, não golos. Hoje é sábado, uma semana depois do derby, ainda me custa engolir aquela merda de jogo e, no entanto, é ver o William, o sub-capitão do Sporting, no Instagram, 48 horas depois, numa piscina qualquer, sem qualquer menção ao jogo, alegre e sorridente. Ou o Schelotto, um tipo que estava desempregado há dois anos, antes de vir para o Sporting, e que convida jogadores do Benfica para a inauguração do seu restaurante 5 dias depois do empate no derby e 6 depois da mor... de mais um assassinato de um adepto do Sporting por parte de um lampião.
É isto o nosso "exército"? Querem ganhar a guerra contra o Benfica, FPF, LPFP, árbitros, clubes-que-estagiam-no-Seixal-dias-antes-de-jogar-na-Luz-ou-que-vendem-bancadas-completas-ao-Benfica, jogadores-com-ligações-ao-Benfica-que-por-azar-marcam-autogolos-ou-fazem-assistências-a-favor-do-Benfica, com estes jogadores que parecem que vivem noutra realidade e completamente alheados da trafulhice que é a #LigaMickeyMouse? Já no derby da primeira volta na Luz falei sobre a completa falta de "ganas" deste grupo de jogadores e agora o sinto mais. Olho para a equipa (plantel) do Sporting e vejo um bando de bons rapazes que não ganharão nada além de likes e comentários nas redes sociais. Olho para o Benfica (e Porto mas não tanto) e vejo gajos filhos-da-mãe que se estão a cagar para as redes sociais e querem é ganhar jogos e títulos.
Daniele De Rossi on young players:— 101 Great Goals (@101greatgoals) 27 de abril de 2017
"When I see them do live videos from the locker room, I'd like to take a baseball bat to their teeth." 😳 pic.twitter.com/twbnvoxnij
Leio esta frase de De Rossi (tks, @claragcatarino!) e lembro-me de Schmeichel, Acosta, Babb, Paulo Bento, João Pinto, Beto, Sá Pinto e das últimas vezes em que fomos campeões. Coincidências, certamente.
E se falo em exército, falo também no general, Jorge Jesus. Quando JJ chegou ao Benfica, era um desconhecido. Acredito que, nas primeiras épocas, JJ tenha tido de suar e gritar muito para impor a sua vontade, a sua filosofia, de modo a que jogadores, de certo modo consagrados, acreditassem na sua palavra e métodos. Quando penso no JJ dos primeiros anos do Benfica, lembro-me de um JJ com fato de treino. Olho para o JJ actual e vejo-o, literal e metaforicamente, de fato e gravata. Terá ele ainda aquela chama, aquela vontade de ganhar (a "guerra"), de conseguir transformar jogadores consagrados e outros, banais, em vencedores? Começo a ter dúvidas.
Sei que disse que o Governo de BdC é dos mais batalhadores que me lembro no Sporting, é verdade, no entanto, não deixa de ser verdade que a estratégia delineada, principalmente nesta época, falhou completamente. Nem falo sobre as contratações ou constituição do plantel mas sim ao combate fora das quatro linhas. Decidiu-se seguir uma estratégia de "apoio" ao novo Conselho de Arbitragem, liderado por um novato, Fontelas Gomes, mas coadjuvado por velhas raposas, como Lucílio Baptista e João Ferreira. Os resultados estão à vista: Benfica é a equipa com menos cartões e com menos penalties contra e o Sporting é das que mais cartões tem. Clap...clap... clap.
Decidiu-se no Sporting capitalizar tudo contra o Benfica e não contra os "braços-armados" do Benfica, como está agora o Porto a fazer, que desmascara semanalmente no Porto Canal, uma série de personagens do #EstadoLampiânco, desde os constituintes da infame "cartilha", árbitros, observadores, jornalistas, etc. Por exemplo, como é possível o Sporting jogar, constantemente, à noite e depois dos rivais, salvo raras excepções, e não se ouvir uma palavra de desagrado público por parte do Sporting? Ou há quem no Sporting julgue que é mesmo irrelevante jogar-se, por exemplo, às sextas à noite, antes dos rivais, fora dos "holofotes" e, se ganhando, colocar pressão sobre os rivais? Ou que jogar à luz natural em Alvalade relaxará mais a equipa adversária, transformando o jogo em algo mais "estival" e, logicamente, mais fácil de ganhar (jogo mais aberto, fluido, favorável à equipa mais atacante, mais técnica)?
Outro exemplo. Em cada jogo do Sporting transmitido pelo Sporttv sou capaz de vislumbrar uma ou duas chico-espertices contra o Sporting, sejam os comentários manhosos de Luís Freitas Lobo ou Pedro Henriques, ou a aquela repetição que nunca aparece e que permitia esclarecer dúvidas sobre um qualquer lance a favorecer/prejudicar o Sporting. Quantas vezes ouvi alguém do Sporting referir-se, oficialmente, a isso? Nunca.
Como é possível andar a dar borlas de dois em dois meses (leia-se, entrevistas exclusivas ou fornecer jogadores para campanhas) ao Record se, dia sim, dia não, temos uma "capa" anti-Sporting e crónicas do Farinha a amesquinhar o Sporting? Os "prós" valerão mais do que os "contras"? Duvido muito. Já há tantas formas de fazer passar a mensagem (Sporting TV, redes sociais) que este tipo de relações "quid pro quo" parecem mais prejudiciais do que benéficas. Isto, para não falar n'A BOLA, CM, O JOGO ou TVI24. Nalguns destes casos, urgia mesmo declarar certos orgãos de comunicação social como personas no grata em Alvalade mas não, mais fácil sai um comunicado de BdC ou Nuno Saraiva contra o André Ventura ou Hugo Gil (o Hugo Gil, caralho?!) do que contra o Vítor Serpa ou Nuno Farinha. Juro que não percebo.
Outro exemplo. Em cada jogo do Sporting transmitido pelo Sporttv sou capaz de vislumbrar uma ou duas chico-espertices contra o Sporting, sejam os comentários manhosos de Luís Freitas Lobo ou Pedro Henriques, ou a aquela repetição que nunca aparece e que permitia esclarecer dúvidas sobre um qualquer lance a favorecer/prejudicar o Sporting. Quantas vezes ouvi alguém do Sporting referir-se, oficialmente, a isso? Nunca.
Como é possível andar a dar borlas de dois em dois meses (leia-se, entrevistas exclusivas ou fornecer jogadores para campanhas) ao Record se, dia sim, dia não, temos uma "capa" anti-Sporting e crónicas do Farinha a amesquinhar o Sporting? Os "prós" valerão mais do que os "contras"? Duvido muito. Já há tantas formas de fazer passar a mensagem (Sporting TV, redes sociais) que este tipo de relações "quid pro quo" parecem mais prejudiciais do que benéficas. Isto, para não falar n'A BOLA, CM, O JOGO ou TVI24. Nalguns destes casos, urgia mesmo declarar certos orgãos de comunicação social como personas no grata em Alvalade mas não, mais fácil sai um comunicado de BdC ou Nuno Saraiva contra o André Ventura ou Hugo Gil (o Hugo Gil, caralho?!) do que contra o Vítor Serpa ou Nuno Farinha. Juro que não percebo.
No Sporting, parece que há várias estratégias. Uma da direção (e dentro dessa, parece que há uma distinta do presidente, outra do diretor de comunicação, etc), outra do treinador e outra dos jogadores. Deus queira que esteja enganado mas, a continuar assim, vamos continuar a perder a "guerra".
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23 de abril de 2017
Lógica para combater a irracionalidade
Ontem acordei em
choque. Sensação a que já me tenho vindo a habituar neste mundo recente, mas
que costuma ter razões mais distantes. Desta vez, a loucura extremista foi
aqui. Ao nosso lado, com um dos nossos, com a nossa paixão como pretexto. Não é
fácil digerir e ao início estava capaz de dizer e fazer tudo. Mas o dia trouxe
calma e lucidez: o que aconteceu foi um ato de extremismo irracional. E nestas
situações, a história tem ensinado que a pior resposta possível é mais
irracionalidade. Infelizmente, é essa que se vê sempre.
Certos argumentos
que têm sido lançados, de ambos os lados, são impulsivos, ilógicos e, por isso
mesmo, altamente perigosos. Não se pode generalizar um ato isolado, não se pode
pôr na mesma discussão assassinatos intencionais e acidentais. Não se pode
dizer que a culpa é de quem provoca, que se não estivessem lá não acontecia,
que quem anda à chuva molha-se, etc. Calma. É suposto vivermos numa democracia
desenvolvida em que matar alguém não é aceitável independentemente do motivo. É
que parece que toda a gente se esquece dos seus princípios quando há futebol à
mistura. Se fosse um homem a matar a mulher por o ter traído, também se
desculpava e desvalorizava? Ou a velha história da menina da minissaia não se
poder queixar da violação… Temos de ter cuidado com o que dizemos. O que eles
estavam lá a fazer é importante de averiguar e nem tenho problemas em dizer que
adivinho que não será coisa boa. Mas é um assunto à parte, que nunca poderá
tornar aceitável matar alguém. Porque nada torna.
Por outro lado, tentemos
esforçar um bocadinho mais a lógica no que às razões para este ambiente tenso
no futebol português diz respeito. Há que ter ponderação e pensar duas vezes
antes de atirar bitaites. Eu não posso falar pela população em geral, mas posso
dar a minha visão das coisas: nunca será o que um presidente, um dirigente, ou
um comentador diz que me fará gostar mais ou menos de um clube e, muito menos,
ser mais ou menos violenta. Se de facto isso acontece, temos de parar para
pensar no grave que é as pessoas não terem filtro e consciência para saber
gerir palavras. A mim, o que ameaça o meu discernimento é quando alguém impede
essas palavras - porque cortar liberdades irrita-me incomparavelmente mais do
que qualquer expressão das mesmas. O que me tira do sério é ter a injustiça como
norma e, acima de tudo, a ausência de tentativas de explicação e correção. O
que me descontrola é a lata, a falta de brio e a sujidade da imprensa. O que me
faz perder a cabeça são as voltas que dou às mesmas perguntas, que nunca são
respondidas, desde a existência de claques ilegais, aos critérios nas
diferentes decisões da Liga, à promiscuidade da Federação. Portanto é
fundamental que deixemos de ser os limitados que acham que andamos zangados porque
A disse X e B respondeu Y. O foco da crispação é bem mais profundo do que isso
e ninguém está isento de culpas – mesmo os que não hesitam em distribui-las: de
jornalistas a comentadores, passando por políticos, dirigentes, claques e
adeptos, mas acima de tudo as instituições supostamente reguladoras. Enquanto
se continuar a achar que a culpa acaba num setor, não avançamos.
Quanto à questão
do “incendiário”, sou sincera. Acho que acaba por ser verdade. A chegada de Bruno
de Carvalho incendiou o ambiente. Mas não por ele o ter tentado fazer.
Simplesmente, antes o Sporting era o esquecido parente simpático que não
ameaçava ninguém, por isso nunca entrou na guerra, que acabava por se fazer com
300 km de terra pelo meio. Com ele, o Sporting voltou a fazer parte da
discussão, quer do campeonato quer do estado do futebol português, tendo vindo
mexer em questões que dava jeito a muita gente que continuassem adormecidas.
Daí o Sporting ter voltado a ser visto como o grande rival do Benfica. E nesta
guerra, os 300 km passam à largura da 2.ª Circular. Portanto, claro que tudo se
torna mais aceso e mais perigoso.
De resto, outra
consequência assustadora da irracionalidade com que se reagiu à irracionalidade
da madrugada de ontem, foi a normalização do acontecimento: falamos da morte de
uma pessoa exatamente da mesma maneira com que falamos semanalmente dos
penalties por marcar e das declarações do não sei quantos: os mesmos diretos,
nos mesmos estúdios, com os mesmos comentadores; os mesmos comunicados, nas
mesmas plataformas; as presenças em zonas mistas, como se se fosse falar de
arbitragem; a Liga limita-se a um comunicado, como se fosse mais um dia; a FPF
fala à Lusa, sem cara nem voz; a naturalidade com que se continuou a falar dos onzes, dos autocarros, da caixa
de segurança e depois, de como o jogo decorreu. Penso que se pedia muito mais
do que isto. O que se passou ultrapassa o futebol. Há um filho a voltar sozinho
a casa. Seria de esperar mais choque, mais contenção e mais respeito. Não foi
um fora-de-jogo. Não é para os comentadores de futebol falarem. É para ser
pensado e estudado a outros níveis da sociedade. É um caso de polícia, não de
árbitro. E tudo isto fez com que parecesse que estávamos a falar só de um
estalo ou de mais dos mesmos desacatos…. Morreu alguém. Não se pode tratar como
se fosse normal.
Por fim, no
culminar de um dia pesado, na zona mista de Alvalade, deu-se o expoente máximo
da irracionalidade de ontem. E gosto de acreditar que se tratou de irreflexão e
precipitação, mesmo que tenha tido um dia inteiro para refletir, porque neste
momento nem tenho cabeça para enfrentar o facto de alguém que pense mesmo o que
foi dito ser seguido por 6, ou 14, ou lá quantos são, milhões de pessoas. Que, mais uma vez, não ia ser capaz de se demarcar das loucuras das suas claques (mesmo que não queiram associar uma claque ao assassínio, houve sempre as celebrações do mesmo durante o jogo), já eu sabia. Mas o que veio a seguir, foi verdadeiramente chocante. Da
boca do presidente do Sport Lisboa e Benfica saíram as palavras “provocação
gera violência”. Assim. Em frente aos microfones, em direto para a televisão. Sem
pudor. Alguém morreu. Um filho voltou sozinho para casa. Mas o que o presidente
do Sport Lisboa e Benfica se lembra de dizer é que ele provocou. Como é que o
senhor cartilhas teve coragem de dar a cara para dizer uma barbaridade destas,
não sei. Mas sei que isto me afeta muito para além do futebol. Que ele e toda a
gente que pensa assim entendam que a provocação gera violência em animais que não se sabem
controlar, não em humanos que vivem em sociedade. Que o que mata não é a provocação,
é a loucura fanática de bestas incapazes de pensar para além de chavões selvagens
como “provocação gera violência”. Se acho que do ato isolado de um benfiquista
não se pode generalizar, das palavras do presidente da instituição, a questão é
outra. Ontem, tornou-se público que a posição oficial do Sport Lisboa e Benfica
é que vale matar, se houver provocação. E assim cai no seu presidente
responsabilidade por todas as violências em resposta a provocações que possam
existir daqui para a frente, porque em direto, para as televisões, legitimou um
assassínio.
Mas então o que
fazer para melhorar a situação? A meu ver, em primeiro lugar, recuperar
legitimidade e autoridade para o edifício do futebol português. Sem isso, nada
será possível. Depois, parece-me hora, se bem que a mim já me parece há algum
tempo, para a política parar de fingir que não se mistura com o futebol, porque
se isto tudo fosse “só um jogo” não acabava em sangue. São necessárias medidas
democráticas, independentes e sérias que neste momento a tutela não dá. Por outro lado, sem me
querer repetir, é urgente legalizar as claques, nem que seja pela ideia de
impunidade e amadorismo que é passada. Claro que, idealmente, também era
necessária uma comunicação social isenta, briosa e pedagógica, focada no melhor
que o futebol tem, nas histórias incríveis que há para contar, em tudo o que de
positivo nos pode ensinar, mas isso, sinceramente, não acho possível. Por fim,
é urgente haver debate público, que permita fazer progressos no sentido da
educação para o desporto e para o civismo em Portugal. E não sejamos infantis,
para esse debate não é preciso os presidentes gostarem um do outro nem partilharem
tribunas. Adultos sérios sabem trabalhar com pessoas de quem não gostam e com
quem têm historial. Simplesmente, por vezes não querem.
6 de abril de 2017
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