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14 de maio de 2014

Entrevista de Facundo Quiroga ao O JOGO

Craque!



O futebol argentino já não é o que era: “A pressão chega a ser insuportável”, conta o veterano central que, farto de “episódios negativos”, fez uma pausa na carreira. Diferente era o estado de espírito há 14 anos: como titular, festejava o fim do jejum de títulos no Sporting...


Um, três, sete, onze argentinos vestiram a camisola do Sporting nos últimos 14 anos, mas apenas um foi campeão a dobrar: Facundo Hernán Quiroga. Aliás, as conquistas nacionais de 1999/2000 e 2001/02, as únicas dos leões num intervalo de 32 anos, elevam o central a um lugar singular na história do clube de Alvalade, pois foi o único nascido no país das pampas a ganhar dois títulos. A conversa começou pela efeméride e desaguou num mar de revelações sobre o atual momento do jogador, que, afinal, ainda não encerrou a carreira, apenas a suspendeu, diz, por algum tempo. 

Há precisamente 14 anos, Augusto Inácio confiou-lhe um lugar ao lado de André Cruz no centro da defesa do Sporting, na derradeira tentativa para conquistar o título nacional que era uma miragem desde 1982. Houve tremedeira na decisão?

Vínhamos de uma derrota terrível com o Benfica, em Alvalade, e a pressão sobre a nossa equipa era fortíssima. Tínhamos de vencer o Salgueiros, era impossível falhar – por nós, pelo clube, pelos adeptos, por todos. Unimo-nos, mentalizámo-nos, preparámo-nos muito bem durante a semana e chegámos onde queríamos. Com uma boa vitória, compensámos o desaire no dérbi e saímos campeões. Para mim, um miúdo naquele tempo, ter sido titular na decisão foi fantástico. Suportei bem o stress e fiquei feliz por ter contribuído para aquela explosão de alegria. No balneário, foi uma loucura: garrafas de água e bebidas isotónicas pelo ar, toda a gente molhada... Houve muita emoção, uma festa imensa. Foi um momento de libertação, sem dúvida. 

À sexta jornada já o Sporting tinha despedido Giuseppe Materazzi e contratado Augusto Inácio para treinar a equipa. Com tanta turbulência, ficaram pasmados com a recuperação e o sucesso final?

Passámos por momentos difíceis, é verdade, mas creio que foi exactamente aí que começámos a ser campeões, porque mostrámos capacidade para passar por cima dos problemas e seguir em frente. Quando se muda um treinador, normalmente é sinal de que alguma coisa não está bem. Fomos melhorando aos poucos e o grupo ficou mais unido, dando tudo pelos objetivos para deixar bem o clube. 

No currículo tem ainda o título nacional de 2001/02. Qual foi o que lhe deu mais gozo?

Hum… O segundo. Porque a nível pessoal foi mais complicado. Por causa da grave lesão que sofri num joelho em 1998/99, na minha primeira época do Sporting, tive de demonstrar que realmente tinha valor e estava à altura do que o clube me exigia e esperava. Tinha sobre mim a pressão particular de provar que merecia estar naquele plantel. A cada jogo em que participava, e lembro-me que muitas vezes atuei como lateral e não a central, exigia muito de mim. Correu bem, porque fomos campeões e porque consegui evoluir como jogador. 

E agora, aos 36 anos, deixou de jogar, ou, melhor dizendo, fez uma pausa depois de terminada a ligação ao All Boys. Porquê?

Foi uma decisão pessoal. Ultimamente o futebol argentino tem sido dominado pelas pressões: dos dirigentes, porque querem resultados a todo o custo, pelos adeptos, pelas claques mais fanáticas, com as quais temos de lidar. E a verdade é que, com tudo isso, com os insultos que as pessoas nos vão dirigindo nos estádios, a família, mesmo que inconscientemente, também sofre, esteja ela presente ou assistindo pela televisão. Para eu estar mais tranquilo e para que os meus familiares não tenham de passar por situações negativas, decidi dar um descanso e encarar o futebol de outra maneira. Viajava imenso, mas agora tenho mais tempo para os meus filhos, que já estão crescidos. Mas continuo a treinar como um profissional.

Sim? Como se prepara?

Trabalho todos os dias sob a orientação de um treinador que tem rotinas profissionais. E ao fim de semana jogo futebol para não perder a forma. Claro que é tudo mais tranquilo, mais relaxado. O corpo pede-me que treine, que transpire mais,mas a mente sobressalta-se menos. Se houver possibilidade de jogar oficialmente mais seis meses ou um ano, estarei disponível, mas para desfrutar, sempre com responsabilidade, claro. Entretanto vou tirando o curso de treinador.

O futuro passará por aí, ser treinador?

Tenho essa vontade, sim. Com os técnicos e os colegas que tive na carreira, alguma coisa devo ter aprendido.

Costuma ver jogos do campeonato português?

Bastantes. Em parte também me considero um adepto do Sporting e, mesmo na internet, estou sempre atento ao que se vai passando, esperando a cada ano que seja campeão.


Grave lesão num joelho mudou-lhe o perfil

AOS 20 ANOS, EM BOLONHA - Quiroga ainda hoje tem dificuldade em discorrer sobre o episódio “mais triste” da carreira. “Custou-me voltar ao meu melhor nível e isso foi o que me doeu mais”, recorda


Estava em grande forma, já a liderar a defesa do Sporting, quando, no primeiro semestre da temporada 1998/99, sofreu uma grave lesão no joelho direito. Esse infortúnio, aos 20anos, matou-lhe alguns dos sonhos?

Foi o momento mais triste da minha carreira. Aconteceu num jogo da UEFA,em Bolonha. Tinha chegado há pouco tempo ao clube, vinha com todo o entusiasmo de jogar... e depois tive a rotura no ligamento cruzado anterior. Mas também se aprende coma s coisas más. Soube fortalecer o meu lado psicológico, tomando consciência de que no futebol nem tudo são rosas e é preciso ter capacidade para encarar as infelicidades. É passado e é assim que o recordo. Soube ultrapassar essa fase e ter uma carreira que me deixa feliz. Consegui jogar em Itália, na Alemanha e ainda ser internacional A argentino, que era uma das maiores metas.

Percebo que ainda hoje lhe custa falar sobre o incidente ocorrido a 29 de setembro de 1998. A lesão deixou sequelas? Limitou-o fisicamente?

Não, não me condicionou. Mas é verdade que estive muito tempo em recuperação – foram quase dez meses, se bem me lembro. Para uma lesão do ligamento cruzado anterior, foi muito tempo. Esse foi o maior contratempo que tive. Mas depois, graças a Deus, não tive mais inconvenientes. Obviamente, sendo o futebol um jogo de contacto, sempre havia um temorzito. E não vou mentir: custou-me voltar ao meu melhor nível, porque estava a passar por um momento muito bom e sentia-me motivado. Isso foi o que me doeu mais. 

Na Europa representou também Nápoles, por empréstimo do Sporting, e Wolfsburgo. Sem a dita lesão, teria jogado nesses campeonatos, mas em equipas com historiais e objetivos mais altos?


Eu acredito que as coisas na vida acontecem por algum motivo. Pensando agora, talvez tivesse jogado noutro país, sim, como também poderia ter assinado por mais anos com o Sporting – que foi sempre impecável comigo – e ter tido outra história no clube. Mas acho que não me prejudiquei. Além do mais, tive duas experiências muito ricas, a primeira no Nápoles, que me deu a oportunidade de jogar assiduamente em 2000/01, recuperando-me para o Sporting – eu precisava de um ano assim; e a segunda no futebol alemão. Sondagens de outros clubes sempre existiram, mas, ou porque eu queria ficar ou porque o Sporting não me queria vender, os negócios que não se deram.



Ronaldo pagou boleias com receita de batidos

Não é para todos: Facundo Quiroga foi colega de Messi na seleção da Argentina, quando o génio do Barcelona começou a ser chamado por Pekerman, e assistiu ao nascimento do fenómeno Cristiano Ronaldo, que teve como companheiro no Sporting na época 2002/03 e ainda na pré-temporada de 2003/04, até Sir Alex Ferguson e o Manchester United o levarem para Inglaterra. Do ano em que o miúdo despontou na primeira categoria dos leões, Quiroga recorda as boleias que lhe deu. “Éramos vizinhos, na Moita, e fizemos o caminho casa- Academia-casa várias vezes. Ainda me ensinou a fazer um batido com um monte de frutos. Era uma receita da mãe dele. E o Ronaldo dizia que lhe fazia bem. Hoje em dia sou um admirador da carreira dele, porque tudo o que conseguiu foi com base em esforço, suor e sacrifício. Quem o conheceu na intimidade, como eu, sabe que ele está a atingir todos os objetivos que tinha quando começou. Vê-lo consagrado deixame contente”, testemunha o argentino.


Rojo já sabe dançar do eixo para lateral

Central no Sporting, lateral na seleção da Argentina: Marcos Rojo muda de posto ao saber da vontade e do critério dos treinadores. Afinal, onde é que o esquerdino rende mais? Em que medida a variação posicional lhe é prejudicial? Quiroga, que até viveu uma experiência do género quando representavam os leões, não vê barreiras nem empecilhos: “Com Mascherano também acontece algo de semelhante. Do que conheço dele, e pelo que posso avaliar dos jogos do Sporting e da seleção, acho que Rojo tem capacidade para fazer bem as duas funções.”

“Inteligência” vai guiá-lo a voos mais altos Simeone está apenas “a aquecer” no Atlético de Madrid

Endeusado em Espanha, o treinador que nesta temporada arrisca ser campeão nacional ao comando do Atlético de Madrid no fim de semana que vem e, no sábado seguinte, dia 24 de maio, em Lisboa, surpreender ainda mais com a conquista da Liga dos Campeões é o mesmo que em 2008, no River Plate, batalhou pela contratação de Facundo Quiroga. “Estou agradecido a Diego Simeone, porque foi ele que me chamou para ser titular. Fiquei com as melhores das impressões, porque é um treinador sagaz, inteligente, não deixa escapar nada e está capacitado para o que se exige na Europa. Não fico nem um pouco surpreendido com o trabalho que está a fazer. No futebol de hoje, em que se vive tanto para os resultados, é difícil um treinador manter-se muito tempo num clube, mas Simeone está apenas a aquecer para outras coisas boas que há de fazer em clubes maiores”, vaticina o antigo central do Sporting, que tem “vontade” de se meter num avião e viajar até Lisboa para assistir ao vivo à final da Champions League e visitar o seu ex-clube: “Vamos ver se é possível. Vontade não me falta.”





P.S. No dia 14 de Maio de 2000, aconteceu isto:



21 de abril de 2014

O Marquês é do Sporting!

Já sabia que o Benfica seria campeão há meses mas o momento da sua concretização custa sempre a engolir. Será um campeão justo (não os são todos?) mas fica um amargo de boca devido a alguns empates do Sporting e que, caso tivéssemos ganho esses jogos, talvez o Porto-Benfica da última jornada voltasse a ser tão decisivo como o da época passada o foi...


A festa dos lamps. É um misto de "wtf?" com "lol...". Nos anos 70, quando o Atlético de Madrid foi campeão algumas vezes, os adeptos "rojiblancos" dirigiam-se para a famosa Praça Cibeles para comemorar junto à estátua no centro da Praça, a Fonte de Cibeles, onde se vê a Deusa Cibele, sentada num coche e este a ser puxado por... dois leões.


Dois leões, pois claro.


A partir daí, os adeptos do Real Madrid começaram a festejar as façanhas da famosa equipa dos aos 80, a "Quinta del Buitre", também na Praça Cibeles. Mas os adeptos "rojiblancos" continuavam a lá ir comemorar quando ganhavam algum título.


Com uma seca de títulos durante alguns anos, quando o Atlético de Madrid, em 1991, chegou à final da Taça do Rei desse ano, contra o Maiorca, os adeptos do Atlético declararam publicamente que "no tienen intención de ir a Cibeles si su equipo gana la Copa, ya que sus aguas ‘están infectadas después de que durante 5 años seguidos los madridistas hayan estado bañándose en ellas’" e decidem que, a partir de agora, comemorariam os títulos junto à Fonte de Neptuno, a poucos metros da Praça Cibeles.

E pronto, no ano seguinte, quando Paulo Futre ergueu a Taça do Rei no campo do Real Madrid, os adeptos "rojiblancos" encheram a Fonte de Neptuno e deixaram de ir para a Praça Cibeles. De notar que, até então, os jogadores dos clubes vencedores não tinham o hábito de ir ter com os adeptos à Praça/Fonte.


94/95, Real de Madrid campeão e 12.000 mil adeptos "blancos" invadem a Cibeles. Ainda sem jogadores.
95/96, Atlético de Madrid campeão e vencedor da Taça do Rei, e 40.000 adeptos invadem Neptuno. Pela primeira vez, o autocarro com os jogadores desloca-se ao local de modo a comemorarem o título junto com os adeptos.
96/97, Real campeão e 50.000 adeptos deslocam-se para uma Praça Cibeles completamente protegida e controlada previamente, de modo a que o autocarro com os jogadores chegue ao local sem problemas.


Diz o autor do texto de onde retirei as informações acima dadas:

"¿Por qué se pasa en dos años de ir 12.000 madridistas a Cibeles a ir más de 50.000? ¿Tenían razón los radicales rojiblancos en que sus vecinos les copiaban todo? El caso es que esa temporada fue el final de estas celebraciones espontáneas. El aumento de público en estas celebraciones, gracias al bombo que los medios de comunicación le fueron dando, acabó con la magia que había en ellas a cambio de organización, artificialidad y asistencia masiva."

E ainda diz mais:

"Se ha perdido cualquier celebración natural, alegre, simpática y espontánea, y la marcha a Cibeles (a Neptuno por razones obvias no lo menciono) se ha convertido en cita obligada y artificial. Muchos periodistas dan a entender que son tradiciones casi centenarias, desconociendo la verdadera historia, y por ende, mantienen engañado al aficionado que cree estar obligado a pasar horas y horas restregando su sudor contra miles de colegas de equipo, para ver durante breves momentos a 100 metros de distancia a sus ídolos. Ya no hay equipos que no dispongan de ‘su fuente’ para celebrar títulos."

Para terminar com:

"No quiero transmitir una moraleja errónea. No llamo tontos a los que van a Cibeles, Neptuno o como quiera que se llame la fuente de su pueblo, válgame Dios. Lo que quiero es que cuando uno vaya allí, que conozca la historia, que sepa cómo empezó todo, y que cuando le diga un periodista que la Cibeles es el monumento donde tradicionalmente los madridistas festejaron sus logros, que sepa que está oyendo a un ignorante en la materia, y que antes de que se dijeran estas tonterías, el aficionado lo celebraba dónde, cuándo y como le daba la gana. Para saber a dónde vamos hay que saber de dónde venimos."


Lembra-vos de alguma coisa?



Falta de originalidade, patrocinado pelo MEO/Sagres, em 2014.


Não dá p'ra ver bem, mas o capitão do Sporting, Iordanov, colocou um cachecol do clube no Marquês, em 2000.


Quero terminar dizendo que não quero que comecemos a comemorar os nossos títulos noutro sítio qualquer, pois o Marquês está "infestado" ou algo do tipo. Não, o Marquês é nosso, foi lá que tudo começou, em 2000, inclusive com um tal de Iordanov, às 5h da manhã a colocar um cachecol do Sporting no Leão da estátua, e portanto, temos de o reaver. Que nos gostam de imitar? Claro, não é novidade nenhuma, o próprio Benfica de Cosme Damião foi criado com o Sporting a ser utilizado com modelo e olhado com reverência, por isso, até podemos olhar para a "praga de gafanhotos" de ontem no Marquês como um elogio ao Sporting e aos Sportinguistas.



O Marquês é do Sporting!



Mas como estava a dizer, o Marquês é nosso, foi construído por dois ex-jogadores do Sporting e um deles até era sócio do clube, e como tal, para o reavermos, só há uma hipótese: sermos Campeões.