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16 de maio de 2017

Silência, fala Bielsa (ou como isto é aquilo que eu acho que falta no Sporting há anos: emoção ou 'ganas')

"O futebol é o primeiro tema de conversa no mundo. Tem uma coisa interessante: aquele que ganha não tem de ser necessariamente aquele que era o favorito. Eis a razão porque o futebol se enraízou de forma tão forte nos sectores mais populares da sociedade. Para mim, o adepto é insubstítuivel, ele transmite mensagens emotivas muito fortes. A vitória ou a derrota deixam uma marca emocional nele. Na segunda feira, o adepto tem sinais daquilo que aconteceu no domingo. Conheci um basco no México que estava exilado. O exílio distancia-te das tuas raízes e é deveras doloroso, e portanto ele era um especialista do sofrimento. Um dia, perguntei-lhe o que era mais importante para um homem, ele respondeu-me "amar sem condições". Cá está, o adepto é assim: ele ama em troca de nada. Li uma frase em Sevilha que tive dificuldades de perceber ao início: Amo-te mesmo que ganhes. É como recusar a recompensa (a vitória) para aumentar a ligação afetiva. É dizer que a vitória não interessa, eu amo-te em troca de nada. A indústria do futebol moderno esqueceu-se do adepto. As verbas transacionadas hoje em dia deviam fazer corar-nos de vergonha. A solução? A emoção. Aquela que sente o adepto. Tentarei sempre suscitar emoções fortes nos meus jogadores. Porque se os jogadores têm a responsabilidade de emocionar outros, então eles próprios terão de experimentar sensações fortes. É um paradoxo, mas é assim: para serem óptimos profissionais têm de de viver com o espírito de amadores, têm de saber emocionar-se outra vez."

Marcelo Bielsa, hoje, no suplemento "Extratime", da Gazzetta dello Sport

17 de dezembro de 2016

O vídeo-árbitro nos jornais

O vídeo-árbitro está ser testado no Mundial de Clubes, a decorrer no Japão. Foram notícia os dois lances "polémicos" em que o VA foi utilizado. Desde aí, começou uma avalanche de opinião sobre o (futuro do) VA. Não estou por dentro do assunto "tecnicamente" mas tentei - e tento - estar atento ao aspecto "político" da coisa...

Basicamente, o grande impulsionador "político" do VA tem sido o actual presidente da FIFA, o suíço-italiano Gianni Infantini. Na vertente técnica, estão dois ex-árbitros, os reputados David Elleray, no âmbito do International Football Association Board e Massimo Bussaca, chefe dos árbitros da FIFA e que está no Japão a coordenar o VA. Infantini e Bussaca são suíços no papel mas quase italianos na prática. Há uns tempos li um livro sobre a história do futebol em Itália e percebi a importância da "moviola" na sociedade "futebolística" de Itália. A "moviola", basicamente, são as repetições de lances polémicos de jogos de futebol e que eram discutidos no domingo à noite na tv, a seguir a mais uma jornada. A "moviola" é uma instituição em Itália. Jogadores, treinadores e jornalistas "respeitam" as repetições, o vídeo e debatem os lances polémicos até à exaustão. "Prolongamento"? CMTV? "Dia Seguinte?" Já há disso em Itália há décadas. 

Os italianos, em geral, e também devido aos constantes casos de corrupção de árbitros e jogadores, são pró-VA. Querem, genuinamente, melhorar a arbitragem. Já têm árbitros de baliza desde há duas épocas, creio. O "vídeo-golo" foi introduzido esta época. Julgava que Collina, o famoso ex-árbitro e actual chefe dos árbitros da UEFA também era pró-VA mas, pelos vistos, não é. Daí que não surpreenda as palavras do actual presidente da UEFA, o esloveno Aleksander Ceferin, que disse ontem "Não estamos a pensar utilizar o VA nos próximos tempos".


UEFA anti-VA?

Li alguns jornais nestes últimos dois dias para tentar perceber qual o "ambiente" em torno do VA... eis alguns exemplos.


Em Espanha, as opiniões, desde ex-árbitros, passando por diretores de jornal e jornalistas, vão desde a desconfiança ao optimismo, mas não apanhei um jornalista que não creia que o não VA venha para ficar (seja limitando-se ao "vídeo-golo" ou abrangendo outras acções "subjectivas" dentro do campo, como penalties ou foras de jogo).

No Mundo Deportivo, de Barcelona, a opinião geral é "positiva".


Este diz que "a injustiça faz parte do futebol". Anti-VA 

"Os árbitros devem ter apoio logístico" - Pró-VA

"Como se pode duvidar de uma ferramenta que fará do futebol um desporto mais justo?" Pró-VA



Diretor adjunto do Mundo Deportivo, Miguel Rico "Trata-se de ajudar o árbitro. (...) cremos que o remédio é melhor do que a doença." "Pró-VA




Nos jornais de Madrid, há mais divisões. Desde o conservadorismo do director do AS, Alfredo Relaño, passando pelos ex-árbitros Rafa Guerrero, colaborador da MARCA e Iturralde Gonzaléz do AS, até ao pragmatismo do sub-diretor da Marca, colocam-se dúvidas sobre o VA, são até contra o VA mas todos crêem que é uma inevitabilidade.

Alfredo Relaño, diretor do AS, aprecia o VA mas quer esperar para ver. Pró-VA

Iturralde González, infame ex-árbitro espanhol e cronista do AS, é contra o VA - nota-se - mas sabe que é uma inevitabilidade. Não percebe porque foi testado numa competição importante como é o Mundial de Clubes. Pró-VA?

Rafa Guerrero, ex-árbitro e colunista da MARCA, gosta de tecnologia mas na arbitragem, não. Diz que "tem de se avançar [com a tecnologia]" mas "dando passos mais curtos e firmes". É contra mas não é. Anti-Pró-VA?
Carlos Carpio, sub-diretor da MARCA é a favor do VA "Perguntem à Irlanda sobre o assunto. Ficaram de fora do Mundial de 2010 por uma clamorosa mão de Henry." Pró-VA










Em Itália, como escrevi anteriormente, os jornalistas locais são claramente pró-VA. Na Gazzetta dello Sport, de Milão, não há dúvidas. E até lançam "farpas" a quem não quer o VA, neste caso, o Real Madrid, que, após o jogo de ontem, viu os seus jogadores (Modric e Benzema, principalmente) e treinador (Zidane) lançarem várias críticas ao modo de funcionamento do VA.


O ex-árbitro Mauro Bergonzi, critica alguns aspectos técnicos do VA mas é a favor da sua implementação. Pró-VA

"O futuro está já aqui. E é um futuro positivo: porque o penalty assinalado (...) é a prova provada de como a 'moviola' pode dar uma grande ajuda aos árbitros.", Francesco Ceniti, jornalista. Pró-VA


Pró-VA

O texto do jornalista da Gazzetta dello Sport, Luigi Garlando, é tão interessante que me dei ao trabalho de o traduzir (com imperfeições, pois não domino o italiano):



"O Real Madrid contra o VA: É sinal de que os grandes o temem

Um golo de Cristiano Ronaldo contra o Club America na meia final do Campeonato Mundial de Clubes foi validado pelo árbitro, em seguida, cancelado a partir do campo através da 'moviola' e em seguida revalidado pelo VA. O que, claro, colocou sob os holofotes da polémica algo que ainda nem sequer tinha nascido. Funciona mesmo? É realmente o dissipador de dúvida que o futebol há tanto tempo esperava? Podemos responder qualquer coisa. Aqui fazemos uma simples pergunta: por que o clube politicamente mais forte do mundo, que não foi prejudicado neste caso, lançou-se tão ferozmente contra os defeitos do VA? Bradaram Zidane (que desde 2006 tem contas a fazer com a 'moviola') e o pequeno Modric. Sem querer ser preconceituoso. Mas devia-se considerar mais um sistema de justiça que retira, o mais possível, a arbitrariedade de um individuo e que, ancorado na objectividade científica de uma imagem, protege sobretudo os mais débeis. Há uma vasta compilação de erros arbitrais, naturalmente inconscientes, que, pese embora o exagero, protegeram os grandes clubes e as grandes equipas. Com o advento do VA, é muito mais provável que começaremos a ver mais os Osasunas do mundo do que os Real Madrids do mundo. Tenhamos cuidado. O primeiro voo dos irmãos Wright durou apenas uns segundos mas hoje mais ninguém viaja no transatlântico para ir à América. Denunciemos os defeitos da 'moviola', sugiramos correções, mas dêmos-lhe tempo para experimentar e melhorar. Ter paciência é um dever, talvez mesmo um contributo para a democracia do futebol e uma justiça igual para todos."


No Tuttosport, não encontrei (ainda) muita opinião, excepto a tal informação de que o Collina não é adepto de que o árbitro de campo tenha um "árbitro étereo" a soprar-lhe no ouvido e a natural desconfiança do jornalista de Turim, Stefano Salandin, em relação ao VA...

"Em suma, é preciso cautela e diálogo senão, o futebol, em vez de unir e divertir, corre o risco de dividir" ANTI-VA?







Em França, o vídeo-árbitro ainda não "existe". Não encontrei opiniões, nem pró nem contra o VA no L'Équipe, por exemplo. Não pesquisei muito nos jornais e sites ingleses mas é de conhecimento geral que os ingleses apreciam as novas tecnologias - afinal, foram eles os grandes impulsionadores do "vídeo-golo", que já utilizam na Premier League - e este exemplo que apanhei hoje no jornal I é prova disso.


"A FIFA acertou com o vídeo-árbitro", Martin Lipton, jornalista do The Sun - pró-VA









Em Portugal, n'A BOLA ainda ninguém ainda se pronunciou a "sério" o VA, excepto Duarte Gomes. Um dos jornalistas "séniores", João Bonzinho, teve o seguinte a dizer sobre o VA:


"É incrível, não é?!" Anti-Pró-VA?



Duarte Gomes, ex-árbitro e colaborador d'A BOLA, é pró-VA








No O JOGO, o diretor José Manuel Ribeiro, é a favor do VA e Anti-BdC.


Pró-VA e Anti-BdC








Recapitulando, em Espanha e Itália, maioritariamente, a opinião é pró-vídeo-árbitro, tal como Portugal (Duarte Gomes, diretor do O JOGO...) e Inglaterra. Existem opiniões anti-VA mas nenhuma diz que ele, o vídeo-árbitro, não se acabará por impor no futebol mundial. E no Record? Sem mais comentários, Nuno Farinha, vice-diretor do jornal da COFINA.


:D





P.S. Sobre o vídeo-árbitro: quando se começou a falar disso, eu era contra. Tinha uma visão romântica da coisa (como Platini...) e, num mundo ideal, seria sempre contra o VA. Porém, nos últimos anos mudei de opinião. Acredito que o VA pode ter lugar no futebol, mediante regras e condições específicas, e que pode ajudar a melhorar as arbitragens. Agora, se até há bem pouco tempo, acreditava que o VA seria uma inevitabilidade, temo que quem mais manda no jogo - os clubes e os jogadores/treinadores - se virem contra o VA e esta experiência tenha um final desagradável. Os sinais estão aí, a começar pelo facto de a FIFA ter escolhido uma competição de visibilidade mundial para testar um sistema completamente novo e onde, probabilisticamente falando, iriam acontecer, de certeza, erros embaraçosos. O ex-árbitro espanhol Iturralde González diz que não percebe como testam o VA numa competição oficial. Seria tão absurdo como se a Ferrari testasse pneus novos num Grande Prémio, conclui. É, realmente, absurdo. 

Pior, só quando decidiram apresentar ao público o novo "Robocop", Cain, na parte final do "Robocop 2". :P






21 de novembro de 2016

Juventus vs Gazzetta dello Sport

Googlei por "jornalixo" e a segunda imagem que apareceu, é do excelente blog "Mister do Café"! :)



A Juventus negou as acreditações dos 2 jornalistas da Gazzetta dello Sport destacados para reportar o jogo de sábado entre o campeão italiano e o Pescara. Isto seria, mais ou menos, como se o Porto negasse a entrada dos jornalistas d'A BOLA no estádio do dragão. Dei o exemplo do Porto porque a Gazzetta é de Milão (e, naturalmente, mais pró-Inter/Milan) e a Juventus é de Turim. Mas se excluirmos o aspecto geográfico, o exemplo podia muito bem ser o Sporting negar a entrada a jornalistas d'A BOLA (pró-lampiões). E que fez o jornal italiano de tão grave para chegar a esta reação do clube italiano?

No passado dia 4 de novembro, a Gazzetta dello Sport veio a público com uma história acerca do discurso de Buffon, o mítico guarda-redes da Juventus,  no balneário, logo após a vitória magra e difícil sobre o Nápoles (2-1). Dizia a Gazzetta que Buffon teria dito aos seus colegas que "Na Serie A podemos descansar, na Europa não."


A Juventus reagiu prontamente, negando que Buffon tivesse dito tais palavras mas a Gazzetta manteve a história e ainda explicou melhor a notícia: "Quanto ao verbo "descansar" que gerou tanta controvérsia, referia-se à diminuta convicção das outras equipas quando estas defrontam a Juventus, devido à superioridade 'bianconera' que, inconscientemente, é reconhecida pelos adversários."

Basicamente, o que a Gazzetta queria dizer é que os clubes italianos quando jogam contra a Juventus, já vão a priori com a derrota no pensamento e que, por isso mesmo, jogam de forma mais relaxado do que quando jogam contra o Inter ou Milan, por exemplo. Faz lembrar outro campeonato do sul da Europa?


Seja qual for a razão, o que quero fazer notar é quão "simples" foi o argumento que a Juventus utilizou para impedir 2 jornalistas do mais reputado jornal desportivo italiano de entrarem no seu estádio. Se os dirigentes do Sporting tivessem um oitavo da sensibilidade dos dirigentes da Juventus, no próximo jogo em Alvalade não estaria nenhum jornalista português.

7 de abril de 2016

Há c̶l̶u̶b̶e̶s̶ jogadores com muita sorte...

Em Itália, o debate do momento são os 4 jogos de castigo que Higuaín, avançado do Nápoles e rival da Juventus na luta pelo título, apanhou após a sua expulsão no último fim de semana. Que fez Higuaín? Levou o segundo amarelo, foi expulso e tocou no peito do árbitro com as mãos. Um jogo de castigo pelo vermelho, outro por palavras e outros dois por ter tocado no peito do árbitro de forma "não violenta", pois se o tivesse sido, apanharia o dobro dos jogos de castigo.

A cena é que, há duas semanas, um jogador da Juventus, Bonucci, encostou a cabeça de forma ostensiva ao árbitro Rizzoli, considerado o melhor árbitro italiano e um dos melhores do mundo, no derby contra o Torino e não foi sancionado. Nem sequer levou amarelo. Aliás, pelo que li, quem deveria estar furioso com o árbitro, seriam os jogadores do Torino, pois parece que a falta que origiou o penalty era merecedora de cartão amarelo para o jogador que a cometeu, Alex Sandro, o que seria o segundo e consequente expulsão...






Junte-se a isto, um juiz da Comissão de Disciplina lá do sítio ter sido enganado por uma rádio, julgando que estava a falar com um jornalista da Gazzetta dello Sport (se bem percebi...), e divulgando dados confidenciais e adiantando o tal castigo de 4 jogos, o facto de o presidente do Nápoles estar de férias nas Maldivas e... temos uma novela italiana. Boicotes à Sporttv italiana por parte dos adeptos do Nápoles, manifestações de apoio a Higuaín, enfim, polémicas semelhantes à nossa #LigaMickeyMouse.




O apoio dos adeptos napolitanos a Higuaín.




A indignação foi tanta - pela manifesta dualidade de critérios - que até o próprio jornal desportivo com sede em Turim, Tuttosport, e afecto às cores da Juventus, se mostrou contra os 4 jogos de castigo para Higuaín e apelou na sua primeira-página e crónica para que o castigo fosse encurtado. E houve mesmo um ex-jogador e símbolo da Juventus, Alessio Tacchinardi, que perguntou numa rádio "Porque é que o Higuaín foi expulso e o Bonucci, não?".

Hoje, na Gazzetta dello Sport já se fala que, como não houve insultos ao árbitro (Higuaín terá dito apenas "Isto é uma vergonha") e com o recurso do Nápoles, o castigo poderá ser apenas de 2 jogos.


A vergonha de ver a Juventus constantemente beneficiada é tanta que até pedem para que não se castigue Higuaín com 4 jogos. :)



Os adeptos dos clubes rivais da Juventus - o Benfica lá do sítio - não param de se manifestar contra esta dualidade de critérios, e vão mostrando vários exemplos para demonstrar que a Juventus é constantemente favorecida pelas árbitros. O último exemplo que encontraram foi o de um castigo de 8 jogos (!) a um jogador do Mónaco, Nabil Dirar, por ter colocado a sua cabeça a uns 5 cm da cabeça do árbitro... Que sorte o Bonucci tem em não jogar no clube do principado.




Carton Rouge Pour Nabil Dirar - Monaco 0-0... por Musica-and-funny-video



Mas há ainda jogadores com mais sorte do que Bonucci. Por exemplo, Óscar Cardozo, quando jogava no Benfica, era um dos jogadores mais sortudos do mundo. Que outro jogador poderia puxar a camisola ao então eleito melhor árbitro do mundo e apanhar apenas um jogo de castigo?..






"O avançado paraguaio e o médio Nemanja Matic foram punidos com um jogo de suspensão. A reacção de Cardozo ao vermelho pesou pouco no castigo."

22 de junho de 2015

O garoto da Doyen

Nelio Lucas já é famoso em Itália





"Os falhanços nas contratações de Jackson e Kondogbia não agradaram à direção: será revista a contribuição do conselheiro de Mr Bee

O Milan irá mudar de estratégia, pelo menos do que diz respeito ao mercado de transferências. A desfeita de Montecarlo não passou despercebida: Silvio Berlusconi e Mr Bee estão a meditar sobre futuras mudanças na dupla Galliani-Lucas, após o duplo falhanço na contratação de Jackson Martinez (irá para o Atlético Madrid) e no derby perdido por Kondogbia.

(...) Os contratempos que surgiram na gestão da negociação da contratação de Jackson Martinez são a prova mais eloquente de como o fundo com sede em Malta se vê em âmbitos que vão muito além do raio normal de actuação que normalmente se encontram. E o mesmo Galliani que esta semana se viu obrigado a alterar o seu modus operandi para trabalhar lado-a-lado com Nelio Lucas.

A sensação clara é que os interesses da Doyen arriscam dificultar a estratégia "rossonera". O choque de poderes em Portugal com Jorge Mendes é o emblema desta dolorosa aventura. Apesar das escolhas individuais do homem de negócios lusitano [Nélio? Mendes?], é já claro que, da mesma forma que a Doyen abre algumas portas, também fecha inexoravelmente outras. Daí a necessidade de alterar o curso das cartas que estão na mesa. De certeza que não veremos futuramente em acção a estranha dupla [Galliani e Lucas]. Falta perceber se Nelio Lucas continuará a colaborar com Adriano Galliani de forma mais distante, ou se se decidirá delegar noutra pessoa as suas actuais funções. Em suma, a irá a Doyen rever a sua organização de forma a que possa ser verdadeiramente funcional a sua aliança com o Milan?"

Gazzetta dello Sport






"Mau, muito mau. Depois do quadrúplo falhanço no início do mercado (Ancelloti, Ibrahimovic, Jackson Martinez e Kondogbia), há ainda a possibilidade de alargar o mercado de verão.


Em Arcore, o espanto e desilusão misturaram-se num sábado mais negro que vermelho em Casa Milan. O presidente Berlusconi ficou perplexo mas compreendeu as atenuantes de Galliani, confidenciando aos seus colaboradores próximos que frequentam Villa S. Martino que o falhanço da operação para vestir Ibrahimovic, Jackson Martinez e Kondogbia com a camisola "rossonera" se deveu à pouca afabilidade do singular interlocutor [Nélio Lucas] envolvido do que à inexperiência do mesmo Galliani. (...) De facto, haverá ainda tempo para monetizar o empenho de Mr. Bee enquanto a estratégia do celebrado Nelio Lucas será revista e corrigida.

(...) O peso da Doyen Sport e do seu patrão Lucas será verdadeiramente avaliado por altura da Operação-Witsel, onde nada poderá absolutamente falhar."


Corriere Dello Sport





"Quase de certeza, eventuais negociações para contratar Ibra o Cavani (mas mesmo para outros jogadores), serão levadas a cabo apenas por Adriano Galliani: Berlusconi não gostou da forma como esta semana decorreu e deu ordens ao seu braço-direito para se apresentar sozinho em futuras reuniões com outros clubes."

Tuttosport





"O mercado é longo e as suas vias infinitas, mas as respostas negativas de Jackson Martinez e Kondogbia não são apenas difíceis de engolir, já criaram um terramoto no novo equilíbrio nascido no seguimento do acordo entre Silvio Berlusconi e Bee Taechaubol. Galliani recomeçará a conduzir as negociações sozinho, sem a compainha do controverso diretor geral da Doyen, Nelio Lucas, que o magnata tailandês nomeou para aconselhar a parte técnica.

Visto como terminaram as negociações com clubes (Porto, Atlético Madrid, Mónaco) e jogadores (Kongdobia) com os quais a Doyen sempre teve boas relações, pode-se pelo menos dizer com certeza que Lucas não é um valor acrescentado."

Corriere Della Sera

23 de setembro de 2014

Tiro no porta-aviões (da Doyen)

Coincidência ou não, duas semanas depois da presença de Bruno de Carvalho na Soccerex, em Manchester, vários jornais europeus conceituados lançaram grandes reportagens sobre aquilo que nós, portugueses e principalmente, os sportinguistas, já conhecemos de cor e salteado: o poder (desregulado e desmedido) que os fundos têm nos negócios do futebol, a influência de Jorge Mendes, as estranhas compras-vendas-compras de Mangala e Brahimi e, claro, a luta que Bruno de Carvalho encetou contra este poder, com o infame imbróglio Sporting/Rojo/Doyen.

Depois de há dois dias, o The Guardian ter publicado uma grande reportagem intitulada "Jorge Mendes: the most powerful man in football?", hoje foi a vez da notabilíssima France Football trazer-nos uma grande reportagem chamada "TPO (Third-Party Ownership) - O novo dopping das transferências" e da ExtraTime (revista semanal da italiana Gazzetta dello Sport) escrever outra "Reportagem - a nova forma de investimento - Ao fundo com os Fundos". 

"Bruno de Carvalho, le Don Quichotte du football portugais"

Tudo o que lá vem - os negócios entre clubes portugueses e fundos, Jorge Mendes, etc, etc - já é por nós sobejamente conhecido, porém, ambas as reportagens contêm alguns pormenores curiosos como aos nomes dos milionários investidores na Doyen e claro, duas entrevistas ao presidente do Sporting, Bruno de Carvalho. Ainda não li tudo pormenorizadamente mas é provável que contenham mais material inédito. A entrevista da France Football foi efectuada durante a Soccerex e da ExtraTime é uma entrevista exclusiva para a revista italiana, realizada por um jornalista português, André Viana. Realçar também uma entrevista ao presidente da SAD do Estoril e diretor da Traffic, o brasileiro Thiago Ribeiro.

P.S. Parece que esta jornada de reportagens sobre a TPO e os fundos culminou com esta outra do The Guardian que inclui declarações fortes de um porta-voz da UEFA contra a forma como os fundos de investimento estão a proliferar, desreguladamente, por essa Europa fora e prometendo medidas para a combater.








P'ra quem quiser sacar os pdf's completos de ambas as revistas, aqui têm:

- France Football
- ExtraTime