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7 de fevereiro de 2018

Parece

Ao contrário do que JJ disse ou pretendeu fazer passar a ideia, o Sporting não jogou deliberadamente à "italiana" na meia final da Taça da Liga contra o Porto, mas sim porque a tal foi obrigado a jogar, pela forma como o Porto encostou-nos lá atrás.

Apenas joguei futebol a nível distrital mas uma coisa aprendi logo: há duas formas de ganhar os jogos, ou a defender (e depois, contra-ataque) ou a atacar. O futebol da primeira época de JJ era excelente porque até conseguíamos jogar de ambas as maneiras, isto é, começávamos o jogo ao ataque e quando perdíamos a bola, faziámos pressão imediata (Slimani, João Mário, Adrien...) e recuperávamos a bola para o "contra-golpe", muitas das vezes, letal. Não deu para ser campeão, da forma que toda a gente sabe, mas "aquele" era um futebol total, dominador, destemido. O futebol moderno que é praticado por quase todas as equipas top europeias. Man City, PSG, Barça, Bayern, etc, começam os jogos a atacar, mas a atacar a sério, com tabelinhas, cruzamentos e remates constantes à baliza, e assim que perdem a bola, caem dois, três, quatro jogadores desenfreados sobre, normalmente, quem menor técnica tem para tratar a bola, os defesas, recuperando-a e dando início a outro ataque. Pimba, pimba, pimba. Sempre a correr, sempre a rematar, sempre a correr. É assim que Benfica e Porto jogam por cá (e ganham).

Na segunda época de JJ, ainda não percebi bem o que se passou e acho que nunca ninguém vai perceber totalmente.




Dois "Van Goghs", um verdadeiro e outro fake.



Chegamos à terceira época e JJ quer colocar a equipa a fingir que joga para atacar mas também não a coloca verdadeiramente à defesa. Ou seja, nem é carne nem é peixe. Nem atacamos com aquela raiva, aquela força, com pujança (porque não conseguimos?), com remates, com golos, pimba, pimba, pimba; nem jogamos à defesa, à espera do contra-ataque, pois nem fazemos pressão alta nem temos jogadores rápidos para tal (estão a ver o Dost a sprintar desde meio-campo em tabelinhas rápidas com o Gelson, como fazem Cristiano e Benzema?). Foi assim que chegámos até janeiro, com aquele futebolzinho que, à primeira vista, é futebol gourmet, futebol dominador, futebol ofensivo mas que, na realidade, vendo bem, tais exibições foram apenas imitações baratas (aquelas vitórias, à rasca, por 1-0, com golos a acabar... Setúbal, Feirense, Guimarães...) que serviram para enganar os adeptos, os adversários, os jornalistas e, se calhar, o próprio JJ. Como disse no início, JJ percebeu que já não temos pujança física para jogar ao "ataque" e assumiu hoje, finalmente, contra o Porto, que a única forma de dar luta é jogar à defesa e esperar pelo contra-ataque. Ia resultando, até aquela cabeçada do Soares-que-só-marca-golos-ao-Sporting, no meio de dois defesas nossos... mas já podíamos ter sofrido golo por uma ou duas vezes antes disso. Depois de sofrer o golo da praxe, lá mudámos o chip e a táctica, deixando a "defesa" e jogando ao "ataque", mas já não fomos a tempo de marcar um (precioso) golo fora no estádio do Dragão.

Ora, conhecendo bem o futebol português como, infelizmente, já conheço, arrisco dizer que já estamos eliminados da Taça. Vamos empatar 1-1 em Alvalade ou, no máximo, vencer por 2-1.

Dias difíceis.

28 de dezembro de 2013

No Strategy, Just Tactics

No documentário “The Gatekeepers”, às tantas, um dos ex-chefes da “inteligência” israelita diz uma frase tão forte sobre o conflito Israelo-árabe, que acaba por se tornar o título de um dos capítulos do documentário. “No Strategy, Just Tactics”, é esta a frase que Avraham Shalom usa para descrever a escabrosa governação de Israel perante a Palestina, desde os primeiros anos da sua fundação.


lol. A primeira imagem que me aparece quando googlo por "tactics". À medida. :)


Durante anos e anos, o Sporting não teve estratégia alguma para o seu futebol. Foi sempre óbvio que nunca houve um “grande” plano no Sporting, até mesmo o infame “Projecto Roquette” nunca passou disso mesmo: um projecto. A partir daí, o que assistiu em Alvalade foi um desfilar de tácticas, conduzidas por quem geria o futebol na altura – Freitas, Peseiro, Bento, Soares Franco, JEB, Costinha, Couceiro, GL, Jesualdo – e nunca se vislumbrou uma verdadeira estratégia no clube, nem nada que se pareça. Todas as decisões tomadas por dirigentes do Sporting sempre pareceram mais reações a algo do que ações em si mesmo.

Sempre que se apontava a Lua aos dirigentes do Sporting, estes não olhavam para o corpo celeste mas sim para o dedo de quem a apontava.

A grande dúvida que tinha era saber se Bruno de Carvalho foi apanhado desprevenido - ou não, com a arbitragem do Manuel Mota. Por momentos, após ter visto a já célebre “descasca” que BdC deu no final do jogo e ouvido e lido as mais diversas opiniões sobre o assunto, temi que ele se tivesse passado apenas e que tivesse dado parte “fraca” com aquelas declarações. Como os nossos detractores gostam de nos chamar, que nos tivéssemos armado em “calimeros”.

(É óbvio, para qualquer tipo intelectualmente honesto, que o Sporting tinha razões de queixa neste jogo com o Nacional, fazendo ou não, as declarações de BdC parte de uma eventual estratégia. Basta recordar os golos de Jackson, esta época, contra o Paços de Ferreira e Braga, ambos de cabeça. Se fosse o Slimani... melhor, se fosse o Jackson jogador do Sporting, e ambos teriam sido anulados por falta sobre o defesa.)

Mas depois leio o Jornal do Sporting, onde se escalpeliza a estrutura da arbitragem em três páginas como nunca antes nenhum jornal desportivo o tinha feito em milhares e milhares de páginas e lembro-me que o seu director se chama José Quintela, de quem um seu aluno escreveu algures na net (blog, facebook?) que era um “génio da comunicação”. Ouço atentamente Fernando Seara – que também compra e lê o Jornal do Sporting, btw – a elogiar a “estratégiacomunicacional” do Sporting e as dúvidas começam a dissipar-se.

Quando finalmente ouço o José Eduardo, ex-jogador do Sporting e um apoiante de BdC desde o início, a dizer n’A BOLA TV, desvendando que “"Um elemento da estrutura do Sporting disse-me, antes do jogo, que tinham ido receber o árbitro e ele fora muito agressivo, com grande rigidez, demonstrando mau estar”, as dúvidas terminam. Bruno de Carvalho, no final do jogo do Nacional, não falou devido aos 15 minutos finais do jogo.

Bruno de Carvalho, antes do jogo, já sabia que o Sporting ia ser “gamado” naquele jogo. A conferência de imprensa no final do jogo fez parte da táctica de expor as vergonhas dos jogos terminados de forma a preparar o(s) jogo(s) seguinte(s). 

Se quero comprar um telemóvel na Feira da Ladra por cem euros, começo por oferecer primeiro cinquenta, não dou logo os cem, porque senão acabava por o comprar por cento e cinquenta euros... Se não quero ser ainda mais roubado na 2ª volta da Liga, começo logo a queixar-me ( e com razão) na 1ª. A isto chama-se estratégia.


Sejamos claros: em trinta jogos de Liga, seremos roubados escandalosamente em quatro ou cinco. Até eu sabia disto, quanto mais BdC. Já passarem catorze jogos, fomos roubados em dois (Rio Ave e Nacional) e ainda continuamos em primeiro.

Eu vejo isto como um copo cheio. De champanhe, de preferência. 

Um Bom Ano a Todo/as!



P.S. Esqueci-me de juntar à estratégia delineada por Quintela e BdC, o good cop chamado Leonardo Jardim. De génio.