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25 de abril de 2018

guerra

Sempre ouvi falar sobre a "Grande Depressão de 1929" e sabia apenas o que, creio, a maior parte de nós sabe: um dia, vá se lá saber porquê, a Bolsa de Nova Iorque começou a cair e caiu, caiu, caiu tanto que arrastou a economia norte-americana e mundial numa espiral negativa de falência, desemprego e que deixou milhões de pessoas na miséria total. Era, mais ou menos, isto que eu sabia. Há um par de semanas, por altura da mais recente "crise" no Sporting, vi no melhor sítio da net para sacar documentários (BBC, Arte, ZED, etc) um título que me chamou a atenção e saquei-o. E vi-o. "1929.Series.1.1of2.The.Crash", um documentário dividido em duas partes.



Nos anos 20, com a produção industrial idealizada por Henry Ford, a classe média norte-americana, bem antes da europeia, podia ter acesso a produtos que hoje nos são banais: automóveis, eletrodomésticos, etc. Na primeira parte do documentário, é explicado como era, então, fácil "investir" na bolsa. Qualquer dona de casa podia fazê-lo. O crédito providenciado pelos bancos para se poder investir era rápido e fácil de se adquirir. Com 10 dólares, podia-se pedir emprestado 90 e investir 100. Easy peachy. "100 milhões"*.

O presidente dos Estados Unidos de então era Herbert Hoover, republicano, apoiado pelos banqueiros e empresários foi eleito com o slogan "Prosperidade está mesmo ao virar da esquina". Era tempo de dizer ao mercado para se parar com com a loucura especulativa da bolsa e por um fim ao investimento louco e irracional, porém, Hoover não o fez, o que conduziu, irremediavelmente, à "terça feira negra" de outubro de 1929.

O que se passou depois, toda a gente, mais ou menos, sabe. A Bolsa de Nova Iorque colapsou, os preços baixaram drasticamente, muita gente perdeu dinheiro, ações e, sobretudo, o emprego. São infames as histórias dos suicídios em massa, atirando-se de prédios, de gente que perdeu dinheiro nesses dias. A "Grande Depressão" teve consequências devastadoras, em todo o mundo, sobretudo na Europa (Alemanha) e em 1932, apesar dos esforços de Hoover, este foi derrotado nas eleições americanas pelo democrata Franklin Roosevelt. Nos anos seguintes, fortemente apoiado por aqueles que mais sentiram na pele os efeitos da "Grande Depressão", os desempregados, Roosevelt implementou um plano nacional de desenvolvimento da economia, o "New Deal", em que grandes projetos nacionais (barragens, estradas, edifícios públicos, etc) foram projetados, de forma a providenciar trabalho aos milhões de desempregados que havia na altura. Roosevelt devolveu o ânimo aos norte-americanos, especialmente os de classe média e baixa e, sobretudo, a esperança de um futuro melhor. Mas o caminho era difícil. A meio do projecto "New Deal", por os resultados ainda não serem totalmente positivos, algumas dúvidas e críticas começaram a surgir, primeiro lançadas pelos banqueiros e empresários, para serem prontamente seguidas pela classe trabalhadora. Ou vice-versa. Houve greves, tumultos e até mesmo cenas de violência entre trabalhadores e o "Estado" (polícia). Por esta altura, Roosevelt foi completamente atacado, por ambos os lados, banqueiros e trabalhadores.



Steve Fraser, historiador.


"Os líderes políticos do país de ambos os partidos, Republicano e Democrata, estavam receosos quando viram a agitação que havia no país. E quando notaram que um terço da mão de obra estava desempregada. E quando viram as greves e tumultos que aconteciam. As corporações ricas estavam contra Roosevelt. Estavam com dúvidas de que o sistem capitalista sobreviveria. E os grupos financeiros e empresarial começaram a ser muito hostis. Trataram-no nas formas mais horrendas possíveis. Chamaram-lhe deficiente, um Judeu, comunista, homossexual. Chamaram-lhe de tudo."




Para cut a long story short, como dizem os anglo-saxónicos, a coisa estava preta para o Roosevelt. Dificilmente escaparia à rejeição do povo americano. (In)Felizmente, aconteceu aquilo que ninguém no mundo desejaria mas que lhe acabou por salvar a pele e o lugar: a 2ª Guerra Mundial. Com a iminente entrada dos Estados Unidos na frente de guerra, Roosevelt mobilizou todo um país no esforço de guerra, dando trabalho a todos, homens e mulheres, nas fábricas de armamento. A produção e economia nacional começou a crescer e o desemprego (e miséria) a diminuir. Um mindfuck à americana. O resto é história: com o final da guerra, consequente vitória dos Aliados e uma economia próspera em solo natal, Roosevelt conseguiu imortalizar o seu nome junto dos maiores da História, eternamente lembrado como um dos melhores presidentes dos Estado Unidos da América.

BdC precisa urgentemente de uma "guerra" mas duvido que seja contra os jogadores que o fará ganhar um lugar na História (dos vitoriosos).

20 de julho de 2015

Guerras de tv

Em Itália, os direitos de transmissão dos jogos da Serie A pertencem à internacional Sky, do multi-milionário australiano Rupert Murdoch. Não sei há quanto os detém mas seguramente há uns dois, três anos, a partir do momento em que se centralizaram os direitos tv na Liga. Este ano, a Mediaset, grupo privado de televisão liderado pelo filho de Sílvio Berlusconi, fez um forte ofensiva: compraram os direitos de transmissão da Liga dos Campeões para os próximos 3 anos por 700 milhões de euros e, mais surpreendente, compraram os direitos de entrevistas pré-match, intervalo e pós-match (e ainda imagens dos balneários e conferências de imprensa) dos jogos da Liga Italiana por 10 milhões de euros. Imaginem o absurdo: ver um Sporting-Benfica na Sporttv e ouvir as flash-interviews de Jorge Jesus e Rui Vitória na BTV. Pois é isto que vai acontecer em Itália: há uma guerra aberta entre a Sky e a Mediaset. E guerra é guerra: a Mediaset, agora detentora de todos os momentos televisivos antes e pós-jogo, baniu todas as televisões do estágio de pré-época da Lazio e delimitou uma área "off-limits" a todos, excepto os jornalistas da Mediaset. Nos estágios de Inter e Fiorentina passa-se o mesmo: Sky out, Mediaset in. Li que nos estágios de Roma e Juventus, no entanto, é a Sky quem tem acesso e a Mediaset, não. Não consegui perceber porquê.

Em Espanha, os direitos de tv foram apenas centralizados esta época e, como seria de esperar, com alguma polémica à mistura. Também não sei muitos pormenores, mas além de vários reparos feitos pela "Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia" à forma como o concurso da venda dos direitos foi feita pelo controverso presidente da Liga Espanhola, o ex-advogado ligado a vários clubes espanhóis, Javier Tebas, temos uma guerra entre a Telefónica, ainda detentora de direitos de tv de jogos de alguns clubes, como Barcelona, e a Mediapro, empresa historicamente ligada ao Real Madrid (produz, por exemplo, o canal de televisão oficial do Real Madrid) e que é actual parceira da ex-Al Jazeera, actual BeINSports e que, creio, venceu o concurso internacional dos direitos de tv da Liga espanhola. Como disse, não sei pormenores, mas sei que houve, há e continuará a haver polémica e uma "guerra" entre os principais operadores de televisão "desportivos" em Itália e Espanha. E isto é algo que não me surpreende nada.

O que me surpreende é que em Portugal, os "presidentes" das duas televisões compareçam, juntos e sorridentes (ok, quase) num evento público, quando, supostamente, também deveriam estar em "guerra", depois da BTV ter anunciado que garantiu os direitos da Liga Francesa e Italiana, "produtos" ex-Sport TV...




Um-dó-li-tá...

26 de março de 2015

Musta, o sunita





Vou falar sobre o que se passa hoje em dia nas claques do Sporting.

Não conheço ninguém das claques. Não vivo em Lisboa, vou poucas vezes a Alvalade e só quando era puto é que ia para perto das claques. Ok, conheço o Musta e o Samico mas isso é porque eles têm páginas no Facebook. Mas é só isso que conheço, não sei mais nada além do que é público.

O que é público é que durante anos tivemos as três maiores claques do Sporting separadas no estádio do Sporting, física e idealmente. Um absurdo. Também é público que a "antiga" Juve Leo era maioritariamente constituída por tipos brancos, classe média e com uma minoria que trazia para dentro da claque elementos fascistas, xenófobos e de extrema direita. Esses tipos, entretanto, cresceram, casaram, criam família e, certamente, deixaram de ter tanto tempo para andar à porrada nos estádio. Os seus lugares foram tomados por putos que se habituaram desde cedo a ter amigos e colegas pretos, seja na escola ou na rua. O racismo já não é tão mainstream como era há uns anos.


Não sei se artificialmente ou se naturalmente, o que é certo é que foi um tipo mulato, Musta, que subiu até ao posto de presidente da maior claque do Sporting. E foi com ele no poder que, há dois anos, se chegou finalmente a um acordo, juntamente com as outras duas claques e a direção do Sporting, para colocar todas elas juntas na mesma bancada. Inédito. Isto é o que eu sei.


Certamente que a maioria dos espetadores na Curva Sul não são pretos nem mulatos, são brancos. Mas é Musta quem os lidera e tem liderado nestes últimos anos a protagonizar cenas absolutamente brutais. Quem não se esquece da maior trasferta de sempre em Portugal a um estádio adversário?



A primeira imagem que apareceu depois de pesquisar por "Saddam Hussein Sporting"



Saddam Hussein era um ditador, disso ninguém tem dúvidas. Também não temos dúvidas que desde que os Estados Unidos o tiraram do poder, que o Iraque se desintegrou completamente. O Estado Islâmico do Iraque e do Levante, vulgo ISIS, aquele grupo que tem uma série na net chamada "Decapitação para Totós", é um filho bastardo da guerra "pela democracia" que os Estados Unidos implantaram à força no Médio Oriente. E essa nova "democracia" deixou ainda mais descendentes bastardos: o Egito do semi-ditador Mubarak é dominado agora pelos ditadorezinhos da Irmandade Muçulmana e a Líbia do Kadadi é hoje um país a saque e por aí fora.

Saddam era sunita (uma ala do Islamismo), uma minoria no Iraque, e manteve-se no poder durante décadas num país de maioria xiita (outra ala do Islamismo) e curda (descendentes da área do Curdistão, norte do Iraque).

Musta é um sunita a liderar um claque de xiitas e curdos.

E, tendo em conta o que se passou desde a sua prisão, desde desacatos junto do estádio de Alvalade até ao "comunicado" por ele escrito ontem à noite, é óbvio que está a acontecer, neste preciso momento, uma luta "pela democracia" no seio da Juve Leo e com intervenção dos "Estados Unidos" (leia-se, "um Candidato para as eleições do Sporting").

Sim, já li e ouvi coisas negativas sobre a direção de Musta, desde tráfico de droga, dinheiro para o bolso e até promiscuidade com elementos "vermelhos." Exactamente o mesmo que se ouvia quando era Fernando Mendes o líder da claque, com a excepção de a promiscuidade ser com azuis em vez de vermelhos.

Ninguém é inocente nestas histórias de claques mas acho que mais vale um pequeno ditador a mandar em muitos do que muitos ditadores a mandar em poucos.




11 de outubro de 2013

Guerra Preventiva ou como o Benfica já mexia na "fruta" antes de Pinto da Costa

Os Estados Unidos, os senhores do mundo, já o fazem há algum tempo (Bush utilizou essa hipócrita desculpa até à exaustão durante a sua presidência para, por exemplo, invadir o Iraque) mas talvez não há tanto como o Benfica, o "maior clube do mundo" e arredores.

Os "maiores" do Mundo, dizem eles.


É que já em 1980, o Benfica, através do seu dirigente na altura, Gaspar Ramos, fazia “guerra preventiva” ou, traduzindo para “futebolês”, já mexia na “fruta” do futebol nacional.

 Então não é que ontem, num programa de entrevistas da lampiã Leonor Pinhão, n’A BOLA TV, o ex-dirigente Gaspar Ramos, para mostrar aos actuais dirigentes benfiquistas que no seu tempo não se reagia a supostos erros de arbitragem mas antes, “prevenia-se” supostos ataques vindo do norte, confessou que se reunia com o então presidente dos árbitros e que dessas reuniões resultaram alterações (d)e nomeações de árbitros?

Confidenciou até que, por “alguém” lhe ter contado que, uma semana antes da final da Taça de Portugal de 1979/1980, o árbitro nomeado iria beneficiar o adversário, o Porto, almoçou com o presidente dos árbitros dias antes e dessa confraternização resultou a troca do árbitro e, por coincidência, o Benfica até ganhou depois essa final?

                           

 Sabia que Pinto da Costa tinha de ter aprendido com alguém como se mexer no “sistema”, só nunca pensei que fosse com um ex-dirigente do "maior clube do mundo".