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16 de janeiro de 2016

História

"By arguing that there was a conspiracy against Perugia, he helped to create a conspiracy against Perugia. A ‘war with the palazzo’ (code in Italy for a ‘battle against the powers that be’) could only damage his club. This happened with Gianni Rivera and Milan in the 1970s, when the great midfielder was banned for weeks after making this statement: ‘they don’t want us to win the championship, it’s the third time in a row that the referees have stolen it from us’. History repeated itself with Roma in the 2002–2003 season. Roma president Franco Sensi spent the whole season complaining about conspiracies and bad decisions. The result? A series of bad decisions and a terrible season for Roma. None of this can be proved, of course, but the trend was for referees and their peers to punish those who ‘protested too much’. The history of Italian football has shown, time and time again, that those who complain about plots against them only reinforce a kind of corporate hostility"

                                 in "Calcio, a History of Italian Football", pág. 81



O Sporting não pode ser a equipa que mais se queixa neste campeonato. Está provado, time and time again, que quem mais se queixa, é quem mais perde. Eu estava-me a acostumar a esta ideia do Sporting estar a ser levado ao "colo". Porquê? Porque isso quereria dizer que, no final, seria eu o campeão, o vencedor. Tem sido assim, sistematicamente, no campeonato português. Quem mais se queixa, perde. Quem não se queixa, ganha. Não podemos começar a ser nós quem se mais se queixa, porque tal começará a fazer mexer as "rodas" do sistema.

O que eu estava a adorar, ver o Rui Vitória e o LFV a queixaram-se da arbitragem... música para os meus ouvidos. Até que surgiu o típico som de disco riscado, ontem, quando ouvi BdC a falar de árbitros. Não pode. Um presidente vir falar sobre uma má arbitragem após um jogo é a silver bullet das estruturas dos clubes. Só pode ser usado em último caso, em último recurso, num caso de vida ou de morte - num derby a três jornadas do fim do campeonato, por exemplo - não pode ser usado num empate contra o Tondela, último classificado do campeonato, num jogo em casa! Não pode, caralho.


Raios, de certa forma, eu até 'tou agradecido ao árbitro* de ontem. Foi só após o penalty, expulsão e golo sofrido que começámos a correr e a jogar à bola!! É nisto que o Sporting se tem de focar: naquilo que está ao seu alcance de resolução, no seu jogo, nos seus jogadores. Até ao penalty de ontem, aos 30m de jogo, tínhamos zero (!) remates, contra o último classificado da Liga! Em casa. Foda-se...


Dito isto, digo só mais duas ou três coisas: O Aquilani jogou no Milan, Roma, Fiorentina e Liverpool (sem ir ver à Wikipedia), não pode ficar ad eternum a aquecer, à espera de entrar no jogo contra o Tondela, em casa. Depois admirem-se se ele quiser voltar a Itália, já em janeiro.

O Boeck não seria titular nem no Tondela. E renovámos com ele há poucas semanas. Surreal.

O Gelson tem de ser titular nos jogos em casa.

O relvado de Alvalade é uma vergonha. Repito, uma vergonha.

Finalmente, não me chamo Cherba nem Guilherme Cabral, não tenho jeito nem paciência para vídeos e textos de merda de "incentivo". Quando escrevo algo, finjo sempre que alguém da "estrutura" do Sporting me está a ler, e é com esse intuito que o faço: para alertar, gritar, avisar, ser útil. Uma patetice, eu sei, mas é (sou) assim.

Ainda vamos a tempo, temos é de jogar mais (e correr mais!) e falar menos.






*O árbitro de ontem é um cabrão, eu já o sabia e quero acreditar que no Sporting também já o sabiam. Mais razão ainda para a merda da equipa ter começado o jogo a correr e a lutar mais pela bola, em vez de ficar à "espera" do que o jogo iria dar. Urge agir, em vez de reagir.

21 de dezembro de 2015

merda

Em 1967, Giorgio Bertotto, ex-árbitro e um "designatore arbitrale" (alguém que escolhe árbitros para os jogos), disse que a maioria dos árbitros italianos vivia sob uma "escravatura psicológica", isto é, que a pressão dos clubes grandes, como a Juventus (cujos donos também possuíam a fábrica de automóveis FIAT), os fazia quase sempre favorecer as equipas mais fortes em detrimento das mais fracas. Esse sentimento de que existe um "preconceito institucionalizado" é de tal forma generalizado que os adeptos olham com cinismo para os vencedores dos campeonatos ("campeonato da fruta", "campeonato do túnel", "campeonato do Estoril no Algarve", etc) e resulta em frases do género "Talvez este ano eles nos deixem ganhar" ou "Este ano vai ser do clube X".


Portugal é a mesma merda. E foi por isso que percebi - e percebo - a preocupação e insistência de manter o Sporting como favorito ao título, O grande favorito deste ano. Era necessário que todos os que estão ligados ao fenómeno do futebol em Portugal, direta (árbitros, adversários, dirigentes) ou indiretamente (adeptos, jornalistas) olhassem para esta época e dissessem "Este ano é do Sporting". 

O que resultou nestes últimos anos em ser o underdog e usar a táctica "jogo-a-jogo", esperando que ninguém note em nós e nunca assumindo a candidatura ao título? Pois.

Este ano tinha(tem) de ser "o ano do Sporting" e como tal, não se pode dar abébias. O Inter, líder do campeonato italiano, perdeu ontem em casa com a Lazio. A segunda pergunta que o jornalista fez ao treinador do Inter na flash interview foi se ele não achava que "tantas festas nestes últimos dias pudessem ter afectado os jogadores e o ambiente". Óbvio que Mancini respondeu que não, que as festas não tinham afectado nada. (Pesquisei, o Inter organizou, pelo menos, uma festa de Natal na noite de quarta feira passada. A mulher do Icardi foi a estrela da noite.)


A pergunta que eu faria ao Jorge Jesus na flash interview de ontem seria mais ou menos isto: "Não acha que organizar uma festa, que incluía ida a um espectáculo teatral, jantar com patrocinadores e uma entrega de prémios, incluindo a maior estupidez da época, que é entregar o prémio de "treinador do ano" a alguém que só está há seis meses no clube, a dois(!) dias de um jogo importante do campeonato, é uma burrice do caralho?"


Era isto que perguntaria a JJ e a BdC. É que parecia que os jogadores entraram no relvado da Choupana ainda de fato e gravata vestidos e só se lembraram que tinham mesmo de ganhar o jogo já na segunda parte.

Candeia que vai à frente alumia duas vezes e era importantíssimo receber o Porto como líderes do campeonato. Pela confiança que daria, pelos dois pontos a mais, pela pressão que colocaria ao Porto, etc, mas acima de tudo, pela "escravatura psicológica" que aplicaria no árbitro... É que, subitamente, "Este ano é do Sporting" passou para "Queres ver que vai ser o ano do Lopetegui..?"





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Sim, não escrevi nada durante as semanas que andámos a ganhar e no topo do campeonato e agora perdemos dois jogos e já estou a escrever no blog. É verdade. Para já, sou preguiçoso e depois, não sei lidar com o sucesso. Quando tal acontece, a única coisa que penso fazer é mesmo não fazer nada, para não agoirar e dar cabo da sorte. No início desta época, passadas 5 jornadas, o Torino tinha 4 vitórias e um empate. Ia ser "o ano do Torino". Um jornalista falou com vários adeptos entusiasmados do Toro mas houve um deles que não exibia qualquer espécie de felicidade. "Porque não festeja este início de época brilhante?", perguntou o jornalista, ao que o adepto respondeu "Porque já sei como é o Torino. Alguma coisa má está para acontecer."

Eu e o Sporting.