Os sócios sentiriam muito mais compreensão e paciência com Adrien, po exemplo, do que sentem com *******. Não tenham duvidas disso."
Sabem quando foram escritas as palavras acima mencionadas? Não, não foi hoje, num dos 327 grupos "de apoio ao Sporting" no Facebook... Foi escrito, num comentário a um post do blog Leão da Estrela, no dia 18 de outubro de... 2007! Mas podia muito bem ter sido escrito hoje, não podia? :)
Ah, o eterno debate da formação!.. O ovo de Colombo de qualquer mesa de café preenchida por Sportinguistas.
"Formação ou estrangeiros, eis a questão!"
Não quero um onze com dez jogadores da formação nem quero um onze com um jogador da formação. Quero equilíbrio, sensatez, bom senso, competência e qualidade acima de tudo. E creio que isso foi ou está perto de ser alcançado "neste" Sporting. No derby da Luz de domingo, por exemplo, estiveram sete jogadores da formação do Sporting em campo. O Esgaio já tem mais minutos do estádio da Luz do que o Cavaleiro, Cancelo e Bernardo Silva juntos. (não sei se tem ou não, não fui pesquisar, mas vocês percebem o que quis dizer... :P). E o João Mário é uma alternativa (cada vez mais) real ao André Martins.
Dois putos por época parece-me bem ou não?
Podia agora mencionar a época inicial de Godinho Lopes, quando foram contratados uns 327 jogadores estrangeiros, e lembrar a euforia que se vivia no início da época, mormente naquele célebre jogo de apresentação com o Valência, com um estádio apinhado de Sportinguistas "ilusionados" (da "ilusión" espanhola, não queria escrever "iludidos" da "ilusão" portuguesa...) e que - eu, pelo menos, não me lembro - onde não se ouviu qualquer lamento ou preocupação relacionado com a falta de aposta na formação do Sporting. E acrescento: eu fui um dos que não se lamentou.
Não quero uma Sporting à "Soares Franco" (só com putos da formação) nem quero um Sporting à "Godinho Lopes" (só com estrangeiros). Quero equilíbrio e sensatez.
Se não o escrevi aqui, pelo menos já o pensei: compreendo a estratégia por detrás da política envolvida na "formação" deste plantel. Não sei ainda dizer se concordo ou não, mas compreendo.
Havia duas opções: comprar dois ou três jogadores com "credenciais" e estatuto, e que fossem, realmente, "reforços" para o onze inicial. Ou seja, dois ou três jogadores "caros", p'raí uns cinco milhões de euros cada um. E além do valor da contratação em si mesma, teríamos de acrescentar o valor do salário de cada um...
A outra opção, que foi a escolhida pela direção do Sporting, era contratar jogadores para reforçar o plantel e não propriamente a equipa inicial. Com esses quinze milhões que custariam dois ou três "craques", optou-se antes em rechear o plantel com opções válidas para todas as posições em campo.
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Admito: creio que faltou apenas contratar um central mais experiente. |
Com a série de jogos que aí vêm - Taça da Liga, Taça de Portugal e Liga dos Campeões - compreendo, repito, que se tenha optado por esta via em vez da outra, quiçá mais apelativa, de se contratar dois ou três "craques". Contudo, correríamos, mais uma vez, o risco de, num qualquer jogo decisivo, como foi o derby da época passada na Luz, ficarmos sem um jogador de uma posição essencial e não termos uma alternativa à altura. Assim, poderemos perder na mesma o jogo, mas não será por falha(s) básica(s) nossa(s).
É claro que as sentenças de morte já foram feitas a esta política desportiva do Sporting e mesmo às ambições do clube. Ainda ontem, o expedito Carlos Daniel, na RTP mais-Porto-que-o-próprio-Porto-Canal Informação, dizia que só através de um "milagre" é que o Marco Silva conseguiria ser campeão neste Sporting. E em todos os programas desportivos, colunas de opinião de jornais ou posts de blogs, a opinião é geral:
Só o Porto se reforçou "bem", o Benfica reforçou-se "assim-assim" e o Sporting, excepto Nani, reforçou-se "mal". Ia jurar que ouvi uma coisa parecida na época passada.