Um "remate" aleatório à "baliza" do Benfica, na 2ª parte do infame Marítimo 0-2 Benfica 15/16 [qd já perdiam por 1 golo e jogavam com mais 1 jogador do q SLB], de Edgar Costa, q confirmou q foi alvo [tentativa?] de suborno para ""jogar mal e a não rematar à baliza”. #Benfiquistãopic.twitter.com/LJCw8y3xna
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Já escrevi uma vez sobre a importância de quem narra e comenta os jogos de futebol. São eles os "professores primários" da iliteracia desportiva que assola os posteriores comentários ao jogo, sejam eles nas esplanadas, recreios da escola ou mesmo na própria tv, nos habituais e populares programas "desportivos", tipo Dia Seguinte e Prolongamento. Não menosprezem o poder do que diz o Freitas Lobo ou o Pedro Henriques, principalmente no que diz respeito à arbitragem. São eles que, na prática, decidem o que é um lance polémico ou inócuo. Eles e os realizadores da Sporttv/Benfica TV...
Normalmente, a Sporttv escolhe para comentar os jogos do Benfica fora (e a sul do país e ilhas) o seu ex-jogador, Pedro Henriques. É uma experiência engraçada comparar o que diz Pedro Henriques durante os comentários a jogos estrangeiros (Liga espanhola, inglesa, etc) sobre a arbitragem e depois ouvi-lo a comentar os jogos do seu Benfica. Parece o Dr. Jekyll e Mr Hyde, tal é a transformação. A benevolência e compreensão perante os erros dos árbitros espanhóis e ingleses desaparece para dar lugar a constantes críticas impiedosas aos erros dos árbitros portugueses, sobretudo quando prejudicam o Benfica.
Para os jogos do Sporting, a Sporttv 'convoca', normalmente, o João Aroso, ex-preparador do Sporting durante várias temporadas, no tempo de Paulo Bento. Não sei se o Aroso é Sportinguista mas é evidente a preocupação da Sporttv em escolher comentadores mais 'simpáticos' para os clubes grandes. Mas é tão grande a diferença entre uns e outros... Ficou-me na memória os minutos finais do Marítimo 1-0 Benfica, em dezembro passado. A irritação do Pedro Henriques, perante o resultado e a actuação do árbitro... delicioso. :)
Quando o Sporting jogou na Madeira há uma semana e ouvi o João Aroso comentar o flagrante erro arbitral que impediu o Sporting de levar os 3 pontos do estádio do Marítimo, lembrei-me imediatamente do Pedro Henriques e no que diria ele se o Alan Ruiz fosse do Benfica e lhe tivessem anulado aquele golo. Na impossibilidade de essa hipótese alguma vez se tornar realidade, limitei-me a gravar as reações de Pedro Henriques e João Aroso aos lances que, na altura, foram os mais polémicos dos jogos de Benfica e Sporting contra o Marítimo, de modo a comparar a 'isenção' de ambos. São evidentes as diferenças.
O #EstadoLampiânico é isto: personagens-chave em todos os sectores da nossa vida, dentro e fora do campo, que não têm pudor em transfigurar-se da sua imagem pública neutra e 'isenta', para, na altura certa, tomar partido pelo Benfica, sem que isso lhes traga dissabores ou problemas. Duvido muito que um comentador mais afecto ao Sporting pudesse ter expressões irritadas perante erros dos árbitros como aquelas que Pedro Henriques produz. Primeiro, não teria coragem para expor assim tanto a sua "parcialidade" e, segundo, porque se o fizesse muitas vezes, o mais provável era a Sporttv dispensar os seus serviços logo de seguida.
É também a isto que Bruno de Carvalho se refere, quando fala na falta de militância dos Sportinguistas. O pudor que sentimos em tornar públicas as nossas cores, a incapacidade de moldar a nossa moral em prol do Sporting. O exemplo-mor disso mesmo é Vítor Pereira, sócio cinquentenário do clube e que durante toda a sua carreira preferiu ser visto como alguém "isento" aos olhos dos outros, mesmo que isso tenha implicado, na prática, o prejuízo do Sporting...
P.S. Ontem, no tal lance do Carrillo, foi evidente a dúvida que o lance suscitou ao narrador e comentador da Sporttv (Pedro Henriques, claro) mas, ao final do dia, o ex-jogador do Benfica não teve pejo nenhum em afirmar que era penalty. Mesmo que as imagens pareçam suscitar a dúvida se não foi o Carrillo a lançar-se para cima do jogador do Setúbal. Viva o Benfica, que se foda o resto.
Há 2 formas de encarar o resultado do jogo de ontem na Madeira. Para quem ainda acreditava no título, é um resultado negativo. Para quem, como eu, já não acreditava no título, o resultado (e a forma como aconteceu) até foi positivo.
O Sporting começou a perder o título em Vila do Conde e Guimarães, não foi em Chaves ou Funchal. E não vou agora bater no ceguinho e explicar por que razão estamos a fazer uma época de merda... já todos sabemos, inclusive o presidente. Como escrevi no penúltimopost, não há milagres, muito menos que envolvam o Sporting. Desde que me lembro de ser Sportinguista e de acompanhar, minimamente, os jogos, só me lembro de dois "milagres": o golo de Miguel Garcia em Alkmaar e a final da Taça de Portugal contra o Braga, há 2 épocas. Mais nada. Ah, e o 5-3 contra os lampiões, para a Taça da Portugal. De resto, espero sempre o pior do Sporting. E não me tenho desiludido...
Para ganhar o título em Portugal, é preciso um bom plantel e "boas" arbitragens. O Sporting não tem ambas. E das duas, só terá hipóteses de ter uma: um bom plantel. Mas mesmo isso está em risco, pois o 3º lugar da Liga deixou de dar acesso à pré-eliminatória da Champions, o que significa que para o ano vamos ter, muito provavelmente, um plantel ainda mais "fraco" que o actual. Pelo menos no papel. Depois na prática, logo se verá. No "papel", Petrovic seria melhor que Palhinha. Na prática... viram o jogo de ontem?
As "boas" arbitragens... Não podemos contar com elas. E quando pior jogamos, piores arbitragens teremos. Já estou farto de o dizer: os árbitros portugueses são medrosos, cheiram melhor que ninguém onde o "poder" está e é para esse lado que melhor apitam. Na época passada estávamos "poderosos" e foi das épocas onde menos senti essa animosidade contra o Sporting. Este ano começámos fracos e os árbitros sentiram-no à distância. Sempre que puderam, malharam no Sporting. É "normal". Por isso é que digo que, para quem já não acreditava no título esta época, o resultado (e arbitragem) de ontem foi o melhor que nos podia ter acontecido.
"Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo…"
O que resta ao Sporting esta época é guardar as "pedras" (leia-se, más arbitragens) e, no momento certo, construir um "castelo". Não sei se sabem mas é possível definir, ao minuto, o momento em que o Benfica construiu o seu castelo. E nem sequer tinham tantas pedras como isso... Foi no dia 13 de setembro de 2010, três dias depois de uma derrota em Guimarães, que o #EstadoLampiânico começou a edificar o castelo do "tetra".
São notáveis as semelhanças. Benfica tinha contratado JJ em 2009/10 e foi campeão logo nessa época, confirmando aquilo que tinha prometido quando foi anunciado como treinador dos lampiões. A época seguinte começou de forma terrível, com três derrotas em Agosto. Na 4ª jornada, em Guimarães, o Benfica perde novamente, num jogo arbitrado por Olegário Benquerença. Não sei dizer se nas derrotas de agosto o Benfica tinha algumas razões de queixa das arbitragens mas lembro-me perfeitamente, até porque fiz um vídeo na altura sobre isso, que o Benfica não tinha assim tanto por que se queixar de Olegário... os próprios narradores do jogo na Benfica TV assim o confirmaram na altura. Contudo, isso não impediu de o Benfica reagir - e em força - contra o Conselho de Arbitragem, liderado por Vítor Pereira. Foi um ataque concertado, que envolveu almoços com diretores do jornal A BOLA, e que culminou num anúncio/comunicado público demolidor, talvez sem direito a perguntas dos jornalistas, não sei, de Luís Nazaré, o então presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica.
Houve de tudo: apelo aos sócios (e adeptos...) para não irem aos jogos fora; cancelamento de negociação direitos TV (e consequente transmissão dos jogos em casa no próprio canal do clube - o "xeque-mate" ao "sistema" do Porto de Pinto da Costa); ameaça de boicote à Taça da Liga; solicitar uma audiência ao Ministro da Administração Interna; declarar o Secretário de Estado de então, Laurentino Dias, como 'persona non grata'. Absolutamente brutal.
Foi um ataque contundente e que teve resultados absolutamente avassaladores. O "castelo" do Benfica está à vista: antes de desfrutar a reforma dourada no Brasil, Vítor Pereira extinguiu a antiga geração de árbitros, para dar lugar a esta nova vaga de árbitros de "aviário"; o Benfica deixou de vender os direitos transmissão tv à Sporttv e começou a transmitir os seus jogos na sua própria TV, conseguindo com isso definir os horários dos jogos caseiros e ter maior controlo editorial sobre aquilo que é percecionado como "realidade" para os adeptos de futebol em Portugal, no que aos jogos do Benfica em casa diz respeito. É um "poder" enorme, estratosférico. Tetra-campeonato à vista.
Este ano, o Sporting decidiu dar uma oportunidade ao novo presidente do Conselho da Arbitragem (mas cujos árbitros e observadores são os mesmos de outras épocas) e não reagiu quando tinha de reagir. Pós-Guimarães e/ou pós-Luz. Agora é tarde demais. As silver bullets são para ser disparadas no momento certo. Estar a 10 pontos do primeiro lugar não é o momento certo.
A "estrutura" do Sporting é fraca, quase obsoleta mas "isto" que temos vindo a assistir esta época é completamente patético. Damos votos de confiança ao Conselho de Arbitragem, somos roubados na Luz e não reagimos, somos eliminados na Taça da Liga e fazemos 'blackouts' e depois desmentimos, empatamos em Chaves e falamos para a Sporting TV, posts Facebook, entrevistas à CMTV, "bate-bocas" com comentadores... enfim, pior é impossível. Urge recolher as "pedras", guardá-las bem e, no momento certo, começar a construir o "castelo". E se não souberem quando isso é, eu ajudo: à primeira derrota/empate da próxima época, ao mínimo erro arbitral. É por isso que o empate de ontem foi positivo... se estivermos já a pensar na próxima época.
Além daquelas ideias lampiãs de 2010, há outras que o Sporting pode, e deve. adoptar nessa "construção"... um dia, partilhá-las-ei aqui.
Hoje comemoram-se dois eventos importantes. A vitória de ontem na ilha da Madeira e o primeiro aniversário de Bruno de Carvalho como presidente do Sporting Clube de Portugal, sendo que o primeiro muito dificilmente teria acontecido sem o segundo.
Fiz o vídeo horas depois de BdC ter sido eleito presidente do Sporting Clube de Portugal
Como dizia o cartaz de um Sportinguista madeirense - podia ter escrito "um madeirense Sportinguista" mas não seria a mesma coisa - aquando da chegada da comitiva do Sporting à Madeira, "Bruno de Carvalho, és o nosso Papa Francisco", eu digo "Sporting, és minha fé". E a missa, o jogo de cada fim de semana.
A diferença que faz um golo... A meio da segunda parte, parecia que já estava a ver as manchetes do dia seguinte: "Sporting enterra o título na Madeira" ou "Funeral de Jardim", qualquer coisa do estilo. É que o segundo golo do Marítimo, o do empate, parecia que ia acontecer a qualquer minuto, tivesse sido por uma jogada do Derley, o irmão mais velho do Elias, ou por obra e graça do apito do portista portuense Jorge Sousa.
Mas não aconteceu. Pelo contrário, assistimos ao (re)nascimento do Sporting, quando o Jefferson conseguiu romper pelo campo adentro e enfiar a bola no sítio X de um campo de futebol, a baliza. Talvez tenha sido o golo mais importante da época. O golo conquistado na ilha do (Leonardo) Jardim e que dará acesso aos milhões da Liga dos Campeões. Se eu fosse editor d'A Bola, a primeira página de hoje teria sido a sequela da primeira página da semana passada mas desta vez com o desenho da ilha da Madeira, com um X sobre o Funchal e uma arca aberta repleta de moedas de ouro ao lado.
Eu curti esta primeira página. :P
Terminado o jogo, a notícia do dia é a suposta venda de SirWilliam Carvalho para o Man Utd, pelos valores da cláusula de rescisão, 45 milhões de euros (apesar de o Sporting apenas possuir 60% do passe). Se tal for verdade, como é que eu posso criticar a direção do Sporting? Seria apenas a maior transferência de sempre do Sporting e a maior de sempre de um jogador português. What? Eu quero criticar mas não tenho cara de pau para tal.
Vi hoje de manhã a equipa B jogar em Chaves. Fez-me lembrar um episódio do Seinfeld, chamado "Bizarro Jerry" (do qual também já me servi para ilustrar um post no Cabelo do Aimar, aqui há uns tempos), "onde surgiam uns personagens semelhantes ao Jerry Seinfeld, George e Kramer, mas que tinham personalidades opostas. O “outro” Jerry era compreensivo e sensível, o “outro” George era simpático e altruísta e o “outro” Kramer era calmo e perspicaz".
A equipa B do Sporting é a versão oposta do Sporting A. Começando no discurso pacato e simples de Jardim e contrastando no discurso desconexado e truculento de Abel, passando pela folha disciplinar de ambas as equipas (não sei de links para mostrar, mas sei que a equipa B do Sporting será uma das que tem mais cartões vermelhos mostrados na Segunda Liga e a equipa A, das que terá menos na Primeira Liga) e terminando naquilo que se vê, ou seja, no futebol jogado, as diferenças são completamente díspares. Se na equipa de Jardim vencemos os jogos pela força do colectivo, na equipa de Abel vencemos pela força das individualidades.
Só uma palavra para o Futsal. Creio que perdemos uma oportunidade de ouro para renovar a equipa. Quando vejo que no jogo contra o Benfica, os jogadores mais utilizados são aqueles que já tinham sido os mais utilizados na época passada (menos o Leitão, dispensado, e o Divanei, lesionado), mais acredito que a renovação urge. Sem medos. Prefiro perder este campeonato do que uma hegemonia.
P.S. Alguém que diga ao Maurício que jogar de saltos altos nos relvados portugueses não dá lá muito resultado.
Um Beira-Mar - Sporting, salvo erro, na última ou penúltima época do Paulo Bento como treinador. Jogo complicado, difícil, como são todos do Sporting, e, a poucos minutos do fim do jogo, estávamos a ganhar 2-3. Já não me lembro da jogada nem do golo, lembro-me que foi um golo no último minuto do jogo, empatámos 3-3, e o seu autor foi um defesa-central ou médio-centro que, com esse golo, até fez um hat-trick! Como muitos outros, fez o seu melhor jogo contra o Sporting. Por curiosidade, o treinador do Beira-Mar nessa época chamava-se... Augusto Inácio.
Mas do que me lembro bem foi das palavras do Paulo Bento na flash-interview. Poucos minutos depois de termos empatado o jogo, Paulo Bento estava visivelmente irritado e a única coisa que sobressaiu foi algo do género "A ganhar fora, nos últimos minutos de jogo, a bola não pode estar no nosso meio-campo".
A ideia é simples, com a bola no lado de lá do meio-campo, com uma equipa subida e a pressionar, nunca sofreríamos o golo do empate. Isto é, não podemos dar baldas ao adversário para que depois nos possam punir.
(Agora que estava a escrever isto, o apelo foi irresistível e fui rever o golo do 3-3. Enganei-me, não foi nas últimas épocas de Paulo Bento, foi em 2006/07, mas foi mesmo no último minuto de jogo, um golo de merda, após um canto cedido por nós. Também não me enganei no marcador. Chamava-se Buba, defesa central ou médio defensivo e que fez o melhor jogo da carreira contra nós.)
Querias fazer o melhor jogo da tua vida? Bastava teres jogado contra o Sporting.
Porque é que me lembrei deste jogo? Porque quando soube que o árbitro do jogo de amanhã será o portista portuense Jorge Sousa, lembrei-me deste "mini-relatório" que o Marinho Neves escreveu sobre o árbitro Benquerença, que tinha sido nomeado para apitar o Sporting - Porto, e que, como sabemos, alegou "baixa médica" e foi substituído pelo Proença. O "relatório" dizia o seguinte:
"Aqui vai um relatório: Olegário Benquerença é capaz de tudo para conseguir atingir os seus objectivos, mas mesmo tudo. Basta analisar a sua carreira e tomar conhecimento de como geriu todas as suas promoções. Para além disto, está em final de carreira e está preso por fios. Sabendo que vai enfrentar uma poderosa máquina de poder, em caso de dúvida beneficiará sempre o mais poderoso. Quanto ao Sporting, tem de cair na real e deixar o medo nos balneários acreditando sempre que é possível contrariar forças ocultas. Ser cuidadoso nas zonas perigosas, não dar baldas para que o o árbitro invente, obrigando-o a entrar no escândalo se houver intenção de benefício. Pensar sobretudo e somente no jogo. O árbitro sabe que vai estar sobre atenção redobrada e depois do escândalo no jogo do Sporting da semana passada, a pressão é ainda maior."
Amanhã não podemos dar baldas. Qualquer toquezinho do Rojo ao avançado deles será falta. A bola não pode passar do nosso meio-campo.