Tanta coisa para dizer e para pensar após o jogo de ontem... mas por mais que me apeteça dissecar o jogo, a estratégia, o árbitro, o golo e o falhanço do Rafael Leão, só me consigo focar no elefante no meio da sala: Jorge Jesus. É impossível não pensar que, na segunda ou terceira jornada da próxima época, quando empatarmos com o Moreirense ou o Tondela outra vez, os adeptos do Sporting vão imediatamente lembrar-se desta época e da primeira de JJ e pensar "Já fomos", pois tem sido isto a imagem que o Sporting de JJ vai deixando, com a equipa a bater-se no campeonato, sim, mas sempre com qualquer coisa a falhar. A equipa feminina do Sporting (não me recordo agora se a principal ou a de júniores) tinha no ano passado como lema #NãoHáDesculpas, uma forma de se auto-motivarem perante as adversidades. Agora que me recordo, creio que era a equipa de júniores. Não sei qual o contexto em que surgiu tal expressão mas serviu como exemplo a seguir. #NãoHáDesculpas. Bom, eu começo a sentir que na equipa principal do Sporting o que não falta são desculpas... árbitros, jornalistas, lesões, UEFA, adversários, corrupção, etc, tudo são desculpas para o Sporting não ganhar. Mais do que a derrota em si, dos 8 pontos de atraso (na prática, são 9), os 18 anos do avançado em que depositámos as nossas esperanças num bom resultado, nos 16 anos (a caminho dos 17...), o que me está a custar mais digerir é perceber que aquele velho sentimento de 'vitórias morais' que julgava estar irradicado de Alvalade, está, afinal, de volta. É ouvir JJ depois do jogo de hoje. E, pensando bem, não foi só hoje. Em todos os resultados negativos não me recordo de ouvir um murro na mesa, de um grito de alarme, de qualquer coisa que acordasse a equipa de modo a evitar aquilo que parecia inevitável a todos, especialmente desde o empate em Setúbal! Custa admiti-lo mas Sérgio Conceição conseguiu incutir na equipa do Porto vontade de ganhar. Vontade a sério. E essa vontade de ganhar é evidente em todos eles - jogadores, treinadores, dirigentes... É difícil ganhar contra quem quer mais ganhar. E é isso, ao final do dia, que eu, nós, queremos: ganhar. Não quero saber que desde que JJ chegou, o Sporting teve as maiores vendas, não quero saber da Taça da Liga, não quero saber da utópica final da Liga Europa, não quero saber que o Rafael Leão tenha apenas 18 anos! Eu quero ganhar a puta da Liga portuguesa, o tugão, a #LigaMickeyMouse. E se, racionalmente, consigo vislumbrar a evidente melhoria no jogo global do Sporting desde que JJ chegou, também tenho de admitir que, infelizmente, o seu trabalho (ainda) não foi o suficiente para tornar o Sporting campeão. Como disse o Luis Paixão Martins no último #Sporting160, JJ foi contratado pelo Sporting para acabar com as desculpas, com as 'vitórias morais'. E para ser campeão.
Vai chegar o final da época e se, como previr, o Sporting apenas conseguir ganhar a Taça da Liga e, no máximo, a Taça de Portugal, creio que BdC vai ter de tomar uma (não-) decisão de importância capital semelhante à aquela que LFV tomou, no final daquela época fatídica de JJ no Benfica, quando perdeu tudo em duas semanas, de continuar com ele como treinador, quanto toda a gente - toda - pedia a cabeça de JJ. É esse o elefante no meio da sala de Alvalade e que me faz ofuscar todo o resto: JJ continua ou sai?*
*A não ser que aconteça um milagre daqueles, como nunca aconteceu antes no futebol português, e muito menos ao Sporting, e que o Porto perca 9 pontos e o Sporting ganhe todos os jogos até ao fim, tornando-se, eventualmente, campeão. Delirante.
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3 de março de 2018
7 de fevereiro de 2018
Parece
Ao contrário do que JJ disse ou pretendeu fazer passar a ideia, o Sporting não jogou deliberadamente à "italiana" na meia final da Taça da Liga contra o Porto, mas sim porque a tal foi obrigado a jogar, pela forma como o Porto encostou-nos lá atrás.
Apenas joguei futebol a nível distrital mas uma coisa aprendi logo: há duas formas de ganhar os jogos, ou a defender (e depois, contra-ataque) ou a atacar. O futebol da primeira época de JJ era excelente porque até conseguíamos jogar de ambas as maneiras, isto é, começávamos o jogo ao ataque e quando perdíamos a bola, faziámos pressão imediata (Slimani, João Mário, Adrien...) e recuperávamos a bola para o "contra-golpe", muitas das vezes, letal. Não deu para ser campeão, da forma que toda a gente sabe, mas "aquele" era um futebol total, dominador, destemido. O futebol moderno que é praticado por quase todas as equipas top europeias. Man City, PSG, Barça, Bayern, etc, começam os jogos a atacar, mas a atacar a sério, com tabelinhas, cruzamentos e remates constantes à baliza, e assim que perdem a bola, caem dois, três, quatro jogadores desenfreados sobre, normalmente, quem menor técnica tem para tratar a bola, os defesas, recuperando-a e dando início a outro ataque. Pimba, pimba, pimba. Sempre a correr, sempre a rematar, sempre a correr. É assim que Benfica e Porto jogam por cá (e ganham).
Na segunda época de JJ, ainda não percebi bem o que se passou e acho que nunca ninguém vai perceber totalmente.
Chegamos à terceira época e JJ quer colocar a equipa a fingir que joga para atacar mas também não a coloca verdadeiramente à defesa. Ou seja, nem é carne nem é peixe. Nem atacamos com aquela raiva, aquela força, com pujança (porque não conseguimos?), com remates, com golos, pimba, pimba, pimba; nem jogamos à defesa, à espera do contra-ataque, pois nem fazemos pressão alta nem temos jogadores rápidos para tal (estão a ver o Dost a sprintar desde meio-campo em tabelinhas rápidas com o Gelson, como fazem Cristiano e Benzema?). Foi assim que chegámos até janeiro, com aquele futebolzinho que, à primeira vista, é futebol gourmet, futebol dominador, futebol ofensivo mas que, na realidade, vendo bem, tais exibições foram apenas imitações baratas (aquelas vitórias, à rasca, por 1-0, com golos a acabar... Setúbal, Feirense, Guimarães...) que serviram para enganar os adeptos, os adversários, os jornalistas e, se calhar, o próprio JJ. Como disse no início, JJ percebeu que já não temos pujança física para jogar ao "ataque" e assumiu hoje, finalmente, contra o Porto, que a única forma de dar luta é jogar à defesa e esperar pelo contra-ataque. Ia resultando, até aquela cabeçada do Soares-que-só-marca-golos-ao-Sporting, no meio de dois defesas nossos... mas já podíamos ter sofrido golo por uma ou duas vezes antes disso. Depois de sofrer o golo da praxe, lá mudámos o chip e a táctica, deixando a "defesa" e jogando ao "ataque", mas já não fomos a tempo de marcar um (precioso) golo fora no estádio do Dragão.
Ora, conhecendo bem o futebol português como, infelizmente, já conheço, arrisco dizer que já estamos eliminados da Taça. Vamos empatar 1-1 em Alvalade ou, no máximo, vencer por 2-1.
Dias difíceis.
Apenas joguei futebol a nível distrital mas uma coisa aprendi logo: há duas formas de ganhar os jogos, ou a defender (e depois, contra-ataque) ou a atacar. O futebol da primeira época de JJ era excelente porque até conseguíamos jogar de ambas as maneiras, isto é, começávamos o jogo ao ataque e quando perdíamos a bola, faziámos pressão imediata (Slimani, João Mário, Adrien...) e recuperávamos a bola para o "contra-golpe", muitas das vezes, letal. Não deu para ser campeão, da forma que toda a gente sabe, mas "aquele" era um futebol total, dominador, destemido. O futebol moderno que é praticado por quase todas as equipas top europeias. Man City, PSG, Barça, Bayern, etc, começam os jogos a atacar, mas a atacar a sério, com tabelinhas, cruzamentos e remates constantes à baliza, e assim que perdem a bola, caem dois, três, quatro jogadores desenfreados sobre, normalmente, quem menor técnica tem para tratar a bola, os defesas, recuperando-a e dando início a outro ataque. Pimba, pimba, pimba. Sempre a correr, sempre a rematar, sempre a correr. É assim que Benfica e Porto jogam por cá (e ganham).
Na segunda época de JJ, ainda não percebi bem o que se passou e acho que nunca ninguém vai perceber totalmente.
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Dois "Van Goghs", um verdadeiro e outro fake. |
Chegamos à terceira época e JJ quer colocar a equipa a fingir que joga para atacar mas também não a coloca verdadeiramente à defesa. Ou seja, nem é carne nem é peixe. Nem atacamos com aquela raiva, aquela força, com pujança (porque não conseguimos?), com remates, com golos, pimba, pimba, pimba; nem jogamos à defesa, à espera do contra-ataque, pois nem fazemos pressão alta nem temos jogadores rápidos para tal (estão a ver o Dost a sprintar desde meio-campo em tabelinhas rápidas com o Gelson, como fazem Cristiano e Benzema?). Foi assim que chegámos até janeiro, com aquele futebolzinho que, à primeira vista, é futebol gourmet, futebol dominador, futebol ofensivo mas que, na realidade, vendo bem, tais exibições foram apenas imitações baratas (aquelas vitórias, à rasca, por 1-0, com golos a acabar... Setúbal, Feirense, Guimarães...) que serviram para enganar os adeptos, os adversários, os jornalistas e, se calhar, o próprio JJ. Como disse no início, JJ percebeu que já não temos pujança física para jogar ao "ataque" e assumiu hoje, finalmente, contra o Porto, que a única forma de dar luta é jogar à defesa e esperar pelo contra-ataque. Ia resultando, até aquela cabeçada do Soares-que-só-marca-golos-ao-Sporting, no meio de dois defesas nossos... mas já podíamos ter sofrido golo por uma ou duas vezes antes disso. Depois de sofrer o golo da praxe, lá mudámos o chip e a táctica, deixando a "defesa" e jogando ao "ataque", mas já não fomos a tempo de marcar um (precioso) golo fora no estádio do Dragão.
Ora, conhecendo bem o futebol português como, infelizmente, já conheço, arrisco dizer que já estamos eliminados da Taça. Vamos empatar 1-1 em Alvalade ou, no máximo, vencer por 2-1.
Dias difíceis.
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25 de janeiro de 2018
5-0
Acabou o jogo e ainda estou indeciso se jogámos bem ou mal. Após a outra meia final da #TaçaLucílio, o avançado do Setúbal, Gonçalo Paciência, disse que dedicava a vitória aos adeptos e exibição, de tão má que foi, não a dedicava a ninguém. Se tivéssemos jogado contra a Oliveirense, aceitava que um nosso jogador dissesse o mesmo que o Gonçalo mas como foi contra o Porto, o invicto Porto, acho que a exibição foi positiva. Tendo em conta que estamos a falar de um onze que inclui um defesa central de 34 anos, um lateral esquerdo que tinha feito 30 jogos nos últimos 3 anos, um médio esquerdo que não teve férias e um Bruno Fernandes AWOL, estou até tentado a dizer que fizemos uma exibição muito positiva. Estamos na final e agora vamos ganhar 5-0 ao Setúbal. Depois pensaremos no resto.
P.S. Mesmo menosprezando a #TaçaLucílio, é muito mau que a última vez que tínhamos chegado à final tenha sido há quase 10 anos...
11 de maio de 2017
O Poder
Não tenho Sporting TV. Sou Vodafone e só em junho o canal estará na grelha. Há meses, desde o final da época passada que deixei de ver programas "desportivos". Não só porque não quero ver mas também porque, por qualquer razão fisiológica, o meu corpo e mente deixaram de conseguir aguentar mais de 1 minuto a ver o Dia Seguinte, Prolongamento ou, ainda menos, qualquer um daqueles da CMTV.
O único programa que faço questão de ver, nos últimos tempos e quase na íntegra, é um programa semanal do Porto Canal, onde participa o dir. com. do Porto, Francisco Marques, um ex-jornalista da RTP, cujo nome ainda não decorei, e o Bernardino Barros, jornalista ex-isento e actual "paineleiro" portista. Comecei a ver desde aquele programa, de há um mês e tal, em que o dir. com. do Porto denunciou a existência de uma, já infame, 'cartilha' lampiã. Li no Twitter sobre o programa, fiz rewind na tv box, vi-o e gostei.
Comecei a apreciar as constantes e cirúrgicas denúncias de personagens e actos do #EstadoLampiânico (no Porto, tratam-no por "O Polvo") no dito programa, pois é constatar na tv aquilo que muitos dos bloggers e "militantes" Sportinguistas já denunciavam ao tempo, nos seus blogs, Facebook ou em foruns. Imagino que o sentimento seja semelhante ao do escritor que vê a sua obra ser escolhida por Hollywood para ser reproduzida nos écrãs de cinema. Além disso, gosto da forma pautada, sintética e informativa como o fazem. Nada de alarmismos, de gritos, "números de circo", como é normal ver neste tipo de programas. Nada disso, é expor de forma serena o que é o #EstadoLâmpianico, desde as claques ilegais do Benfica, passando pelos árbitros que correm com a camisola da Casa do Benfica do Seixal, até à 'cartilha' escrita pelo escroque do Carlos Janela e que comentadores 'isentos' como Rui Pedro Braz e José Nunes recebem na sua caixa de email, tal e qual como recebem os "paineleiros" benfiquistas, como Pedro Guerra e André Ventura.
No último programa do Porto Canal, o dir. com. do Porto fez questão de repetir uma parte de uma mensagem da 'cartilha', escrita por Carlos Janela em finais de agosto, dias após um empate inesperado do Benfica em casa do Vitória de Setúbal. Trata-se até, à primeira audição, de uma passagem um pouco inócua, sem muito sumo, comparando com outras expressões e frases mais animalescas utilizadas por Carlos Janela nessa e noutras 'cartilhas' já tornadas públicas. Contudo, após as recentes notícias e confirmadas por um duplo-comunicado publicado em ambos os sites de Sporting e Porto, compreendo ainda melhor a importância que o dir. com. do Porto atribui aquela parte da 'cartilha' de agosto, em que Carlos Janela escreveu o seguinte:
"Não podemos reagir ao empate contra o Setúbal dando a impressão de que o Benfica está a perder poder. Isso nunca."
É isto, de facto, que dá o poder em Portugal: a percepção [do poder]. Ao contrário de alguns Sportinguistas e Portistas, eu não creio que o Benfica corrompa, financeira ou materialmente, os árbitros, dirigentes ou jogadores. Quer dizer, pelo menos, não da forma típica da corrupção, em que em benefício de alguém [Benfica], se prejudica propositadamente outrém [Sporting]. Acho que o Benfica montou um "sistema"moralmente corrupto, sim, mas que assenta, tecnicamente, numa legalidade. É legal comprar bancadas inteiras no estádio do Rio Ave e depois vender os bilhetes mais baratos aos seus próprios adeptos. É legal comprar jogadores e depois emprestá-los a outros clubes, cedendo-lhes até parte dos passes, tornando esses clubes mais fortes contra os outros e mais fraco contra o clube-mãe. É legal oferecer as suas instalações para que clubes lá treinem gratuitamente. É legal um clube transmitir os seus próprios jogos no canal do clube e marcar o horário para o que mais lhe convir. É legal, até porque não houve sanções, oferecer vouchers para refeições, a árbitros e delegados os jogos efetuados em casa. É legal a Fundação do clube patrocinar a formação de jovens árbitros. E o "poder" legalizado do Benfica é mais poderoso, passe o pleonasmo, do que o poder "ilegal" do Porto dos anos 90.
Se, além disto, o #EstadoLampiânico também obtiver poder através de formas ilegais, então aí, é o poder total, inexpugnável, hegemónico. No momento da decisão, seja do árbitro a apitar dentro do campo, do legislador a castigar fora dele ou do jornalista a escrever uma crítica, o "poderoso" vai ser sempre, sempre, protegido.
O Sporting assumiu a luta contra o poder do Benfica desde que BdC tomou posse como presidente do Sporting e fê-lo, constantemente, sozinho. Todos nós nos lembramos do "almoço do leitão", no auge da afirmação de BdC enquanto presidente do Sporting, quando este era o único que defendia a continuidade do então presidente da Liga, Mário Figueiredo.. O Porto, e já ouvi várias teorias sobre isto, tem assumido ultimamente sempre um papel defensivo e de resguarda nesta luta pelo "poder" do futebol português. Além de umas bocas pontuais, o Porto dos últimos anos não tem participado activamente nessa luta. Até há poucos meses...
Na minha ideia, o Porto percebeu que "isto" mudou. O pouco poder que lhes restava esvaiu-se-lhe por entre os dedos. Basta ver a forma como até os próprios árbitros da cidade do Porto já não têm daqueles 'erros' inacreditáveis a favor deles e, pior, cometem até erros contra a equipa do Porto.
O encontro público de ontem entre os diretores de comunicação do Sporting e Porto é, antes de mais nada, uma exibição pública de "poder". Cuidado, a partir de agora, nada vai ser como dantes. Já não vai ser apenas o louco BdC a vociferar contra os moinhos de vento do #EstadoLampiânico, nós, Porto, também vamos começar a gritar. Contra árbitros, jornalistas, dirigentes de clubes, Federação, Liga... é ler os pontos do comunicado. Tudo spot on. Concordo com todas.
Uma das maiores críticas que se fazia a BdC e à sua estratégia era, precisamente, de se ter isolado e combatido demasiadas batalhas sozinho. Que melhor adversário poderia ter senão o clube mais vitorioso (e poderoso) dos últimos 30 anos?
Agora, é verdade - tenho de o admitir - que me custa muito, demasiado, ver esta união de forças. Não a tinha percebido, tal como me parece que estou a entende-la hoje, quando ouvi falar sobre isto ontem à noite e fiquei pior que fodido. Eu li o livro do Marinho Neves "Golpe de Estádio", lembro-me ainda do Porto dos finais dos anos 90 e não esquecerei os roubos protagonizados por personagens do "Apito Dourado" ao Sporting. Mas ao ler as propostas do dito comunicado de hoje, esqueço-me. E, de certeza, vou me lembrar deles, dos roubos do "Apito Dourado", outra vez daqui a alguns dias. E depois esquecer-me-ei novamente quando sair o castigo do Samaris após o campeonato terminar. E vai ser assim durante os próximos tempos, com a consciência a balançar entre o "sistema" do passado e o "sistema" do presente. Odeio ambos com a mesma revolta mas o facto de ter sido o dir. comunicação do Porto a deslocar-se a Lisboa e não o contrário, dá-me alguma vontade de esquecer o passado. Até ver.
O único programa que faço questão de ver, nos últimos tempos e quase na íntegra, é um programa semanal do Porto Canal, onde participa o dir. com. do Porto, Francisco Marques, um ex-jornalista da RTP, cujo nome ainda não decorei, e o Bernardino Barros, jornalista ex-isento e actual "paineleiro" portista. Comecei a ver desde aquele programa, de há um mês e tal, em que o dir. com. do Porto denunciou a existência de uma, já infame, 'cartilha' lampiã. Li no Twitter sobre o programa, fiz rewind na tv box, vi-o e gostei.
Comecei a apreciar as constantes e cirúrgicas denúncias de personagens e actos do #EstadoLampiânico (no Porto, tratam-no por "O Polvo") no dito programa, pois é constatar na tv aquilo que muitos dos bloggers e "militantes" Sportinguistas já denunciavam ao tempo, nos seus blogs, Facebook ou em foruns. Imagino que o sentimento seja semelhante ao do escritor que vê a sua obra ser escolhida por Hollywood para ser reproduzida nos écrãs de cinema. Além disso, gosto da forma pautada, sintética e informativa como o fazem. Nada de alarmismos, de gritos, "números de circo", como é normal ver neste tipo de programas. Nada disso, é expor de forma serena o que é o #EstadoLâmpianico, desde as claques ilegais do Benfica, passando pelos árbitros que correm com a camisola da Casa do Benfica do Seixal, até à 'cartilha' escrita pelo escroque do Carlos Janela e que comentadores 'isentos' como Rui Pedro Braz e José Nunes recebem na sua caixa de email, tal e qual como recebem os "paineleiros" benfiquistas, como Pedro Guerra e André Ventura.
No último programa do Porto Canal, o dir. com. do Porto fez questão de repetir uma parte de uma mensagem da 'cartilha', escrita por Carlos Janela em finais de agosto, dias após um empate inesperado do Benfica em casa do Vitória de Setúbal. Trata-se até, à primeira audição, de uma passagem um pouco inócua, sem muito sumo, comparando com outras expressões e frases mais animalescas utilizadas por Carlos Janela nessa e noutras 'cartilhas' já tornadas públicas. Contudo, após as recentes notícias e confirmadas por um duplo-comunicado publicado em ambos os sites de Sporting e Porto, compreendo ainda melhor a importância que o dir. com. do Porto atribui aquela parte da 'cartilha' de agosto, em que Carlos Janela escreveu o seguinte:
"Não podemos reagir ao empate contra o Setúbal dando a impressão de que o Benfica está a perder poder. Isso nunca."
É isto, de facto, que dá o poder em Portugal: a percepção [do poder]. Ao contrário de alguns Sportinguistas e Portistas, eu não creio que o Benfica corrompa, financeira ou materialmente, os árbitros, dirigentes ou jogadores. Quer dizer, pelo menos, não da forma típica da corrupção, em que em benefício de alguém [Benfica], se prejudica propositadamente outrém [Sporting]. Acho que o Benfica montou um "sistema"moralmente corrupto, sim, mas que assenta, tecnicamente, numa legalidade. É legal comprar bancadas inteiras no estádio do Rio Ave e depois vender os bilhetes mais baratos aos seus próprios adeptos. É legal comprar jogadores e depois emprestá-los a outros clubes, cedendo-lhes até parte dos passes, tornando esses clubes mais fortes contra os outros e mais fraco contra o clube-mãe. É legal oferecer as suas instalações para que clubes lá treinem gratuitamente. É legal um clube transmitir os seus próprios jogos no canal do clube e marcar o horário para o que mais lhe convir. É legal, até porque não houve sanções, oferecer vouchers para refeições, a árbitros e delegados os jogos efetuados em casa. É legal a Fundação do clube patrocinar a formação de jovens árbitros. E o "poder" legalizado do Benfica é mais poderoso, passe o pleonasmo, do que o poder "ilegal" do Porto dos anos 90.
Se, além disto, o #EstadoLampiânico também obtiver poder através de formas ilegais, então aí, é o poder total, inexpugnável, hegemónico. No momento da decisão, seja do árbitro a apitar dentro do campo, do legislador a castigar fora dele ou do jornalista a escrever uma crítica, o "poderoso" vai ser sempre, sempre, protegido.
O Sporting assumiu a luta contra o poder do Benfica desde que BdC tomou posse como presidente do Sporting e fê-lo, constantemente, sozinho. Todos nós nos lembramos do "almoço do leitão", no auge da afirmação de BdC enquanto presidente do Sporting, quando este era o único que defendia a continuidade do então presidente da Liga, Mário Figueiredo.. O Porto, e já ouvi várias teorias sobre isto, tem assumido ultimamente sempre um papel defensivo e de resguarda nesta luta pelo "poder" do futebol português. Além de umas bocas pontuais, o Porto dos últimos anos não tem participado activamente nessa luta. Até há poucos meses...
Na minha ideia, o Porto percebeu que "isto" mudou. O pouco poder que lhes restava esvaiu-se-lhe por entre os dedos. Basta ver a forma como até os próprios árbitros da cidade do Porto já não têm daqueles 'erros' inacreditáveis a favor deles e, pior, cometem até erros contra a equipa do Porto.
O encontro público de ontem entre os diretores de comunicação do Sporting e Porto é, antes de mais nada, uma exibição pública de "poder". Cuidado, a partir de agora, nada vai ser como dantes. Já não vai ser apenas o louco BdC a vociferar contra os moinhos de vento do #EstadoLampiânico, nós, Porto, também vamos começar a gritar. Contra árbitros, jornalistas, dirigentes de clubes, Federação, Liga... é ler os pontos do comunicado. Tudo spot on. Concordo com todas.
Uma das maiores críticas que se fazia a BdC e à sua estratégia era, precisamente, de se ter isolado e combatido demasiadas batalhas sozinho. Que melhor adversário poderia ter senão o clube mais vitorioso (e poderoso) dos últimos 30 anos?
Agora, é verdade - tenho de o admitir - que me custa muito, demasiado, ver esta união de forças. Não a tinha percebido, tal como me parece que estou a entende-la hoje, quando ouvi falar sobre isto ontem à noite e fiquei pior que fodido. Eu li o livro do Marinho Neves "Golpe de Estádio", lembro-me ainda do Porto dos finais dos anos 90 e não esquecerei os roubos protagonizados por personagens do "Apito Dourado" ao Sporting. Mas ao ler as propostas do dito comunicado de hoje, esqueço-me. E, de certeza, vou me lembrar deles, dos roubos do "Apito Dourado", outra vez daqui a alguns dias. E depois esquecer-me-ei novamente quando sair o castigo do Samaris após o campeonato terminar. E vai ser assim durante os próximos tempos, com a consciência a balançar entre o "sistema" do passado e o "sistema" do presente. Odeio ambos com a mesma revolta mas o facto de ter sido o dir. comunicação do Porto a deslocar-se a Lisboa e não o contrário, dá-me alguma vontade de esquecer o passado. Até ver.
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Do Porto a Lisboa são 319 km de distância |
15 de novembro de 2016
"Títulos de Campeão Nacional de futebol" - Escrevem os leitores [jornal Record]
"Muito se tem discutido a questão dos "títulos" nacionais no futebol ao longo dos últimos tempos e ontem fomos brindados com uma capa do jornal "A Bola" que em vez de esclarecer, apenas vem adensar a polémica. Penso que o vosso jornal, na minha opinião o mais isento dos três jornais desportivos diários, poderia prestar um bom serviço a toda a comunidade que se interessa pelo tema e esclarecer definitivamente as pessoas, pois o que está em causa é essencialmente uma questão de português e da sua correcta interpretação.
E a questão é muito simples. Tudo depende do que se está a analisar, pelo que existem várias interpretações legítimas da contabilização dos "títulos".
Mas primeiro, alguns factos incontestáveis à luz da história:
1) O vencedor do Campeonato de Portugal foi sempre considerado à época, até à sua SUBSTITUIÇÃO, o campeão de Portugal, ou seja, o campeão nacional.
2) A I Liga, apesar de experimental (no sentido de aferir a viabilidade um campeonato de todos contra todos e esse campeonato passar a atribuir o título de campeão de Portugal) não deixa de ser uma competição oficial, e como tal deve contar para o palmarés dos seus vencedores;
3) O vencedor da I Liga, durante a sua curta existência, não recebia o título de Campeão de Portugal, mas apenas de campeão da I Liga, tendo a mesma ACABADO em 1938.
4) O título de Campeão de Portugal apenas passou a coincidir com o vencedor da Liga a partir da época 1938/39.
Estes factos estão atestados por actas da própria FPF:
Criação da I Liga em 1934 - "promover a título experimental o Campeonatos das Ligas, 1.ª e 2.ª Divisões, sem prejuízo dos Campeonatos Distritais, nem do Campeonato de Portugal";
Criação do actual Campeonato em 1938 - "acabar com os Campeonatos das Ligas e substituir o Campeonato de Portugal das jornadas em sucessiva eliminações, por um campeonato de maior rigor e regularidade, pelo sistema de "poule" em duas voltas".
Reparem bem nesta última Acta. O que é substituído é o Campeonato de Portugal e não o Campeonato das Ligas, o que é inequívoco acerca de qual a competição que até então atribuía o título de campeão nacional, o campeonato de Portugal. Caso fosse a então I Liga, então seria esta a ser substituída e não a acabar, como sucedeu.
Estes factos são indesmentíveis à luz da história, sendo totalmente descabido um revisionismo mais de meio século depois, apenas porque o formato da competição era X e não Y. Esse argumento é totalmente inaceitável, até porque há imensas competições que já atribuíram o mesmo título em diversos formatos (competições europeias e mundiais (mesmo de clubes), diversas modalidades (sistemas de playoff), escalões de formação, etc.), além de existirem países que contabilizam os seus campeões nacionais de futebol independentemente do formato da competição, mas sim com base no que era então convencionado. E em Portugal, desde 1921 até 1938, estava claramente convencionado qual a competição que atribuía o título de Campeão de Portugal. Era uma convenção aceite por toda a comunidade à época, pelo que tentar alterar, mais de meio século depois, o que as pessoas sentiam e aceitavam então, é totalmente inaceitável.
Isto não significa que não se considere mais justo um vencedor de uma Liga do que um sistema a eliminar. De facto, essa opinião é totalmente legítima, não pode é, só porque é mais justo, passar a ser mais de meio século depois o que não era então. De facto já na altura alguns defendiam que o campeão nacional deveria ser o campeão da Liga e não o vencedor do Campeonato de Portugal, mas isso, não passava de uma opinião, sem a necessária sustentação administrativa por parte da FPF. É exactamente o mesmo que defender uma alteração qualquer legislativa. Até pode existir unanimidade acerca da mesma, no entanto a mesma só passa a ser lei depois de aprovada nos órgãos competentes. E foi o que aconteceu também neste caso. Com base nessa "justiça", considerando que o Campeão Nacional deveria ser encontrado através do sistema de Liga, em 1938 a FPF, após 4 anos de experiência, decide passar a atribuir o título ao vencedor da nova liga então criada SUBSTITUINDO O CAMPEONATO DE PORTUGAL.
Ora perante este novo cenário, tratando-se de uma nova competição e tendo em conta que o campeão de Portugal se passou a apurar num sistema diferente do que acontecia até então, a generalidade da imprensa decidiu separar todos estes títulos (Campeonato de Portugal, I Liga e Campeonato Nacional), contabilizando-os separadamente até meados dos anos 2000. É fácil ver nos vossos registos e publicações isso mesmo.
Portanto, o que não se entende (porque está historicamente errado) é adicionar os títulos da I Liga aos títulos do campeonato nacional e designar os mesmos de "campeão nacional", pois não é a mesma coisa. Isto foi erradamente aceite pela imprensa desportiva a partir de meados dos anos 2000, mas constitui uma imprecisão histórica que deve ser esclarecida, até porque durante mais de 60 anos tudo era contabilizado distintamente, e sem polémicas.
E mesmo que isto, em determinado momento, tenha sido aceite pela FPF, é dever da imprensa desportiva resgatar a verdade histórica, pois, pura e simplesmente, esses títulos não podem ser, 60 anos depois, o que não eram então, mesmo que um qualquer órgão o delibere agora. Isso sim é revisionismo. É o mesmo que o parlamento alemão decretar que o Holocausto não existiu. Até poderia haver unanimidade, mas isso mudava o que de facto aconteceu?
Ou seja, voltando ao início, respeitando a história, tudo não passa de uma correcta aplicação do português.
Assim, se estivermos a falar de títulos de "campeão da Liga", efectivamente a contabilidade dos três grandes é a seguinte:
SLB - 35
FCP - 27
SCP - 18
FCP - 27
SCP - 18
devendo neste caso ser ressalvado que três dos títulos do SLB, bem como um do FCP, foram da I Liga (1934 a 1938),aos quais não correspondia então o título de campeão nacional.
Caso estejamos a falar de títulos de "campeão nacional", a contabilidade é a seguinte:
SLB - 35
FCP - 30
SCP - 22
FCP - 30
SCP - 22
devendo neste caso ser ressalvado que três dos títulos do SLB, bem como quatro do FCP e do SCP, foram do Campeonato de Portugal (1921 a 1938), prova em sistema de eliminatórias que foi substituída em 1938/39 pelo Campeonato Nacional.
Tudo isto, porque durante 4 anos, efectivamente, a Liga não atribuiu o título de "campeão de Portugal", mas apenas de vencedor da I Liga, cabendo o título de "campeão de Portugal" ao então vencedor do Campeonato de Portugal.
Devido a todo este historial, e perante um novo sistema instituído em 1938/39, no qual, pela primeira vez, o campeão da Liga (então designado Campeonato Nacional), passa a ser considerado o Campeão Nacional, a generalidade da imprensa decidiu contabilizar tudo separadamente, considerando apenas como campeão nacional os vencedores do campeonato nacional a partir de 1938/39. Apesar de não ser a mais correcta interpretação sob o ponto de vista histórico, como se viu atrás, foi de facto uma decisão salomónica, e que na verdade, durante mais de meio século, não mereceu grande contestação. Sob este prisma a contabilidade é a seguinte:
SLB - 32
FCP - 26
SCP - 18
FCP - 26
SCP - 18
Como referi anteriormente, durante mais de meio século, esta última contabilidade sempre foi relativamente pacífica, até que em meados dos anos 2000, decide-se alterar, e, imagine-se!, da pior forma, ou seja, considerando os títulos da I Liga, ao invés dos títulos do Campeonato de Portugal, como títulos de campeão nacional, ao arrepio da história e do que então estava convencionado e era formalmente reconhecido à época pela FPF. Porquê?
Espero sinceramente que o Record, respeitando também a sua história e todas as publicações que lançou ao longo dos tempos e que mais do que sustentam o que transmiti, saiba esclarecer definitivamente a opinião pública sobre o tema, a bem da verdade, e nada mais do que isso.
Dizer, por fim, que contabilizar os títulos do Campeonato de Portugal como títulos da Taça de Portugal, só porque se tratava de um sistema de eliminatórias e a taça era semelhante, é um exercício totalmente absurdo, pois ignora totalmente o contexto à época e as convenções então instituídas. Quem defende isso, demonstra bem o respeito que tem pela história - zero!"
Autores: Adolfo Sapinho
13 de novembro de 2016
#revisiona-mos
A maior supresa da grande "investigação" do jornal A BOLA de hoje é apenas que foi publicada já em novembro e não em maio, logo após mais um título do Benfica (para aumentar a humilhação) ou do Sporting (para retirar brilho). Tudo o resto que vem lá publicado por António Simões (pudera...) é algo que já tinha lido algures num qualquer blog lampião. As "chapas" do troféu da Taça de Portugal, a infame acta da FPF de 1939... já tudo era conhecido.
Apenas registo duas coisas:
- A tentativa, voluntária ou propositadamente, de "colar" a Bruno de Carvalho esta reivindicação do Sporting, quando já desde - pelo menos - 1954, esta questão se colocava.
- A omissão de frases, partes, pequenas peças do "puzzle", como por exemplo esta frase importantíssima do livro de Henrique Parreirão "(...) Federação respondeu, acabando com todas as dúvidas e confusões: São campeões de Portugal todos os clubes que ganharam esta prova, propriamente dita, de 1921/22 até 1937/38 e serão campeões nacionais os clubes que vierem a ganhar a competição, organizada em novos moldes, a partir de 1938/39."
Esta frase, alegadamente proferida pela FPF, "serão campeões nacionais os clubes que vierem a ganhar a competição, organizada em novos moldes, a partir de 1938/39", retira qualquer possibilidade de o Benfica poder - seja em 2005 ou noutra altura - reivindicar os 3 títulos do Campeonato da Liga (1934-1938) como sendo os de "campeões de Portugal" e juntá-los à lista dos 32 títulos de campeões da 1ª Divisão Nacional. Aliás, é o que, justamente, o próprio jornal A BOLA faz hoje! Não junta os títulos:
Agora, a partir do momento em que o Benfica "oficializa" o Campeonato da Liga de 37-38 (mais os de 35-36 e 36-37), acrescentando 3 títulos de uma assentada ao seu palmarés, feriu no orgulho (desportivo) de todos os que participaram nos desafios do Campeonato de Portugal disputados entre 1934 e 1938(39). Esse é o pecado mortal que faz com que o Sporting (e muito bem, digo eu), queira reivindicar os títulos ganhos entre 1921 e 1939. E sobre isto, não tenho mais nada juntar ao que já disse anteriormente.
EDIT:
Quero apenas terminar dizendo que eu não acredito que alguma vez a FPF, Liga, FIFA ou UEFA dêem razão ao Sporting. É algo que já tomo como garantido. É melhor que nos habituemos a isso.Isto faz-me lembrar o que se passa com a Juventus e os seus 32/34 títulos. Como se sabe, em 2006 rebentou o escândalo "Calciopoli", a Juventus foi enviada para a 2ª divisão e foram retirados (pela Liga Italiana) os 2 títulos de campeão ganhos em 2005 e 2006. Oficialmente, a Juventus tem "apenas" 32 títulos mas isso não impede os seus adeptos e o próprio clube de comemorarem e reivindicarem 34 títulos. Eu não concordo com a reivindicação da Juventus mas aceito o direito ao protesto do clube italiano e seus adeptos. E, ao final de contas, é isso que interessa. Quando escrevi este post, fi-lo tendo em mente apenas os adeptos do Sporting, não quis nem quero convencer lampiões. Não é isso que me importa. Eu sei bem em que país vivemos. Sei bem contra quem lutamos. O que me importa é o Sporting e os Sportinguistas, nada mais.
Sporting Sempre.
Apenas registo duas coisas:
- A tentativa, voluntária ou propositadamente, de "colar" a Bruno de Carvalho esta reivindicação do Sporting, quando já desde - pelo menos - 1954, esta questão se colocava.
- A omissão de frases, partes, pequenas peças do "puzzle", como por exemplo esta frase importantíssima do livro de Henrique Parreirão "(...) Federação respondeu, acabando com todas as dúvidas e confusões: São campeões de Portugal todos os clubes que ganharam esta prova, propriamente dita, de 1921/22 até 1937/38 e serão campeões nacionais os clubes que vierem a ganhar a competição, organizada em novos moldes, a partir de 1938/39."
Esta frase, alegadamente proferida pela FPF, "serão campeões nacionais os clubes que vierem a ganhar a competição, organizada em novos moldes, a partir de 1938/39", retira qualquer possibilidade de o Benfica poder - seja em 2005 ou noutra altura - reivindicar os 3 títulos do Campeonato da Liga (1934-1938) como sendo os de "campeões de Portugal" e juntá-los à lista dos 32 títulos de campeões da 1ª Divisão Nacional. Aliás, é o que, justamente, o próprio jornal A BOLA faz hoje! Não junta os títulos:
Agora, a partir do momento em que o Benfica "oficializa" o Campeonato da Liga de 37-38 (mais os de 35-36 e 36-37), acrescentando 3 títulos de uma assentada ao seu palmarés, feriu no orgulho (desportivo) de todos os que participaram nos desafios do Campeonato de Portugal disputados entre 1934 e 1938(39). Esse é o pecado mortal que faz com que o Sporting (e muito bem, digo eu), queira reivindicar os títulos ganhos entre 1921 e 1939. E sobre isto, não tenho mais nada juntar ao que já disse anteriormente.
EDIT:
Quero apenas terminar dizendo que eu não acredito que alguma vez a FPF, Liga, FIFA ou UEFA dêem razão ao Sporting. É algo que já tomo como garantido. É melhor que nos habituemos a isso.Isto faz-me lembrar o que se passa com a Juventus e os seus 32/34 títulos. Como se sabe, em 2006 rebentou o escândalo "Calciopoli", a Juventus foi enviada para a 2ª divisão e foram retirados (pela Liga Italiana) os 2 títulos de campeão ganhos em 2005 e 2006. Oficialmente, a Juventus tem "apenas" 32 títulos mas isso não impede os seus adeptos e o próprio clube de comemorarem e reivindicarem 34 títulos. Eu não concordo com a reivindicação da Juventus mas aceito o direito ao protesto do clube italiano e seus adeptos. E, ao final de contas, é isso que interessa. Quando escrevi este post, fi-lo tendo em mente apenas os adeptos do Sporting, não quis nem quero convencer lampiões. Não é isso que me importa. Eu sei bem em que país vivemos. Sei bem contra quem lutamos. O que me importa é o Sporting e os Sportinguistas, nada mais.
Sporting Sempre.
24 de maio de 2016
Grande, grande contratação!
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Finalmente, vamos tirar a prova dos nove e perceber se é possível ter um bom relvado em Alvalade ou não. |
RED substitui relvado do Estádio José Alvalade
A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD adjudicou à RED a substituição do relvado do Estádio José Alvalade.
A obra engloba a reparação do sistema de drenagem e alteração do sistema de rega e colocação de novo tapete de relva proveniente de França. A faixa de relva sintética envolvente ao relvado também será substituída.
A RED congratula-se por poder juntar o Sporting Clube de Portugal aos seus já clientes FC Porto, SL Benfica e Boavista FC, esperando poder continuar a contribuir para a valorização da importância do estado dos relvados nacionais.
Um bom relvado é uma condição essencial para assegurar um bom espetáculo de futebol, bem como para a defesa da integridade física de jogadores e árbitros.
http://www.relvados.com/pt/noticias/red-substitui-relvado-do-estadio-jose-alvalade/
retro-narrativa
"Carlos Xavier jogou grande parte da sua carreira no Sporting e nunca viu tanta rivalidade." Foi com esta frase que uma tal Miriam Assor, "jornalista freelancer", conforme se pode ler no seu perfil de Facebook, termina o seu texto intitulado "X-Files Bruno de Carvalho: O leão não ruge baixinho", que versa sobre a figura do presidente do Sporting Clube de Portugal, e que foi publicado nas páginas centrais da última edição da revista de domingo do Correio da Manhã. (Oh, a ironia de ler um texto escrito por uma judia sobre o presidente de clube mais perseguido de sempre em Portugal!)
Está visto qual vai ser o novo prisma pelo qual os adversários de BdC, sejam Sportinguistas ou benfiquistas, irão actuar nos próximos tempos. Se no ano passado, a narrativa era a de que BdC era louco, agora a narrativa faz uma volta de 180º e regressa aos primeiros tempos de BdC na presidência do Sporting: ele é conflituoso (e Luís Filipe Vieira é um senhor).
É esta a nova retro-narrativa. Começou com LFV, nas suas primeiras palavras após ter sido campeão, dizendo, hipocritamente e sem se rir, "Esta vitória não foi contra ninguém. (...) Não vou responder aos outros". Continuou depois, no desfilar de Sportinguistas "ilustres" que não se contiveram na hora de elogiar LFV - e o Benfica - na sua postura de "fair-play", ao contrário, presume-se, do seu homólogo de Alvalade. Veio Abrantes Mendes dizer que "temos de ter fair-play, senão isto é um mundo de cão e ninguém se entende" e ainda acrescentou que "gostaria que o seu clube tivesse um comportamento de maior "elevação dignidade e honra". Tivemos ainda a Isabel Trigo Mira, na sua habitual homilia de final/início de pré-época desejar que "estejam mais calmos, tanto ele como o presidente, porque não é assim que se ganham campeonatos", concluindo com um "Calem-se! (...) Se pensam que os sócios gostam muito 'disto', só se forem os sócios com menos de 15 anos... Os sócios 'normais' não gostam". Revelador.
A semana terminou com outra mensagem de parabéns a LFV de outro Sportinguista "ilustre", desta feita de Fernando Mendes, apresentador do concurso "O Preço Certo", da RTP, ao mesmo tempo que nem uma palavra de simpatia teve para JJ ou BdC. Certo, Fernando Mendes não é um Sportinguista "militante" mas dá para imaginá-lo como barómetro do sentimento Sportinguista burguês, cosmopolita, mais lisboeta. E é em Alvalade que se vota, não no "estrangeiro"...
Esta bonomia Sportinguista perante o Nacional-Benfiquismo endémico que aflige Portugal é um fenómeno impressionante. E assustador. Se há Sportinguistas a pensar que o Sporting de BdC/JJ é que é o mau da fita e LFV-Benfica o "bonzinho", imagine-se o que não pensarão os adeptos"tri-campeões" benfiquistas... Nem num ano em que assistimos a episódios tão flagrantes como a descida do árbitro Marco Ferreira de divisão (e as suas posteriores declarações), os vouchers, as SMSs, os jogos "amigáveis" com o Belenenses e outros, os processos "milionários" a Jorge Jesus e ao Sporting, e que culminou com a canalhice do "jogo da mala" e com o Benfica terminar o campeonato apenas com um (1) penalty contra e uma (1) expulsão, conseguimos trazer para o lado certo da trincheira estes tais Sportinguistas "ilustres". E que são um perigo para o próprio Sporting. Conseguem ajudar a esquecer tudo o que passou no futebol português pré-BdC e ainda camuflar o que se passou pós-BdC!
É uma completa falácia, para não dizer uma filha da putice, dizer-se que "nunca se viu tanta rivalidade". Quer dizer, há uma nova e forte rivalidade entre Sporting e Benfica (e Porto) mas não no sentido bélico como estes Sportinguistas "normais" e jornalistas "freelancers" querem fazer crer. É, realmente, impressionante como os media deste país (seus jornalistas, comentadores, paineleiros, convidados habituais, etc), conseguem criar uma realidade alternativa, completamente alienante e que levam Sportinguistas "normais" a elogiar o Benfica e o seu presidente na época em que mais guerrilha e jogo sujo fizeram ao Sporting, pelo menos, desde que me lembro. Para terminar, relembro só que, desde 2013, são raros os casos de violência entre claques do Sporting e outras (a cena dos casuals foi uma excepção) e até há bem pouco tempo (desde 2004!) as claques do Sporting estavam separadas, em bancadas diferentes do estádio!
Quando os presidentes do Sporting eram Dias da Cunha, José Eduardo Bettencourt ou Godinho Lopes, esses paladinos do fair-play e cordialidade, aí sim, havia uma rivalidade saudável entre Sporting e Benfica...
E quando metia Benfica e Porto, então...
Está visto qual vai ser o novo prisma pelo qual os adversários de BdC, sejam Sportinguistas ou benfiquistas, irão actuar nos próximos tempos. Se no ano passado, a narrativa era a de que BdC era louco, agora a narrativa faz uma volta de 180º e regressa aos primeiros tempos de BdC na presidência do Sporting: ele é conflituoso (e Luís Filipe Vieira é um senhor).
É esta a nova retro-narrativa. Começou com LFV, nas suas primeiras palavras após ter sido campeão, dizendo, hipocritamente e sem se rir, "Esta vitória não foi contra ninguém. (...) Não vou responder aos outros". Continuou depois, no desfilar de Sportinguistas "ilustres" que não se contiveram na hora de elogiar LFV - e o Benfica - na sua postura de "fair-play", ao contrário, presume-se, do seu homólogo de Alvalade. Veio Abrantes Mendes dizer que "temos de ter fair-play, senão isto é um mundo de cão e ninguém se entende" e ainda acrescentou que "gostaria que o seu clube tivesse um comportamento de maior "elevação dignidade e honra". Tivemos ainda a Isabel Trigo Mira, na sua habitual homilia de final/início de pré-época desejar que "estejam mais calmos, tanto ele como o presidente, porque não é assim que se ganham campeonatos", concluindo com um "Calem-se! (...) Se pensam que os sócios gostam muito 'disto', só se forem os sócios com menos de 15 anos... Os sócios 'normais' não gostam". Revelador.
A semana terminou com outra mensagem de parabéns a LFV de outro Sportinguista "ilustre", desta feita de Fernando Mendes, apresentador do concurso "O Preço Certo", da RTP, ao mesmo tempo que nem uma palavra de simpatia teve para JJ ou BdC. Certo, Fernando Mendes não é um Sportinguista "militante" mas dá para imaginá-lo como barómetro do sentimento Sportinguista burguês, cosmopolita, mais lisboeta. E é em Alvalade que se vota, não no "estrangeiro"...
Esta bonomia Sportinguista perante o Nacional-Benfiquismo endémico que aflige Portugal é um fenómeno impressionante. E assustador. Se há Sportinguistas a pensar que o Sporting de BdC/JJ é que é o mau da fita e LFV-Benfica o "bonzinho", imagine-se o que não pensarão os adeptos"tri-campeões" benfiquistas... Nem num ano em que assistimos a episódios tão flagrantes como a descida do árbitro Marco Ferreira de divisão (e as suas posteriores declarações), os vouchers, as SMSs, os jogos "amigáveis" com o Belenenses e outros, os processos "milionários" a Jorge Jesus e ao Sporting, e que culminou com a canalhice do "jogo da mala" e com o Benfica terminar o campeonato apenas com um (1) penalty contra e uma (1) expulsão, conseguimos trazer para o lado certo da trincheira estes tais Sportinguistas "ilustres". E que são um perigo para o próprio Sporting. Conseguem ajudar a esquecer tudo o que passou no futebol português pré-BdC e ainda camuflar o que se passou pós-BdC!
É uma completa falácia, para não dizer uma filha da putice, dizer-se que "nunca se viu tanta rivalidade". Quer dizer, há uma nova e forte rivalidade entre Sporting e Benfica (e Porto) mas não no sentido bélico como estes Sportinguistas "normais" e jornalistas "freelancers" querem fazer crer. É, realmente, impressionante como os media deste país (seus jornalistas, comentadores, paineleiros, convidados habituais, etc), conseguem criar uma realidade alternativa, completamente alienante e que levam Sportinguistas "normais" a elogiar o Benfica e o seu presidente na época em que mais guerrilha e jogo sujo fizeram ao Sporting, pelo menos, desde que me lembro. Para terminar, relembro só que, desde 2013, são raros os casos de violência entre claques do Sporting e outras (a cena dos casuals foi uma excepção) e até há bem pouco tempo (desde 2004!) as claques do Sporting estavam separadas, em bancadas diferentes do estádio!
Quando os presidentes do Sporting eram Dias da Cunha, José Eduardo Bettencourt ou Godinho Lopes, esses paladinos do fair-play e cordialidade, aí sim, havia uma rivalidade saudável entre Sporting e Benfica...
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Sporting - Benfica, 2004 |
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Sporting - Benfica, 2011 |
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Sporting-Benfica, 2009 |
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Benfica-Sporting, 2011 |
E quando metia Benfica e Porto, então...
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Olh'ós Directivo lá atrás em 2011! |
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23 de maio de 2016
23 de fevereiro de 2016
Sporttv meets Orwell ou como a Sporttv manipula a verdade desportiva
Porto - Moreirense no Dragão, 39 minutos de jogo e 0-2 para a equipa visitante, Palhinha faz falta sobre André André, agarra a bola e Danilo lança-se ao Palhinha, a Sporttv corta para outro plano e dois segundos depois, já só vemos Palhinha deitado no relvado, com ambas as mãos na cara, indiciando que houve qualquer coisa entre os dois jogadores. Agressão de Danilo? Um "chega-para-lá"? Simulação de Palhinha?
Nunca o saberemos*. Não saberemos porque a Sporttv não mostrou o lance em "direto" e nem sequer mostrou qualquer repetição do lance. Nada. E se foi agressão de Danilo e o árbitro não viu e o Moreirense quiser apresentar queixa, como fizeram os lampiões com Slimani? Não pode, porque não há imagens vídeo que suportem a queixa.
Se não existe em vídeo, não aconteceu. Isto é completamente Orwelliano. Ou patético. De Pateta, amigo do Mickey. #LigaMickeyMouse
*Eu não vi o jogo todo, vi apenas até ao intervalo e durante esse período, a Sporttv não mostrou qualquer repetição do episódio entre Danilo e Palhinha. Se mostrou mais tarde, durante a emissão ou noutro espaço informativo, retiro o que disse e peço desculpas. Já agora, pedia a quem viu o jogo todo para confirmar(em) se houve repetição do lance em questão ou não. Obrigado.
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21 de dezembro de 2015
merda
Em 1967, Giorgio Bertotto, ex-árbitro e um "designatore arbitrale" (alguém que escolhe árbitros para os jogos), disse que a maioria dos árbitros italianos vivia sob uma "escravatura psicológica", isto é, que a pressão dos clubes grandes, como a Juventus (cujos donos também possuíam a fábrica de automóveis FIAT), os fazia quase sempre favorecer as equipas mais fortes em detrimento das mais fracas. Esse sentimento de que existe um "preconceito institucionalizado" é de tal forma generalizado que os adeptos olham com cinismo para os vencedores dos campeonatos ("campeonato da fruta", "campeonato do túnel", "campeonato do Estoril no Algarve", etc) e resulta em frases do género "Talvez este ano eles nos deixem ganhar" ou "Este ano vai ser do clube X".
Portugal é a mesma merda. E foi por isso que percebi - e percebo - a preocupação e insistência de manter o Sporting como favorito ao título, O grande favorito deste ano. Era necessário que todos os que estão ligados ao fenómeno do futebol em Portugal, direta (árbitros, adversários, dirigentes) ou indiretamente (adeptos, jornalistas) olhassem para esta época e dissessem "Este ano é do Sporting".
O que resultou nestes últimos anos em ser o underdog e usar a táctica "jogo-a-jogo", esperando que ninguém note em nós e nunca assumindo a candidatura ao título? Pois.
Este ano tinha(tem) de ser "o ano do Sporting" e como tal, não se pode dar abébias. O Inter, líder do campeonato italiano, perdeu ontem em casa com a Lazio. A segunda pergunta que o jornalista fez ao treinador do Inter na flash interview foi se ele não achava que "tantas festas nestes últimos dias pudessem ter afectado os jogadores e o ambiente". Óbvio que Mancini respondeu que não, que as festas não tinham afectado nada. (Pesquisei, o Inter organizou, pelo menos, uma festa de Natal na noite de quarta feira passada. A mulher do Icardi foi a estrela da noite.)
A pergunta que eu faria ao Jorge Jesus na flash interview de ontem seria mais ou menos isto: "Não acha que organizar uma festa, que incluía ida a um espectáculo teatral, jantar com patrocinadores e uma entrega de prémios, incluindo a maior estupidez da época, que é entregar o prémio de "treinador do ano" a alguém que só está há seis meses no clube, a dois(!) dias de um jogo importante do campeonato, é uma burrice do caralho?"
Era isto que perguntaria a JJ e a BdC. É que parecia que os jogadores entraram no relvado da Choupana ainda de fato e gravata vestidos e só se lembraram que tinham mesmo de ganhar o jogo já na segunda parte.
Candeia que vai à frente alumia duas vezes e era importantíssimo receber o Porto como líderes do campeonato. Pela confiança que daria, pelos dois pontos a mais, pela pressão que colocaria ao Porto, etc, mas acima de tudo, pela "escravatura psicológica" que aplicaria no árbitro... É que, subitamente, "Este ano é do Sporting" passou para "Queres ver que vai ser o ano do Lopetegui..?"
**
Sim, não escrevi nada durante as semanas que andámos a ganhar e no topo do campeonato e agora perdemos dois jogos e já estou a escrever no blog. É verdade. Para já, sou preguiçoso e depois, não sei lidar com o sucesso. Quando tal acontece, a única coisa que penso fazer é mesmo não fazer nada, para não agoirar e dar cabo da sorte. No início desta época, passadas 5 jornadas, o Torino tinha 4 vitórias e um empate. Ia ser "o ano do Torino". Um jornalista falou com vários adeptos entusiasmados do Toro mas houve um deles que não exibia qualquer espécie de felicidade. "Porque não festeja este início de época brilhante?", perguntou o jornalista, ao que o adepto respondeu "Porque já sei como é o Torino. Alguma coisa má está para acontecer."
Eu e o Sporting.
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5 de outubro de 2015
Football Leaks Faz Tremer o Mundo do Futebol (e provavelmente o seu autor)
O especial "Football Leaks", que a CMTV transmitiu no sábado passado, começou com esta pergunta do entrevistador ao "especialista em futebol", Carlos Janela:
"Acredita, pela experiência que tem do futebol português, para além disso, é também um especialista, um conhecedor profundo de toda esta dinâmica dos fundos, acredita que por detrás deste 'Football Leaks' possa estar um empresário com ligações ao futebol português?"
Estava dado o mote para o dito especial. Mais do que ir ao conteúdo dos documentos revelados pelo "Football Leaks", o que interessava ao apresentador e, enfim, ao programa em si, era discutir a origem e, se possível, a identidade de quem colocou os documentos no tal blog russo. Foi por isso que convidaram, além de Carlos Janela, o "especialista em informática" e jornalista do CM, Reginaldo Rodrigues de Almeida, o doutorado em Direito, André Ventura e o ex-inspector-chefe da Polícia Judiciária, Carlos Anjos. A estes, juntou-se ainda, noutro estúdio, o jornalista "desportivo" do CM, Octávio Lopes.
A resposta de Carlos Janela à primeira pergunta do apresentador foi elucidativa quanto ao propósito de Janela no programa. Após uma breve introdução com "Essa pergunta é muito interessante para abrir" e de mais umas banalidades, comparando o blog russo com o caso "Wikileaks" e enaltecendo o anonimato que o autor do "Football Leaks" beneficia, Janela sentencia:
"(...) Não há hipótese nenhuma de estarmos aqui - dado o suporte documental que está a debitar na opinião pública - não há qualquer hipótese aqui de dizermos que está uma figura... err... err... construiu uma teoria da conspiração contra algo porque os factos que constam ou o conteúdo dos documentos desmentem ou retiram qualquer dúvida ou qualquer teoria da controvérsia." (23h05m)
Para Carlos Janela, o facto de alguém ter colocado num blog russo documentos sobre futebol é a prova que NÃO se trata de alguém (empresário) com ligações ao futebol (português). Esclarecedor, de facto.
Depois, Janela esquece a pergunta inicial e centra-se no conteúdo dos documentos e aproveitando para mandar abaixo Bruno de Carvalho e o Sporting. Notou-se que Janela veio ali para debater os documentos, os fundos, Sporting, etc, e não queria saber minimamente quem era o autor do blog russo.
O debate continua com os outros convidados: perfil do autor do blog, leis portuguesas e russas relativas a crime informático, quadro penal numa eventual condenação, facilidade de se criar um blog russo a partir de Portugal, queixa do Sporting à PJ, enfim, o tema central do programa: a origem do blog.
Octávio Lopes entra no debate, recorda-nos do passado recente de BdC e do Sporting perante os fundos, fala em Pedro Guerra e o tal 'draf' do Mitroglou, FIFA, Liga Inglesa, etc. Nada de particular interesse.
Voltamos ao tema central do debate com André Ventura, um "doutorado em Direito" com boa dicção mas que não me parece ser muito brilhante. Pelo meio das suas teorias e ideias sobre a origem dos documentos, leis russas e molduras penais, tem ainda tempo para criticar Bruno de Carvalho e a sua gestão desportiva/comunicacional(!). Um Rui Pedro Braz da justiça, portanto. (23h47m)
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André Ventura na BTV. #IstoEstáTudoMinado |
Entretanto, drama em direto: o apresentador anuncia um "alerta CM", comunicando que o ip que foi utilizado no tal blog russo está registado em Portugal!
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Carlos Janela com sede. |
Debate-se então durante mais uns minutos sobre ips, anonimato, impressoras, quando entra Carlos Janela na discussão, dizendo "(...) tinha sido obrigatório, o Sporting ter feito e deliberado, ao mesmo tempo que apresentou queixa à Polícia Judiciária - era ter anunciado um inquérito interno (...)". André Ventura respondeu que o Sporting não o fez "e muito bem", diz ele, porque tal significaria assumir responsabilidades na fuga/divulgação dos documentos. Entretanto, Carlos Anjos concorda com a teoria de que haja um "Snowden", interno ou externo, na origem dos documentos e que visa atacar a atual direção do Sporting.
Janela aproveita, mais uma vez para atacar BdC e ainda fala num castigo já aplicado pela FIFA a dois clubes, um suíço e outro turco, por irregularidades a nível de fundos e TPO. Confesso que não sei que clubes são nem se tais castigos aconteceram realmente.
Chegamos ao fim e ao momento mais interessante do programa. Reginaldo remata com a conclusão - óbvia - de que o tal "site russo é tão russo como eu" e "[o autor do blog] tenta dar aqui algum lado romântico e de espionagem a isto, quando isto é uma coisa feita aqui em casa", isto é, criado por alguém residente em Portugal. Diz ainda que, na opinião dele, tendo em conta o conteúdo e a forma do que foi escrito nos posts do tal blog, o perfil-robot do seu autor encaixa-se... numa autora, uma mulher, entre os 30 e 40 anos, como sendo a autora material do "Football Leaks", ainda que tenha outra pessoa, eventualmente um empresário de futebol ou alguém ligado ao fenómeno, por trás a mexer os cordelinhos. (23h51m)
Eis então que, finalmente, Carlos Janela demonstra interesse pelo assunto principal do programa - quem será o autor do "Football Leaks"- e vai mesmo um pouco mais além, colocando-se mesmo pele do prevaricador, colocando a seguinte questão:
"Apanham essa pessoa e essa pessoa diz assim 'Não. Eu limitei-me... err... err... Tenho direito a informar, tenho direito à informação, a Carta dos Direitos Humanos prevê que as coisas têm o direito a ser informadas e partilhar... e... e... O que é que acontece a essa pessoa?" (23h53m)
Ventura diz, claramente, - e dá o caso do "Tuga Leaks" como exemplo -, que essa pessoa, em Portugal, vai presa.
Porque é que eu me interessei tanto por este especial "Football Leaks" ao ponto de o ver e depois escrever sobre ele? Porque sabia que Carlos Janela iria participar e porque me lembrava de ter lido isto há umas semanas...
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Comentário feito pelo excelso @OArtistaDoDia no seu blog |
Elementar, meu caro Watson.
2 de setembro de 2015
As 5 teorias mais mirabolantes do #MaisTabaco
#5 "Bruma no Porto"
#4 "O negócio Jiménez"
#3 "Gaitán no Man Utd"
#2 "Lamela no Porto"
#1 "Di Maria no Benfica"
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mindfuck,
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teorias mirabolantes
30 de agosto de 2015
10 de agosto de 2015
A merda da RTP Informação
1 de agosto 2015, dia do jogo Sporting - Roma, de apresentação aos sócios e adeptos. Durante a tarde e antes do jogo, todos os canais enviaram um repórter para as imediações do estádio Alvalade para fazerem aquelas reportagens típicas pré-jogo e para perguntarem aos adeptos por quantos golos iria o Sporting ganhar. Bem, todos os canais, não. Houve um que não o fez, a RTP Informação. E muito bem, pensei eu na altura. Tais reportagens são frívolas demais para serem alvo de interesse por parte da televisão pública. Mas esperei para ver...
8 de agosto 2015, dia do jogo Porto - Nápoles, de apresentação aos sócios e adeptos. Durante a transmissão da RTP Informação, antes da hora de início do jogo Porto - Nápoles...
Já fiz o meu papel....
http://www.rtp.pt/wportal/grupo/provedor_tv/enviarmensagem.php
8 de agosto 2015, dia do jogo Porto - Nápoles, de apresentação aos sócios e adeptos. Durante a transmissão da RTP Informação, antes da hora de início do jogo Porto - Nápoles...
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18h15m |
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18h59m |
Já fiz o meu papel....
http://www.rtp.pt/wportal/grupo/provedor_tv/enviarmensagem.php
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porto,
prostituição intelectual,
roma,
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só merda,
Sporting
26 de julho de 2015
"Douglas não foi para o Sporting por manobra de bastidores muito estranha"
António Simões, jornalista d'A BOLA (TV) desvendou que Douglas, defesa central pretendido pelo Sporting e Jorge Jesus, só não veio para Alvalade por uma "manobra de bastidores muito estranha". De notar que, quando António Simões conta isto, olha para Fernando Guerra, como que dizendo que este sabe bem o que se passou...
28 de abril de 2015
Prioridades
Ontem li um artigo muito interessante no site da reputada revista "World Soccer" onde o jornalista Tim Vickery, há anos radicado no Brasil e profundo conhecedor do futebol sul-americano, dá a explicar a sua teoria por detrás das mais recentes surpresas do futebol chileno e peruano. Parece que o campeonato peruano é dividido em três fases mas nesta primeira fase que culminou numa final disputada na capital, Lima, entre o favorito local (e nacional) Alianza Lima e o novato Universidad César Vallejo (clube formado em 1996!), o vencedor acabou por mesmo o Universidad César Vallejo, ganhando o jogo por 2-1, sendo o golo vencedor sido marcado por Victor Cedron, jogador formado no clube e que tinha regressado há pouco tempo, após um empréstimo frustrante ao... Alianza Lima. Adiante.
Noutro campeonato sul-americano, o chileno, o Chile Cobresal ganhou o seu primeiro título de sempre, vencendo o Torneio Clausura 2015 (nunca percebi bem isto dos "Clausura" e "Apertura"...). O Chile Cobresal ganhou o jogo decisivo contra o Barnechea, por 3-2, enquanto o rival e favorito Universidad Catolica não conseguiu ganhar o seu jogo frente ao Deportes Iquique. O outro favorito, o conhecido Colo-Colo (não confundir com a nova alcunha do Benfica, trata-se mesmo do popular clube chileno), não conseguiu disputar o título até ao final porque, diz Tim Vickery, é nesta primeira fase do campeonato (o tal Torneio Clausura) que as equipas também disputam a Copa Libertadores (a Liga dos Campeões lá do sítio) e como essa taça é muito mais prestigiante que os campeonatos locais de Perú e Chile, as equipas que nela participaram (Sporting Cristal e Colo-Colo, respectivamente) apostaram mais nesses jogos, tornando-se impossível conseguir lutar em duas frentes ao mesmo tempo. Além de os resultados terem sido desanimadores, tanto na Libertadores (foram ambos eliminados) como nos campeonatos locais, o Colo-Colo teve muitos jogadores lesionados, o que resultou numa época decepcionante.
Noutro artigo de um outro jornalista inglês, desta feita com ligações a Portugal (acho que o gajo vive ou passa muito tempo no Porto), Andy Brassell, sobre o Montpellier e o campeonato francês, achei interessante que o assunto é muito semelhante ao artigo de Tim Vickery. Não é uma peça de opinião mas sim a notícia de que, a poucas jornadas do final da La Ligue, o treinador do Montpellier, Rolland Courbis, veio publicamente dizer que seria uma "catástrofe" para o clube, caso se apurassem para a Liga Europa esta época! (Montpellier está no 7º lugar do campeonato e se o PSG vencer a Taça de França, o 6º lugar apurará uma equipa para a Europa). Courbis parece que deu a entender que o clube ainda não está preparado, estrutural e desportivamente, para enfrentar duas "batalhas" ao mesmo tempo. Entretanto, veio o presidente do clube, Louis Nicollin, dizer que só um "preguiçoso" desdenharia a possibilidade de disputar a Liga Europa, tendo Courbis contra-atacado com "Posso ser muita coisa mas preguiçoso, não. Mas, para mim, se formos disputar a Liga Europa, começarão aí as nossas preocupações. Para o ano a seguir seria muito melhor."
Isto tudo fez-me lembrar a célebre "mini-polémica" durante o início desta época, quando, aparentemente, Jorge Jesus e Luís Filipe Vieira estavam de costas viradas relativamente ao papel que o Benfica deveria ter nas competições europeias: LFV, alegadamente, entendia que todos os jogos e competições são iguais na sua importância e, portanto, teriam de ser disputadas da mesma forma e com o mesmo empenho, e JJ, sem o "alegadamente", afirmou (e demonstrou depois na prática) que a prioridade era o campeonato nacional. Ora, aqui está, creio eu, um dos segredos para o título do Benfica desta época. Com uma equipa "pesada" e "velha", foi um alívio para JJ ter sido eliminado em dezembro da Liga dos Campeões e da Liga Europa. Junte-se a isso a eliminação na Taça de Portugal, mais o facto de isto ser uma "Liga Matrix" e está encontrado o caminho para o bicampeonato. Eu acho que a "polémica" entre JJ e LFV foi toda encenada. E bem, a avaliar pelos resultados.
O Benfica não pode ficar mais uma época a marcar passo na Liga dos Campeões, os adeptos não perdoarão (acho eu). Terão menos dinheiro (a crer no que se diz...) para o plantel e jogadores mais velhos um ano (Luisão, Maxi, Jonas, Lima...). O Porto também não terá Danilo, aparentemente Jackson, e mais os emprestados (Oliver, Casemiro). Se não tiver Lopetegui e outro treinador novo, não sei será bom ou mau a longo prazo mas no imediato, será bom... para o Sporting.
Temos de manter a maior parte do plantel, o treinador e assumir que a prioridade é o campeonato! Como? Fazendo como os outros fazem, metendo o presidente a dizer o banal "O Sporting joga sempre igual em todas as competições", "A prioridade é ganhar tudo", blá-blá-blá e meter na cabeça do treinador, nem que seja preciso enfiar o comprimido vermelho à força, que a prioridade é o campeonato! 2-0 fora em Wolfsburgo? É cagar para isso, mudar meia equipa (normalmente, da defesa para a frente) e poupar esforços para ir ao Dragão, por muito que depois a previsível derrota em casa frente aos alemães custe no orgulho dos adeptos e no ego do treinador.
O Sporting tem de ser campeão o mais rapidamente possível. É preciso que se entenda isto muito bem. E para podermos cagar para a Europa (e mesmo Taça de Portugal) é absolutamente imprescindível vencer a Taça de Portugal daqui um mês, de modo a termos "lastro" para sobreviver à desconsideração das competições europeias e taças nacionais na próxima época. Se tudo isto for bem feito, principalmente por Marco Silva, os sportinguistas entenderão muito bem, pois ficou provado na "crise" de dezembro que confiam e apoiam este treinador. Pelo menos, mais uma época.
Noutro campeonato sul-americano, o chileno, o Chile Cobresal ganhou o seu primeiro título de sempre, vencendo o Torneio Clausura 2015 (nunca percebi bem isto dos "Clausura" e "Apertura"...). O Chile Cobresal ganhou o jogo decisivo contra o Barnechea, por 3-2, enquanto o rival e favorito Universidad Catolica não conseguiu ganhar o seu jogo frente ao Deportes Iquique. O outro favorito, o conhecido Colo-Colo (não confundir com a nova alcunha do Benfica, trata-se mesmo do popular clube chileno), não conseguiu disputar o título até ao final porque, diz Tim Vickery, é nesta primeira fase do campeonato (o tal Torneio Clausura) que as equipas também disputam a Copa Libertadores (a Liga dos Campeões lá do sítio) e como essa taça é muito mais prestigiante que os campeonatos locais de Perú e Chile, as equipas que nela participaram (Sporting Cristal e Colo-Colo, respectivamente) apostaram mais nesses jogos, tornando-se impossível conseguir lutar em duas frentes ao mesmo tempo. Além de os resultados terem sido desanimadores, tanto na Libertadores (foram ambos eliminados) como nos campeonatos locais, o Colo-Colo teve muitos jogadores lesionados, o que resultou numa época decepcionante.
Noutro artigo de um outro jornalista inglês, desta feita com ligações a Portugal (acho que o gajo vive ou passa muito tempo no Porto), Andy Brassell, sobre o Montpellier e o campeonato francês, achei interessante que o assunto é muito semelhante ao artigo de Tim Vickery. Não é uma peça de opinião mas sim a notícia de que, a poucas jornadas do final da La Ligue, o treinador do Montpellier, Rolland Courbis, veio publicamente dizer que seria uma "catástrofe" para o clube, caso se apurassem para a Liga Europa esta época! (Montpellier está no 7º lugar do campeonato e se o PSG vencer a Taça de França, o 6º lugar apurará uma equipa para a Europa). Courbis parece que deu a entender que o clube ainda não está preparado, estrutural e desportivamente, para enfrentar duas "batalhas" ao mesmo tempo. Entretanto, veio o presidente do clube, Louis Nicollin, dizer que só um "preguiçoso" desdenharia a possibilidade de disputar a Liga Europa, tendo Courbis contra-atacado com "Posso ser muita coisa mas preguiçoso, não. Mas, para mim, se formos disputar a Liga Europa, começarão aí as nossas preocupações. Para o ano a seguir seria muito melhor."
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Cheira-me que para o ano este Rolland Courbis já não treina o Montpellier |
Isto tudo fez-me lembrar a célebre "mini-polémica" durante o início desta época, quando, aparentemente, Jorge Jesus e Luís Filipe Vieira estavam de costas viradas relativamente ao papel que o Benfica deveria ter nas competições europeias: LFV, alegadamente, entendia que todos os jogos e competições são iguais na sua importância e, portanto, teriam de ser disputadas da mesma forma e com o mesmo empenho, e JJ, sem o "alegadamente", afirmou (e demonstrou depois na prática) que a prioridade era o campeonato nacional. Ora, aqui está, creio eu, um dos segredos para o título do Benfica desta época. Com uma equipa "pesada" e "velha", foi um alívio para JJ ter sido eliminado em dezembro da Liga dos Campeões e da Liga Europa. Junte-se a isso a eliminação na Taça de Portugal, mais o facto de isto ser uma "Liga Matrix" e está encontrado o caminho para o bicampeonato. Eu acho que a "polémica" entre JJ e LFV foi toda encenada. E bem, a avaliar pelos resultados.
O Benfica não pode ficar mais uma época a marcar passo na Liga dos Campeões, os adeptos não perdoarão (acho eu). Terão menos dinheiro (a crer no que se diz...) para o plantel e jogadores mais velhos um ano (Luisão, Maxi, Jonas, Lima...). O Porto também não terá Danilo, aparentemente Jackson, e mais os emprestados (Oliver, Casemiro). Se não tiver Lopetegui e outro treinador novo, não sei será bom ou mau a longo prazo mas no imediato, será bom... para o Sporting.
Temos de manter a maior parte do plantel, o treinador e assumir que a prioridade é o campeonato! Como? Fazendo como os outros fazem, metendo o presidente a dizer o banal "O Sporting joga sempre igual em todas as competições", "A prioridade é ganhar tudo", blá-blá-blá e meter na cabeça do treinador, nem que seja preciso enfiar o comprimido vermelho à força, que a prioridade é o campeonato! 2-0 fora em Wolfsburgo? É cagar para isso, mudar meia equipa (normalmente, da defesa para a frente) e poupar esforços para ir ao Dragão, por muito que depois a previsível derrota em casa frente aos alemães custe no orgulho dos adeptos e no ego do treinador.
O Sporting tem de ser campeão o mais rapidamente possível. É preciso que se entenda isto muito bem. E para podermos cagar para a Europa (e mesmo Taça de Portugal) é absolutamente imprescindível vencer a Taça de Portugal daqui um mês, de modo a termos "lastro" para sobreviver à desconsideração das competições europeias e taças nacionais na próxima época. Se tudo isto for bem feito, principalmente por Marco Silva, os sportinguistas entenderão muito bem, pois ficou provado na "crise" de dezembro que confiam e apoiam este treinador. Pelo menos, mais uma época.
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16 de março de 2015
2 de março de 2015
(Ainda) Não temos cadastro
Esqueçam os fundos, a Doyen, o BES, o Pinto da Costa, o Bebiano, o Duque - esqueçam esses vilões todos com quem BdC já travou guerras - o maior adversário do presidente do Sporting está aí e chama-se "adeptos do Sporting".
Eu já vi este filme demasiadas vezes. Como escrevi há uns tempos, o Sporting está metido num interminável loop maldito: Equipa não ganha - adeptos desesperam - presidente demite treinador - equipa não ganha - adeptos desesperam - presidente demite-se - novo presidente - a equipa não ganha - adeptos desesperam - presidente demite treinador - equipa não ganha - adeptos desesperam -presidente demite-se - novo presidente...
Acredito que esse loop, este complexo de Groundhog Day, vai ser finalmente quebrado com este presidente mas admito que está difícil. A vitória na final da Taça de Portugal deste ano é crucial para que tal aconteça. Ganhar no Jamor dará a BdC mais uns 6 meses de descanso até que o burburinho dos adeptos do Sporting comece de novo a fazer-se ouvir. Ganhar no Jamor, manter Marco Silva e a maior parte destes jogadores e fazer como fez JJ esta época: apostar (mesmo!) no campeonato. Apesar de muito difícil, é possível ser campeão. Não se pode é empatar em casa com o Moreirense, Belenenses e Benfica.
Ganhando o campeonato, acaba-se o loop.
Já vimos que, com as arbitragens que tivémos em Gelsenkirchen e Wolfsburg que a Liga Europa merece-nos tanta credibilidade como a Taça da Liga, portanto é rodar a equipa nesses jogos europeus e concentrarmos-nos apenas naquilo que interessa: ganhar os jogos da Liga. Ganhar ao Moreirense ou ao Belenenses em Alvalade é mais importante, neste momento da vida do clube, do que ganhar ao Wolfsburg ou ao Schalke.
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Quero que os jogadores do Sporting sejam feios, porcos e bons! |
Esta equipa, estes jogadores, este treinador, ainda não tem cadastro futebolístico. Ao pé de jogadores como Quaresma, Brahimi ou Jackson, são autênticos meninos de coro. É isso que me irrita neste Sporting de Marco Silva. Ok, eu gosto de ver os jogadores do Sporting a trocarem bem a bola e a jogarem um futebol de ataque mas há alguma equipa que ganhe títulos só com "meninos" a trocar bem a bola? Só o Barcelona e mesmo esses têm lá o Daniel Alves, Mascherano e Busquets p'ra dar umas porradas quando é preciso ou rodearem o árbitro, pedindo cartões amarelos para o adversário.
Em Roma sê romano. Em Portugal atiras-te para o chão a gritar quando mal te tocam e levantas o braço a pedir penalty sempre que a bola bata, da cintura para cima, num jogador adversário. E metes o pé rijo em todas as entradas para lá do nosso meio campo.
Espero que Marco Silva tenha aprendido com os seus erros (e não ilibo BdC também de alguns...) e que não os cometa novamente na próxima época. E é absolutamente essencial que BdC não perca a cabeça nem tome decisões para satisfazer a multidão, como fez LFV nos seus primeiros anos de mandato. Antes de JJ, houveram Camacho, Koeman, Fernando Santos, Quique Flores, Chalana...
A propósito, na primeira época de Mourinho, o Real foi trucidado em Nou Camp, perdendo 5-0. É admirável ler hoje o que o guarda-redes suplente na altura, Dudek, escreveu no seu livro sobre esse momento:
"5-0. Conseguem acreditar? O Barcelona derrotou-nos por 5-0. Foi um massacre. Depois do jogo, o nosso balneário estava um caos. Uns estavam a chorar, alguns a discutir e outros não tiravam os olhos do chão. Depois, José Mourinho entrou no balneário. Ele sabia que tudo tinha sido muito mau. Olhou para nós e disse:
'Eu sei que dói. Muito. Para muitos de vós, isto pode parecer a maior derrota das vossas vidas. Mas é só o início. Eles agora estão contentes, como se já tivessem ganho o campeonato. Mas apenas ganharam um jogo. Há ainda um longo caminho a percorrer para vencer o título. Amanhã, vocês estão livres. Mas não vão ficar em casa. Quero que vão ter com as vossas mulheres, filhos ou amigos e que vão dar um passeio pela cidade. Quero que demonstrem às outras pessoas que estão a saber lidar com isto. Talvez ouçam coisas más pelo caminho, mas não se escondam. Mostrem a vossa coragem. E depois disso, vamos lutar pelo título.'
Eu pensei para mim: 'Caramba, isto faz sentido'. Todos olharam entre si e pensaram que isto tinha resultado. Nós acabámos por nos reerguer mais rápido do que qualquer pessoa pensava. Nesse momento, depois do que Mourinho disse, percebi a real importância do lado psicológico no Desporto. Como te pode fazer rapidamente vencer ou perder. E percebi também o quão inteligente e forte psicologicamente era Mourinho."
E, na época seguinte, o Real foi campeão espanhol com 100 pontos. O JJ também levou uma vez 5-0 do Porto no Dragão, não foi despedido e agora vai ser bicampeão.
Já agora, enquanto estava a escrever isto, lembrei-me de outro momento do Mourinho, quando deu um "murro na mesa" e prometeu que seriam campeões na próxima época, após terem terminado esse ano em 3º lugar. E foram...
Era isto que eu queria (quero) para o meu Sporting. Um murro na mesa, muito sangue frio e Marco Silva na(s) próxima(s) época(s).
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