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8 de outubro de 2018

̶c̶h̶u̶l̶i̶s̶m̶o̶ cholismo

A principal questão que tem de ser esclarecida, neste momento particular do Sporting, é: qual é, afinal, o principal objetivo da equipa principal do Sporting para esta época? Ser campeão? Ficar em 2º (lugar de Champions)? Ficar em 3º/4º (lugar de Europa League)? Ficar em 3ª/4ª e ganhar uma das taças? É que, apenas quando se soubesse a resposta para esta questão é que os demais jornaleiros e comentadores poderiam aferir, justamente, se o trabalho do Peseiro à frente da equipa do Sporting tem sido bom, mau ou medíocre. Já os adeptos e sócios, esses, têm o direito de poderem dizer o que quiserem sobre aquilo que vêem em campo.

Por exemplo, o presidente que o contratou e que montou este plantel, Sousa Cintra, não teve pejo em dizer, várias vezes, que era para ser campeão. Quem vai buscar um jogador sérvio ao milionário campeonato chinês e um jogador italiano à Juventus, ainda que emprestados e um deles lesionado, é porque acredita no título. Quem abdica de jogadores jovens e da formação (Matheus, Geraldes, Demiral), em troca de jogadores consagrados (Gudelj, Sturaru ou mesmo Diaby), abdicou também de um projeto de futuro em troca da tão desejada consagração de campeão no final desta época. Foi isto que deduzi de tudo o que foi dito e feito durante a pré-época administrada por Sousa Cintra.





Há um mês, Frederico Varandas foi eleito o novo presidente do Sporting. Sinceramente, e não fui pesquisar se tal aconteceu ou não, não me lembro se ele deu alguma entrevista de "fundo" após a eleição. Estou-me a lembrar vagamente de umas palavras da Sporting TV, creio, mas não sei se a minha memória está certa ou não. Entrevista de "fundo", quase de certeza que não deu. Não sei se ele concorda com a perspectiva de Sousa Cintra, de que é para ser campeão já este ano. Mesmo que não seja de acordo ou principalmente por não estar de acordo, é que já deveria ter vindo a terreiro explicar isso. Quando perguntaram a Peseiro, há umas semanas, o que Varandas lhe tinha pedido para esta época, Peseiro foi mais ou menos evasivo mas ficou claro que Varandas não lhe exigiu o título (terá exigido "apenas" o 2º lugar? 3º/4º? Uma taça?).




Seja como for, seja estando o título definido com objetivo máximo para esta época ou "apenas" o 2º, 3º/4º lugar ou uma taça, a verdade é que a equipa do Sporting treinada por Peseiro não mostra qualidade palpável para tais objetivos e, pior, não se vislumbra que possa melhorar muito mais, seja pela fraca qualidade do plantel à disposição, seja pelos limitados atributos que a equipa técnica de Peseiro demonstra ter, tanto a nível técnico-táctico como a níveis humanos e pessoais.


Bruno Viana, Pablo Santos, Sequeira, Tiago Sá, Novais, Claudemir, Paulinho... sabem quem são estes ilustres desconhecidos? Fizeram parte do onze do Braga que, é verdade, empatou com o Rio Ave na passada jornada mas que estão 4 pontos à frente do Sporting de Coates, Acuña, Battaglia, Gudelj, Bruno Fernandes, Nani e Montero. O pior Sporting de sempre tinha obrigação de estar à frente de um Braga que, apesar de todas as loas tecidas, joga pouco mais do que este Sporting, que conta com um orçamento de 16 milhões de euros (Sporting tem 70M) e que, a juntar aos ilustres desconhecidos mencionados atrás, conta também com um trio de excomungados do Sporting e, pasme-se, é treinado por um ex-jogador e ex-treinador (despedido) da equipa B do Sporting. Se isto não é uma vergonha...

Por falar em vergonhas, ontem sofremos 4 golos do último classificado e a última vez que tínhamos sofrido 4 golos em jogos para o campeonato foi há 10 anos. 10 anos.

Portanto, chegados a este momento triste (mais um) da época do Sporting, convém saber, afinal, qual o principal objetivo da época. É que, mesmo que se aguente Peseiro até janeiro e se reforce a equipa, tal desiderato será, obviamente, mais uma vez, inútil porque este campeonato já está, infelizmente, decidido. O Benfica tem o melhor plantel em Portugal e será campeão facilmente, com uns 10 pontos de vantagem sobre o Porto. O máximo que poderemos ambicionar é lutar com o Porto pelo 2º lugar mas, se me perguntam a mim, direi que tal será bastante improvável e o mais certo é terminarmos a época a lutar com o Braga pelo 3º lugar. O mesmo Braga que não tem viagens a meio da semana à Ucrânia e que por isso pode jogar antecipada e descansadamente antes dos "grandes", obtendo nítidas vantagens devido à ausência da pressão inerente aos que jogam fora dos holofotes dos media.







Mesmo não sabendo qual o real objetivo para esta época, não tenho dúvidas de que o futuro de Peseiro no Sporting já é passado. Salvo qualquer milagre que nunca ocorreu no Sporting, que me lembre, nos últimos 30 anos, o destino de Peseiro será o despedimento, seja forçado ou por vontade própria, sob o movimento fatal de lenços brancos a serem acenados. É fatal como o destino. Espero que Frederico Varandas também já o tenha percebido e que esteja já a preparar o momento pós-Peseiro, idealmente com a dispensa de verdadeiros pesos-mortos no plantel, com ordem de regresso de alguns emprestados e com a assinatura de um treinador que revigore este plantel amorfo, banal e doente. Necessitamos de um "Simeone" que acorde estes jogadores para a vida e, se puder, que acorde também o próprio presidente. Precisamos de uma revolução dentro das quatro linhas.



22 de janeiro de 2018

"Objectivo" 7. Aquilo que se pretende alcançar, conseguir ou atingir. = ALVO, FIM, PROPÓSITO




Bruno de Carvalho tem um objectivo, tal como todos nós, Sportinguistas: ser campeão nacional. Para concretizar esse objectivo, tem um plano. Esse plano, basicamente, foi contratar o melhor treinador a treinar em Portugal, Jorge Jesus, e (tentar) apetrechar a equipa às necessidades e desejos de JJ. Estamos a meio da terceira época de JJ no Sporting e o objectivo ainda não foi conquistado. Por muito que BdC esteja a tentar parar a maré com as mãos, é impossível conter a insatisfação dos Sportinguistas face a um péssimo, inaceitável, resultado em Setúbal.

Quando BdC chegou ao Sporting, num contexto tenebroso e num estado de pré-falência, a primeira grande medida que tomou foi implementar uma série de cortes, desde o jornal do Sporting, departamentos, futebol profissional, salários, tudo foi objecto da "austeridade" pós-Croquetismo. Lembro-me de uma história que li algures, num blog ou fórum leonino, que a obsessão de BdC com o despesismo ia ao ponto de fazer contas ao dinheiro gasto em parafusos numa pequena reparação no estádio. E nós, Sportinguistas, estávamos nessa altura mais cientes do estado do nosso clube do que alguma vez estivemos na história centenária leonina. Aceitámos perfeitamente que o caminho que íamos ter nos próximos anos iria ser um caminho muito duro, com pouco dinheiro, aposta na formação e sempre na sombra dos nossos rivais, na esperança de uma época má de ambos e uma excelente época nossa. Repito, a noção coletiva dos adeptos Sportinguistas era a que, de facto, BdC era o homem certo no local certo e que a recuperação do clube, rumo ao objectivo principal, iria ser doloroso e demorado. Tínhamos aceitado essa realidade.

Pois bem, logo na primeira época completa de BdC à frente do clube, na época de Leonardo Jardim, fomos todos surpreendidos quando estivemos, até bem perto do final da época, a discutir o título com o Benfica de JJ. Uma equipa low-cost, repleta de putos da formação (ainda que com o calendário mais alivido pela não presença nas competições europeias desse ano, é verdade), vindos da pior época de sempre do clube e, mesmo assim, estivemos na luta. Epah, isto se calhar não vai demorar assim tanto tempo. Se calhar, é possível sermos campeões com BdC mais cedo do que julgávamos, foi o pensamento geral dos Sportinguistas e, admito, até do próprio BdC, que deve ter ficado surpreendido com tão rápida colocação do Sporting na dianteira da corrida ao título.

Veio Marco Silva, o empréstimo de Nani e, julgo eu, BdC julgava mesmo que era possível ser já campeão na sua 2ª época como presidente. Creio que até foi nessa pré-época que Inácio disse que íamos partir na pole-position. Não fui ao Google confirmar mas, se não disse nessa pré-época, disse na seguinte, na primeira de JJ como treinador. Pouco importa, o que quero relevar é que as expectativas, tanto do presidente e restante direção, como dos adeptos, na sua grande maioria, era a de que íamos mesmo lutar pelo título. Lutar a sério, não aquela banalidade de se dizer que o Sporting, como clube grande que é, é sempre candidato ao título.

Aconteceu o que aconteceu com Marco Silva, mesmo assim ainda ganhámos a Taça de Portugal e no final da época, toda a gente ficou surpreendida - toda - com o anúncio de JJ como treinador principal do Sporting. É uma mudança de paradigma brutal. Passáramos do Sporting austero e com Naby Sarr no centro da defesa para o Sporting pujante e com Coates como patrão da defesa. JJ nunca o afirmou perentoriamente, como, por exemplo, Mourinho disse, logo na sua primeira época no Porto, e batendo, literalmente, na mesa, "Vamos ser campeões!", mas todos nós acreditávamos que íamos mesmo ser campeões. E quando iniciámos aquela época de forma tão impressionante e imponente, vencendo a Supertaça ao Benfica, vencendo na Luz para o campeonato e eliminando-os da Taça de Portugal em Alvalade, todos já nos víamos no Marquês, jogadores e dirigentes incluídos. Só isso explica a soberba e desleixo demonstrados, logo em dezembro, quando perdemos de forma surpreendente em casa do União da Madeira. O resto é a história que todos nós sabemos e que o pontapé falhado de Bryan Ruiz fará questão de perpetuar para sempre na memória de todos nós. Veio a 2ª época de JJ, onde todos julgaram (incluindo adeptos) que era apenas uma questão de retocar a equipa, de modo a evitar os erros cometidos, e continuar o trabalho deixado "a meio" na época passada. Foi a desilusão que se sabe.

Estamos na 3ª época de JJ, começamos de forma imperial, ainda que demonstrando uma incapacidade preocupante de vencer equipas do nosso quilate (empates com Porto, Braga e Benfica) e de penetrar confortavelmente em equipas defensivamente bem montadas (vitórias sofridas contra Setúbal e Feirense na primeira volta, empates comprometedores com Moreirense e agora com o Setúbal). É isso que BdC demonstra, pelos constantes posts e respostas que tem feito no Facebook, ainda não ter conseguido perceber: os adeptos do Sporting estão desiludidos porque a isso foram levados. Por esta altura, já pensávamos ter sido campeões, pelo menos uma vez, e, no entanto, estamos em 2º lugar, a potenciais 4 pontos do Porto e com o Benfica tetra-campeão à perna.

As expetativas do adepto comum Sportinguista são aquelas construídas a partir da 1ª época de JJ, e que treina um plantel que inclui Bas Dost, vindo da Bundesliga, e Wendel, craque brasileiro também pretendido pelo Paris Saint-Germain. Não são as expectativas de 2013, quando vínhamos de um 7º lugar e tínhamos uma dupla de centrais constítuida por Sarr e Maurício. As críticas são inevitáveis e, mais importante, legítimas. Sempre foram e sempre serão. Claro que não me refiro a insultos ou coisas desse tipo. Se um adepto não puder gritar e aplaudir quando ganha e gritar e "assobiar" quando perde, então, nessa altura, isto deixa de ser futebol e passa a ser outra coisa qualquer. Não peçam ao adepto de futebol racionalidade, memória, gratidão ou justiça, porque isso nunca irá acontecer, salvo em raras excepções. Já ninguém se lembra do PER, luta com a banca ou o relvado aos buracos. Ninguém quer saber dos 12 anos sem pavilhão, só importam os 16 anos sem ser campeão. É uma pena mas é assim.

A única forma de calarem os adeptos é com vitórias. Acho que já era tempo de terem percebido isso.

2 de agosto de 2014

Inimaginável

O Dier é como aquele ursinho de peluche que temos desde os 9 anos e que a certa altura, os nossos pais nos dizem que temos de nos livrar dele, pois estamos demasiado velhos para ter brinquedos e que temos de pensar no nosso futuro. Um pouco como acontece com Andy no "Toy Story 3", quando tem de decidier (:D) entre manter o seu brinquedo de infância ou mandá-lo para o sotão (e continuar a invadir os seus sonhos). Muitas vezes sonhei com um Sporting campeão e com o Eric Dier a titular no centro da defesa. :(



O Dier só pode ser o astronauta, pois o cowboy é puro americano.


Nem mesmo os meus "pais" me conseguem convencer que o tínhamos de vender. Houve muito tempo para se saber de cláusulas "escondidas" e para negociar a renovação. Só quando eu estiver a trabalhar numa boa empresa multinacional, com um salário chorudo, vivendo com a minha mulher e família numa casa com uma white picket fence, isto é, quando formos campeões nacionais, aí sim, direi "Tinham razão, pai e mãe" (em terem vendido o meu brinquedo favorito). Até lá...


Dier vale muito mais que cinco milhões de euros. Dier, um titular das selecões jovens de Inglaterra, cara da Umbro e um menino-bonito-inglês-que-se-formou-no-clube-de-Cristiano-Ronaldo-Nani-e-Figo, vale muito mais que 5 milhões de euros. Mas Rojo, confirmando-se a maior oferta possível por ele, no valor de 20 milhões de euros, vale exactamente o mesmo que Dier. Vale exactamente o mesmo, porque o Sporting só tem 25% do passe do Rojo, portanto, apenas receberia 5M se fosse vendido por 20M (o mínimo pelo qual, aparentemente, o Sporting aceita fazer negócio). O Sporting recebeu 5M do Tottenham por Dier.


Assim, se me dissessem que, se tivesse de escolher entre os 5M de Dier ou os 5M de Rojo, escolheria sempre os 5M de Dier, como é óbvio. Rojo granjeou uma aura de defensor "mundial", talvez o único jogador do plantel com esse estatuto, aparte de William Carvalho. Se Rojo continuar no Sporting, compreenderei a saída de Dier, caso contrário, será sempre uma ferida na presidência de Bruno de Carvalho e que apenas sarará se formos campeões nacionais.


Esta é a época mais importante do Sporting nos últimos anos. Absolutamente decisiva, tanto do ponto desportivo, como "moral", social, como queiram denominar, E porquê? Porque o Benfica, finalmente, vai jogar com alguns putos da formação.

O Sporting, há anos quem vem jogando com putos da formação, como todos nós bem sabemos. Patrício, Moutinho, Djaló, Pereirinha, Veloso, Nani, Ronaldo, Bruma, Dier, Cédric, Adrien, Carvalho, etc. Um ponto comum nestes jogadores todos? Nenhum deles foi campeão no Sporting. Repito, nenhum deles foi campeão no Sporting.

Conseguem imaginar o que seria se, por acaso, Jorge Jesus (e o Benfica), conseguisse ser campeão esta época, tendo no plantel os putos da formação do Seixal, como Teixeira, Silva, Cancelo e Cavaleiro?

Pensem bem nisto e na repercussão que tal feito teria por todo o lado. Inimaginável....


Espero que BdC, Inácio e Marco Silva tenham noção do quão importante será vencer este campeonato.

Ou, pelo menos desta vez, ficar à frente do Benfica. (Só o Adrián custou tanto quanto o Sporting gastou esta época em contratações, logo não há comparações possíveis entre Sporting e Porto)

14 de maio de 2014

Entrevista de Facundo Quiroga ao O JOGO

Craque!



O futebol argentino já não é o que era: “A pressão chega a ser insuportável”, conta o veterano central que, farto de “episódios negativos”, fez uma pausa na carreira. Diferente era o estado de espírito há 14 anos: como titular, festejava o fim do jejum de títulos no Sporting...


Um, três, sete, onze argentinos vestiram a camisola do Sporting nos últimos 14 anos, mas apenas um foi campeão a dobrar: Facundo Hernán Quiroga. Aliás, as conquistas nacionais de 1999/2000 e 2001/02, as únicas dos leões num intervalo de 32 anos, elevam o central a um lugar singular na história do clube de Alvalade, pois foi o único nascido no país das pampas a ganhar dois títulos. A conversa começou pela efeméride e desaguou num mar de revelações sobre o atual momento do jogador, que, afinal, ainda não encerrou a carreira, apenas a suspendeu, diz, por algum tempo. 

Há precisamente 14 anos, Augusto Inácio confiou-lhe um lugar ao lado de André Cruz no centro da defesa do Sporting, na derradeira tentativa para conquistar o título nacional que era uma miragem desde 1982. Houve tremedeira na decisão?

Vínhamos de uma derrota terrível com o Benfica, em Alvalade, e a pressão sobre a nossa equipa era fortíssima. Tínhamos de vencer o Salgueiros, era impossível falhar – por nós, pelo clube, pelos adeptos, por todos. Unimo-nos, mentalizámo-nos, preparámo-nos muito bem durante a semana e chegámos onde queríamos. Com uma boa vitória, compensámos o desaire no dérbi e saímos campeões. Para mim, um miúdo naquele tempo, ter sido titular na decisão foi fantástico. Suportei bem o stress e fiquei feliz por ter contribuído para aquela explosão de alegria. No balneário, foi uma loucura: garrafas de água e bebidas isotónicas pelo ar, toda a gente molhada... Houve muita emoção, uma festa imensa. Foi um momento de libertação, sem dúvida. 

À sexta jornada já o Sporting tinha despedido Giuseppe Materazzi e contratado Augusto Inácio para treinar a equipa. Com tanta turbulência, ficaram pasmados com a recuperação e o sucesso final?

Passámos por momentos difíceis, é verdade, mas creio que foi exactamente aí que começámos a ser campeões, porque mostrámos capacidade para passar por cima dos problemas e seguir em frente. Quando se muda um treinador, normalmente é sinal de que alguma coisa não está bem. Fomos melhorando aos poucos e o grupo ficou mais unido, dando tudo pelos objetivos para deixar bem o clube. 

No currículo tem ainda o título nacional de 2001/02. Qual foi o que lhe deu mais gozo?

Hum… O segundo. Porque a nível pessoal foi mais complicado. Por causa da grave lesão que sofri num joelho em 1998/99, na minha primeira época do Sporting, tive de demonstrar que realmente tinha valor e estava à altura do que o clube me exigia e esperava. Tinha sobre mim a pressão particular de provar que merecia estar naquele plantel. A cada jogo em que participava, e lembro-me que muitas vezes atuei como lateral e não a central, exigia muito de mim. Correu bem, porque fomos campeões e porque consegui evoluir como jogador. 

E agora, aos 36 anos, deixou de jogar, ou, melhor dizendo, fez uma pausa depois de terminada a ligação ao All Boys. Porquê?

Foi uma decisão pessoal. Ultimamente o futebol argentino tem sido dominado pelas pressões: dos dirigentes, porque querem resultados a todo o custo, pelos adeptos, pelas claques mais fanáticas, com as quais temos de lidar. E a verdade é que, com tudo isso, com os insultos que as pessoas nos vão dirigindo nos estádios, a família, mesmo que inconscientemente, também sofre, esteja ela presente ou assistindo pela televisão. Para eu estar mais tranquilo e para que os meus familiares não tenham de passar por situações negativas, decidi dar um descanso e encarar o futebol de outra maneira. Viajava imenso, mas agora tenho mais tempo para os meus filhos, que já estão crescidos. Mas continuo a treinar como um profissional.

Sim? Como se prepara?

Trabalho todos os dias sob a orientação de um treinador que tem rotinas profissionais. E ao fim de semana jogo futebol para não perder a forma. Claro que é tudo mais tranquilo, mais relaxado. O corpo pede-me que treine, que transpire mais,mas a mente sobressalta-se menos. Se houver possibilidade de jogar oficialmente mais seis meses ou um ano, estarei disponível, mas para desfrutar, sempre com responsabilidade, claro. Entretanto vou tirando o curso de treinador.

O futuro passará por aí, ser treinador?

Tenho essa vontade, sim. Com os técnicos e os colegas que tive na carreira, alguma coisa devo ter aprendido.

Costuma ver jogos do campeonato português?

Bastantes. Em parte também me considero um adepto do Sporting e, mesmo na internet, estou sempre atento ao que se vai passando, esperando a cada ano que seja campeão.


Grave lesão num joelho mudou-lhe o perfil

AOS 20 ANOS, EM BOLONHA - Quiroga ainda hoje tem dificuldade em discorrer sobre o episódio “mais triste” da carreira. “Custou-me voltar ao meu melhor nível e isso foi o que me doeu mais”, recorda


Estava em grande forma, já a liderar a defesa do Sporting, quando, no primeiro semestre da temporada 1998/99, sofreu uma grave lesão no joelho direito. Esse infortúnio, aos 20anos, matou-lhe alguns dos sonhos?

Foi o momento mais triste da minha carreira. Aconteceu num jogo da UEFA,em Bolonha. Tinha chegado há pouco tempo ao clube, vinha com todo o entusiasmo de jogar... e depois tive a rotura no ligamento cruzado anterior. Mas também se aprende coma s coisas más. Soube fortalecer o meu lado psicológico, tomando consciência de que no futebol nem tudo são rosas e é preciso ter capacidade para encarar as infelicidades. É passado e é assim que o recordo. Soube ultrapassar essa fase e ter uma carreira que me deixa feliz. Consegui jogar em Itália, na Alemanha e ainda ser internacional A argentino, que era uma das maiores metas.

Percebo que ainda hoje lhe custa falar sobre o incidente ocorrido a 29 de setembro de 1998. A lesão deixou sequelas? Limitou-o fisicamente?

Não, não me condicionou. Mas é verdade que estive muito tempo em recuperação – foram quase dez meses, se bem me lembro. Para uma lesão do ligamento cruzado anterior, foi muito tempo. Esse foi o maior contratempo que tive. Mas depois, graças a Deus, não tive mais inconvenientes. Obviamente, sendo o futebol um jogo de contacto, sempre havia um temorzito. E não vou mentir: custou-me voltar ao meu melhor nível, porque estava a passar por um momento muito bom e sentia-me motivado. Isso foi o que me doeu mais. 

Na Europa representou também Nápoles, por empréstimo do Sporting, e Wolfsburgo. Sem a dita lesão, teria jogado nesses campeonatos, mas em equipas com historiais e objetivos mais altos?


Eu acredito que as coisas na vida acontecem por algum motivo. Pensando agora, talvez tivesse jogado noutro país, sim, como também poderia ter assinado por mais anos com o Sporting – que foi sempre impecável comigo – e ter tido outra história no clube. Mas acho que não me prejudiquei. Além do mais, tive duas experiências muito ricas, a primeira no Nápoles, que me deu a oportunidade de jogar assiduamente em 2000/01, recuperando-me para o Sporting – eu precisava de um ano assim; e a segunda no futebol alemão. Sondagens de outros clubes sempre existiram, mas, ou porque eu queria ficar ou porque o Sporting não me queria vender, os negócios que não se deram.



Ronaldo pagou boleias com receita de batidos

Não é para todos: Facundo Quiroga foi colega de Messi na seleção da Argentina, quando o génio do Barcelona começou a ser chamado por Pekerman, e assistiu ao nascimento do fenómeno Cristiano Ronaldo, que teve como companheiro no Sporting na época 2002/03 e ainda na pré-temporada de 2003/04, até Sir Alex Ferguson e o Manchester United o levarem para Inglaterra. Do ano em que o miúdo despontou na primeira categoria dos leões, Quiroga recorda as boleias que lhe deu. “Éramos vizinhos, na Moita, e fizemos o caminho casa- Academia-casa várias vezes. Ainda me ensinou a fazer um batido com um monte de frutos. Era uma receita da mãe dele. E o Ronaldo dizia que lhe fazia bem. Hoje em dia sou um admirador da carreira dele, porque tudo o que conseguiu foi com base em esforço, suor e sacrifício. Quem o conheceu na intimidade, como eu, sabe que ele está a atingir todos os objetivos que tinha quando começou. Vê-lo consagrado deixame contente”, testemunha o argentino.


Rojo já sabe dançar do eixo para lateral

Central no Sporting, lateral na seleção da Argentina: Marcos Rojo muda de posto ao saber da vontade e do critério dos treinadores. Afinal, onde é que o esquerdino rende mais? Em que medida a variação posicional lhe é prejudicial? Quiroga, que até viveu uma experiência do género quando representavam os leões, não vê barreiras nem empecilhos: “Com Mascherano também acontece algo de semelhante. Do que conheço dele, e pelo que posso avaliar dos jogos do Sporting e da seleção, acho que Rojo tem capacidade para fazer bem as duas funções.”

“Inteligência” vai guiá-lo a voos mais altos Simeone está apenas “a aquecer” no Atlético de Madrid

Endeusado em Espanha, o treinador que nesta temporada arrisca ser campeão nacional ao comando do Atlético de Madrid no fim de semana que vem e, no sábado seguinte, dia 24 de maio, em Lisboa, surpreender ainda mais com a conquista da Liga dos Campeões é o mesmo que em 2008, no River Plate, batalhou pela contratação de Facundo Quiroga. “Estou agradecido a Diego Simeone, porque foi ele que me chamou para ser titular. Fiquei com as melhores das impressões, porque é um treinador sagaz, inteligente, não deixa escapar nada e está capacitado para o que se exige na Europa. Não fico nem um pouco surpreendido com o trabalho que está a fazer. No futebol de hoje, em que se vive tanto para os resultados, é difícil um treinador manter-se muito tempo num clube, mas Simeone está apenas a aquecer para outras coisas boas que há de fazer em clubes maiores”, vaticina o antigo central do Sporting, que tem “vontade” de se meter num avião e viajar até Lisboa para assistir ao vivo à final da Champions League e visitar o seu ex-clube: “Vamos ver se é possível. Vontade não me falta.”





P.S. No dia 14 de Maio de 2000, aconteceu isto:



21 de abril de 2014

O Marquês é do Sporting!

Já sabia que o Benfica seria campeão há meses mas o momento da sua concretização custa sempre a engolir. Será um campeão justo (não os são todos?) mas fica um amargo de boca devido a alguns empates do Sporting e que, caso tivéssemos ganho esses jogos, talvez o Porto-Benfica da última jornada voltasse a ser tão decisivo como o da época passada o foi...


A festa dos lamps. É um misto de "wtf?" com "lol...". Nos anos 70, quando o Atlético de Madrid foi campeão algumas vezes, os adeptos "rojiblancos" dirigiam-se para a famosa Praça Cibeles para comemorar junto à estátua no centro da Praça, a Fonte de Cibeles, onde se vê a Deusa Cibele, sentada num coche e este a ser puxado por... dois leões.


Dois leões, pois claro.


A partir daí, os adeptos do Real Madrid começaram a festejar as façanhas da famosa equipa dos aos 80, a "Quinta del Buitre", também na Praça Cibeles. Mas os adeptos "rojiblancos" continuavam a lá ir comemorar quando ganhavam algum título.


Com uma seca de títulos durante alguns anos, quando o Atlético de Madrid, em 1991, chegou à final da Taça do Rei desse ano, contra o Maiorca, os adeptos do Atlético declararam publicamente que "no tienen intención de ir a Cibeles si su equipo gana la Copa, ya que sus aguas ‘están infectadas después de que durante 5 años seguidos los madridistas hayan estado bañándose en ellas’" e decidem que, a partir de agora, comemorariam os títulos junto à Fonte de Neptuno, a poucos metros da Praça Cibeles.

E pronto, no ano seguinte, quando Paulo Futre ergueu a Taça do Rei no campo do Real Madrid, os adeptos "rojiblancos" encheram a Fonte de Neptuno e deixaram de ir para a Praça Cibeles. De notar que, até então, os jogadores dos clubes vencedores não tinham o hábito de ir ter com os adeptos à Praça/Fonte.


94/95, Real de Madrid campeão e 12.000 mil adeptos "blancos" invadem a Cibeles. Ainda sem jogadores.
95/96, Atlético de Madrid campeão e vencedor da Taça do Rei, e 40.000 adeptos invadem Neptuno. Pela primeira vez, o autocarro com os jogadores desloca-se ao local de modo a comemorarem o título junto com os adeptos.
96/97, Real campeão e 50.000 adeptos deslocam-se para uma Praça Cibeles completamente protegida e controlada previamente, de modo a que o autocarro com os jogadores chegue ao local sem problemas.


Diz o autor do texto de onde retirei as informações acima dadas:

"¿Por qué se pasa en dos años de ir 12.000 madridistas a Cibeles a ir más de 50.000? ¿Tenían razón los radicales rojiblancos en que sus vecinos les copiaban todo? El caso es que esa temporada fue el final de estas celebraciones espontáneas. El aumento de público en estas celebraciones, gracias al bombo que los medios de comunicación le fueron dando, acabó con la magia que había en ellas a cambio de organización, artificialidad y asistencia masiva."

E ainda diz mais:

"Se ha perdido cualquier celebración natural, alegre, simpática y espontánea, y la marcha a Cibeles (a Neptuno por razones obvias no lo menciono) se ha convertido en cita obligada y artificial. Muchos periodistas dan a entender que son tradiciones casi centenarias, desconociendo la verdadera historia, y por ende, mantienen engañado al aficionado que cree estar obligado a pasar horas y horas restregando su sudor contra miles de colegas de equipo, para ver durante breves momentos a 100 metros de distancia a sus ídolos. Ya no hay equipos que no dispongan de ‘su fuente’ para celebrar títulos."

Para terminar com:

"No quiero transmitir una moraleja errónea. No llamo tontos a los que van a Cibeles, Neptuno o como quiera que se llame la fuente de su pueblo, válgame Dios. Lo que quiero es que cuando uno vaya allí, que conozca la historia, que sepa cómo empezó todo, y que cuando le diga un periodista que la Cibeles es el monumento donde tradicionalmente los madridistas festejaron sus logros, que sepa que está oyendo a un ignorante en la materia, y que antes de que se dijeran estas tonterías, el aficionado lo celebraba dónde, cuándo y como le daba la gana. Para saber a dónde vamos hay que saber de dónde venimos."


Lembra-vos de alguma coisa?



Falta de originalidade, patrocinado pelo MEO/Sagres, em 2014.


Não dá p'ra ver bem, mas o capitão do Sporting, Iordanov, colocou um cachecol do clube no Marquês, em 2000.


Quero terminar dizendo que não quero que comecemos a comemorar os nossos títulos noutro sítio qualquer, pois o Marquês está "infestado" ou algo do tipo. Não, o Marquês é nosso, foi lá que tudo começou, em 2000, inclusive com um tal de Iordanov, às 5h da manhã a colocar um cachecol do Sporting no Leão da estátua, e portanto, temos de o reaver. Que nos gostam de imitar? Claro, não é novidade nenhuma, o próprio Benfica de Cosme Damião foi criado com o Sporting a ser utilizado com modelo e olhado com reverência, por isso, até podemos olhar para a "praga de gafanhotos" de ontem no Marquês como um elogio ao Sporting e aos Sportinguistas.



O Marquês é do Sporting!



Mas como estava a dizer, o Marquês é nosso, foi construído por dois ex-jogadores do Sporting e um deles até era sócio do clube, e como tal, para o reavermos, só há uma hipótese: sermos Campeões.








10 de abril de 2014

Encarnados

A grande questão do futebol português (esqueçam lá isso da Liga, Olivedesportos, IVA ou fundos de investimento) neste momento é se o Benfica é um justo campeão ou não. Quem disser que não é, é apelidado de louco, Sportinguista ou parvo. Ou os três, como o Bruno de Carvalho.


A teoria dominante nos jornalistas e comentadores é simples. O Benfica tem melhor plantel, logo tem melhor jogadores, e se tem melhores jogadores, logo tem melhor equipa, e se tem melhor equipa, é um justo campeão. Tudo o resto são "peaners". Até mesmo pormenores como o facto de se ir jogar em Aveiro contra o Arouca, por ventura a equipa com o pior relvado da Liga. Pois mesmo que se o Benfica perdesse em Arouca seria campeão na mesma, dizem-nos jornalistas e comentadores "a sério" como o João Querido Manha ou Carlos Daniel. Safoda a verdade desportiva. Tudo está bem quando acaba bem, isto é, enquanto o Benfica ganha.




Se fosse jogador da Juventus, já tinha sido vendido para se contratar um avançado estrangeiro.



Para mim, o justo vencedor da Liga italiana seria a Roma, não a Juventus. Na Premier League, quem acho que merecia ganhar, seria o Liverpool e não o Manchester City ou o Chelsea. Em Espanha, o mais justo vencedor da La Liga teria de ser sempre o Atlético de Madrid, não o Barcelona ou o Real Madrid. Em Portugal, a haver justiça no futebol, o Sporting Clube de Portugal estaria neste momento "encostado" ao Benfica e a disputar, verdadeiramente, o título. (Como esquecer do Xistra "não vi", do Manuel Mota que viu demais e da mão que ninguém viu do jogador da Académica?). A Roma tem neste momento 76 pontos e se mantiverem o ritmo até final da época, acabarão com uns 90 pontos. Mas não serão campeões.



Na terça-feira, dois dias depois de ter feito um hat-trick em Cagliari (onde a última conquista tinha sido em 1995 - a vitória da época passada foi atribuída na 'secretaria'), Mattia Destro, jovem avançado da Roma, apanhou 3 jogos de castigo pela Federação Italiana, devido a uma suposta agressão ao defesa do Cagliari, Astori, e que não foi visualizada pelo árbitro durante o jogo, apesar de nesse lance ter sido marcada falta ao jogador da Roma. Os comentadores "a sério" dirão que não será por isso que a Juventus deixará de ser campeã (tem 8 pontos de vantagem) mas os romanistas lembrarão que já não é a primeira vez esta época que jogadores seus são castigados à posteriori e ouvirão os seus dirigentes dizerem que estão estupefactos com o critério que deixa passar em claro a cotovelada de Pereyra a Guarente, num Catania-Udinese ou a pisadela de Spolli em Matos, noutro Catania-Fiorentina, e ainda ouvirão o seu treinador (Garcia, um francês, primeira época em Itália) dizer que, eles, A.S. Roma, estão, no futebol italiano, "soli contro tutti".


Por alguma razão a Juventus é o clube mais odiado em Itália. Por alguma razão ninguém gosta da equipa dos "mercenários" do Manchester City. Por alguma razão os "reservados" no Marquês (a estátua que tem um leão) são patéticos. Por alguma razão ninguém gosta dos "encarnados".






23 de junho de 2013

Harlem Shake - Sporting Campeão Futsal!

Outro nível

Fomos campeões em Futsal e foi um título completamente merecido. Como seria, aliás, o título da época passada. Porém, apesar de todas as suas qualidades, Orlando Duarte nunca conseguiu fazer com que os jogadores do Sporting ultrapassassem aquela linha que separa um jogo de futsal de nível europeu (= espanhol) de outro de nível dum qualquer torneio de verão organizado por uma colectividade amadora no bairro de Xabregas.

Não vejo o Nuno Dias na foto, mas vejo o ENORME Zézito! 


Nuno Dias conseguiu pegar neste grupo de jogadores e fê-los entender que, para ganhar em Portugal, não se pode utilizar as tácticas do adversário. Se o fizéssemos (picardias, provocações, agressões, etc), eles ganhar-nos-iam sempre em experiência. Ao invés, Nuno Dias apenas se preocupou em que a sua equipa jogasse um futsal "puro", com trocas de bola, organização impecável e golos. Nada de extraordinário e bastante simples.

O suficiente para ganhar a uma equipa que conta com um "melhores pivots do mundo", como se pode comprovar esta tarde, na "quadra" do pavilhão da Luz. (Alex, entretanto tornado o melhor marcador de derbies de sempre, com 25 ou 26 golos, já nem sei bem, riu-se das palavras do Pedro Catita.)



Por fim, apenas relembrar as palavras de Bruno de Carvalho, em resposta ao preocupadíssimo Gonçalo Ventura, repórter da RTP1, perante os iminentes cortes no futsal do Sporting: "Todos os clubes irão fazer cortes. A diferença é que o Sporting é o campeão."

E convém não esquecer que, aparentemente, o orçamento do Benfica para esta época já era bastante superior ao do Sporting.

E no entanto, fomos campeões. What, me worry?